Homens ou bestas?

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Re: Homens ou bestas?

#331 Mensagem por Clermont » Sáb Jan 11, 2014 10:04 am

LeandroGCard escreveu:(...) a disposição (coragem) para arriscar um ferimento não fatal em um braço ou perna e o discernimento de atirar nas pernas em um primeiro momento, e não logo no peito de um suspeito armado apenas com faca.
Volto a repetir, isto é um forte equívoco.

É quase um suicídio para qualquer pessoa entrar numa luta contra um oponente armado, raciocinando nestes termos, "ferimento não-fatal" na perna ou no braço. Um talho de alguns milímetros no braço pode romper algum tipo de artéria, que provoca inconsciência em segundos, e morte em minutos; ou então, algum nervo que torna o que antes era um poderoso braço, num trapo inútil e incômodo; um corte na perna, idem. E, caso o indivíduo não morra em dois ou três minutos, com um sangramento forte como esguicho de hidrante, ele ficará incapacitado pela dor e tornar-se-á um alvo imóvel para um rápida estocada no coração, ou uma cortada na garganta. E, caso não morram de hemorragia, poderão ser reformados por invalidez devido a perda de movimentos nas pernas ou braços, que sofreram "ferimentos não-fatais"...

O corpo humano tem tantos, e tantos lugares fofinhos, tão bons para levarem uma facadinha... 8-]



Então, ficamos no seguinte: o policial DEVERIA ser treinado para reagir a um oponente armado de faca; o policial DEVERIA ser equipado com equipamento não-letal (à propósito, estou pensando em como deve ser divertido usar colete e outras tralhas defensivas no Rio de Janeiro, com temperatura de 39º C e sensação térmica de 50º C).

"Deveria", "deveria", mas não é. Então, o que resta ao policial, além da morte e da mutilação, sofridas de "boa-vontade" e com "disposição"?




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Re: Homens ou bestas?

#332 Mensagem por Bolovo » Sáb Jan 11, 2014 11:36 am

Estão pensando muito no policial, mas e o moleque que morreu, como é que fica?




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
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Re: Homens ou bestas?

#333 Mensagem por Sávio Ricardo » Sáb Jan 11, 2014 11:45 am

Bolovo escreveu:Estão pensando muito no policial, mas e o moleque que morreu, como é que fica?
O moleque que morreu???

Partiu pra cima da policia com uma faca! Queria o que como resultado?

Ah, ele era doente mental! E como a policia ia adivinhar?

E pra não ficar um clima de só a policia do Brasil age assim, não sei se a policia do EUA por exemplo, agiria de outra forma, pelo contrário acredito que teriam fuzilado o moleque e não dado apenas um tiro.




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Re: Homens ou bestas?

#334 Mensagem por Bolovo » Sáb Jan 11, 2014 11:56 am

Sinto muito, eu estou tentando, mas não consigo achar a mesma coisa que você.




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Re: Homens ou bestas?

#335 Mensagem por Clermont » Sáb Jan 11, 2014 12:27 pm

Bolovo escreveu:Estão pensando muito no policial, mas e o moleque que morreu, como é que fica?
Ué, mas quem disse que ninguém lamenta? Acho que todo mundo, sem dúvida, concorda que isso é uma tragédia humana, mais uma das inúmeras que ocorrem, diariamente, no Brasil.

Mas, o que alguns pensam - eu, incluído - é que é injusto pretender tratar o policial que fez o disparo como "besta", aliás, a razão pela qual a mensagem foi postada aqui, no tópico "Homens ou Bestas" e não, por exemplo, no tópico "Operações Policiais" onde estaria mais apropriado, e nos permitiria ler as opiniões da turma policial que aparece por lá, com mais freqûencia.

Mas, por exemplo, uma coisa que não está sendo discutida: o que fazia uma pessoa - claramente, incapaz mentalmente - andando pela rua com uma faca na cintura? Onde estava a família, responsável por ele?

O pai da vítima, agora, está clamando por "justiça", mas ele mesmo deveria ser chamado a responder a essa mesma justiça, e esclarecer, onde estava que não impediu o filho incapaz de sair na rua armado, podendo ferir a si, ou a outros?




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Re: Homens ou bestas?

#336 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Jan 11, 2014 2:08 pm

Sávio Ricardo escreveu:
Bolovo escreveu:Estão pensando muito no policial, mas e o moleque que morreu, como é que fica?
O moleque que morreu???

Partiu pra cima da policia com uma faca! Queria o que como resultado?

Ah, ele era doente mental! E como a policia ia adivinhar?

E pra não ficar um clima de só a policia do Brasil age assim, não sei se a policia do EUA por exemplo, agiria de outra forma, pelo contrário acredito que teriam fuzilado o moleque e não dado apenas um tiro.
Pois é, um era doente mental, um outro estava bêbado da comemoração por ter passado no vestibular, um outro estava desorientado por ter levado uma pancada na cabeça durante uma confusão, e um outro ainda deu azar por ser um negro em atitude considerada suspeita, e por aí vai... todos mortos sem necessidade e noticiados nos jornais. E os policiais ainda receberam elogios. Já o irmão da minha sogra quando era novo foi agredido por um bêbado armado de faca dentro de um ônibus e na briga que se seguiu o bêbado morreu com a faca no pescoço. Com testemunhas e tudo de que foi legítima defesa ele pegou alguns anos de prisão e ficou com a ficha suja. Mas era paisano e não policial, então tem mais é que pagar mesmo por ser irresponsável e tentar se defender ao invés de chamar um PM para fuzilar logo o agressor, tá certo.

Concluindo, os policiais não podem correr risco algum, afinal foi por isso que escolheram esta profissão, para ter absoluta segurança... :roll: . Nós é que somos idiotas de sair de casa, pois se acontecer alguma coisa e um policial atirar em nós no peito para evitar a possibilidade de ter uma unha quebrada que acabe em gangrena ele estará absolutamente certo, a culpa será toda nossa por mais que tenha sido um engano dele. Até porque um bombeiro tem que usar proteção não importa o calor da cidade onde atue, um peão de obra tem que usar seu capacete e botar, e até mesmo um lixeiro tem que usar suas mangas compridas e luvas grossas ao atuar com os rejeitos em um lixão debaixo do mesmo calor, mas o policial precisa de conforto senão seu suor pode manchar a camisa tão bonitinha do uniforme... :? .

E eu que só queria sentir tranquilidade e não medo à visão de um policial armado... . Que bobagem a minha :roll: .


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Re: Homens ou bestas?

#337 Mensagem por Clermont » Sáb Jan 11, 2014 9:40 pm

O vídeo era esse e foi na Nicarágua, não no México.





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Re: Homens ou bestas?

#338 Mensagem por prp » Dom Jan 12, 2014 12:11 am

LeandroGCard escreveu:
Sávio Ricardo escreveu: O moleque que morreu???

Partiu pra cima da policia com uma faca! Queria o que como resultado?

Ah, ele era doente mental! E como a policia ia adivinhar?

E pra não ficar um clima de só a policia do Brasil age assim, não sei se a policia do EUA por exemplo, agiria de outra forma, pelo contrário acredito que teriam fuzilado o moleque e não dado apenas um tiro.
Pois é, um era doente mental, um outro estava bêbado da comemoração por ter passado no vestibular, um outro estava desorientado por ter levado uma pancada na cabeça durante uma confusão, e um outro ainda deu azar por ser um negro em atitude considerada suspeita, e por aí vai... todos mortos sem necessidade e noticiados nos jornais. E os policiais ainda receberam elogios. Já o irmão da minha sogra quando era novo foi agredido por um bêbado armado de faca dentro de um ônibus e na briga que se seguiu o bêbado morreu com a faca no pescoço. Com testemunhas e tudo de que foi legítima defesa ele pegou alguns anos de prisão e ficou com a ficha suja. Mas era paisano e não policial, então tem mais é que pagar mesmo por ser irresponsável e tentar se defender ao invés de chamar um PM para fuzilar logo o agressor, tá certo.

Concluindo, os policiais não podem correr risco algum, afinal foi por isso que escolheram esta profissão, para ter absoluta segurança... :roll: . Nós é que somos idiotas de sair de casa, pois se acontecer alguma coisa e um policial atirar em nós no peito para evitar a possibilidade de ter uma unha quebrada que acabe em gangrena ele estará absolutamente certo, a culpa será toda nossa por mais que tenha sido um engano dele. Até porque um bombeiro tem que usar proteção não importa o calor da cidade onde atue, um peão de obra tem que usar seu capacete e botar, e até mesmo um lixeiro tem que usar suas mangas compridas e luvas grossas ao atuar com os rejeitos em um lixão debaixo do mesmo calor, mas o policial precisa de conforto senão seu suor pode manchar a camisa tão bonitinha do uniforme... :? .

E eu que só queria sentir tranquilidade e não medo à visão de um policial armado... . Que bobagem a minha :roll: .


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Você com essa postura está fazendo com que essa situação no Brasil se perpetue, onde o bandido é que tem razão, onde a vítima sempre será o algoz. Um erro judiciário trágico como esse da sua família deveria ser a exceção, mas no nosso país é a regra. Porque quem reage a um assalto passa de vítima a bandido no mesmo ato.




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Re: Homens ou bestas?

#339 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jan 12, 2014 11:27 am

prp escreveu:Você com essa postura está fazendo com que essa situação no Brasil se perpetue, onde o bandido é que tem razão, onde a vítima sempre será o algoz. Um erro judiciário trágico como esse da sua família deveria ser a exceção, mas no nosso país é a regra. Porque quem reage a um assalto passa de vítima a bandido no mesmo ato.
Só que um erro não justifica o outro.

O fato da justiça e alguns segmentos da sociedade partirem sempre em defesa de criminosos mesmo que comprovados não justifica o extremo contrário, de policiais assumirem a posição de juízes e algozes ao seu bel prazer. Nem o fato de a estes mesmo policiais não serem dadas condições ideais de trabalho, o que eles tem é que reivindicar que estas condições sejam dadas e não o direito de matar qualquer um porque suas condições de trabalho não são adequadas.

Isso fica evidente no vídeo postado pelo Clermont, nenhum dos vários policiais envolvidos usava sequer um colete ou mesmo um escudo (caramba, nenhum soldado da antiguidade, onde a luta com armas brancas era a regra, se aproximava de um adversário sem um escudo, nem mesmo nos povos mais bárbaros), e ninguém tinha um teaser. Além dos policiais ficarem espalhados cada um para um lado, e atirarem coisas para os outros displicentemente, o que acabou fazendo um deles se distrair para pegar alguma coisa que caiu ao chão e deu ensejo à iniciativa do agressor. A ação evidentemente já estava ocorrendo havia algum tempo, não foi nada de surpresa, e mesmo assim providências que deveriam ser básicas não foram tomadas. E este tipo de policial mal preparado e equipado que causa a multiplicação de casos como o que deu origem a este debate.

O correto é que ambos os erros sejam corrigidos, a polícia receba a preparação, o treinamento, a remuneração e o respaldo adequados (por exemplo um excelente plano de aposentadoria ou pecúlio para as famílias de policiais feridos ou mortos em ação) e passe a trabalhar da melhor forma possível, sem representar ela mesma um risco para a população. E a justiça deve passar a punir da forma correta a quem merece. Se não for por aí acabaremos na barbárie, com uma casta de pessoas mal preparadas, mal remuneradas e com medo passando a dispor do poder de vida e morte sobre a população. Adivinhe qual o processo que tem levado ao surgimento de tantos casos de corrupção policial e formação de milícias?


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Re: Homens ou bestas?

#340 Mensagem por prp » Dom Jan 12, 2014 3:15 pm

Você está mudando o tom da conversa, a análise é de um fato concreto.

O caso é, um sujeito com uma arma branca partiu para cima de um policial. O policial só dispunha de suas mãos e de uma arma de fogo.

A atitude do policial foi errada ou foi correta? Essa é toda a questão da discussão, a mesma pergunta feita ao seu parente, a atitude dele foi errada ou correta?.

Para você o policial agiu errado, pois ele deveria se tranformar em um ChukNorris da vida e desarmar o maluco.

Ai vc fala que o policial deveria ter um escudo, uma arma teaser, um spray de pimenta, uma bomba de gás, etc... Sim, o policial deveria ter tudo isso, MAS não tinha. E ai, devemos demonizar o policial porque o estado não deu nenhum desses equipamentos a ele?

E ai? Qual era a opção do policial?

Correr? Não atender o chamado dos moradores? Ficar escondido atrás do muro? Chorar? Lamentar? Ficar de longe vendo o cara esfaquear os transeuntes? Dar voz de prisão e se o cara nitidamente tentar atacá-lo agir, com o meio que tem a sua disposição, para parar a agressão injusta, para isso utilizar a arma de fogo?

Ou deveria ele tentar suicídio partindo para cima do cara com uma faca na mão?

E ai, a resposta dada pelo policial foi correta ou errada?




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Re: Homens ou bestas?

#341 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Jan 12, 2014 4:06 pm

Acho que falta um fator importante na discussão, a distância, uma coisa é atirar em alguém com uma faca a 50 metros, com tempo de reação de sobra, outra coisa é atirar a 1 metro, onde um tiro não letal não impediria a facada, enfim, qual era a distância?




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Re: Homens ou bestas?

#342 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jan 12, 2014 4:26 pm

prp escreveu:Você está mudando o tom da conversa, a análise é de um fato concreto.

O caso é, um sujeito com uma arma branca partiu para cima de um policial. O policial só dispunha de suas mãos e de uma arma de fogo.

A atitude do policial foi errada ou foi correta? Essa é toda a questão da discussão, a mesma pergunta feita ao seu parente, a atitude dele foi errada ou correta?.
A do policial, errada, totalmente errada. O irmão da minha sogra não teve muita escolha, e reagiu de forma proporcional (tacado com faca feriu o agressor com a mesma faca, e não com um tiro no peito). Mas assim ele foi preso, porque o policial deveria ser felicitado?
Para você o policial agiu errado, pois ele deveria se tranformar em um ChukNorris da vida e desarmar o maluco.
O primeiro tiro deveria ter visado as pernas. O policial deveria ter mantido distância. Apenas se o agressor insistisse em continuar se aproximando com a faca na mão o policial poderia ter atirado acima da linha da cintura. Todas as vantagens ainda eram do policial, até porque o que se descreve é que a vitima estaria COM A FACA NA CINTURA, e não na mão. Não li em nenhum lugar que o rapaz morto teria atacado o policial, apenas não respondido à ordem de parar por ser surdo. Será que com um tiro na perna ele não teria parado?
Ai vc fala que o policial deveria ter um escudo, uma arma teaser, um spray de pimenta, uma bomba de gás, etc... Sim, o policial deveria ter tudo isso, MAS não tinha. E ai, devemos demonizar o policial porque o estado não deu nenhum desses equipamentos a ele?
O policial pode até talvez ser desculpado (mas não sem uma reprimenda e forte orientação). Mas o evento mostra que a corporação policial em si está organizada de forma errada e ineficiente. E por isso não admira que a violência impere na nossa sociedade.
E ai? Qual era a opção do policial?

Correr? Não atender o chamado dos moradores? Ficar escondido atrás do muro? Chorar? Lamentar? Ficar de longe vendo o cara esfaquear os transeuntes? Dar voz de prisão e se o cara nitidamente tentar atacá-lo agir, com o meio que tem a sua disposição, para parar a agressão injusta, para isso utilizar a arma de fogo?
Já descrito acima.
Ou deveria ele tentar suicídio partindo para cima do cara com uma faca na mão?

E ai, a resposta dada pelo policial foi correta ou errada?
Um primeiro tiro direto no peito? Reafirmo: Errada, e não só errada como covarde. Ah, mas ele estava muito preocupado com a própria segurança? Então devia procurar uma outra profissão, quem sabe lixeiro?
Marechal-do-ar escreveu:Acho que falta um fator importante na discussão, a distância, uma coisa é atirar em alguém com uma faca a 50 metros, com tempo de reação de sobra, outra coisa é atirar a 1 metro, onde um tiro não letal não impediria a facada, enfim, qual era a distância?
O policial poderia ter atirado na perna desde uma distância segura se o suspeito não reagisse à ordem de parar, não era preciso esperar que se aproximasse ao alcance do braço (aliás, deixar isso acontecer é uma estupidez em qualquer circunstância, um policial deve saber disso). Se houve a necessidade de um tiro no peito então algum procedimento já precisaria ter falhado antes. Mas o que se descreve é que a vitima foi morta com O PRIMEIRO tiro no peito. Se não foi isso então posso mudar minha posição.


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Re: Homens ou bestas?

#343 Mensagem por Rodrigoiano » Seg Jan 13, 2014 12:18 am

Opinião leiga de quem não é da área policial. No caso brasileiro eu acho que deveria ter atirado nas pernas pela distância. Já o caso da Nicarágua, foi um festival de horrores e despreparo (isso com um facão daquele tamanho nas mãos do maluco!). Sorte a mulher e o repórter não terem sido também vítimas. A aproximação muito perto e sem voz de prisão, mandar deitar no chão etc foi desastrosa. Aquela jogada de arma para outro... enfim, acho que deveriam cercá-lo a distância segura (de pelo menos 10 metros) de armas de fogo em punho e mandado deitar e se entregar, largando a faca longe do corpo. Ao menor sinal de disparada em direção a um deles tiros nas pernas, e, se ineficazes, disparo letal.

Abs




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Re: Homens ou bestas?

#344 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Jan 13, 2014 1:22 am

LeandroGCard escreveu:O policial poderia ter atirado na perna desde uma distância segura se o suspeito não reagisse à ordem de parar, não era preciso esperar que se aproximasse ao alcance do braço (aliás, deixar isso acontecer é uma estupidez em qualquer circunstância, um policial deve saber disso). Se houve a necessidade de um tiro no peito então algum procedimento já precisaria ter falhado antes. Mas o que se descreve é que a vitima foi morta com O PRIMEIRO tiro no peito. Se não foi isso então posso mudar minha posição.
A informação que eu ainda não vi é a que distância esse primeiro tiro foi disparado.




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Re: Homens ou bestas?

#345 Mensagem por Clermont » Qui Jan 16, 2014 8:04 am

Livro diz por que mulheres têm desejo pelo Maníaco do Parque.

http://www.paulopes.com.br - 30 de novembro de 2009.

Imagem

Pego pela polícia em 1998, o motoboy Francisco de Assis Pereira foi condenado a 274 anos de prisão por ter matado pelo menos dez mulheres. Ele ficou conhecido como Maníaco do Parque porque atacava as mulheres em um parque da zona sul de São Paulo, onde deixava os cadávares.

Embora seja um estuprador e assassino confesso, Pereira recebeu no primeiro mês de sua prisão mais de mil cartas de mulheres com declarações de amor e de admiração.

Diz uma delas: “[...] quero dizer que te desejo todas as noites”. Outra: “Eu te amo, te amo, te desejo, e te quero de corpo de alma.” Trecho de mais uma: “Eu durmo sozinha e querendo você aqui”.

Uma das admiradoras, a Marisa Mendes Levy, formada em história e de família de classe média alta, casou-se com ele, na prisão. O casamento não durou muito.

O que explica tal devoção por um assassino estuprador? Trata-se de mulheres de psique perturbada?

Não. São mulheres aparentemente normais, diz o jornalista e roteirista Guilmar Rodrigues, apesar do título do livro que escreveu sobre o assunto: “Loucas de Amor – mulheres que amam serial-killers e criminosos sexuais” (editora Ideias a Granel).

Além do Maníaco do Parque, o livro pega outros exemplos de tarados assassinos cortejados por mulheres, após terem sido presos.

Quanto mais bárbaro, mais o assassino obtém admiradoras, observou Rodrigues. O que explica o fato de o Maníaco do Parque ser o recordista em recebimento de cartas da Penitenciária de Itaí, no interior paulista. Ele constatou que, entre as fãs do maníaco, há feias e bonitas, pobres e mulheres da classe média, semi-analfabetas e universitárias, solteiras (na maioria) e casadas.

De comum, essas mulheres (ou a maioria delas) tiveram um relacionamento afetivo precário na infância. Muitas sofreram abandono dos pais ou abuso sexual. Elas possuem baixa autoestima e, na maioria dos casos, têm um entendimento infantilizado do amor. São românticas a todo custo.

“É uma simbiose de marginalizados. Essas mulheres veem o criminoso sexual como um igual”, disse Rodrigues à revista Época.

Pereira foi molestado na infância por uma tia materna e, adulto, foi assediado pelo patrão. Namorou uma gótica que, em uma felação, quase arrancou o seu pênis. Morou por cerca de um ano com Tayná, um travesti, o qual levava dele surra com frequência.

Por conta disso tudo, Pereira afirmou, na época em que foi julgado, ser um psicopata. Hoje ele se diz regenerado porque encontrou Jesus.

Rodrigues entrevisou detentos e mulheres que se correspondiam com condenados por crime sexual. Ele falou também com psiquiatras, juízes, promotores, advogados e jornalistas, no total de 80 pessoas.

Não se arrepende de ter-se dedicado por quatro anos um assunto tão sombrio, mas, nas entrevistas, admite ter ficado abalado com a miséria humana.




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