Carlos Mathias escreveu:Na verdade, ninguém sabe ao certo quanto o arrasto do tanque aumenta o consumo, isso vai depender da altitude/densidade do ar, e do formato aerodinâmico do tanque, além disso, temos o CFT, que quase anula esse problema.
Mesmo o CFT degrada o avião, menos que os tanques subalares, mas degrada.
A regra do consumo é empírica, mas é uma fórmula prática e fácil de se entender. Logicamente que para consumos exatos, somente estudos dos fabricantes sobre isso poderiam responder.
Mas na média, é isso, metade do que é levado nos subalares é gasto só para levá-los.
Sem dúvida levar o combustível internamente reduz o arrasto, porém, a célula terá que ser muito maior. Aí começamos a pensar na equação, tamanho, custo, alcance, etc... Como falaram acima, um caça muito pesado perde em flexibilidade.
Num país de dimensões prá lá de continentais como a Rússia, é o caça perfeito, que assim como os EUA, não abrem mão de um caça pesado.
Na verdade o caça pesado não perde em flexibilidade nada além do que um médio cheio de tanques.
Se um caça médio for pego com seus tanques cheios e tiver que alijá-los, corre o risco de cair seco no retorno ou fuga.
Se o confronto ocorrer como planejado, numa janela temporal onde os TEx já tiverem sido alijados, a coisa vai correr bem. Mas ainda assim, e a volta? Se para chegar ali precisou-se de três tanques de 2000L, e na volta onde ele vai arrumar esses 6000l de comb?
Um KC!!!!
Mas aí a conta do custo sobe estratosfericamente, além de arriscar um KC numa área perigosa. Um KC, escoltas, cobertura radar por AWACS ou rede em terra, que deverá estar perto do ponto de reabastecimento...
A conclusão é que para operações profundas e independentes, no país inimigo, o caça pesado é a resposta.
Dá prá fazer com um médio? Dá, mas com limitações. Com um leve, dá? Sim, dá, mas imaginemos as limitações e a rede de apoio envolvida durante todo o tempo da missão !
Sobre desempenho aerodinâmico do avião, no caso do Flanker, mais precisamente o Su-27S, basta queimar 30% do combustível interno, ainda restam umas 7 toneladas de combustível, carregadas internamente e sem ocupar um só cabide de armas.
Um caça médio/leve, alijando os TEx, e estando com a capacidade máxima interna, qual seria a limitação?
E o retorno?
Quanto tempo de PC ele pode manter?
Qual a margem de manobra/opção terá o piloto para escolher engajar ou fugir?
Ele pode fazer o jogo do gato e rato? Atira, acelera e "foge". Meia volta, atira acelera e "foge"...
Como estava carregado de tanques, quantas armas ar-ar sobraram para essa brincadeira?
Num Su-35BM são até 12 R-77 e 10~7 toneladas de comb. para atirar e
fugir, repetidamente, em salvas de dois mísseis, que aumentam muito o PK.
São
seis tentativas antes que restem "apenas" 4 R-73 de curto alcance.
Um caça leve sem seus preciosos TEx conseguiria enfrentar isso?
Quantos tiros (mísseis) ele daria antes de ficar na mão?
Supondo um caça com seis MAA, são duas salvas de dois BVR e acabou, ou foge, ou morre.
Mas e o comb.? Agora só restam os tanques internos e já se gastou muito usando PC no atira e
foge...
Uma vez que nas missões de menor alcance, sobra célula.
Sobrar poder nunca matou ninguém numa guerra, ao contrário, você pode modular a força da sua porrada.
Mas você sempre terá à disposição o mega-fucker-esculhambeitor punch de um caça pesado ao alcance da mão.
Em tempos de paz, o poder cobra seu preço em custos. Mas uma Força aérea se prepara para a guerra ou para treinar eternamente sem jamais pensar numa guerra contra um inimigo bem preparado?
Além disso, quanto se ganha em poder de dissuasão equipando-se uma FAer com caças pesados de longo alcance e elevada capacidade de destruição?
Quanto se economiza ao evitar-se uma guerra/aventura mostrando os super porretes e os pregos looooongos na ponta dele?
Imaginemos a queda do PIB, o fechamento de empresas fugindo de um país em guerra, o declínio dos investimentos externos, o custo dos militares e meios perdidos numa guerra...
Se a Argentina tivesse investido em caças de longo alcance (se houvesse essa possibilidade), que pudessem combater sobre e ao redor das ilhas por um bom tempo, com uma boa carga de armas de grande impacto, com sistemas potentes e independentes dos de terra...
Os Sea Harriers voariam "tranquilos" como voavam, contra alguns F-14, por exemplo?
Que país se sentiria à vontade contra uma FAB equipada com caças capazes de alcançar qualquer país da região com uma carga de armas bastante efetiva? Ou que tal alcançar uma frota profundamente no Atlântico, numa ataque coordenado com um SSN?
Enfim, é uma categoria diferente e acima.
Abraços!!!!