Bolívia

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#316 Mensagem por Clermont » Sex Set 12, 2008 5:54 am

cvn73 escreveu:
César escreveu:Eu nunca gostei do Evo, mas o reconheço como um presidente democraticamente eleito, e ainda por cima ratificado recentemente no cargo.

Nunca tive simpatia por essa oposição separatista radical, que brada a todo momento frases de cunho racistas e profundamente egoístas. Agora ela começou a atacar a própria riqueza do país, e está forçando uma guerra civil.

Concordo em partes com você, mas acho também que o Evo está provando do próprio veneno, pois antes era ele o que promovia os protestos e os bloqueios nas estradas.
As duas mensagens se complementam, perfeitamente. Como Chitãozinho e Xororó, como Batman e Robin, como Sandy e Júnior, como Bruna Surfistinha e um ... deixa pra lá.




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Clermont
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#317 Mensagem por Clermont » Sex Set 12, 2008 6:40 am

Agora, ouvindo o nosso amado líder Inácio da Silva (à propósito, que chegou aos 64 % de aprovação popular, o maior índice desde a volta da democracia) dizer que "o Brasil não irá admitir um golpe contra Evo Morales", eu fico pensando: o que isso significa?

Significa que, Inácio "64" da Silva pretende mandar tropas brasileiras para o território boliviano, para matar os rebeldes anti-governamentais? Eu lembro que alguns queriam que essa tropas entrassem lá, na época da ocupação das refinarias brasileiras. Imaginem, agora, elas entrando para dar proteção ao Evo Morales?

Também, outra coisa que me espanta, é a ingenuidade de alguns políticos do governo, dizendo que o Brasil "pode desempenhar um papel de pacificação" da situação interna boliviana.

Mas como? Para uma coisa dessas, todos os setores da vida boliviana teriam de considerar o Brasil como um país amigo e neutro. Ora, está evidente que, para boa parte do povo comum, o Brasil é um "opressor imperialista". E, graças à ações ideológicas de apoio do governo Inácio da Silva, ao "irmão menor" Evo Morales, eu duvido que qualquer membro da oposição boliviana considere o Brasil como "um país neutro". Talvez, não seja tão engajado como a Venezuela, que acabou de cometer esta palhaçada de expulsar o embaixador americano. Mas, por suas ações passadas, muito provavelmente, para os setores anti-Evo, o Brasil é considerado como um sustentáculo do atual governo boliviano.

Infelizmente, no meu modo de ver as coisas, o desastrado e inconseqüente esquerdismo de botequim do governo Inácio da Silva, tirou ao Brasil, a sua posição moral de exercer qualquer influência moderadora na Bolívia. Agora, vamos torcer para que a coisa, lá, entre nos eixos. Sem derramento de sangue, nem deles, e muito menos, nosso.

E, é claro, sem repercussões para nossa economia.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#318 Mensagem por Edu Lopes » Sex Set 12, 2008 8:45 am

Evo recusa a medição do Brasil e deixa Lula irritado

Estava tudo pronto. A Força Aérea Brasileira já havia inclusive preparado o avião que levaria a La Paz o assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia; e o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães.

Reforçada por negociadores colombianos e argentinos, a dupla brasileira tentaria mediar uma negociação que pacificasse a crise que rói as relações do governo de Evo Morales e seus opositores.

Durante o dia, em diálogo telefônico com Lula, Evo aceitara, de bom grado, o envio da missão do chamado Grupo de Amigos da Bolívia, integrado por Brasil, Colômbia e Venezuela. Súbito, veio a contra-ordem.

O presidente boliviano mandou dizer –de modo polido, mas enfático— que não vê necessidade de uma mediação estrangeira. E a viagem dos “amigos” teve de ser abortada na última hora.

A notícia acerca da meia-volta de Evo chegou, primeiro, ao Itamaraty. Depois, aportou no Planalto. Ao ser informado, Lula reagiu com uma ponta de irritação. Em diálogo com um auxiliar, disse que o colega boliviano brinca com fogo.

A recusa do presidente boliviano foi interpretada em Brasília como indicativo de que o discurso pacificador de Evo é apenas retórico.

Passou-se a avaliar que, escorado nos 67% de votos que ratificaram seu mandato em plebiscito, Evo aposta na força pessoal em detrimento da composição com os opositores.

Nesta sexta (12), o Planalto e o Itamaraty planejam retomar o contato com La Paz. Têm, ainda, esperanças de convencer Evo Morales da conveniência de uma arbitragem externa.


Fonte: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com ... 10045644-0




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#319 Mensagem por delmar » Sex Set 12, 2008 9:24 am

Evo recusa a mediação do Brasil e deixa Lula irritado
Dentro de nossa tradição política tudo é passível de acordo. Ou seja tudo acaba em um grande centrão, com cada um levando alguma vantagem. Aqui o ganhador logo busca atrair os perdedores para a "sua base". Assim acaba governando quase sem oposição.
Lá é o contrário, o vencedor quer levar tudo, sem repartir nada. O adversário é inimigo que deve ser destruido. Não ganha nada. Surge então a oposição violenta. E o Lula está pensando que pode aplicar o modelo brasileiro na Bolivia. Tolinho!

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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#320 Mensagem por Edu Lopes » Sex Set 12, 2008 10:13 am

'Persona non grata'

Os Estados Unidos declararam nesta quinta-feira (11) o embaixador da Bolívia nos EUA, Gustavo Guzmán , "persona non grata", ordenando sua expulsão, informou o Departamento de Estado.

A medida é uma reação ao fato de o governo de Evo Morales também ter declarado "persona non grata" o embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, acusando-o de "fomentar o separatismo" nas províncias oposicionistas.

Evo acusou Goldberg de ter ajudado a alimentar os conflitos que se acirraram nos últimos dias, provocando ao menos oito mortes no norte do país e causando interrupções parciais no fornecimento de gás natural para Brasil e Argentina.

"Em resposta à ação dezarrazoada e em concordância com a Convenção de Viena, nós informamos oficialmente o governo da Bolívia de nossa decisão de declarar o embaixador Gustavo Gusmán persona non grata", disse o porta-voz Sean McCormack.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... 02,00.html




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#321 Mensagem por PQD » Sex Set 12, 2008 10:44 am

Plano de retirada

Brasil possui estratégia para resgatar seus cidadãos no país vizinho em caso de agravamento da crise

Edson Luiz

Da equipe do Correio



O governo já tem um plano para retirar os brasileiros das regiões da Bolívia onde ocorrem conflitos entre situação e oposição, principalmente no departamento (estado) de Santa Cruz. O planejamento estaria a cargo do Comando do Exército e seria colocado em prática caso a crise se agrave. A Policia Federal recebeu informes sobre novas investidas programadas pelos adversários do presidente Evo Morales. Uma delas prevê o confinamento de venezuelanos que estão trabalhando nos departamentos de Santa Cruz e Beni. Isso poderia ser o pretexto para Hugo Chávez entrar no conflito, inclusive com tropas.

A área de inteligência do governo brasileiro está atenta à situação na Bolívia, principalmente porque os conflitos ocorrem em departamentos fronteiriços. Em Cobija, capital de Pando, manifestantes mantêm vigílias em frente à sede do governo local. A cidade é separada de dois municípios do Acre por um rio. “Quanto mais próximo o problema, mais atenção se deve ter”, observa um oficial de inteligência, explicando que a movimentação pode fazer com que muitos bolivianos fujam para estados brasileiros.

Na quarta-feira, o aeroporto de Cobija foi fechado por questões de segurança e poderia ser reaberto no fim de semana. Porém, com os conflitos de ontem no vilarejo de Porvenir (leia a matéria na página 21), que deixaram nove mortos, isso não deverá ocorrer. O cancelamento dos vôos preocupou brasileiros que moram no Acre, um dos estados com grande número de pessoas estudando em La Paz ou Santa Cruz de la Sierra.

Autoridades brasileiras não informaram quando poderia ocorrer a retirada, mas fontes da Diretoria de Inteligência da PF confirmaram que o plano está sendo feito pelo Comando do Exército. No Acre existem um batalhão em Rio Branco e pelotões especiais em Brasiléia, Plácido de Castro e Assis Brasil. Em Rondônia, além de uma Brigada de Infantaria de Selva em Porto Velho, o Exército tem bases em Guajará-Mirim, Retiro Confap e Palmito. Mato Grosso tem uma brigada em Cuiabá e um batalhão em Cáceres, além de vários destacamentos de fronteiras. Mato Grosso do Sul dispõe de uma brigada e um batalhão em Corumbá.

Os militares não comentaram o plano de retirada. “O assunto é da esfera político-diplomática”, informou o Centro de Comunicação Social do Exército (Cecomsex). Segundo a Força, não há alteração nas movimentações da corporação. “As atividades naquela área de fronteira são as normais e de rotina.”

A atenção brasileira também se volta para os conflitos que possam eclodir entre Santa Cruz e Beni, onde venezuelanos trabalham em mineradoras. Os informes recebidos pela PF indicam que opositores de Morales podem mantê-los em cárceres privados, para envolver Chávez. Nesse caso, o presidente da Venezuela teria um motivo para enviar tropas à Bolívia. “O fato geraria um duplo problema: pode haver mais confrontos, e a ida de tropas de outro país pode desgastar a administração de Evo Morales”, explica um analista da área de inteligência da PF.

Chávez advertiu ontem que pode apoiar movimentos armados populares para defender Evo Morales. “Se derrubarem Evo, se o matarem, darão sinal verde para que eu apóie qualquer movimento armado na Bolívia”, anunciou o venezuelano, um dos mais fortes aliados do chefe de Estado boliviano. “Se a oligarquia e os ianques financiados e armados pelo império derrubarem algum governo nosso, teremos sinal verde para iniciar operações de qualquer tipo e restituir a ordem no país irmão.”

O líder da Venezuela também denunciou uma tentativa de golpe de Estado em Caracas, que teria o apoio dos Estados Unidos. Cinco oficiais foram interrogados por suposto envolvimento no complô, e um deles passou o dia detido. Em meio à crise, Chávez afirmou que a presença de dois bombardeiros russos em solo venezuelano é um “aviso ao império” e expulsou do país o embaixador americano.





sei do profissionalismo do DIP, Diretoria de inteligencia de operacoes POLICIAIS, oq é que eles tem que receber (como linha de frente) informes? isso nao é caso de policia, claro irá gerar movimentação humana na fronteira, isso teria que ser repassado a posterior pela Abin e pela Defesa para eles(nesse caso a ordem dos fatores altera o produto), nisso a PF nao compete (sem competencia juridica) se compete está moralmente estrapolando até onde poderia ir sua competencia, atribuições de mais acumulo de poder demais, os que chegam perto podem sofrer um acidente de percurso. Daqui a pouco vao querer assessorar o presidente diretamente em assuntos de inteligencia estrategica.




Editado pela última vez por PQD em Sex Set 12, 2008 2:16 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#322 Mensagem por Dieneces » Sex Set 12, 2008 1:26 pm

César escreveu:Eu nunca gostei do Evo, mas o reconheço como um presidente democraticamente eleito, e ainda por cima ratificado recentemente no cargo.

Nunca tive simpatia por essa oposição separatista radical, que brada a todo momento frases de cunho racistas e profundamente egoístas. Agora ela começou a atacar a própria riqueza do país, e está forçando uma guerra civil.

O Evo fez muitos erros e isso não se pode negar.Parte da culpa por essa situação é dele, com uma aprovação pra lá de questionável da nova constituição. Mas me parece que o principal responsável por essa nova crise na Bolívia seja uma oposição irresponsável, radical e danosa ao país. Por justas que sejam algumas reinvidicações, nada justifica essas ações que estão desintegrando a Bolívia.

Apoiar esses grupos seria como apoiar as ações perpetradas pelo MST no Brasil.

Espero sinceramente que a situação se acalme, nos lembremos que o Brasil só tem a ganhar com uma Bolívia estável. Que o radicalismo dessa oposição fanática pare de crescer e dê lugar a um pouco de bom senso. Que bom senso também prevaleça no governo e nos campesinos que lhe dão apoio.

Abraços

César

PS: Por que mandamos investir em gás na Bolívia...agora paga o pato.
Penso diferente , Cesar . Se a política do Evo Morales é implantar um governo de natureza índígena-comunista (exaltando o cunho racista ele mesmo , Evo) ) e para isso ele conta com o apoio da maioria ameríndia boliviana não devamos esperar que a região oriental fique de braços cruzados à espera de que se exproprie de seus donos a matriz produtiva do país , fundamentalmente o agronegócio da meia-lua e jazidas gasíferas . Aqui sim vale a comparação com o MST , só que para o outro lado . Se viessem tomar o que é meu , também me rebelaria . Quem não defende o que é seu não merece possúí-lo . Já enfrentei mais de uma vez o MST , "cara a cara" , sei do que falo .




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#323 Mensagem por Sterrius » Sex Set 12, 2008 3:00 pm

Espero sinceramente que a situação se acalme, nos lembremos que o Brasil só tem a ganhar com uma Bolívia estável.
Nao so a bolivia mas como toda a America Latina.

Ao meu ver o lado indigena e o lado da meia lua precisam achar um ponto em comum. È fato que nenhuma das 2 areas vai aceitar um governo que priorize apenas 1 lado. Uma politica que consiga repassar os recursos pra area mais pobre mas sem prejudicar severamente a area da meia lua. Pois a principal reinvidicação deles é a retirada de um imposto inteiro que pelo visto deve ser parte de uma boa fatia do que a area recebe. (suficiente pra bancar toda uma area da previdencia).

Evo morales ainda tem a chance de ser essa pessoa mas ele tem que aprender urgentemente a ceder também e não apenas a bater o pé e achar que os outros devem aceitar suas ordens. A oposição tb tem que saber aproveitar quando o Evo ceder, pois continuar a bater no Evo enquanto "ele mostra a face" pode faze-lo recuar de vez e usar outros metodos que podem terminar por rachar o país que por enquanto so ta sendo mantido pq os militares se recusam a participar em prol de qualquer 1 dos lados.

A predisposição do Evo de passar por cima dos tramites legais tb piora muito a imagem dele frente a oposição e isso tb não tem agradado os indigenas ja que dificilmente podemos dizer que as ultimas "eleições" foram vencidas facilmente. Logo é algo que ele tem que parar pra que isso não aconteça daqui a 6 meses.

Quanto a Venezuela o lado bom é que pra qualquer coisa que ela queira fazer ela precisa da autorização do Brasil ou da Colombia/Peru para agir. Logo estes 3 paises ainda servem de "freio" pros exageros do Chavez.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#324 Mensagem por delmar » Sex Set 12, 2008 7:19 pm

FFAA rechazan amenaza de Chávez y no tolerarán más enfrentamientos

Las Fuerzas Armadas (FFAA) rechazaron, este viernes, la advertencia del presidente de Venezuela, Hugo Chávez, de una intervención armada en Bolivia si la oposición derroca al gobierno Evo Morales. Anunciaron, también, que no permitirán más enfrentamientos en el país.
El comandante en Jefe de las FFAA, general Luis Trigo, quien se limitó a leer un comunicado de prensa, afirmó que la entidad castrense defenderá y conservará la independencia y la unidad del país y que no permitirán que ningún militar o fuerza extranjera pise territorio boliviano en trasgresión a la soberanía nacional.
"Al señor presidente de Venezuela, Hugo Chávez y a la comunidad internacional les decimos que las FFAA rechazan enfáticamente intromisiones externas de cualquier índole vengan de donde vengan", remarcó.
....
Fuente: La Razon, de La Paz

Os milico bolivianos deram um chega pra lá no Chavez. Não venha com "voluntários" que serão corridos de volta.

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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#325 Mensagem por Marino » Sex Set 12, 2008 7:41 pm

Fomos coniventes com Evo Morales
Postado por William Waack em 11 de Setembro de 2008 às 20:13
A capacidade de Evo Morales e Hugo Chávez de tornarem as coisas difíceis para si mesmos e para o resto do continente é diretamente proporcional à incapacidade brasileira de convencê-los de que os caminhos “bolivarianos” levam apenas ao fracasso das economias, ao dissenso interno, à desestabilização política e a conflitos externos absolutamente desnecessários.

Curiosamente, é amplo consenso no Brasil que esses fenômenos – instabilidade econômica e política, conflitos externos – não nos interessam. Não há candidatos sérios à Presidência da República por aqui com plataformas sequer remotamente apegadas à quebra das instituições, rompimento de contratos de longo prazo, repúdio a dívidas, hostilidade a potências estrangeiras, nacionalização, estatização, perseguição de minorias, cerceamento da oposição ou destruição dos outros poderes.

É o que Evo Morales e Hugo Chávez fazem, diante de um governo brasileiro incapaz de articular nossa conduta em função dos nossos interesses de longo prazo. Que interesse podemos ter em vizinhos à beira da guerra civil, como a Bolívia? Que interesse podemos ter num vizinho que ressuscita a Guerra Fria no Caribe como maneira de promover a própria fanfarronice militar, como faz a Venezuela?

Cabe aqui uma pergunta central: qual a capacidade que o Brasil tinha de influenciar acontecimentos nos reinos de Evo Morales e Hugo Chávez? Muita, se tivessemos já há bastante tempo deixado suficientemente claro para ambos que à principal potência regional (o Brasil) não interessa a instabilidade que ambos promovem. É, sim, direito legítimo dos povos da Venezuela e da Bolívia de viver sob o regime político e econômico que bem entenderem.

Mas – e é nesse “mas” que reside nosso problema – não às custas de sacudir o resto. Pode o atual governo brasileiro olhar para a situação boliviana e dizer que se trata de um observador neutro, empenhado em promover algum tipo de conciliação interna baseada no compromisso e entendimento que as partes possam atingir? Claro que não. Fomos coniventes com Morales – “a coisa mais extraordinária” da América do Sul, segundo Lula.

Podemos nos dirigir a Chávez dizendo que, para o Mercosul (um projeto que nasceu não apenas para baixar tarifas aduaneiras), é contraproducente a fabricação de conflitos com outros centros de poder? Claro que não. Assistimos ao jorro de sandices verbais do desequilibrado presidente da Venezuela como se fosse um animador de auditórios – agora que ele não só compra aviões russos mas, também, trata de provocar infantilmente os Estados Unidos promovendo manobras militares com os russos nós vamos bater palmas, rir ou fazer de conta que nada está acontecendo?

Permitam-me aqui um parênteses. Na célebre crise dos mísseis de 1962 (quando Moscou instalou mísseis nucleares em Cuba), Fidel Castro, o maior inspirador de Chávez, foi o principal perdedor. Estados Unidos e União Soviética entenderam-se à revelia do ditador cubano. Não seria difícil imaginar que, na visão de mundo distorcida e peculiar de Chávez, ele talvez possa estar achando que será uma espécie de “vingador” da História, trazendo para a porta dos fundos dos EUA seu velho rival. Arrisca-se a ser, como Fidel, o principal perdedor.

Situações de política externa desfavoráveis aos interesses de um país não são cataclismos meteorológicos, surgidos do nada. Morales e Chávez precisaram ser cultivados, criados, tolerados, precisaram sentir-se livres para agir, incentivados a tentar e convencidos de que podem conseguir. Em momento algum sentiram-se impedidos pelo seu principal vizinho, o Brasil.

Quem os apóia e festeja esse tipo de panacéia retrógrada e perigosa tem motivos para celebrar. Para os interesses do Brasil os acontecimentos na Bolívia e na Venezuela são lamentáveis. Resta esperar que a realidade se imponha – algo que dirigentes ideologizados jamais se dignam a admitir. O preço será pago por um enorme e indesejado sofrimento das populações da Bolívia e da Venezuela.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#326 Mensagem por Paisano » Sex Set 12, 2008 8:57 pm

Os movimentos de um embaixador especialista em conflitos separatistas*

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=15229
Deputados bolivianos divulgam documento denunciando as articulações promovidas pelo embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, contra o governo de Evo Morales. Considerado um especialista em conflitos separatistas, Goldberg foi enviado a La Paz depois de chefiar a missão dos EUA no Kosovo, onde trabalhou para consolidar a separação e a independência dessa região, depois da Guerra dos Balcãs.

Quatro deputados do Movimento ao Socialismo, partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, divulgaram um comunicado denunciando ações do governo dos Estados Unidos, por meio de seu embaixador em La Paz, Philip Goldberg, para derrubar o governo eleito do país. César Navarro, Gustavo Torrico, Gabriel Herbas e René Martinez relacionam um conjunto de fatos ocorridos nos departamentos da região leste do país que obedeceriam a uma estratégia fixada pela oposição em conjunto com o embaixador Goldberg.

Os fatos apontados pelos parlamentares bolivianos são os seguintes:

No dia 13 de outubro de 2006, os Estados Unidos enviam a Bolívia, como embaixador, Philip Goldberg, um especialista em fomentar conflitos separatistas. Entre 1994 e 1996, foi chefe da secretaria do Departamento de Estado para assuntos da Bósnia (durante a guerra separatista dos Bálcãs). Entre 2004 e 2006, Goldberg foi chefe da missão dos EUA em Pristina (Kosovo), onde trabalhou para consolidar a separação e a independência dessa região, marcada por uma luta que deixou milhares de mortos.

Segundo os deputados, Philip Goldberg foi enviado a Bolívia com a missão de desestabilizar o governo de Evo Morales, principalmente incentivando o separatismo das regiões orientais. Na Bolívia, depois do triunfo de Evo Morales na eleição de 18 de dezembro de 2005, os partidos tradicionais e as elites sofreram um duro golpe, Goldberg se encarregou de reorganizá-los e de construir um caminho conspirativo para desgastar o novo governo.

Plano midiático de desinformação

Goldberg organizou uma grande coordenação com empresários do leste, com donos de meios de comunicação e políticos do movimento Podemos para colocar em marcha um grande plano de desinformação com respeito à gestão de Evo Morales, tudo isso dentro do marco de uma intensificação das lutas regionais contra o Estado boliviano. Esse plano de desinformação era constituído pelos seguintes passos:

a) Mostrar que o narcotráfico estava crescendo na Bolívia;

b) Os meios de comunicação precisavam mostrar que Evo estava governando mal e que a inflação, a corrupção e o desgoverno estavam crescendo;

c) Os meios de comunicação também deviam imputar ao governo a responsabilidade pela violência no país. Começou a ser difundido aí o conceito de que “Evo dividia a Bolívia”.

Consolidados esses passos, Goldberg reúne-se, na primeira semana de maio, com Jorge Quiroga e acertam a aprovação, no Senado, do referendo revogatório.

Eles estavam convencidos que Evo Morales não conseguiria obter mais de 50% dos votos e, uma vez deslegitimado nas urnas, a oposição e os prefeitos da chamada “Meia Lua” pediriam a renúncia do presidente por “ilegítimo, mau governante e por dividir a Bolívia”. No entanto, os prefeitos dos departamentos (equivalentes a governadores) não foram consultados sobre este plano e acabaram se opondo a ele, por achar que não daria certo. No dia 23 de junho, reúnem-se em Tarija e elaboram um pronunciamento escrito para rechaçar o referendo revogatório. Dias antes, em 17 de junho, Philip Goldberg viajou para os EUA, alegando uma suposta crise diplomática.

O objetivo real de sua viagem, dizem os deputados, foi definir um plano, junto a agências publicitárias, para desenvolver uma guerra suja que pudesse causar a derrota de Evo no referendo. No dia 2 de julho, Goldberg regressou a La Paz e, imediatamente, reuniu-se com cada um dos prefeitos opositores para convencê-los a aceitar o referendo. No dia 5 de julho, os prefeitos opositores anunciam que aceitam disputar o referendo.

Os donos das grandes empresas de comunicação também participaram deste plano, denunciam os parlamentares. Isso explicaria, por exemplo, porque nos principais programas políticos destes meios as pesquisas sempre apontavam Evo Morales com cerca de 49% dos votos. A tentativa de derrubada do governo pelo voto estava em marcha. Além desta campanha nos programas políticos, também foi executada uma outra no terreno da publicidade. A oposição contratou uma agência de publicidade para elaborar os primeiros spots contra Evo Morales. Ao dar-se conta que os roteiros e o dinheiro vinham dos EUA, esta agência decidiu não produzir mais os comerciais.

O Plano B do embaixador

O plano para tirar Evo do governo acabou sendo frustrado pelo resultado do referendo. O presidente se legitimou com mais de 67% dos votos e Goldberg passou então a colocar em marcha um Plano B, que incluem greves, bloqueios e ações violentas que buscariam dois resultados alternativos.

1) O conflito se generaliza e obre o leste e parte do oeste do país. A população começa a se cansar, as forças da ordem entram em ação, com muitas mortes. Neste caso, Evo teria que convocar eleições ou deixar o governo depois dos conflitos com mortes. A insistente provocação para que as forças policiais e as forças armadas atuem se encaixa neste plano.

2) Caso não ocorra o cenário anterior, a oposição contaria ainda com uma segunda possibilidade: uma vez desalojada a polícia e o Estado Nacional das regiões, em meio à violência, Goldberg oferece aos prefeitos opositores a vinda de mediadores internacionais, inclusive tropas da ONU para concretizar o separatismo dos quatro departamentos rebeldes, como fez no Kosovo.

Seguindo esse plano, Goldberg viajou a Sucre e se reuniu com a prefeita Savina Cuellar, que pediu a renúncia do presidente. No dia 21 de agosto, o embaixador encontrou-se clandestinamente com o prefeito de Santa Cruz, Rubén Costas, e com quatro congressistas norte-americanos. No dia 25 de agosto, mais uma reunião com Rubén Costas. Paralelamente, a oposição rejeitou o chamado de diálogo feito pelo governo e, no dia 24 de agosto, convocou uma greve geral. Seguindo a linha proposta por Goldberg, denunciam ainda os parlamentares do MAS, os prefeitos impuseram um plano de desgaste de médio prazo, incluindo destruição de instituições públicas e provocações à polícia e às forças armadas.

Na mesma linha golpista, em Santa Cruz e em Tarija começou-se a falar de federalismo e até de independência. Como o empresariado cruceño estava mais interessado na Feira de Santa Cruz (que deve iniciar no dia 19 de setembro) que nas greves e bloqueios, o Departamento de Estado convocou Branco Marinkovic para uma conversa nos EUA. No dia 1° de setembro, em um pequeno avião Beechcraft, matrícula C-90A, Marinkovic viajou aos Estados Unidos onde o convenceram de que o plano estava em sua trama final e que era preciso jogar-se todo nele. No dia 9 de setembro, horas depois do regresso de Marinkovic a Santa Cruz, iniciam protestos violentos, com invasão e queima de instituições públicas e novas agressões às forças armadas e à polícia.

Este é o plano golpista que está em marcha com o apoio da embaixada dos EUA, dizem os deputados. Foram essas razões, asseguram, que levaram o governo boliviano a pedir sua saída do país. Eles manifestam confiança que esse plano fracassará porque o governo de Evo Morales segue controlando o conflito, com paciência e dentro da legalidade, mantendo-o em sua dimensão regional. “A violência gerada por grupos impulsionados por este plano golpista é a forma pela qual os setores conservadores mostram sua decisão de acabar com a democracia, já que ela não serve mais aos seus interesses”, concluem.

*Marco Aurélio Weissheimer




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#327 Mensagem por EDSON » Sex Set 12, 2008 9:50 pm

Philip Goldberg uma erva daninha não? Ninguém pode dizer que foi por acaso que ele estava na Bolivia nestas pertubações.

Este cara é um grande pertubador. Com certeza o Chaves é culpado por ele estar por aqui.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#328 Mensagem por Bourne » Sex Set 12, 2008 10:03 pm

delmar escreveu:

"Al señor presidente de Venezuela, Hugo Chávez y a la comunidad internacional les decimos que las FFAA rechazan enfáticamente intromisiones externas de cualquier índole vengan de donde vengan", remarcó.
....


Fuente: La Razon, de La Paz

Os milico bolivianos deram um chega pra lá no Chavez. Não venha com "voluntários" que serão corridos de volta.

saudações


Mas se Chavez intervir, vai armar o pessoal que apoia Evo Morales, e ignorar as FA's bolivianas que não são essas coisas. Ainda, dá para considerar a hipótese de parte das FA's bolivianas lutarem ao lado do presidente e das forças venezuelanas, desobedecendo o alto comando. Afinal, o Estado boliviano e a cadeia de comando está derretendo.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#329 Mensagem por Túlio » Sex Set 12, 2008 10:43 pm

Eu ainda gostaria de saber POR ONDE os Chavistas vão entrar na Bolívia, não há fronteira com a Venezuela... 8-]




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#330 Mensagem por Guerra » Sex Set 12, 2008 10:55 pm

Eu nunca gostei do Evo, mas o reconheço como um presidente democraticamente eleito, e ainda por cima ratificado recentemente no cargo.
Mas esse é o erro de alguns governos aqui da AL. O cara acha que ganhou uma eleição e pode fazer o quiser.
O resultado de uma eleição dá o poder politico ao governante, mas isso não dá o direito ao governante de querer o poder economico.
É logico, é evidente que haveria uma reação.

Apoiar esses grupos seria como apoiar as ações perpetradas pelo MST no Brasil.
Evo é tão radical quanto o MST e quanto a oposição na Bolivia. O resultado é o que estamos vendo




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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