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Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Qua Jul 27, 2011 8:43 pm
por LeandroGCard
zengao escreveu:
Sonho com o dia da nova imigração para o Brasil, não só de valorosos camponeses, mas também de grandes mentes. Isso seria o que nos faltaria para o quebra cabeça que é construir uma grande civilização.
O problema do Brasil é cultural. O empresariado busca lucro da maneira mais simples possível, sem correr risco e não buscando inovação.
Pego pelo meu exemplo mesmo. Só farei foguetes, quando me formar, aqui se me pagarem melhor que a frança, Russia, EUA, China, Irã, e mais tantos outros. E isso nunca vai acontecer no médio prazo porque apesar de ser uma industria em expansão e muito lucrativa envolve muito risco, sendo só o governo disposto a investir na mesma.
A fuga de cérebros acontece porque o cara ganha aqui um quinto do que ele ganharia la fora.
Deveria haver algum estimulo institucional à inovação na industria. Num conheço nenhum pais industrializado do mundo onde quem pesquisa é o estado. Não que o estado não tenha sua parte, é que ele sozinho não da conta. Aqui a industria quer tudo mastigado e se achar que existe 0,000001% de chance de dar errado não investe e continha com seu processo do século XIX. E se diminui seu mercado a culpa é do juros, do cambio, da China, custo Brasil.
Do jeito que ta é preferível que as industrias quebrem mesmo.
Tenho trabalhado nos últimos 15 anos justamente como consultor de tecnologias para a indústria, e sei exatamente como isso funciona. As indústrias investem em tecnologia quando disputam mercados contra outras, e precisam criar diferenciais para seus produtos. Quando fatores outros (falta de escala de produção, custos internos elevados, condições de negócios ruins, burocracia, infra-estrutura inadequada, etc...) fazem com que por mais inovadores que sejam os produtos de um país eles não sejam competitivos, a indústria se volta para mercados protegidos (por distância e custos de transporte, barreiras alfandegárias, etc...) e pára de investir em inovação e consequentemente em pesquisa, passando a concentrar seus esforços em redução de custos. Isso gera uma queda muito acentuada na demanda por pesquisa e desenvolvimento (e consequentemente por pesquisadores). Se a situação continua por algum tempo os produtos fabricados se tornam totalmente defasados com relação aos disponíveis no mercado mundial, a base tecnológica disponível se perde e a indústria fecha ou na melhor das hipóteses se torna apenas uma unidade fabril para produtos de outras empresas.
Este foi o processo que atravessaram e ainda estão atravessando os EUA, o Japão e os países da Europa (inclusive a Alemanha, que só não está em crise porque tem reservado para si o mercado protegido da UE, dentro do qual ela ainda é competitiva). Em algumas áreas os produtos ainda são relativamente competitivos (geralmente por absoluta falta de opções, como em microprocessadores para computadores, aviões civis, carros de altíssimo luxo, etc...), mas o grosso das empresas está encontrando dificuldades para competir devido aos custos internos e perdendo espaço para países como a Coréia do Sul e principalmente a China. Por os EUA estão deixando sua moeda derreter, os europeus estão muito preocupados com o valor do Euro, e todos falam em reduzir seus custos internos desmontando seus estados de bem-estar social ou reduzindo salários.
O Brasil em particular jamais chegou sequer ao estágio em que as empresas tentassem de fato competir no mercado internacional (com raríssimas excessões, como a Embraer). O enfoque sempre foi vender para um mercado nacional protegido, e para isso basta trazer produtos já desenvolvidos lá de fora para apenas fabricar aqui. As multinacionais instaladas no país vieram para fazer exatamente isso, e os empresários nacionais sempre pensaram exatamente assim. Por isso o nível de inovação em nossas empresas sempre foi muito baixo, e não havia (nem há) demanda por pesquisa e desenvolvimento, a menos que seja para aumento de produtividade e redução de custos. Nas condições atuais do país (ambiente de negócios péssimo, infra-estrutura precária, custos internos elevados, dificuldades de financiamento, moeda sobrevalorizada, etc...) qualquer produto brasileiro, por mais inovador que seja, terá extrema dificuldade de competir com o que é produzido lá fora, e assim de nada adiantará inundar o mercado com mestres e doutores brasileiros ou estrangeiros, as indústrias simplesmente não precisarão da grande maioria deles. Eles simplesmente darão aulas para formar novos acadêmicos que depois formarão novos acadêmicos e assim sucessivamente, sem que isso faça quase nenhuma diferença para o país (quem sabe poderemos até ganhar um prêmio Nobel ou dois, mas e daí?).
Uma ou outra áreas podem ser favorecidas (a pesquisa espacial e os ítens de uso militar, que são bancados pelo governo, ou alguns produtos de alta tecnologia agregada, como aviões sofisticados, equipamentos para exploração de petróleo em águas profundas e coisas assim), mas estas são áreas de baixa escala de produção mundial e pouco vão afetar as estatísticas econômicas do país como um todo. Para o restante das indústrias todos estes pesquisadores que serão formados ou trazidos de fora só farão alguma diferença se os fundamentos econômicos e gerenciais do país mudarem e muito para melhor, permitindo que as empresas vejam alguma chance de disputar mercados a nível mundial e tenham interesse em investir no desenvolvimento de novos produtos inovadores.
Isto é muito, muito mais difícil de fazer do que pagar bolsas de estudo ou complementar salários de doutores estrangeiros que vierem trabalhar aqui. Vamos ver se o governo terá a parcepção e a competência de perceber isso e fazer as mudanças que realmnete são necessárias caso o Brasil queira escapar do destino de ser uma nação de terceira classe produtora de commodities baratas.
Leandro G. Card
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Qua Jul 27, 2011 9:23 pm
por Penguin
PRick escreveu:Bourne escreveu:
Normalmente PhDs não ficam desempregados ou subempregados. A não ser que sejam grandes picaretas. A maioria pode se dar ao luxo de escolher onde, em que condições, quanto quer ganhar e as grandes empresas, centros de pesquisas e universidades aceitam.
Então você não está bem informado no que ocorre nos EUA depois de 2008, tem PHD em física servindo café. O índice de desemprego entre os jovens recém formados está acima de 20%.
A NASA vai demitir outra grande leva de engenheiros. Muita gente está indo para a China e a Rússia segundo falaram.
[]´s
Há hoje 3 milhões de vagas de trabalho não preenchidas nos EUA.
Isso ocorre devido ao abismo existente entre as ("novas") necessidades do mercado de trabalho e a formação e habilidades das pessoas desempregadas.
http://staffingtalk.com/3-million-unfil ... s-america/
http://money.cnn.com/galleries/2011/new ... nemployed/
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Qua Jul 27, 2011 9:48 pm
por LeandroGCard
Dê uma lida cuidadosa nas reportagens e irá perceber que a coisa não é tão simples assim. Em muitos casos as vagas existentes estão sendo abertas em outras cidades/estados onde os custos de mão de obra são historicamente menores, não há trabalhadores especializados locais e um trabalhador qualificado teria que abandonar sua casa, amigos famíliares, etc... para ir receber significativamente menos em outro lugar com infra-estrutura bem mais precária (em termos de escolas, hospitais, etc...). Em outros as empresas querem um único consultor ou engenheiro que seja especialista em dois ou até três áreas diferentes, para ganhar o salário de um só. Como são áreas de alta especialização, é claro que não existem disponíveis suficientes "gênios" que além de serem bons em todas as áreas desejadas e ainda aceitem receber o mesmo que um especialista em apenas uma delas. E por aí vai.
A verdade é que com os custos típicos de um trabalhador americano a produção de bens e serviços dentro dos EUA perde competitividade a nível mundial (se comparada com os de outros países como a China ou a Índia), e a redução da remuneração/hora e do número de empregados (através de trabalhadores multi-tarefa) é uma das formas de tentar reverter o quadro, juntamente com a desvalorização da moeda.
Mas é claro que não será assim tão fácil para as empresas que partem para estes caminhos encontrar os trabalhadores que elas esperam que atendam às suas necessidades pelos baixos valores de remuneração que querem pagar. A menos que os EUA entrem realmente em uma crise muito maior do que já estão, e neste caso eles estarão caminhando para uma sociedade como a brasileira, com todas as mazelas e problemas que temos e dos quais até hoje estamos tentando nos livrar.
Leandro G. Card
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Qua Jul 27, 2011 9:48 pm
por PRick
Sempre existem vagas não preenchidas no mundo inteiro, em geral, são empresas que querem o impossível. Mesma a situação de pleno emprego a taxa é em torno de 5% de desemprego, dada a rotatividade natural do mercado de trabalho. Porém, desemprego de 24% dos graduados é muito alto e preocupante, ainda mais quando dos EUA tem um mercado de trabalho quase que inteiramente desregulado.
[]´s
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Qui Jul 28, 2011 8:06 pm
por Grifon
Tesouro americano prepara plano de calote
O Tesouro dos Estados Unidos disse nesta quinta-feira que irá divulgar informações sobre como o governo vai determinar que contas pagará se o Congresso não chegar a um acordo para elevar o teto da dívida até 2 de agosto.
O Departamento disse que irá divulgar nos próximos dias detalhes sobre quais pagamentos são prioritários sobre outros. E acrescentou que, na segunda-feira, um dia antes do prazo final, vai realizar normalmente seu leilão de títulos com vencimento em três e seis meses.
O leilão deve vender US$ 87 bilhões em títulos e dinheiro será usado para liquidar a maior parte dos títulos públicos que vencem em 4 de agosto, no total de US$ 100 bilhões. A operação, segundo o Tesouro, não vai estourar o limite da meta de endividamento.
O teto da dívida americana, de US$ 14,3 trilhões, foi alcançado em maio, mas o governo dos Estados Unidos tem usado manobras para garantir as operações. Mas para essas brechas se encerra na próxima terça-feira, quando o governo ficará sem caixa para pagar todas as contas e a dívida.
O presidente democrata Barack Obama e os congressistas republicanos estão em um impasse sobre o teto da dívida e os planos para reduzir o deficit público americano nos próximos 10 anos. As discussões estão sendo conduzidas concomitantemente.
Atualmente, o Tesouro americano precisa tomar emprestado US$ 125 bilhões para fechar as contas todos os meses. Isso além dos US$ 500 bilhões de dívidas que vencem e precisam ser refinanciadas no mesmo período.
OTIMISMO
A Casa Branca afirmou nesta quinta-feira que continua otimista quanto à possibilidade de alcançar um compromisso com os congressistas sobre o aumento do limite da dívida pública federal, com o objetivo de evitar que o país se declare em default (suspensão de pagamentos).
"Continuamos acreditando e estamos otimistas que o Congresso manterá a razão (...) e que alcançará um compromisso", afirmou o porta-voz Jay Carney aos jornalistas.
"Nosso objetivo primeiro é proteger a economia e proteger os americanos dos danos econômicos", disse. "Se todos tivermos esse objetivo em mente, o compromisso será fácil."
IMPASSE
Democratas e republicanos estão em um impasse sobre o limite do país da dívida. Sem um acordo até dia 2 de agosto, o governo dos EUA corre o risco de ficar inadimplente em algumas das suas obrigações relacionadas à dívida, porque deve ultrapassar o teto de US$ 14,3 trilhões.
Negociações entre o presidente americano, Barack Obama, e o líder da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), o republicano John Boehner, ainda não conseguiram romper o impasse a respeito do tema.
Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos EUA e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/9511 ... lote.shtml
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 12:18 am
por Penguin
Crise | 28/07/2011 19:43
Europa e EUA estão a um passo de uma década perdida, diz Economist
Dificuldade dos líderes em tomar decisões difíceis poderá levar os países a viverem a mesma estagnação que o Japão viveu na década de 1990
Pierre Verdy/AFP
Turning Japanese
The absence of leadership in the West is frightening—and also rather familiar
http://www.economist.com/node/21524874
A reportagem de capa da revista Economist desta semana traz uma ilustração emblemática: a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente americano, Barack Obama, caracterizados como japoneses. O recado da publicação é direto e simples: Europa e Estados Uprepnidos estão seguindo o mesmo caminho que levou o Japão a passar toda a década de 1990 imerso em estagnação econômica e deflação.
Segundo a publicação, tal aposta baseia-se na falta de pulso dos países desenvolvidos ao lidarem com a atual crise econômica. A revista critica tanto a falta de clareza da Europa ao tentar resolver o problema grego quanto a absurda disputa política que se formou nos Estados Unidos em torno do aumento do teto da dívida. “As semelhanças entre o drama americano e o europeu estão no fato de seus protagonistas se recusarem a enfrentar a realidade”, afirma o texto.
Europa – A reestruturação da dívida da Grécia, na avaliação da revista, é apenas a parte mais incômoda de um problema gigantesco que envolve outras economias periféricas, como Portugal e Irlanda, e também a fatia rica da Europa – quadro que os líderes recusam-se a admitir. “Eles falharam em fazer uma reestruturação séria: o atual pacote de resgate reduz a dívida da Grécia, mas não o suficiente para dar ao país uma chance genuína de recuperação”, informa a reportagem. Em outras palavras, a revista acredita que os países fortes da zona euro (sobretudo França e Alemanha) deveriam assumir que terão de arcar com o prejuízo de uma união monetária mal pensada – reestruturando todo o sistema fiscal e monetário do bloco. A revista também afirma abertamente que é a favor da dissolução do euro.
Estados Unidos – Sobre a questão americana, as críticas não são menos duras – sobretudo em relação aos republicanos. “Houve um tempo em que a direita americana conseguiu liderar o mundo no que diz respeito a repensar governos; agora, ela não passa de uma miniatura intelectual”, diz o texto. Ainda segundo a Economist, almejar a redução do déficit sem aumento de impostos é ilusão do Partido Republicano. “Eles não conseguem nem fazer as contas do orçamento corretamente”, provocou a revista.
A resolução do problema, de acordo com a publicação, é simples: a Europa precisa se reestruturar completamente e se livrar de todas as ineficiências; e os Estados Unidos devem sacrificar seus benefícios sociais e aumentar impostos para conseguirem reduzir o déficit fiscal. Na teoria (e apenas nela), parece fácil.
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 12:53 am
por cassiosemasas
Neguinho da Beija Flor anunciando;
olha o calote ai gente!!!!
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 12:55 am
por PRick
Penguin escreveu:Crise | 28/07/2011 19:43
Europa e EUA estão a um passo de uma década perdida, diz Economist
Dificuldade dos líderes em tomar decisões difíceis poderá levar os países a viverem a mesma estagnação que o Japão viveu na década de 1990
Pierre Verdy/AFP
Turning Japanese
The absence of leadership in the West is frightening—and also rather familiar
http://www.economist.com/node/21524874
A reportagem de capa da revista Economist desta semana traz uma ilustração emblemática: a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente americano, Barack Obama, caracterizados como japoneses. O recado da publicação é direto e simples: Europa e Estados Uprepnidos estão seguindo o mesmo caminho que levou o Japão a passar toda a década de 1990 imerso em estagnação econômica e deflação.
Segundo a publicação, tal aposta baseia-se na falta de pulso dos países desenvolvidos ao lidarem com a atual crise econômica. A revista critica tanto a falta de clareza da Europa ao tentar resolver o problema grego quanto a absurda disputa política que se formou nos Estados Unidos em torno do aumento do teto da dívida. “As semelhanças entre o drama americano e o europeu estão no fato de seus protagonistas se recusarem a enfrentar a realidade”, afirma o texto.
Europa – A reestruturação da dívida da Grécia, na avaliação da revista, é apenas a parte mais incômoda de um problema gigantesco que envolve outras economias periféricas, como Portugal e Irlanda, e também a fatia rica da Europa – quadro que os líderes recusam-se a admitir. “Eles falharam em fazer uma reestruturação séria: o atual pacote de resgate reduz a dívida da Grécia, mas não o suficiente para dar ao país uma chance genuína de recuperação”, informa a reportagem. Em outras palavras, a revista acredita que os países fortes da zona euro (sobretudo França e Alemanha) deveriam assumir que terão de arcar com o prejuízo de uma união monetária mal pensada – reestruturando todo o sistema fiscal e monetário do bloco. A revista também afirma abertamente que é a favor da dissolução do euro.
Estados Unidos – Sobre a questão americana, as críticas não são menos duras – sobretudo em relação aos republicanos. “Houve um tempo em que a direita americana conseguiu liderar o mundo no que diz respeito a repensar governos; agora, ela não passa de uma miniatura intelectual”, diz o texto. Ainda segundo a Economist, almejar a redução do déficit sem aumento de impostos é ilusão do Partido Republicano. “Eles não conseguem nem fazer as contas do orçamento corretamente”, provocou a revista.
A resolução do problema, de acordo com a publicação, é simples: a Europa precisa se reestruturar completamente e se livrar de todas as ineficiências; e os Estados Unidos devem sacrificar seus benefícios sociais e aumentar impostos para conseguirem reduzir o déficit fiscal. Na teoria (e apenas nela), parece fácil.
Giovanni Arrighi deve estar rindo lá do caixão. Em seu livro Adam Smith em Pequim, ele fala que essa era uma das possibilidades, ele dava como certa a perda relativa do PIB dos EUA em pelo menos 30%, quer dizer, quer pelo baixo crescimento, quer pela desvalorização cambial, os EUA ficariam mais 30% mais pobres em relação ao mundo.
Porém, ele não estudou a Europam que está diante de risco semelhante.
E todos nós sabemos para onde essa redistribuiçãoo de riqueza no mundo irá, a maior parte para a sigla mágica BRIC´s.
[]´s
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 12:57 am
por PRick
cassiosemasas escreveu:Neguinho da Beija Flor anunciando;
olha o calote ai gente!!!!
Eles serão os maiores prejudicados por um calote, afinal, ainda são os maiores credores deles mesmos. Só os EUA tem dívidas fora da zona do G7.
[]´s
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 1:06 am
por cassiosemasas
PRick escreveu:cassiosemasas escreveu:Neguinho da Beija Flor anunciando;
olha o calote ai gente!!!!
Eles serão os maiores prejudicados por um calote, afinal, ainda são os maiores credores deles mesmos. Só os EUA tem dívidas fora da zona do G7.
[]´s
concordo, "los americanos"(a la "Piero" compositor Argentino)além disso, eles tem muita coisa de muito valor(alta tecnologia, e outras cositas mais que servem para amortizar a divida, tomara que não role, mas que ta parecendo que vai rolar, ta.)
Vamos ver até onde eles vão querer se expor.
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 7:49 am
por cabeça de martelo
Indecisão alemã? Então eles estão a mexer-se para criar o 4º Reich e vocês falam em indecisão alemã?!
O Ministro Alemão já deu uma entrevista a defender que os países que receberam ajuda deviam ceder parte da sua soberania à UE. Isso é o quê?
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 8:59 am
por marcelo bahia
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Até a elite dos EUA reconhece a importância do Brasil, só falta a nossa
Complexo de Vira-Lata. A mídia brasileira também é complexada
Até os jornais brasileiros tiveram de noticiar. Uma força-tarefa criada pelo Conselho de Relações Exteriores, organização estreitamente ligada ao establishment político/intelectual/empresarial dos Estados Unidos, acaba de publicar um relatório exclusivamente dedicado ao Brasil, -pontuado de elogios e manifestações de respeito e consideração. Fizeram parte da força-tarefa um ex-ministro da Energia, um ex-subsecretário de Estado e personalidades destacadas do mundo acadêmico e empresarial, além de integrantes de think tanks, homens e mulheres de alto conceito, muitos dos quais estiveram em governos norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos.
O texto do relatório abarca cerca de 80 páginas, se descontarmos as notas biográficas dos integrantes da comissão, o índice, agradecimentos etc. Nelas são analisados vários aspectos da economia, da evolução sociopolítica e do relacionamento externo do Brasil, com natural ênfase nas relações com os EUA. Vou ater-me aqui apenas àqueles aspectos que dizem respeito fundamentalmente ao nosso relacionamento internacional.
Logo na introdução, ao justificar a escolha do Brasil como foco do considerável esforço de pesquisa e reflexão colocado no empreendimento, os autores assinalam:
“O Brasil é e será uma força integral na evolução de um mundo multipolar”. E segue, no resumo das conclusões, que vêm detalhadas nos capítulos subsequentes:
“A Força Tarefa (em maiúscula no original) recomenda que os responsáveis pelas políticas (policy makers) dos Estados Unidos reconheçam a posição do Brasil como um ator global”.
Em virtude da ascensão do Brasil, os autores consideram que é preciso que os EUA alterem sua visão da região como um todo e busquem uma relação conosco que seja “mais ampla e mais madura”. Em recomendação dirigida aos dois países, pregam que a cooperação e “as inevitáveis discordâncias sejam tratadas com respeito e tolerância”. Chegam mesmo a dizer, para provável espanto dos nossos “especialistas” – aqueles que são geralmente convocados pela grande mídia para “explicar” os fracassos da política externa brasileira dos últimos anos – que os EUA deverão ajustar-se (sic) a um Brasil mais afirmativo e independente.
Todos esses raciocínios e constatações desembocam em duas recomendações práticas. Por um lado, o relatório sugere que tanto no Departamento de Estado quanto no poderoso Conselho de Segurança Nacional se proceda a reformas institucionais que deem mais foco ao Brasil, distinguindo-o do contexto regional. Por outro (que surpresa para os céticos de plantão!), a força-tarefa “recomenda que a administração Obama endosse plenamente o Brasil como um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É curioso notar que mesmo aqueles que expressaram uma opinião discordante e defenderam o apoio morno que Obama estendeu ao Brasil durante sua recente visita sentiram necessidade de justificar essa posição de uma forma peculiar.
Talvez de modo não totalmente sincero, mas de qualquer forma significativo (a hipocrisia, segundo a lição de La Rochefoucault, é a homenagem que o vício paga à virtude), alegam que seria necessária uma preparação prévia ao anúncio de apoio tanto junto a países da região quanto junto ao Congresso. Esse argumento foi, aliás, demolido por David Rothkopf na versão eletrônica da revista Foreign Policy um dia depois da divulgação do relatório. E o empenho em não parecerem meros espíritos de porco leva essas vozes discordantes a afirmar que “a ausência de uma preparação prévia adequada pode prejudicar o êxito do apoio norte-americano ao pleito do Brasil de um posto permanente (no Conselho de Segurança)”.
Seguem-se, ao longo do texto, comentários detalhados sobre a atuação do Brasil em foros multilaterais, da OMC à Conferência do Clima, passando pela criação da Unasul, com referências bem embasadas sobre o Ibas, o BRICS, iniciativas em relação à África e aos países árabes. Mesmo em relação ao Oriente Médio, questão em que a força dos lobbies se faz sentir mesmo no mais independente dos think tanks, as reservas quanto à atuação do Brasil são apresentadas do ponto de vista de um suposto interesse em evitar diluir nossas credenciais para negociar outros itens da agenda internacional. Também nesse caso houve uma “opinião discordante”, que defendeu maior proatividade do Brasil na conturbada região.
Em resumo, mesmo assinalando algumas diferenças que o relatório recomenda sejam tratadas com respeito e tolerância, que abismo entre a visão dos insuspeitos membros da comissão do conselho norte-americanos- e aquela defendida por parte da nossa elite, que insiste em ver o Brasil como um país pequeno (ou, no máximo, para usar o conceito empregado por alguns especialistas, “médio”), que não deve se atrever a contrariar a superpotência remanescente ou se meter em assuntos que não são de sua alçada ou estão além da sua capacidade. Como se a Paz mundial não fosse do nosso interesse ou nada pudéssemos fazer para ajudar a mantê-la ou obtê-la.
Celso Amorim - ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula - para Carta Capital.
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 10:11 am
por PRick
Hehehe, o pessoal tá fazendo as coisas certinhas, não disse que iam acabar recorrendo a esse expediente diante da queda do Dólar. E vejam o que nossa mídia vendida e internacionalista fala!
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Política Monetária | 06:01
BC emite mais moeda e enfraquece alta de juros no combate à inflação
O movimento de alta de juros, realizado nas últimas cinco reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, pode ter efeito reduzido no combate à inflação.
Desde janeiro, a taxa básica de juros (Selic) deixou a casa dos 10,75% para os atuais 12,50%, com o argumento de que o avanço dos preços precisava ser contido.
Apesar do aperto fiscal, o Banco Central deu vazão a uma brecha que pode ter reduzido a eficiência da política monetária.
Trata-se da emissão de papel-moeda.
Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, em junho, a emissão de papel-moeda cresceu 10,9%, no acumulado de 12 meses.
“Apesar de a curva estar em declínio desde o fim de 2010, o nível de crescimento em 12 meses assinalado em junho é praticamente o mesmo observado entre janeiro e abril de 2009, que foi o momento de maior necessidade de estímulo para combater os efeitos deletérios da crise financeira”, disse.
Ao emitir papel-moeda, o Banco Central está colocando mais dinheiro em circulação e, consequentemente, aumentando a inflação.
Agostini lembra que, em 2010, a taxa de crescimento de emissão de papel-moeda ficou perto de 17%, com picos de quase 20%. “Isso ocorreu em um momento em que já se discutia a necessidade de ação do BC para combater a inflação alta, fato que culminou com a adoção das medidas macroprudenciais, em dezembro de 2010.”
“Ou seja, o BC aperta com juros, mas afrouxa com emissão de papel-moeda, mantendo a liquidez que, por sua vez, sanciona recorrentes aumentos de preço devido a demanda aquecida”, completou Agostini.
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 6:00 pm
por GustavoB
29/07/2011 - 17h22
Dólar fecha o mês em queda mesmo com medida do governo
do UOL Economia, em São PauloSeja o primeiro a comentar
O dólar fechou no em baixa nesta sexta-feira (29). A moeda encerrou cotada a R$ 1,551 para venda, com baixa de 1,15%. Com isso a moeda norte americana tem a maior baixa desde o dia 7 de março. No acumulado do mês, a desvalorização é de 0,70% e, no ano, de 6,90%.
A incerteza sobre a dívida soberana e o crescimento econômico dos Estados Unidos derrubou o dólar em todo o mundo, devolvendo a moeda ao patamar de R$ 1,55 após dois dias de alta.
Nos últimos dois dias, o dólar havia registrado alta de quase 2% com a adoção de um imposto sobre operações com derivativos de câmbio. A moeda era cotada antes nos menores níveis desde 1999, e o governo tinha a intenção de frear a valorização do real para proteger as exportações.
A notícia de que os Estados Unidos crescem a um ritmo mais lento do que o previsto também abalou o dólar.
Dados da consultoria norte-americana EPFR mostraram que fundos de mercado aberto, repletos de títulos do Tesouro norte-americano, perderam US$ 37,02 bilhões nesta semana, em favor principalmente de fundos alemães e de mercados emergentes, como o Brasil.
"O mercado é escasso de comprador. Não tem ninguém querendo comprar dólar, só o Banco Central", disse à Reuters José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença.
A autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólar no mercado à vista nesta sexta-feira, repetindo a atuação dos últimos dois dias.
Agosto
Em agosto, a tendência do dólar depende basicamente do resultado das negociações no Congresso dos Estados Unidos. Mesmo que um calote seja evitado, as agências de classificação de risco ameaçam reduzir a nota da dívida norte-americana, o que poderia adicionar pressão à queda da divisa.
No Brasil, contudo, permanece a ameaça da atuação do governo. Após impor a taxa sobre operações com derivativos, as autoridades --sob a iniciativa do Conselho Monetário Nacional (CMN)-- podem aumentar a alíquota do imposto ou exigir depósitos de margem adicionais.
"Em outubro de 2010, o governo elevou o imposto sobre investimentos estrangeiros em renda fixa duas vezes", escreveram analistas do BNP Parobas, em relatório.
(Com informações da Reuters)
Re: Crise Econômica Mundial
Enviado: Sex Jul 29, 2011 6:22 pm
por DELTA22
Acho (
) que teremos que impor um mecanismo de "esterilização" de capitais especulativos como fez o Chile - a famosa "quarentena" - até 1997 e, se possível evitar elevação das taxas de juros (SELIC), quicá, diminuí-la... A sinuca brasileira é parar de tentar combater a inflação com a SELIC. A saída é, em parte, incentivar os investimentos produtivos, desonerar a folha de pagamentos e a investir em infraestrutura.
[]'s a todos.