TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Esse é novinho, e tem coisas muito interessantes, testes de armas com Rafales F-3. E outras surpresas! CM não vai gostar.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Parabéns comandante!!!!!Marino escreveu:Eu tinha dito que mais leria do que postaria e, de certa forma, só escrevendo este post, mantenho minha decisão.
É muito triste o que venho lendo, a mistura de posições pessoais, preferências individuais, com as necessidades do país.
Como fiz nas "navais" em um debate sobre PA, recorro, mais uma vez, à END que, para os que ainda não entenderam, é o farol a ser seguido, gostem, ou não.
O que ela diz respeito a FAB (e no que nos interessa)?
Primeiro:Foi claro o suficiente?Em qualquer hipótese de emprego a Força Aérea terá a responsabilidade de
assegurar superioridade aérea local. Do cumprimento dessa responsabilidade,
dependerá em grande parte a viabilidade das operações navais e das operações
das forças terrestres no interior do País. O requisito do potencial de garantir
superioridade aérea local será o primeiro passo para afirmar a superioridade aérea
sobre o território e as águas jurisdicionais brasileiras.
Impõe, como consequência, evitar qualquer hiato de desproteção aérea no período de 2015 a 2025, durante o qual terão de ser substituídos a atual frota de aviões de combate, os sistemas de armas e armamentos inteligentes embarcados, inclusive
os sistemas inerciais que permitam dirigir o fogo ao alvo com exatidão e “além do
alcance visual”.
A atual frota TEM que ser substituída, o FX-2 não vai ser cancelado, postergado, trocado, mexido, o que quer que seja, ou a defesa aérea estará prejudicada.
Seguindo:Isto foi escrito já há algum tempo, com o reconhecimento da impossibilidade de contínuas modernizações na atual frota de caças.Dentre todas as preocupações a enfrentar no desenvolvimento da Força Aérea, a
que inspira cuidados mais vivos e prementes é a maneira de substituir os atuais aviões
de combate no intervalo entre 2015 e 2025, uma vez esgotada a possibilidade de
prolongar-lhes a vida por modernização de seus sistemas de armas, de sua aviônica e
de partes de sua estrutura e fuselagem.
A maneira de substitui-los é o que vemos a seguir.E que solução foi visualisada?O princípio genérico da solução é a rejeição das soluções extremas - simplesmente
comprar no mercado internacional um caça “de quinta geração” ou sacrificar a compra
para investir na modernização dos aviões existentes, nos projetos de aviões nãotripulados,
no desenvolvimento, junto com outro país, do protótipo de um caça tripulado
do futuro e na formação maciça de quadros científicos e técnicos. Convém solução
híbrida, que providencie o avião de combate dentro do intervalo temporal necessário
mas que o faça de maneira a criar condições para a fabricação nacional de caças
tripulados avançados.Vejamos:Tal solução híbrida poderá obedecer a um de dois figurinos. Embora esses dois
figurinos possam coexistir em tese, na prática um terá de prevalecer sobre o outro.
Ambos ultrapassam de muito os limites convencionais de compra com transferência de
tecnologia ou “off-set” e envolvem iniciativa substancial de concepção e de fabricação
no Brasil. Atingem o mesmo resultado por caminhos diferentes.Ou seja, a END sabia da existência de caças de 5ª geração, mas para suprir a necessidade de defesa aérea com o fim da vida útil de nossos atuais caças, previa a necessidade de aquisição de um sucedâneo a um 5ª geração, que traria tecnologia superando nossas limitações técnicas, que EXISTEM, queiram, ou não, aceitar.De acordo com o primeiro figurino, estabelecer-se-ia parceria com outro país ou
países para projetar e fabricar no Brasil, dentro do intervalo temporal relevante, um
sucedâneo a um caça de quinta geração à venda no mercado internacional. Projeta-se e
constrói-se o sucedâneo de maneira a superar limitações técnicas e operacionais
significativas da versão atual daquele avião (por exemplo, seu raio de ação, suas
limitações em matéria de empuxo vetorado, sua falta de baixa assinatura radar).
A solução em foco daria resposta simultânea aos problemas das limitações técnicas e
da independência tecnológica.
E continua:SEQUENCIAMENTO, NÃO SIMULTANEIDADE, entenderam agora?De acordo com o segundo figurino, seria comprado um caça de quinta geração, em
negociação que contemplasse a transferência integral de tecnologia, inclusive as
tecnologias de projeto e de fabricação do avião e os “códigos-fonte”. A compra seria feita
na escala mínima necessária para facultar a transferência integral dessas tecnologias.
Uma empresa brasileira começa a produzir, sob orientação do Estado brasileiro, um
sucedâneo àquele avião comprado, autorizado por negociação antecedente com o
país e a empresa vendedores. A solução em foco dar-se-ia por sequenciamento e não
por simultaneidade.
O mesmo ocorreu com a MB, com a prioridade aos submarinos, e não à força de superfície ou aeronaval.
E conclui:OPÇÃO QUE MINIMIZE A DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA OU POLÍTICA EM RELAÇÃO A QUALQUER FORNECEDOR - preciso desenhar?A escolha entre os dois figurinos é questão de circunstância e de negociação.
Consideração que poderá ser decisiva é a necessidade de preferir a opção que minimize
a dependência tecnológica ou política em relação a qualquer fornecedor que, por deter
componentes do avião a comprar ou a modernizar, possa pretender, por conta dessa
participação, inibir ou influir sobre iniciativas de defesa desencadeadas pelo Brasil.
Será que dá para interpretar o texto acima e o que está acontecendo?
Será que não é óbvio que vamos primeiro por um 4ª geração que feche o gap com a baixa de nossos MMMM?
Que esta solução vai nos ajudar tecnologicamente/
Que a solução do 5ª geração foi vista desde o início, quando do rascunho da END?
E que ELA VIRÁ, apesar de escreverem "os custos", "o custeio", "o rancho", "a gasolina", mimimimimi, gutiguti, etc?
Alguns aqui, volto a tocar no tema, precisam aprender a escrever "EU ACHO", "É MINHA OPINIÃO", "EU GOSTO MAIS", etc, pois assim não seriam contestados com tanto vigor.
Nosso fórum, seus foristas, aprenderam a ser extremamente críticos e não são de aceitar coisas assim.
Thor, Alcmartin e outros companheiros de azul, me perdoem entrar nessa seara, que não é a minha.
Fiz com o intuito de ajudar a ver o que está óbvio para mim.
Grande abraço!
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Vamos fazer o seguinte.
A gente cancela tudo.
Compra o Su-35 pra FAB.
Compra o PAK-FA tumém.
Compra o Mig-29K pra MB.
E invade a Guiana Francesa. E expulsa os gringos de lá.
Quem topas a parada comigo???
A gente cancela tudo.
Compra o Su-35 pra FAB.
Compra o PAK-FA tumém.
Compra o Mig-29K pra MB.
E invade a Guiana Francesa. E expulsa os gringos de lá.
Quem topas a parada comigo???
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Tudo bem para mim. Quando começa a mobilização? Afinal, tenho que marcar na minha agendaBolovo escreveu:Vamos fazer o seguinte.
A gente cancela tudo.
Compra o Su-35 pra FAB.
Compra o PAK-FA tumém.
Compra o Mig-29K pra MB.
E invade a Guiana Francesa. E expulsa os gringos de lá.
Quem topas a parada comigo???
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
PRick escreveu:Esse é novinho, e tem coisas muito interessantes, testes de armas com Rafales F-3. E outras surpresas! CM não vai gostar.
[]´s
Mas então tá explicado, eu bem que desconfiava que aqueles Flankers que caíram nas feiras aéreas não podiam estar com defeito: claro, os Rafales estavam à espreita e pegaram os Russos totalmente desprevenidos. E desarmados...
Sacanagem, viu.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
X200000!!!!Rodrigoiano escreveu:Parabéns comandante!!!!!Marino escreveu:Eu tinha dito que mais leria do que postaria e, de certa forma, só escrevendo este post, mantenho minha decisão.
É muito triste o que venho lendo, a mistura de posições pessoais, preferências individuais, com as necessidades do país.
Como fiz nas "navais" em um debate sobre PA, recorro, mais uma vez, à END que, para os que ainda não entenderam, é o farol a ser seguido, gostem, ou não.
O que ela diz respeito a FAB (e no que nos interessa)?
Primeiro: Foi claro o suficiente?
A atual frota TEM que ser substituída, o FX-2 não vai ser cancelado, postergado, trocado, mexido, o que quer que seja, ou a defesa aérea estará prejudicada.
Seguindo: Isto foi escrito já há algum tempo, com o reconhecimento da impossibilidade de contínuas modernizações na atual frota de caças.
A maneira de substitui-los é o que vemos a seguir. E que solução foi visualisada? Vejamos: Ou seja, a END sabia da existência de caças de 5ª geração, mas para suprir a necessidade de defesa aérea com o fim da vida útil de nossos atuais caças, previa a necessidade de aquisição de um sucedâneo a um 5ª geração, que traria tecnologia superando nossas limitações técnicas, que EXISTEM, queiram, ou não, aceitar.
E continua: SEQUENCIAMENTO, NÃO SIMULTANEIDADE, entenderam agora?
O mesmo ocorreu com a MB, com a prioridade aos submarinos, e não à força de superfície ou aeronaval.
E conclui: OPÇÃO QUE MINIMIZE A DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA OU POLÍTICA EM RELAÇÃO A QUALQUER FORNECEDOR - preciso desenhar?
Será que dá para interpretar o texto acima e o que está acontecendo?
Será que não é óbvio que vamos primeiro por um 4ª geração que feche o gap com a baixa de nossos MMMM?
Que esta solução vai nos ajudar tecnologicamente/
Que a solução do 5ª geração foi vista desde o início, quando do rascunho da END?
E que ELA VIRÁ, apesar de escreverem "os custos", "o custeio", "o rancho", "a gasolina", mimimimimi, gutiguti, etc?
Alguns aqui, volto a tocar no tema, precisam aprender a escrever "EU ACHO", "É MINHA OPINIÃO", "EU GOSTO MAIS", etc, pois assim não seriam contestados com tanto vigor.
Nosso fórum, seus foristas, aprenderam a ser extremamente críticos e não são de aceitar coisas assim.
Thor, Alcmartin e outros companheiros de azul, me perdoem entrar nessa seara, que não é a minha.
Fiz com o intuito de ajudar a ver o que está óbvio para mim.
Grande abraço!
Muito bom, Marino...e não tem que se desculpar nada!! Foi a melhor chutada de balde da semana!!!
Da minha parte, estou na varanda faz tempo e só lembro o que o thor postou lá no "helicopteros": para o militar, tanto faz...as forças operam o que for necessario e que o país nos dê. A missão será cumprida.
abs!!
Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Olha...Marino escreveu:Veja, o MU é inteligentíssimo, bem intencionado, fazia o que muitos brasileiros não faziam, que era peitar os gringos, duramente.
Só que tinha suas idiossincrasias.
Mas seria outro, como o NJ, que não passaria em branco no MD.
É natural que cometam-se erros.. Até mesmo nós cometemos erros no dia dia.. Imagine então, quando se é reponsável por desenvolver algo que não é de seu maximo conhecimento...
Muitas coisas podem e devem ser alteradas. Como os navios de propositos multiplos, ou os aviões navais... Porque a idéia é sensacional, mas o desenvolver/fabricar/operar, é completamente diferente..
Porém é fato, muita coisa era impensada antes da chegadas destes 2 ''loucos''.
Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Bender escreveu:É que o pessoal da Saab,e da asas-er só trabalham aqui no FDB na semana normal de segunda a sexta.DELTA22 escreveu:É isso ai! Não é chato não, Lima, é a verdade! Nossos finais de semana estão se tornado os dias mais produtivos qualitativamente do FDB! É só reparar e concluir.
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Sds.
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Não seu se já foi postado aqui...
Fonte: http://www.abra-pc.com.br/
PROJETO FX-2
ALGUNS COMENTÁRIOS A RESPEITO
(Forum no23, set 2008)
Num dos últimos boletins da ABRA-PC fiz algumas reflexões a respeito do Projeto FX-2, ao qual a Força Aérea recentemente deu início, que no meu entendimento ficaram incompletas; alguém poderia dizer que levantei a bola, mas acabei não dando a cortada. Os comentários que se seguem são mais uma tentativa de fazer algumas considerações para a reflexão daqueles que agora estão responsáveis pela condução do projeto.
O americano se utiliza muito de um conceito "Lessons Learned" (lições aprendidas) para analisar qualquer grande evento realizado, tirar dele os ensinamentos maiores de forma a evitar a repetição de erros em situações semelhantes no futuro. Eles aplicam isso para as guerras de que participaram, exercícios realizados, nos projetos desenvolvidos...
Exprime muito o espírito geral do americano em fazer as coisas. Nós, infelizmente, não temos muito desse espírito, e creio que no alvorecer do projeto FX-2 valeria a pena olharmos um pouco para trás e verificarmos o que fizemos de certo ou de errado em projetos passados. Que erros sejam cometidos é natural, mas que pelo menos que sejam novos erros e não os mesmos do passado!
Apenas para ser mais didático e não me perder nos comentários, permitam-me dividir em tópicos as idéias que desejo colocar:
1- Conceito Operacional
Para quê desejamos o novo avião, qual o ambiente operacional em que ele vai ser empregado, para qual “guerra” queremos que ele lute?????
Naturalmente que isso decorre de uma Política maior, de governo, dentro da qual a política de emprego da Força Aérea tem que estar inserida. Em verdade falo na Política Nacional de Defesa que, teoricamente, define o preparo e o emprego das Forças Armadas. O que fazer, conforme definido pelos teóricos!
Apenas para ilustrar, recentemente o Secretário da Força Aérea americana (cargo civil correspondente ao do nosso antigo Ministro da Aeronáutica) e o Chefe de Estado-Maior da USAF (cargo correspondente ao do atual Comandante da Aeronáutica) foram demitidos. Em meio às muitas explicações que se dá nessa hora, uma que sempre permeou em todos os instantes era que eles estavam muito preocupados em priorizar a tecnologia "stealth" (aeronaves invisíveis às ondas eletromagnéticas de radar), querendo adquirir mais aeronaves F-22, além daquelas autorizadas pelo Congresso, ao invés de centrar seus esforços no apoio às operações no Afeganistão e Iraque, com o emprego de UAV (aeronaves não tripuladas). Ou seja, eles estavam querendo empregar a USAF em um contexto operacional diferente daquele imaginado pelo poder político da nação.
Não adianta querermos a última tecnologia disponível, o caça da última geração se isso não estiver definido na Política Nacional de Defesa. Podemos até tentar, mas certamente não teremos a autorização para iniciar o projeto ou mesmo os recursos financeiros e a prioridade devida para bancarmos o desenvolvimento. Será que um pouco disso não aconteceu no projeto F-X?
2- Requisitos Operacionais
A partir do conceito operacional conforme definido pela Política Nacional de Defesa, ou dela deduzido, é que os requisitos operacionais de um novo sistema são definidos. Os teóricos diriam que uma vez definido “O que fazer” pela política de defesa, os requisitos operacionais seriam o “Como fazer” para atingir os objetivos traçados pela política.
Alguém poderia dizer que isso funciona em país desenvolvido e que se nós no Brasil formos aguardar a classe política se mexer para fazermos alguma coisa vamos morrer na praia. Talvez isso seja verdade mesmo, mas é bom lembrar que o tempo do “prendo e arrebento”, para o bem ou para o mal, já passou, e que vivemos dentro de uma nova realidade política. Nesse sentido, se os políticos não definem nada, temos que ter sensibilidade para não querermos alguma coisa fora da realidade brasileira. Não há como ter uma Força Aérea Suíça no Brasil, da mesma forma que não é possível termos um Congresso "a la Suíça" em nosso País.
Uma vez mais é interessante recorrermos à experiência das "Lessons Learned" dos nossos irmãos do norte. Recentemente a USAF teve cancelada uma licitação para a compra de novos aviões reabastecedores, denominados KC-45, para substituir os KC-135 há décadas em operação. Na concorrência realizada ganhou a versão reabastecedora do A-330, da EADS (Empresa Européia de Sistemas Aeronáuticos de Defesa), em detrimento da versão avião-tanque do 767, da Boeing.
A Boeing entrou com recurso e o "General Accouting Office" (GAO) americano, órgão correspondente ao nosso Tribunal de Contas da União (TCU), cancelou todo o processo licitatório com base no argumento de que os requisitos operacionais não estavam bem definidos e foram mudados ao longo do certame. Da mesma forma, a licitação para a USAF adquirir um novo helicóptero para a missão C-SAR (Combat Search and Rescue), ganha por uma versão do CH-47 Chinook, foi cancelada com a mesma justificativa.
De tudo isso, a experiência obtida é que se os requisitos não forem muito bem definidos, se eles não estiverem exatamente dentro dos objetivos pretendidos pelo poder político (há a tese de que a concorrência do avião-tanque foi cancelada apenas porque venceu um avião estrangeiro, em detrimento de um produto americano e da política do "Buy America" ou "compre americano" do Congresso americano), se não houver uma perfeita harmonia entre aqueles que definem os requisitos com aqueles que vão fazer a compra do sistema, as chances de insucesso são enormes.
Claro está que os tenentes e os capitães na ponta da linha têm o direito de querer e advogar pelo melhor, o mais atualizado, o mais operacional, a última geração etc., mas a pergunta que se faz é: realmente é isso que necessitamos? Alguém ao longo do processo tem que filtrar o desejável do possível, caso contrário corremos o risco de não ter nada. O perfeito é inimigo do bom. Será que um pouco disso também não ocorreu no projeto F-X?
3- Disciplina Intelectual
Talvez seja o item de maior dificuldade de se obter, de maior fragilidade, uma vez que envolve as pessoas e as organizações, e a forma de elas serem e atuarem.
Um projeto dessa natureza, com essa amplitude, naturalmente permeia comandos e organizações de diferentes estruturas administrativas. Nesse sentido, é importante que seja designado um gerente do projeto no maior nível hierárquico da Força, que por sua vez indicaria um gerente de nível intermediário para, depois, compor-se o grupo técnico de acompanhamento.
Todo esse pessoal deve funcionar nos mesmos moldes de uma Força Aérea Numerada ou Componente (acho que agora o termo é esse!), onde meios de diversos comandos atuam de forma integrada e harmônica sob um comando único. Não é preciso muita gente, mas é necessário que cada um saiba exatamente as suas atribuições e as suas responsabilidades no projeto.
Ciúmes, divergências pessoais, filosofias diferentes entre comandos e organizações, tendem a minar a participação coesa de todos em prol do objetivo maior que é levar a bom termo a implantação do novo sistema. É muito fácil que o projeto, ao longo do tempo, fique conhecido como sendo o projeto do Fulano de tal ou do tal comando.
A “Fulanização” de um projeto é um bom indício de que as coisas não estão andando bem! Não é raro isso acontecer e há que se ter muita disciplina intelectual para manter o entendimento de que o projeto é da Força como um todo, e que todos, em última instância, serão responsáveis, diretos ou indiretos, pelo seu sucesso ou fracasso.
Disciplina intelectual, também, para manter a atenção sempre voltada para os requisitos operacionais estabelecidos. Eles têm que ser uma verdadeira bíblia para o pessoal responsável pela implantação. É muito fácil no dia-a-dia perder esse referencial de vista, à luz das novas tecnologias e dos novos equipamentos que são lançados no mercado. Há uma pressão permanente em se adotar um novo sistema que acabou de ser desenvolvido, substituindo um, agora “obsoleto”, especificado!
Claro está que se pode fazer isso, nada é imutável, mas é preciso ter consciência de que isso certamente será cobrado, e muito, no futuro, tanto em termos de custo, de prazo ou até de performance! A cada mudança no objeto contratado (requisitos especificados), mais aumentam as nossas chances de termos problemas ao receber a nova aeronave.
Além do mais, é importante ressaltar que a busca cega do estado da arte é uma falácia, principalmente num ambiente como o aeroespacial, que lança uma nova tecnologia em curtos espaços de tempo! Ressalto uma vez mais, o F-22 de ontem já está obsoleto em relação ao F-35 de hoje, que já está obsoleto em relação ao F-XX de amanhã! Na busca do mais atualizado acabamos perdendo o momento político favorável, a verba disponível, o equipamento oferecido, etc., terminando com nada de novo na linha de vôo!
É importante, também, disciplina intelectual para manter o foco sempre ajustado no objetivo maior do porquê ou do para que estamos querendo um novo sistema. Se nossa necessidade é de um caça-bombardeiro, se foi isso o que especificamos em nossos requisitos, não há como e porque exigirmos dele uma performance de superioridade aérea e acharmos a aeronave um fracasso simplesmente porque ela não sustenta 7G a 25000 pés, 30o/seg de razão de curva, etc.!
Se temos vários produtos sendo ofertados, temos de escolher o melhor, à luz dos requisitos e especificações emitidos, e não ficarmos numa discussão infindável onde entra tudo, até a beleza ou feiúra do avião que está sendo escolhido! Disciplina intelectual, inclusive, para resistir àquela oferta feita na undécima hora, por um “galego” muy amigo, oferecendo mundos e fundos e o paraíso no céu!!!!
No mais, se dentro das opções consideradas escolhermos desenvolver um projeto dentro de casa, com a nossa indústria aeronáutica nacional – afinal temos a terceira maior produtora de aeronaves no mundo –, que pelo menos nos livremos de nosso complexo de vira-lata, conforme definido por Nelson Rodrigues, não achando que somente nós temos dificuldades e tropeços no desenvolvimento de uma aeronave e que tudo made in Brazil é pior.
Sempre é bom lembrar que um dos protótipos do F-22 acidentou-se num dos primeiros vôos de ensaio, que o projeto do A-400M, aeronave de transporte militar européia, está atrasado quase uma dezena de anos, que o contrato de produção do Rafale atrasou em mais de ano simplesmente porque ninguém queria pagar o custo de modernização de um projeto recém-desenvolvido! Isso para não falar do C-130J, do Airbus A-380, do Boeing 787... e de tantos outros!
Finalmente, até porque já me estendi em demasia, vale a pena citar as diversas fases de um projeto, conforme retratado numa pequena ilustração obtida por ocasião de experiência vivida no exterior, em atividade de desenvolvimento de uma nova aeronave.
Fases de um Projeto
1. Entusiasmo
2. Desilusão
3. Pânico
4. Procura dos Culpados
5. Punição dos Inocentes
6. Recompensa aos Não-Participantes
Como podem ver, não é privilégio somente nosso as dificuldades vivenciadas no desenvolvimento e implantação de novos sistemas. Eu, particularmente, acrescentaria um item antes do Entusiasmo, haja vista que a passagem para a fase de Desilusão não é tão prematura e repentina como se dá a entender. Creio que a primeira fase é a fase da Esperança, onde todos imaginamos que dessa vez é para valer, que todos vão remar juntos na mesma direção e que, finalmente, teremos o equipamento dos nossos sonhos.
Neste instante em que damos início ao novo Projeto F-X2, creio que vale a pena relembrar um pensamento de Machiavel que exprime muito bem o sentimento de quem, uma vez, já participou do desenvolvimento de um novo projeto:
“Não há nada mais difícil de se conseguir, mais perigoso de se conduzir ou de êxito mais incerto, do que liderar a introdução de uma nova ordem de coisas”.
Ao qual eu acrescentaria....
“Somente quem já participou da implantação de um projeto de desenvolvimento conhece o sentimento.....”
Brig. do Ar R1 Teomar Fonseca Quírico
Piloto de Caça - Turma de 1970
Fonte: http://www.abra-pc.com.br/
PROJETO FX-2
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(Forum no23, set 2008)
Num dos últimos boletins da ABRA-PC fiz algumas reflexões a respeito do Projeto FX-2, ao qual a Força Aérea recentemente deu início, que no meu entendimento ficaram incompletas; alguém poderia dizer que levantei a bola, mas acabei não dando a cortada. Os comentários que se seguem são mais uma tentativa de fazer algumas considerações para a reflexão daqueles que agora estão responsáveis pela condução do projeto.
O americano se utiliza muito de um conceito "Lessons Learned" (lições aprendidas) para analisar qualquer grande evento realizado, tirar dele os ensinamentos maiores de forma a evitar a repetição de erros em situações semelhantes no futuro. Eles aplicam isso para as guerras de que participaram, exercícios realizados, nos projetos desenvolvidos...
Exprime muito o espírito geral do americano em fazer as coisas. Nós, infelizmente, não temos muito desse espírito, e creio que no alvorecer do projeto FX-2 valeria a pena olharmos um pouco para trás e verificarmos o que fizemos de certo ou de errado em projetos passados. Que erros sejam cometidos é natural, mas que pelo menos que sejam novos erros e não os mesmos do passado!
Apenas para ser mais didático e não me perder nos comentários, permitam-me dividir em tópicos as idéias que desejo colocar:
1- Conceito Operacional
Para quê desejamos o novo avião, qual o ambiente operacional em que ele vai ser empregado, para qual “guerra” queremos que ele lute?????
Naturalmente que isso decorre de uma Política maior, de governo, dentro da qual a política de emprego da Força Aérea tem que estar inserida. Em verdade falo na Política Nacional de Defesa que, teoricamente, define o preparo e o emprego das Forças Armadas. O que fazer, conforme definido pelos teóricos!
Apenas para ilustrar, recentemente o Secretário da Força Aérea americana (cargo civil correspondente ao do nosso antigo Ministro da Aeronáutica) e o Chefe de Estado-Maior da USAF (cargo correspondente ao do atual Comandante da Aeronáutica) foram demitidos. Em meio às muitas explicações que se dá nessa hora, uma que sempre permeou em todos os instantes era que eles estavam muito preocupados em priorizar a tecnologia "stealth" (aeronaves invisíveis às ondas eletromagnéticas de radar), querendo adquirir mais aeronaves F-22, além daquelas autorizadas pelo Congresso, ao invés de centrar seus esforços no apoio às operações no Afeganistão e Iraque, com o emprego de UAV (aeronaves não tripuladas). Ou seja, eles estavam querendo empregar a USAF em um contexto operacional diferente daquele imaginado pelo poder político da nação.
Não adianta querermos a última tecnologia disponível, o caça da última geração se isso não estiver definido na Política Nacional de Defesa. Podemos até tentar, mas certamente não teremos a autorização para iniciar o projeto ou mesmo os recursos financeiros e a prioridade devida para bancarmos o desenvolvimento. Será que um pouco disso não aconteceu no projeto F-X?
2- Requisitos Operacionais
A partir do conceito operacional conforme definido pela Política Nacional de Defesa, ou dela deduzido, é que os requisitos operacionais de um novo sistema são definidos. Os teóricos diriam que uma vez definido “O que fazer” pela política de defesa, os requisitos operacionais seriam o “Como fazer” para atingir os objetivos traçados pela política.
Alguém poderia dizer que isso funciona em país desenvolvido e que se nós no Brasil formos aguardar a classe política se mexer para fazermos alguma coisa vamos morrer na praia. Talvez isso seja verdade mesmo, mas é bom lembrar que o tempo do “prendo e arrebento”, para o bem ou para o mal, já passou, e que vivemos dentro de uma nova realidade política. Nesse sentido, se os políticos não definem nada, temos que ter sensibilidade para não querermos alguma coisa fora da realidade brasileira. Não há como ter uma Força Aérea Suíça no Brasil, da mesma forma que não é possível termos um Congresso "a la Suíça" em nosso País.
Uma vez mais é interessante recorrermos à experiência das "Lessons Learned" dos nossos irmãos do norte. Recentemente a USAF teve cancelada uma licitação para a compra de novos aviões reabastecedores, denominados KC-45, para substituir os KC-135 há décadas em operação. Na concorrência realizada ganhou a versão reabastecedora do A-330, da EADS (Empresa Européia de Sistemas Aeronáuticos de Defesa), em detrimento da versão avião-tanque do 767, da Boeing.
A Boeing entrou com recurso e o "General Accouting Office" (GAO) americano, órgão correspondente ao nosso Tribunal de Contas da União (TCU), cancelou todo o processo licitatório com base no argumento de que os requisitos operacionais não estavam bem definidos e foram mudados ao longo do certame. Da mesma forma, a licitação para a USAF adquirir um novo helicóptero para a missão C-SAR (Combat Search and Rescue), ganha por uma versão do CH-47 Chinook, foi cancelada com a mesma justificativa.
De tudo isso, a experiência obtida é que se os requisitos não forem muito bem definidos, se eles não estiverem exatamente dentro dos objetivos pretendidos pelo poder político (há a tese de que a concorrência do avião-tanque foi cancelada apenas porque venceu um avião estrangeiro, em detrimento de um produto americano e da política do "Buy America" ou "compre americano" do Congresso americano), se não houver uma perfeita harmonia entre aqueles que definem os requisitos com aqueles que vão fazer a compra do sistema, as chances de insucesso são enormes.
Claro está que os tenentes e os capitães na ponta da linha têm o direito de querer e advogar pelo melhor, o mais atualizado, o mais operacional, a última geração etc., mas a pergunta que se faz é: realmente é isso que necessitamos? Alguém ao longo do processo tem que filtrar o desejável do possível, caso contrário corremos o risco de não ter nada. O perfeito é inimigo do bom. Será que um pouco disso também não ocorreu no projeto F-X?
3- Disciplina Intelectual
Talvez seja o item de maior dificuldade de se obter, de maior fragilidade, uma vez que envolve as pessoas e as organizações, e a forma de elas serem e atuarem.
Um projeto dessa natureza, com essa amplitude, naturalmente permeia comandos e organizações de diferentes estruturas administrativas. Nesse sentido, é importante que seja designado um gerente do projeto no maior nível hierárquico da Força, que por sua vez indicaria um gerente de nível intermediário para, depois, compor-se o grupo técnico de acompanhamento.
Todo esse pessoal deve funcionar nos mesmos moldes de uma Força Aérea Numerada ou Componente (acho que agora o termo é esse!), onde meios de diversos comandos atuam de forma integrada e harmônica sob um comando único. Não é preciso muita gente, mas é necessário que cada um saiba exatamente as suas atribuições e as suas responsabilidades no projeto.
Ciúmes, divergências pessoais, filosofias diferentes entre comandos e organizações, tendem a minar a participação coesa de todos em prol do objetivo maior que é levar a bom termo a implantação do novo sistema. É muito fácil que o projeto, ao longo do tempo, fique conhecido como sendo o projeto do Fulano de tal ou do tal comando.
A “Fulanização” de um projeto é um bom indício de que as coisas não estão andando bem! Não é raro isso acontecer e há que se ter muita disciplina intelectual para manter o entendimento de que o projeto é da Força como um todo, e que todos, em última instância, serão responsáveis, diretos ou indiretos, pelo seu sucesso ou fracasso.
Disciplina intelectual, também, para manter a atenção sempre voltada para os requisitos operacionais estabelecidos. Eles têm que ser uma verdadeira bíblia para o pessoal responsável pela implantação. É muito fácil no dia-a-dia perder esse referencial de vista, à luz das novas tecnologias e dos novos equipamentos que são lançados no mercado. Há uma pressão permanente em se adotar um novo sistema que acabou de ser desenvolvido, substituindo um, agora “obsoleto”, especificado!
Claro está que se pode fazer isso, nada é imutável, mas é preciso ter consciência de que isso certamente será cobrado, e muito, no futuro, tanto em termos de custo, de prazo ou até de performance! A cada mudança no objeto contratado (requisitos especificados), mais aumentam as nossas chances de termos problemas ao receber a nova aeronave.
Além do mais, é importante ressaltar que a busca cega do estado da arte é uma falácia, principalmente num ambiente como o aeroespacial, que lança uma nova tecnologia em curtos espaços de tempo! Ressalto uma vez mais, o F-22 de ontem já está obsoleto em relação ao F-35 de hoje, que já está obsoleto em relação ao F-XX de amanhã! Na busca do mais atualizado acabamos perdendo o momento político favorável, a verba disponível, o equipamento oferecido, etc., terminando com nada de novo na linha de vôo!
É importante, também, disciplina intelectual para manter o foco sempre ajustado no objetivo maior do porquê ou do para que estamos querendo um novo sistema. Se nossa necessidade é de um caça-bombardeiro, se foi isso o que especificamos em nossos requisitos, não há como e porque exigirmos dele uma performance de superioridade aérea e acharmos a aeronave um fracasso simplesmente porque ela não sustenta 7G a 25000 pés, 30o/seg de razão de curva, etc.!
Se temos vários produtos sendo ofertados, temos de escolher o melhor, à luz dos requisitos e especificações emitidos, e não ficarmos numa discussão infindável onde entra tudo, até a beleza ou feiúra do avião que está sendo escolhido! Disciplina intelectual, inclusive, para resistir àquela oferta feita na undécima hora, por um “galego” muy amigo, oferecendo mundos e fundos e o paraíso no céu!!!!
No mais, se dentro das opções consideradas escolhermos desenvolver um projeto dentro de casa, com a nossa indústria aeronáutica nacional – afinal temos a terceira maior produtora de aeronaves no mundo –, que pelo menos nos livremos de nosso complexo de vira-lata, conforme definido por Nelson Rodrigues, não achando que somente nós temos dificuldades e tropeços no desenvolvimento de uma aeronave e que tudo made in Brazil é pior.
Sempre é bom lembrar que um dos protótipos do F-22 acidentou-se num dos primeiros vôos de ensaio, que o projeto do A-400M, aeronave de transporte militar européia, está atrasado quase uma dezena de anos, que o contrato de produção do Rafale atrasou em mais de ano simplesmente porque ninguém queria pagar o custo de modernização de um projeto recém-desenvolvido! Isso para não falar do C-130J, do Airbus A-380, do Boeing 787... e de tantos outros!
Finalmente, até porque já me estendi em demasia, vale a pena citar as diversas fases de um projeto, conforme retratado numa pequena ilustração obtida por ocasião de experiência vivida no exterior, em atividade de desenvolvimento de uma nova aeronave.
Fases de um Projeto
1. Entusiasmo
2. Desilusão
3. Pânico
4. Procura dos Culpados
5. Punição dos Inocentes
6. Recompensa aos Não-Participantes
Como podem ver, não é privilégio somente nosso as dificuldades vivenciadas no desenvolvimento e implantação de novos sistemas. Eu, particularmente, acrescentaria um item antes do Entusiasmo, haja vista que a passagem para a fase de Desilusão não é tão prematura e repentina como se dá a entender. Creio que a primeira fase é a fase da Esperança, onde todos imaginamos que dessa vez é para valer, que todos vão remar juntos na mesma direção e que, finalmente, teremos o equipamento dos nossos sonhos.
Neste instante em que damos início ao novo Projeto F-X2, creio que vale a pena relembrar um pensamento de Machiavel que exprime muito bem o sentimento de quem, uma vez, já participou do desenvolvimento de um novo projeto:
“Não há nada mais difícil de se conseguir, mais perigoso de se conduzir ou de êxito mais incerto, do que liderar a introdução de uma nova ordem de coisas”.
Ao qual eu acrescentaria....
“Somente quem já participou da implantação de um projeto de desenvolvimento conhece o sentimento.....”
Brig. do Ar R1 Teomar Fonseca Quírico
Piloto de Caça - Turma de 1970
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Destaco este dois paragrafos do texto acima, para um comentario sobre eles...
Se temos vários produtos sendo ofertados, temos de escolher o melhor, à luz dos requisitos e especificações emitidos, e não ficarmos numa discussão infindável onde entra tudo, até a beleza ou feiúra do avião que está sendo escolhido! Disciplina intelectual, inclusive, para resistir àquela oferta feita na undécima hora, por um “galego” muy amigo, oferecendo mundos e fundos e o paraíso no céu!!!!
No mais, se dentro das opções consideradas escolhermos desenvolver um projeto dentro de casa, com a nossa indústria aeronáutica nacional – afinal temos a terceira maior produtora de aeronaves no mundo –, que pelo menos nos livremos de nosso complexo de vira-lata, conforme definido por Nelson Rodrigues, não achando que somente nós temos dificuldades e tropeços no desenvolvimento de uma aeronave e que tudo made in Brasil é pior.
O melhor caça a ser escolhido é o Rafale.(opinião minha)
Eu o coloco como primeira opção pela maior tecnologia embarcada dentre os outros e repasse de tecnologia irrestrita.
Se eu confio nos fraceses? Eu não confio em ninguem!
Vai valer o que tiver no contrato. E caso eles voltem atraz com a parte deles no contrato, existem meios internacionais legais de se fazer cumprir o contrato. Bom por ultima opção o Brasil vai pagar os caças em 20 anos de financiamento, se eles não cumprirem com o prometito a gente não cumpre com o nosso!
O que tá em jogo não é o caça em si. E sim a tecnologia que vai permitir que o Brasil construa em solo nacional um caça 5ª geração ou até mesmo pular direto para um 6ª geração.(Sonhar não paga impostos)
Se fosse só a compra de caça pura e simplismente eu ficaria com f-18sh ou se tivesse tempo para esperar até 2017/2018 com Gripen.
Agora quanto o desenvolvimento em solo nacional de um caça entre FAB/Embraer. Não ponhem em dúvida a capassidade de nossos engenheiros.Tenho certeza que competência e vontade de fazer não faltaria. O que falta é tempo e dinheiro.Por exemplo o custo de desenvolvimento do Rafale foi de 38 Bilhões, se não me engano.
Parece que tudo caminha na direção certa.(Tomara que sim)
Flwww.
Abraço...
Se temos vários produtos sendo ofertados, temos de escolher o melhor, à luz dos requisitos e especificações emitidos, e não ficarmos numa discussão infindável onde entra tudo, até a beleza ou feiúra do avião que está sendo escolhido! Disciplina intelectual, inclusive, para resistir àquela oferta feita na undécima hora, por um “galego” muy amigo, oferecendo mundos e fundos e o paraíso no céu!!!!
No mais, se dentro das opções consideradas escolhermos desenvolver um projeto dentro de casa, com a nossa indústria aeronáutica nacional – afinal temos a terceira maior produtora de aeronaves no mundo –, que pelo menos nos livremos de nosso complexo de vira-lata, conforme definido por Nelson Rodrigues, não achando que somente nós temos dificuldades e tropeços no desenvolvimento de uma aeronave e que tudo made in Brasil é pior.
O melhor caça a ser escolhido é o Rafale.(opinião minha)
Eu o coloco como primeira opção pela maior tecnologia embarcada dentre os outros e repasse de tecnologia irrestrita.
Se eu confio nos fraceses? Eu não confio em ninguem!
Vai valer o que tiver no contrato. E caso eles voltem atraz com a parte deles no contrato, existem meios internacionais legais de se fazer cumprir o contrato. Bom por ultima opção o Brasil vai pagar os caças em 20 anos de financiamento, se eles não cumprirem com o prometito a gente não cumpre com o nosso!
O que tá em jogo não é o caça em si. E sim a tecnologia que vai permitir que o Brasil construa em solo nacional um caça 5ª geração ou até mesmo pular direto para um 6ª geração.(Sonhar não paga impostos)
Se fosse só a compra de caça pura e simplismente eu ficaria com f-18sh ou se tivesse tempo para esperar até 2017/2018 com Gripen.
Agora quanto o desenvolvimento em solo nacional de um caça entre FAB/Embraer. Não ponhem em dúvida a capassidade de nossos engenheiros.Tenho certeza que competência e vontade de fazer não faltaria. O que falta é tempo e dinheiro.Por exemplo o custo de desenvolvimento do Rafale foi de 38 Bilhões, se não me engano.
Parece que tudo caminha na direção certa.(Tomara que sim)
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Do Blog Panorama Global, do Pedro Paulo Rezende
http://panoramaglobal-estrategia.blogspot.com/
http://panoramaglobal-estrategia.blogspot.com/
Quem está certo?
Na moita, a Marinha do Brasil abriu concorrência para a compra de cinco Navios Patrulha Oceânicos (NaPaOcs). Oito empresas de sete países entraram na disputa. Enquanto isso, a Aeronáutica não fecha consenso. Em setembro o ministro Nelson Jobim recebeu TODOS os pilotos que testaram os aviões e a opinião deles, em muitos pontos, não bate com a dos engenheiros da COPAC. O Gripen NG ficou em terceiro em termos de desempenho, depois do Rafale e do F/A-18E/F. O relatório da "Gerência" foi extremamente criticado pelo Alto Comando que modificou o vencedor. Sim, o relatório que chegou ao Jobim e ao Presidente Lula NÃO TRAZ o caça sueco como vencedor. Sabe porque? Os pilotos morrem de medo de um novo AMX pela proa. O programa de fabricação do avião projetado pela Aeritalia (hoje Alenia) e pela Aermacchi deveria custar US$ 700 milhões. Ficou por US$ 3,5 bi e quase faliu a Embraer. Em 1994, fiz uma visita melancólica à empresa. No pátio, quatro aviões prontos. A Força Aérea Brasileira não tinha como pagá-los (deveriam custar US$ 10 milhas e o preço saltara para US$ 32 milhões). Oito estavam em diversas fases de finalização na linha de montagem vazias.
O resultado desse programa caótico foi uma frota desigual, com quatro padrões diferentes de painéis e equipamentos. Diga-se de passagem: de projeto brasileiro, pouco há. Na versão brasileira nossos engenheiros introduziram dois pontos para tanques ejetáveis nas asas e, por causa de um embargo norte-americano, substituíram o canhão Vulcan de 20mm por dois DEFA de 30mm. A vibração dos canhões maiores descalibrava todos os radares testados no aparelho, até que os italianos da Galileo conseguiram desenvolver uma versão do Scipio capaz de aguentar o tranco. Com isso, o avião ficou sem equipamento de detecção, que só será integrado na modernização prevista a partir deste ano.
A falta de critério da COPAC ficou evidente na semana passada. Os russos foram expulsos do F-X2 porque sua proposta "não apresentava garantias". A desculpa era que o Su-35BM, modelo oferecido pela Rosoboronexport, ainda era um protótipo sem encomendas. No momento da decisão, havia cinco aparelhos voando. Os geniais engenheiros da FAB selecionaram o Gripen NG da SAAB, que não passa de um demonstrador. Cabe uma explicação: um protótipo é representativo do aparelho em produção. Um demonstrador não passa de uma gambiarra que antecede o protótipo. O protótipo do caça sueco deverá voar neste ano. É preciso ressaltar que o Su-35 tem dois modelos de radar integrados, ambos de varredura eletrônica. O de varredura passiva (PESA) tem um alcance de 220km. O de varredura ativa chega a 250km. São os mais potentes disponíveis no mercado. O do Gripen NG está em desenvolvimento pela SELEX, empresa escolhida depois que a Raytheon, a Thales e a Elta pularam fora do programa..
De lá para cá, o governo da Federação Russa encomendou 48 Su-35BM. A proposta russa previa a venda de 36 Sukhois Su-35BM, de 4ª geração, e a transferência de tecnologia crescente a partir da 37ª célula, até chegar a 100% de nacionalização a partir da 72ª unidade. O preço unitário pelos Su-35BM seria de € 40 milhas. Para baratear e garantir o suprimento de componentes, a Rosoboronexport instalaria um armazém alfandegado em Viracopos com peças suficientes para manter os aviões voando por 30 anos. Como atrativo adicional, previa a participação brasileira no PAK FA T-50, o único caça de 5ª geração desenvolvido fora dos Estados Unidos. Os geniais engenheiros da COPAC decretaram que esse era um sonho impossível, apesar de dois países, Rússia e Índia, estarem comprometidos com o projeto, que conta com mais de 300 opções de compra. A KNAAPO, fábrica responsável pelo desenvolvimento, não estaria capacitada para a tarefa.
Para azar da Gerência F-X2, o PAK FA T-50 voou na última quinta-feira! Tem três protótipos prontos, dois voando e um terceiro em ensaios estruturais em Moscou. Ou seja, a proposta sem garantias colocou dois modelos de avião diferentes no ar, um deles de 5ª geração, enquanto a proposta garantida só possui um demonstrador no ar sem radar! E o que é pior: não passa de um caça de 4ª geração, potencialmente obsoleto antes mesmo de voar. A data prevista para a entrada em fabricação do T-50 é 2013. Tem um radar AESA revolucionário (são cinco antenas espalhadas pela fuselagem, cobrindo todos os ângulos de ataque). É interessante observar que os dois aviões de combate russos compartilham motores, computadores de bordo e radar (no caso do Su-35BM, a antena de proa), o que facilitaria a manutenção.
MARINHA
Comparando a atuação da Aeronáutica com a da Marinha dá para observar uma grande diferença no modus operandi. A Força Naval teve aprovado três programas, de tecnologia francesa, para a construção de um estaleiro e a fabricação de seis submarinos convencionais e um de propulsão nuclear. Foi mais além. Sem despertar o interesse da mídia, contactou mais de dez estaleiros internacionais para aconstrução de cinco (três unidades firmes com duas opções adicionais) NaPaOcs. Sete deles responderam. Dois alemães, Thyssen e Fassmer; um britânico, BAe; um chileno, ASMAR; um coreano, Daewoo; um espanhol, Navantia; um francês, DCNS; e um italiano, Fincantieri. A Fassmer e a Asmar vão trabalhar em conjunto. Ofereceram uma versão atualizada do OPV-80. Duas unidades operam na Marinha do Chile, onde é conhecida como classe Piloto Pardo, que pretende comprar mais quatro. Argentina e Colômbia também selecionaram o modelo. Dentro do governo, que trabalha na integração do continente, esse é um argumento de peso.
Os requerimentos da Marinha do Brasil preveem navios com velocidade igual ou superior a 20 nós, armados com um canhão de 76mm, capazes de receber helicópteros Linx, Pantera ou Esquilo. O deslocamento ficaria entre 1.850 e 2 mil toneladas. Os preços variam entre US$ 30 milhões (preço do Piloto Pardo) e US$ 100 milhões (projeto Gowind, da DCNS, e Avante 1400, da Navantia). Coloquei abaixo alguns links para que possam examinar os modelos em licitação (não consegui descobrir qual o modelo oferecido pela Daewoo).
http://www.royalnavy.mod.uk/operations- ... yde/188230
http://www.tk-marinesystems.de/bilder/p ... echts2.jpg
http://www.fincantieri.it/CMS/Data/prod ... ttotitolo=
http://www.segurancaedefesa.com/Mais_PZM.html
http://www.dcnsgroup.com/batiments-de-s ... owind.html
http://www.navantia.es/irj/portal/anony ... a2bf0027e5
Editado pela última vez por Grifon em Dom Jan 31, 2010 5:06 pm, em um total de 5 vezes.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Isso para mim é ÓBVIO. Acredito firmemente.Na moita, a Marinha do Brasil abriu concorrência para a compra de cinco Navios Patrulha Oceânicos (NaPaOcs). Oito empresas de sete países entraram na disputa. Enquanto isso, a Aeronáutica não fecha consenso. Em setembro o ministro Nelson Jobim recebeu TODOS os pilotos que testaram os aviões e a opinião deles, em muitos pontos, não bate com a dos engenheiros da COPAC. O Gripen NG ficou em terceiro em termos de desempenho, depois do Rafale e do F/A-18E/F. O relatório da "Gerência" foi extremamente criticado pelo Alto Comando que modificou o vencedor.
Também.A falta de critério da COPAC ficou evidente na semana passada. Os russos foram expulsos do F-X2 porque sua proposta "não apresentava garantias". A desculpa era que o Su-35BM, modelo oferecido pela Rosoboronexport, ainda era um protótipo sem encomendas. No momento da decisão, havia cinco aparelhos voando. Os geniais engenheiros da FAB selecionaram o Gripen NG da SAAB, que não passa de um demonstrador. Cabe uma explicação: um protótipo é representativo do aparelho em produção. Um demonstrador não passa de uma gambiarra que antecede o protótipo. O protótipo do caça sueco deverá voar neste ano. É preciso ressaltar que o Su-35 tem dois modelos de radar integrados, ambos de varredura eletrônica. O de varredura passiva (PESA) tem um alcance de 220km. O de varredura ativa chega a 250km. São os mais potentes disponíveis no mercado. O do Gripen NG está em desenvolvimento pela SELEX, empresa escolhida depois que a Raytheon, a Thales e a Elta pularam fora do programa..
SEM DÚVIDA!!!Comparando a atuação da Aeronáutica com a da Marinha dá para observar uma grande diferença no modus operandi.
Abraços
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
É, foram os Rafale "ninja edition" que abateram esses dois do vídeo, ninguém os viu chegar, ninguém os viu abaterem os dois e ninguém os viu irem embora.Túlio escreveu:PRick escreveu:Esse é novinho, e tem coisas muito interessantes, testes de armas com Rafales F-3. E outras surpresas! CM não vai gostar.
[]´s
Mas então tá explicado, eu bem que desconfiava que aqueles Flankers que caíram nas feiras aéreas não podiam estar com defeito: claro, os Rafales estavam à espreita e pegaram os Russos totalmente desprevenidos. E desarmados...
Sacanagem, viu.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
O melhor vídeo do Rafale q já vi até hoje. Inclusive baixei. Mas postar vídeos de acidentes como se fossem caças abatidos foi sacanagem...PRick escreveu:Esse é novinho, e tem coisas muito interessantes, testes de armas com Rafales F-3. E outras surpresas! CM não vai gostar.
[]´s
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!
Desvirtuando um pouco o assunto, mas a Marinha comprar NaPaOc concebido no Chile para mim é um absurdo. Não importa se será fabricado no Brasil. Será que não poderíamos nos associar a algum estaleiro com mais experiência e fazer o projeto nós mesmos? Será que eles tem maior capacidade de projeto de navios do que nós?
No mais, parabéns à Marinha por tocar seus projetos de forma bem mais profissional do que a FAB.
No mais, parabéns à Marinha por tocar seus projetos de forma bem mais profissional do que a FAB.