AVIBRAS

[FCarvalho]

Se vão enrolar ou não com projetos, eu não sou vidente e nem pratico esse hobby, mas de uma coisa eu sei pois aqui no brasil é algo tácito: estatal é sangradouro de dinheiro. E não há nada que impeça a possibilidade que depois se enterrar bilhões e mais bilhões nela, seja privatizada novamente caindo nas mãos de algum amigo de político. O governo quer garantir os interesses nacionais, transforma a dívida em golden share.
Um abraço e t+

Acredite, não precisa ser visionário para saber o que pode acontecer com a empresa em mãos estrangeiras. Já temos casos aqui no Brasil. Alguns nós demos sorte, outros, bom, não adianta nem comentar.
O fato é que a empresa tem tecnologias e insumos sem os quais nenhum dos projetos estratégicos do EB, e demais forças, anda no Brasil, visto que não há alternativas a eles na BIDS fora da Avibras.
Quem comprar a empresa pode ou não dar seguimento aos projetos, mas, olhando a realidade do orçamento da defesa no país, quem iria apostar os seus recursos pensando em lucrar com projetos da defesa que nunca andam, estão sempre atrasados ou devendo a todo mundo na praça?
Nem os chinas são tão trouxas assim. O máximo que pode acontecer é o aproveitamento da infraestrutura humana e técnica da empresa para montar aqui produtos importados com um selo "made in Brazil".
Com australianos ou qualquer outro não será diferente.

[FIGHTERCOM]

Qual é o problema concreto na estatização da empresa?
No mundo inteiro governos financiam e fazem a gestão direta ou indireta de empresas privadas e\ou estatais o semi-estatais no setor de defesa. Forças armadas tem suas próprias indústrias e linhas de produção onde e quando interessa.
No Brasil não pode
Uma PPP na Avibras não seria uma forma de manter a empresa e tutelar ao mesmo tempo a sua gestão de forma a mantê-las sobre estritas regras de boa gestão e lucratividade
Sinceramente. Ficar tratando o tema como se fosse o fim do mundo não ajuda muito.
Ou podem simplesmente deixar como está e ver o que acontece.
Mas quem vai querer correr o risco?

Nenhum, estatal é algo que da super certo no brasil, são modelos de eficiência produtiva e de custos... de repente podemos estatizar reestatizar a Embraer pra que ela suba de nível. Aliás eu li o texto e nenhum momento se fala em PPP, apenas em estatização per se.

Nem estatal com reserva de mercado da resultado nesse país, viram cabides de empregos e super salários e um sangradouro de recursos públicos. Mas enfim é mais fácil jorrar mais de 2 bilhões nessa patacoada do que transformar as dívidas em golden share, que asseguraria veto à qualquer ação que pudesse ferir os interesses nacionais.

Aliás é incrível ver essa história de ameaça a soberania... a FAB vem encolhendo e perdendo capacidade operacional de uma maneira assustadora, a marinha corre o risco de virar um iate clube em menos de 20 anos, o EB depende de conscritos analfabetos funcionais, e em grande parte das suas unidades ainda vive na década de 70. Sem falar que em pleno 2024 temos menos capacidade antiaérea que o talibã, nossas fronteiras são praticamente abertas para circulação de terroristas e contrabando de armas. Mas o que ameaça a soberania nacional é a venda da Avibás...


Enfim... como sempre, que torrem dinheiro público como quiserem.


Um abraço e t+

Alguém aí falou em ameaça a soberania?!

Deixa eu puxar aqui de memória TODAS as vezes que escutei isso:

1- Privatização da Vale;
2- Privatização das Teles;
3- Quando se fala em privatizar os Correios (esse caso chega a ser hilário, com prints de pessoas reclamando de atrasos nas entregas e as mesmas pessoas "gritando": Correios é nosso!);
4- Privatização das companhias energéticas;
5- Privatização das companhias de tratamento de água e esgoto;
6- Privatização da Embraer;
7- ...

Bem, é só escolher, porque esse clichê só faz sentindo para militante de esquerda. Eu, por exemplo, sempre que alguém defende o modelo estatal, conto como era "fácil e barato" comprar uma linha telefônica antes da privatização.

Daí percebemos como o conceito de soberania nacional é franco na sociedade brasileira.


Abraços,

Wesley

[knigh7]

Pessoal,

Antes de criar um projeto de lei para estatizar a Avibrás deveríamos esperar o desenrolar das discussões com outras empresas, como do grupo EDGE (uma empresa nos Emirados Árabes Unidos (SIC) como disse o comandante do EB).

A aqusição dos 50% da participação acionária da SIATT por essa empresa a ajudou. Com o advento do rearmamento mundial, ou seja, do aumento da demanda não é razoavel partir do princípio que a aquisição da empresa brasileira seria para destruí-la.

Outro ponto^: o Estado brasileiro está bancando o financiamento do AV-MTC 300 e na nova geraçao do Astros 2020 também teve subsídio estatal. Uma empresa estrangeira compradora não tem o direito de fazer o que bem entende com esses projetos pois o Governo também é detentor deles.

[FCarvalho]

Quase todos os projetos em que a Avibras está metida são de propriedade intelectual das ffaa's. Uma questão de seguro, prevendo possibilidades como estas, da venda da empresa a terceiros.

Não foi pedido urgência na tramitação do PL, então, isso de estatizar a empresa vai ficar em banho maria no congresso até que uma solução que não use o erário público seja conseguida, e resolva os interesses de todas as partes envolvidas, governo incluso, já que é o maior credor da empresa. A marcha burocrática nas comissões é lenta e passional.

Resta esperar para que os atuais donos da Avibras cheguem a bom termo com quem estiver interessado. Por mim, a empresa precisa ser mantida com tudo o que tem nela, seja lá com quem for. O que não pode é simplesmente deixar como está.

[gabriel219]

Eu devo ter pedido uns 50 pontos em QI vendo vocês defendendo estatização da Avibrás e a desculpa sendo "perder projetos pra estrangeiros" e "embargo". Qual embargo e projetos perdidos tivemos com a AEL e ARES? O que o fato da Iveco ter fábrica no Brasil nos impediu de sermos embargados? No que perdemos com a SIATT sendo vendida pra Edge?

Eu prefiro que a Avibrás seja vendida pra Edge do que pra DefendTEX, mas torcer pra ser estatizada é atestar acefalia, numa boa.

[mauri]

Eu devo ter pedido uns 50 pontos em QI vendo vocês defendendo estatização da Avibrás e a desculpa sendo "perder projetos pra estrangeiros" e "embargo". Qual embargo e projetos perdidos tivemos com a AEL e ARES? O que o fato da Iveco ter fábrica no Brasil nos impediu de sermos embargados? No que perdemos com a SIATT sendo vendida pra Edge?

Eu prefiro que a Avibrás seja vendida pra Edge do que pra DefendTEX, mas torcer pra ser estatizada é atestar acefalia, numa boa.

Muito Lúcida sua opinião, concordo em 100%, ir na estatização é ir na contramão da história, hoje o mundo todo corre exatamente ao contrário, nada neste sentido deu certo no mundo, o mundo assiste o sucesso na substituição do estado pelo particular!!

Se fosse assim, seria melhor pedir a estatização da Embraer, por que lá o lucro é tinindo!!

[FCarvalho]

O grande problema da Avibras não é se ela vai ser estatizada ou não, se vão vender para estrangeiros ou não, mas o quanto o governo, este e qualquer outro, está disposto a investir no longo prazo nos projetos estratégicos das ffaa's no qual a empresa tem participação.

De que adianta salvar a empresa agora se daqui alguns anos ela novamente volte ao mesmo estado de coisas atual?

É a terceira vez que a empresa entra em situação de insolvência financeira, e nada mudou no sentido de apor a ela os recursos necessários para o desenvolvimento dos projetos de que faz parte, ao contrário, as constantes perdas orçamentárias e os embargos financeiros do MD, praticamente anuais, também tiveram a sua cota de colaboração para a situação atual.

Quero ver a Avibras ser estatizada ou vendida para quem quer que seja e continuar sem colocar um único produto, novo ou velho, nas ffaa's nos próximos anos, para ver se ela melhora de vida ou não. Porque a tendência de queda no orçamento de investimento e custeio da Defesa é exatamente o que se está implantando neste momento e para o futuro a curto prazo.

Vai vender o quê para quem então lá fora, se não consegue colocar um simples produto dentro de casa...

[gabriel219]

Se ela for vendida pra uma estrangeira, nem precisaremos nos preocupar com demandas internas como prioridade. Tem mercado franco pra expansão do Astros "MK8", coisa que a Avibrás lotada de dinheiro do Povo Brasileiro via GF não o fez, gastou com coisas ridículas como Guará, Falcão e outras coisas mais que ninguém nem sabe.

Se SS-XXG, MTC e talvez até o FOP-MMP tivessem saído antes de pensarem em Falcão e Guará, a Avibrás hoje seria uma Akaer.

[FCarvalho]

Um princípio básico para vender ao exterior é se o produto é usado em casa. E neste aspecto, ao menos o ASTROS 2020 se vira bem, porque adotado por EB e CFN. Mas para por aí.

ASTROS III nem pensar. No máximo a modernização dos modelos atuais para este padrão.

O MTC depende de autorização governamental para ser exportado, seja lá quem for o dono da empresa. É um armamento cujas características exigem respaldo político. E isso complica muito as suas vendas a depender do governo de plantão.

Quanto ao mais, é como disse, não tem jeito nenhum projeto na Avibras se não houver interesse das ffaa's em comprar e botar dinheiro neles. A não ser que a empresa tenha clientes externos dispostos a pagar por um produto novo. E isso pode ser facilitado pela venda da empresa para o exterior, já que lá fora os melindres políticos com assuntos da Defesa são muito menores que aqui.

A ver se damos sorte.

[knigh7]

https://www.avibras.com.br/site/midia/n ... 07-24.html

[gabriel219]

A Edge ou SAMI vão acabar comprando a Avibrás no lugar da DefendTEX, podem apostar.

[FCarvalho]

Sem sombra de dúvidas, um dos maiores ganhos com a venda de metade da Avibras para a NORINCO seria transformar a plataforma do ASTROS - leia-se conjunto carroceria\chassi - em modelo base para toda uma família de sistemas AAe chineses, entre mísseis, lançadores, torres e demais sistemas anexos.

Se o programa conjunto AAe média altura ainda fosse algo a ser levado a sério, a empresa poderia se tornar a fornecedora primária de toda uma longa família de sistemas AAe de curto a longo alcance\altura, principalmente pela flexibilidade da plataforma da Avibras.

Como já disse aqui antes, temos praticamente quase tudo que precisamos para aquele projeto, somente os mísseis nos faltam, além de alguns poucos itens de consumo não fabricados aqui, mas que podem ser contornados, ou objeto de negociação com a BIDS e eventuais fornecedores.

De qualquer forma, o uso da plataforma veicular da Avibras pode ser a alternativa mais salutar para tirar do papel os projetos particulares das ffaa's, e até mesmo sob gestão do MD, para a AAe. É questão de interesse, e vontade política.

Todos viram os requisitos obrigatórios e RTLI das VBC CC e VBC FUZ, além dos requisitos que levaram ao Centauro II e ao LMV. Os próprios requisitos da AAe do exército, e do programa comum defesa AAe supõe a integração, produção e apoio logístico e industrial dos sistemas adotados aqui no país. Até a porcaria de solução para o Guarani AAe prevê pesada logística nacional e apoio pós venda de longo prazo, além do envolvimento da BIDS. Bom, não tem porque não pensar que a Norinco não se adequaria a tais requisitos no caso de comprar parte da Avibras, de maneira a fomentar a empresa e suas capacidades em diversas áreas, algo do interesse de todos.

Afinal, um Pantyr e\ou S-400 à moda da casa não seria de todo má ideia. Ao contrário.

Mas tem que ver a quem os militares e o(s) governo(s) preferem agradar mais. A si ou ao país.

Serve aqui também.
Mas, a meu ver, a esta altura dos acontecimentos, já vai estar de bom tamanho não deixarem a empresa simplesmente entregue à própria sorte e à sanha dos seus credores.
Não precisamos de mais uma Engesa da vida. Uma só basta.

[Strike91]

Tudo no Brasil vira uma "novela".... Aliás, um filme de terror!

[Viktor Reznov]

Ao menos tiveram o bom senso de impedir a Norinco de comprá-la.

[akivrx78]