E quanto a estes tais estudos sobre a Art AP-SR? Isso é sério mesmo ou é só mais contação de história da imprensa? Se não temos nem para dar uma repaginada nos M-109A3 vai ter dindin para obuseiro zero bala?
Bom! Você sabe que a artilharia de campanha não tem um projeto específico, há não ser o Astro 2020. O projeto ao qual me refiro para a ArtCmp é o OCOP, que já foi RECOP. Este projeto contempla mais 16 ou 17 subprojetos dentre eles o da ArtCmp. A bola da vez no momento para a Art é a aquisição, modernização e transporte dos M109 A5+ Br para o Brasil. Com o corte do orçamento juntando-se a isso a primazia para CAESARs e afins fica em enésima prioridade, ou seja só no papel. No entanto, este relato de final de simpósio recente de ArtCmp coloca luz ao fim do túnel:
"DAS ANÁLISES DOS MATERIAIS EXISTENTES E EM DESENVOLVIMENTO, PODE-SE INFERIR ALGUMAS TENDÊNCIAS:
a.
Aumento do alcance máximo de tiro: para além dos 30 km com munição convencional e acima dos 50 km com munição assistida. Com a munição Excalibur (EUA) tem-se atingido alcances acima de 50 km e com a munição V-LAP (África do Sul) alcances de 70 km.
b.
Capacidade rápida de entrar e sair de posição. O obsueriro 155mm AP Archer (Sueco), por exemplo, possui uma cadência máxima de tiro de 8 a 9 tiros por minuto. É capaz de realizar impactos simultâneos de múltiplas granadas (MRSI), com 6 granadas em 30 segundos, cada uma em diferentes trajetórias, de modo que todas cheguem no alvo ao mesmo tempo. O Archer transporta 20 granadas. Leva apenas 30 segundos para parar e estar pronto para o tiro. Sai de posição em 30 segundos, o que permite evitar os fogos de contrabateria.
c.
Aumento da cadência de tiro: de 6 a 10 tiros por minuto.
d.
Capacidade de projeção e rápida intervenção: de forma a serem empregues em forças de reação rápida. Os materiais, de acordo com o seu peso e volume, devem ter a possibilidade de serem facilmente transportados pelos atuais meios de transporte aéreo.
e.
Carregamento de menores quantidades de munições nas peças: de 20 a 30 granadas por peça, exigindo a proporção de uma viatura remuniciadora por peça. Quando se adquirir o armamento (obuseiro) não esquecer de comprar as viaturas remuniciadoras, correndo o risco de deixar o sistema linha de fogo comprometido, sem a possibilidade de realizar o remuniciamento ou adaptar com um caminhão 5 ton na função de remunicadora. O maior absurdo seria destinar uma caminhão 5 ton como remuniciadora de um M109 A5.
f.
Carregamento automatizado de granadas: sistemas modernos eliminam a participação de serventes nos carregamentos das granadas. Sistemas automatizados trazem um ganho enorme, o que permitirá reduzir efetivos e racionalizar meios.
g.
Localização geográfica (topográfica) das peças em tempo real: por meio de navegação inercial, GPS, etc. Isso reforça a idéia de que, quando se comprar um determinado material, deve-se adquirir o seu sistema de localização em tempo real, o que permitirá reduzir efetivos e racionalizar meios.
h.
Redução da guarnição das peças: Materiais mais modernos, de alta tecnologia, ou em desenvolvimento, projetam uma guarnição de até 2 (dois) homens (um motorista e um servente), além de dispensar levantamentos topográficos, turmas de reconhecimentos, etc.
i.
Adoção do calibre 155 mm e tubos de 52 calibres: Como requisito da OTAN, verifica-se um campo de atuação cada vez mais reduzido para o calibre 105 mm, normalmente adotado para equipar unidades aerotransportadas. A tendência de mercado e desenvolvimento de sistemas passa pela generalização do calibre 155 mm, com múltiplas configurações e modelos de comprimento dos tubos e volume das câmaras (mais de 36 para os sistemas 155 AP). Verifica-se, ainda, uma uniformização na adoção de sistemas ultra-leves 155 mm/L52 modelo OTAN, recorrendo a novas ligas de titânio mais resistentes e leves, e carregamento automático, o que permitem obuses 155 mm mais leves, maior cadência de tiro e alcances na ordem dos 40 km, utilizando munições convencionais. Esta configuração está em utilização na missão da OTAN no Afeganistão, permitindo cadências de 6 tpm, alcances na ordem dos 42 km e pode chegar aos 55 km com munições especiais. Utilização de obuseiros autopropulsados em veículos sobre rodas, em detrimento das viaturas de lagartas, as quais devem ser mantidas para as brigadas pesadas ou blindadas.
j.
Emprego de munições inteligentes com alcances e níveis de precisão cada vez maiores (Copperhead, Excalibur, Bônus, etc.). O surgimento dos mais variados tipos de munições inteligentes que permitem o guiamento terminal, podem ter submunições com sensores na respectiva espoleta e possibilitam a introdução de correções durante a sua trajetória.
k.
Capacidade para realizar o tiro de impactos simultâneos de granadas múltiplas (MRSI).
l.
Adoção de simuladores de tiro, para economizar munição."