esse artigo é do ano passado. Coloca alguns dados interessantes, mas há equívocos.
com relacão a questões técnicas, marquei em azul o que é verdadeiro, em vermelho, o equivoco.e em amarelo o que não sei. Caso alguém divirja, sou todo-ouvidos.
Fonte: Mer et Marine
Futures frégates brésiliennes : Français et Italiens à couteaux tirés
A imprensa brasileira noticiou, há poucos dias, uma eventual assinatura de um contrato para a aquisição, por parte da indústria italiana, a tipo 18 fragatas FREMM, 10 navios de patrulha marítima e navios reabastecedores.
O contrato seria estimado em 12,7 bilhões de dólares! Mas o que pensa aimprensa brasileira? Na verdade, não muito, e o que se passa não é nada senão o efeito de anúncio provavelmente iniciado pela Itália, que também tem o respaldo de uma forte comunidade no Brasil.
Nenhum contrato foi assinado ainda e isso não vai acontecer antes de 2011, o Brasil está entrando num período de campanha eleitoral para as presidenciais de Novembro e portanto todo e qualquer contrato desta magnitude é inviabilizado pelas leis locais a menos que por ocasiões muito específicas, o que não é o caso.
Contudo, Roma não poupa esforços para tentar abocanhar o mercado brasileiro.
Nos últimos meses, vários navios da Marina Militare, tais como a fragata de defesa aérea Andrea Doria (tipo Horizon franco-italiana), fez escalas no Rio de Janeiro, apoiando a política comercial bastante musculada.
Enquanto isto, Silvio Berlusconi está programando visitar o Brasil no próximo mês “, os italianos mostram um marketing muito agressivo”, diz um perito.
Na esteira desta batalha diplomático econômica, está a necessidade de reaparelhamento da Marinha do Brasil e Roma pretende emplacar este gigantesco contrato ( O maior da atualidade) com a oferta de sua versão da Fragata Européia de Multi-Missão (FREMM), um programa executado em cooperação com Paris.
Lançado em 2005 pela França e pela Itália, o programa FREMM centra-se na construção de 17 navios para a Marinha Francesa e 10 para a Marina Militare.
Ao contrário de fragatas Horizon nas qais as francesas Forbin, Paul Knight, e italianas Andrea Doria e Caio Duilio que são exatamente (ou quase) idênticas, o Programa FREMM constitui-se em navios completamente diferentes.
A cooperação entre os países neste projeto se restringe aos estudos do casco e compra de alguns equipamentos em comum, tais como os destinados a propulsão.
Quanto ao resto, os navios franceses e italianos não têm muito a ver. Por razões orçamentais, a Itália, aliás, decidiu fazer a sua FREMM uma versão em miniatura da Horizon, utilizando o sistema de combate e o radar EMPAR.
Por sua vez, a França quis passar para a próxima geração, desenvolvendo um sistema de combate totalmente novo (notadamente por razões de evolução no sistema de guerra anti-submarino). Assim, o CMS da fragata francesa será totalmente centralizado (com gestão integrada de todos os sensores e armas), enquanto nas Horizon o sistemas são separados em (anti-aéreo e interfaces com outros sistemas integrados).
Enquanto as Horizon utilizam computadores que trabalham na escala de megabitis (tecnologia de 1995) as FREMM francesas utilizam processadores e componentes mais avançados que trabalham em escalas de gigabit ( geração 2015).
Os franceses, aliás, escolheram o radar multifunção Herakles, enquanto o navio italiano não possui radar equivalente (por falta de espaço) sendo assim o navio não dispõe do radar de vigilância de longa distância (M S 1850) da Horizon. Desta forma a FREMM italiana concentra toda a sua capacidade de detcção de longo raio na nova versão do radar EMPAR, de alcance maior.
Tanto a Francesa quanto a Italiana deslocam apenas 6.000 toneladas ou seja 1.000 toneladas a menos do que as fragatas Horizon que incorporam praticamente os mesmos equipamentos.
As margens de evolução são, portanto, reduzidas, embora os italianos tenham recentemente ampliado o seu convés. No entanto, em Roma, diz-se que os navios poderão, se necessário, empregar os mísseis Aster, o que para as versões francesas, já são juntamente com os mísseis de cruzeiro Scalp Naval ítens operacionais incluídos nos seus sitemas de armas.
A França aposta na competição para fornecimento das Fragatas para a Marinha do Brasil, e tem razões para isto uma vez que oferecerá entre outros itens, a nova geração do CMS. Ainda assim, “a equipe francesa” deve ser cautelosa, pois não se pode apenas confiar na superioridade técnica “, afirma um executivo da DCNs. Os italianos ainda são negociadores matreiros (no bom sentido), pois eles provaram novamente meses atrás no Oriente Médio, as suas façanhas, in off, para surpresa de todos arrebataram um contrato que acreditava-se ser certo de vitória Francesa.
Nesta perspectiva, pronunciamentos de efeito como estes feitos pela imprensa brasileira Brasil, provavelmente não irão faltar. A técnica é curiosa e ao mesmo tempo reminiscente dos russos, muito bons em fingir que têm contratos já preestabelecidos de forma que lançam nuvens sobre as concorrências desetabilizando os seus concrrentes.
O contexto de mudança política no Brasil também é um fator determinante, apesar da parceria estratégica assinada entre Brasil e França (que resultou na compra dos submarinos), o resultado das negociações dependerá do resultado das próximas eleições, o Proximo presidente (a) do Brasil estará livre para escolher se manterá ou não as relações com Paris no que concerne a compra de sistemas militares.
http://www.meretmarine.com/article.cfm?id=113493