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Enviado: Qua Abr 25, 2007 12:02 pm
por WalterGaudério
CUSTOS do SNA Nacional.
Percebi que estava havendo alguns questionamentos naturais qto. ao custo de aquisição do futuro submarino nuclear brasileiro. Por isso aqui estão alguns esclarecimentos(não-oficiais é claro)
Eu já havia postado isso aqui , mas repito sem problemas.
O fato do primeiro submarino nuclear nacional "custar" cerca de 400/450 mi de dólares(como projeção), como tem sido anunciado na mídia especializada, tem causado espécie à muitos, portanto, como se sabe, referenciando-se preços/custos de sistemas semelhantes de outras nações, o que salta aos olhos é que o SNA pretendido pela MB é /será "barato" em comparação aos similares estranjeiros.
Nada surpreendente.
Colegas, a MB mantém à quase 3 decadas criou em SP a COPESP junto a USP, esta OM tem por finalidade interagir com a academia nacional, no desenvolvimento de sistemas e subsistemas de geração nucleo-elétrica para submarinos de propulsão nuclear.
Ora, esta linha de ação preconiza desde o início o desenvolvimento autóctone de inteligência, uma vez que é amplamente conhecido que praticamente não há repasse de tecnologias/equipamentos que levem diretamente(e muitas vezes até indiretamente) à conhecimentos relacionados a tecnologia de propulsão nuclear pretendida.
Dessa forma , e desde então centenas de patentes foram/e/ou estão sob controle da MB ou de institutos de pesquisa nacionais associados ao programa de pesquisa & desenvolvimento gerenciado pela COPESP.
O fato de que os eventuais royalties referentes a equipamentos patenteados no Brasil, que comporão à altura da construção de nosso primeiro SNA, serem nacionais e , portanto pagos em reais, por si só já "derruba" cotações de preço do primeiro submarino, para os patamares supre-citados, isso se não os colocarem em patamares ainda menores.
Isso posto, devemos considerar ainda que preço é diferente de custo.
Como já declarado recentemente pelo ex-comandante da MB, Alte. Guimarães Carvalho e pelo atual, o Alte. Moura Neto a cosnstrução de um SNA , não se limita ao submarino propriamente dito. Ter-se-á que formar pessoal capacitado de projeto e operadores não só a operar sua planta propulsora, mas tb apoia-la logisticamente, formatar uma base naval adequada para apoio dos SNAs, em que preferencialmente se localize um estaleiro especializado na contrução e reparo destes meios, bem como de uma infra-estrutura de comunicações que permita potencializar ao máximo as principais e superlativas caraterísticas operativas dos SNAs.
O custo de tudo isso poderia bem ser contabilizado no preço de aquisição do primeiro SNA, mas tb teríamos uma substancial amortização desses mesmos custos nos submarinos subsequentes.
sds
Walter
Enviado: Qua Abr 25, 2007 12:03 pm
por Einsamkeit
Mas entao ja existe a Definiçao que ele vai ser um SSN leve, do estilo do Amethiste
Enviado: Qua Abr 25, 2007 12:29 pm
por WalterGaudério
Einsamkeit escreveu:Mas entao ja existe a Definiçao que ele vai ser um SSN leve, do estilo do Amethiste
Ainda não. A configuração de Máquinas do Amethiste realmente foi estudada pela COPESP(assim como todas as outras) mas deixou de ser considerada, por ser considerada muito complexa.
A configuração de propulsão da futura classe de SNA fatalmente será de configuração bastante ortodoxa para reduzir os riscos técnicos envolvidos.
sds
Walter
Enviado: Qua Abr 25, 2007 12:32 pm
por Einsamkeit
Mas vamos entao com o estilo tradicional?
Nao sou especialista, mas o Modelo do Frances nao te parece mais silencioso, afinal é movido por motores eletricos, ao contrario da Turbina + Transmissao
Enviado: Qua Abr 25, 2007 12:54 pm
por WalterGaudério
Einsamkeit escreveu:Mas vamos entao com o estilo tradicional?
Nao sou especialista, mas o Modelo do Frances nao te parece mais silencioso, afinal é movido por motores eletricos, ao contrario da Turbina + Transmissao
Bom eu não tenho como te dizer se é mais silencioso de fato ou não. Mas prezumimos que sim.
O que pega nesse modelo francês, é que eles não tiveram sucesso na configuração da turbina à vapor que seria empregada na classe, e portanto, tiveram que se sair com a configuração que conhecemos hoje.
É possível sim conseguir uma considerável redução do NRI intrinseco as Instalações Nucleares de Propulsão(INAPs), através da supressão das engrenagens redutores e transmitir a energia mecânica diretamente ao eixo, usando motores de escovas catalíticas ou de pulso contínuo.
Mas ainda vai rolar muita água até que a MB passe à esse nível de detalhes.
sds
Walter
Enviado: Qui Abr 26, 2007 11:44 am
por marcolima
Desculpe e ignorancia: o que e uma escova catalitica ou de pulso continuo? ( a pergunta e inevitavel ).
[]s
Marco
Enviado: Qui Dez 20, 2007 10:20 pm
por WalterGaudério
Achei extremamente relevante esta notícia que aparentementepassou batida por aqui.
O que pega é que algumas infos divulgadas pelo Godoy , DE FATO procedem, principalemnte qto. à localização/construção da base/estaleiro.
Marinha planeja frota nuclear17 de Dezembro de 2007 @ 09:35 - Galante
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Programa não se limita a um único submarino, mas total só será decidido após entrega da primeira unidade
Roberto Godoy
O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha “depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos”, afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.
A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.
Moura Neto sustenta que “só depois que o projeto estiver suficientemente consolidado será possível tratar da produção e, à luz dos fatores condicionantes, dimensionar a nova classe”.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto “essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico”. Para ele, não dá para pensar em proteção “exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites”. Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, “a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica”.
A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos; o periscópio, por exemplo.
Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar do desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por 100 tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo.
O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias. “Para reduzir o stress decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana”, afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers. Isso não significa muito. Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema. Outro cuidado: cardápio variado, comida saborosa e de qualidade, servida dia e noite.
Esses gigantes vão operar a partir de uma nova base naval, que tem grande chance de ser instalada no litoral de São Paulo, ao norte de São Sebastião. Alí, no bolsão de águas calmas e profundas, onde a topografia da costa é pouco acidentada, os navios atômicos, protegidos por baterias de mísseis antiaéreos, seriam preparados para cumprir missões permanentes de patrulha. Também estariam próximos do parque industrial paulista e de um estaleiro especial que deve surgir em Sepetiba, no litoral sul do Rio, para construir os submarinos. Nos dois locais, as áreas envolvidas pertencem à União.
O complexo de edifícios da base será todo coberto para escapar do olho dos satélites militares. O prédio da doca funcionará com berços flutuantes e diques de drenagem - as embarcações serão movimentadas para dentro e para fora com auxílio da água do mar. Sempre rapidamente, quase sempre durante a noite, ao amanhecer, ao cair da tarde ou quando houver neblina. Recursos mínimos para reduzir - mas não evitar - a observação eletrônica.
Tudo isso - da divisão do ambiente ao compartimento onde ficará o reator, o centro de combate e até a nova base - está pronto, em escala, no discreto pavilhão M, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), no campus da USP. Ali há maquetes de engenharia que vêm sendo periodicamente atualizadas desde os anos 80, quando o programa, então considerado secreto, teve início.
O material destina-se aos ensaios de projeto do arranjo interno do submarino, com todos os componentes. Uma bancada isolada mostra o conjunto propulsor. E, ao fundo, uma seção de acrílico em grande proporção, permite estudar a distribuição dos dispositivos que compõem parte da unidade de vapor de alta pressão. Os músculos da máquina.
SEGREDOS
Há também vários segredos. O maior deles, ligado ao projeto, é o da tecnologia do eixo que leva movimento à enorme hélice destinada a movimentar o navio. O maior problema nessa área é limitar ruído e vibração. Empregando um conceito derivado da construção de ultracentrífugas nacionais, empregadas no enriquecimento do urânio usado como combustível de reatores, o eixo de 80 metros será magnético, funcionando sem barulho e, melhor ainda, sem atrito entre as partes móveis.
O Túnel de Cavitação, o laboratório de testes, terá de ser construído no Centro Aramar, em Iperó, região de Sorocaba - um tanque, monitorado eletronicamente, de 400 metros de comprimento com 7,5 metros de profundidade. “Para isso não se encontram parceiros internacionais”, comenta o almirante Carlos Bezerril, o diretor-geral do Centro Tecnológico.
Bezerril estima que a Marinha esteja no nível 40 do conhecimento tecnológico exigido para a construção de submarinos nucleares, tendo o patamar 100 como sendo o momento da entrega do navio, “graças ao avanço obtido no domínio completo do ciclo do combustível e da propulsão, com execução de um protótipo, pronto em Aramar”. Para construir submarinos nucleares o programa prevê que haja, antes, um modelo convencional como forma de dominar os processos de fabricação - do casco em aço especial até a montagem dos equipamentos.
FONTE: Jornal O Estado de São Paulo, 15/12/2007
Enviado: Qui Dez 20, 2007 10:31 pm
por Marino
Enviado: Qui Dez 20, 2007 11:09 pm
por WalterGaudério
Enviado: Qui Dez 20, 2007 11:16 pm
por Paisano
cicloneprojekt escreveu:Esses gigantes vão operar a partir de uma nova base naval, que tem grande chance de ser instalada no litoral de São Paulo, ao norte de São Sebastião. Alí, no bolsão de águas calmas e profundas, onde a topografia da costa é pouco acidentada, os navios atômicos, protegidos por baterias de mísseis antiaéreos, seriam preparados para cumprir missões permanentes de patrulha. Também estariam próximos do parque industrial paulista e de um estaleiro especial que deve surgir em Sepetiba, no litoral sul do Rio, para construir os submarinos. Nos dois locais, as áreas envolvidas pertencem à União.
Como leigo, sou de opinião que essa base deveria ficar localizada na altura do Estado da Bahia, pois estaria mais centralizada em relação a costa brasileira.
cicloneprojekt escreveu:SEGREDOS
Há também vários segredos. O maior deles, ligado ao projeto, é o da tecnologia do eixo que leva movimento à enorme hélice destinada a movimentar o navio. O maior problema nessa área é limitar ruído e vibração. Empregando um conceito derivado da construção de ultracentrífugas nacionais, empregadas no enriquecimento do urânio usado como combustível de reatores, o eixo de 80 metros será magnético, funcionando sem barulho e, melhor ainda, sem atrito entre as partes móveis.
Enviado: Sex Dez 21, 2007 1:49 pm
por Vinicius Pimenta
Paisano, tenderia a concordar pensando por esse lado. Contudo, uma base na região Sudeste ficaria muito mais vantajosa logisticamente. Basta considerar que todos os centros nucleares (usinas e centros de pesquisa) estão na região. Fora as características geográficas. O trecho da matéria explica muito bem isso.
Enviado: Sex Dez 21, 2007 7:12 pm
por capsantanna
Vocês não estão se lembrando da questão profundidade.
O canal principal da Baia de Todos os Santos tem por volta de 50 metros de profundidade nos seus pontos mais profundos. Definitivamente não seria uma das melhores escolhas.
A Base Naval de Aratu seria uma boa escolha se não fosse pela profundidade do canal de acesso.
Uma nova base me parece realmente o mais acertado, pois há peculiariedades de operação e segurança que não se encontram em Salvador (BNA) ou no Rio.
Enviado: Sex Dez 21, 2007 9:23 pm
por Brigadeiro
Qual é a profundidade da Baía de Guanabara? Alguém tem alguma carta náutica para eu ver??
Até mais!
Enviado: Sex Dez 21, 2007 11:54 pm
por Jorge Freire
Brigadeiro escreveu:Qual é a profundidade da Baía de Guanabara? Alguém tem alguma carta náutica para eu ver??
Até mais!
A Baía da Guanabara é muito rasa! Além da ponte só é navegável nos canais!
Enviado: Sáb Dez 22, 2007 12:01 am
por WalterGaudério
capsantanna escreveu:Vocês não estão se lembrando da questão profundidade.
O canal principal da Baia de Todos os Santos tem por volta de 50 metros de profundidade nos seus pontos mais profundos. Definitivamente não seria uma das melhores escolhas.
A Base Naval de Aratu seria uma boa escolha se não fosse pela profundidade do canal de acesso.
Uma nova base me parece realmente o mais acertado, pois há peculiariedades de operação e segurança que não se encontram em Salvador (BNA) ou no Rio.
Positivo, operante!
Na ilha grande há uma área excelente nas proximidades do terminal da PETROBRAS, o famosissimo TEBIG, minha aposta é que a base vai para lá.
Ou seja, nossos futuros SSNs poderão submaergir sem ter que cumprir longos e reveladores trânsitos até atingir área de cotabilidade útil.
Walter