Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#301 Mensagem por akivrx78 » Qui Ago 18, 2016 3:29 am

Modelo de mega-olimpíada chegou ao fim, diz especialista

17/08/2016 22h31
Rio de Janeiro

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil

Os Jogos do Rio podem ser os últimos dentro do modelo de um mega-evento de custos altíssimos. A tendência para as próximas olimpíadas é de estruturas mais enxutas, sustentáveis e baratas. A opinião é do pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Lamartine Pereira da Costa, especialista em assuntos ligados ao esporte, membro do conselho consultivo da Russian International Olympic University.

“Já foi decidido, na Agenda 2020 do Comitê Olímpico Internacional, publicada em 2014, que não se aceita mais este tipo de coisa. Tóquio, que foi escolhido depois, já não existe isto que vimos no Rio de Janeiro. Estes são os últimos jogos gigantescos do mundo. Não haverá mais isto”, disse o professor, durante palestra sobre O Futuro dos Jogos, na Casa Brasil, na região portuária do Rio.

Segundo Costa, eventos esportivos de grande magnitude já não são mais sustentáveis, do ponto de vista financeiro, pois exigem muitos investimentos, para um retorno abaixo dos gastos. “É questão de sustentabilidade. Quando você faz uma coisa muito grande, ela começa a perder o sentido econômico, social, cultural. Você tem que colocar os custos no nível dos gastos. Se o gasto é maior que o custo, aí há um desequilíbrio e isso conduz à perda do controle econômico e social”.

Desequilíbrios

O pesquisador deu como exemplo as três últimas olimpíadas, em Londres, Pequim e Atenas, que geraram desequilíbrios financeiros e arenas esportivas que ficaram sem uso. “Atenas, Londres e Pequim foram gigantes. Isto se esgotou. Já foram longe demais. A Agenda 2020 não admite mais isto. Se você vai além dos gastos, [os equipamentos acabam sucateados]. Existem os excessos. O velódromo não tem préstimo nenhum, nem para o Rio de Janeiro nem para o Brasil. Custou R$ 200 milhões. É uma perda gigantesca”, disse.

Costa levantou a hipótese das próximas olimpíadas serem feitas em mais de uma cidade ao mesmo tempo. “Acabou a tradição que vem desde [o barão Pierre de] Coubertain [criador dos Jogos Olímpicos modernos]. Não haverá mais tudo concentrado. Pode ser em mais de um país”, disse o pesquisador.

Formação de atletas

Outro assunto debatido durante as palestras na Casa Brasil foi a formação de base para gerar atletas de alto rendimento que garantam medalhas ao país. O presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref), André Fernandes, disse que tudo começa nas escolas e na valorização da educação física, pois é na base onde estão os futuros craques do esporte nacional. Segundo ele, o baixo número de medalhas dos brasileiros tem que ser comemorado, por causa da falta de condições dos atletas.

“Foi até um bom resultado, pelo pouco ou nenhum apoio que alguns atletas têm. Não é feito nenhum tipo de projeto esportivo em longo prazo. Temos que mudar toda uma cultura, que começa dentro da escola, com a presença de um profissional de educação física, que tem contato com a criança e despertar o interesse e o talento. Para que elas possam ir para centros de treinamentos específicos e possam se desenvolver, até chegarem a um esporte de alto rendimento”, disse.

Segundo Costa, este é o modelo praticado há décadas nos Estados Unidos, país tradicionalmente campeão em medalhas em olimpíadas: “Não podemos esquecer da grande massa, que tem de praticar esporte. Temos um bom exemplo dos americanos, que são líderes das olimpíadas e têm os centros de treinamento. Quando uma criança é detectada como um talento infantil, ela é destacada do grupo e passa a ter um treinamento específico, porque tem condição de atingir o alto rendimento. É o que falta para a gente aqui, um projeto em longo prazo”, disse.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/rio-201 ... pecialista




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#302 Mensagem por Clermont » Qui Ago 18, 2016 9:15 am

knigh7 escreveu:http://www.youtube.com/watch?v=xCPuDq2_CMY
Esqueceram Alya Mustafina.

Para este esquecimento, só uma penalidade:

MORTE!!!

[002] [004]





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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#303 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Ago 18, 2016 1:25 pm

Vocês brasileiros ainda têm muito que aprender com a Coreia do Norte!

http://www.dezeen.com/2016/08/12/pyongy ... -progress/




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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#304 Mensagem por P44 » Qui Ago 18, 2016 2:37 pm

Telminha ;)

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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#305 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 12:04 am

Japonesa “imbatível” vê ouro ficar com americana na luta olímpica

Agência Brasil
18.08.16 - 20h19
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Saori Yoshida chegou ao Rio de Janeiro pronta para fazer história. Afinal, não havia ninguém que considerasse a possibilidade da wrestler não vencer a categoria até 53kg da luta olímpica estilo livre feminino. Este seria o quarto ouro consecutivo da japonesa, que havia vencido em Atenas, Pequim e Londres. Seria, porque, no meio do caminho, Yoshida topou com a norte-americana Helen Louise Maroulis, que deixou o ginásio inteiro em choque ao imprimir a terceira derrota internacional na carreira de Yoshida – a primeira em mundiais ou olimpíadas – e tirar o ouro da até então imbatível japonesa.

Yoshida era a única campeã de sua categoria desde que as mulheres passaram a competir na modalidade em Jogos Olímpicos. Se chegasse ao quarto ouro seguido, ela se tornaria, ao lado da compatriota Kaori Icho, da categoria até 58kg, a mulher com o maior número de ouros em esportes individuais e a atleta, entre homens e mulheres, mais vencedora da modalidade em Jogos Olímpicos. A derrota por pontos desmontou a lendária lutadora, que desabou em lágrimas no tapete central da Arena Carioca 2 quando o cronômetro zerou.

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Saori Yoshida, de 33 anos, venceu absolutamente todos os campeonatos mundiais desde que passou a competi-los, em 2002 – são 13, no total. Por causa das mudanças nas faixas de peso para o estilo livre feminino, implantadas há dois anos, a japonesa, que até então competia entre as atletas de até 55kg, precisou perder peso para entrar na categoria olímpica de até 53kg. Depois de chegar com autoridade à final, vencendo suas lutas sem ceder nenhum ponto, a derrota na final era tida como “impossível” por jornalistas japoneses. Do outro lado do mundo, o Japão acordou cedo para ver o esperado quarto ouro olímpico da lutadora.

Filha de Eikatsu Yoshida, campeão japonês de wrestler, Saori Yoshida deu seus primeiros golpes aos três anos. Sua fama extrapola o âmbito esportivo: com status de celebridade em seu país e extremamente conhecida – até por quem não tem tanta intimidade com a luta olímpica –, ela também se arrisca no meio artístico. Já foi estrela de comerciais, lançou uma música, fez participações em novelas e séries da televisão japonesa e considera seguir a carreira de atriz quando encerrar a vida esportiva.

A norte-americana Hlen Maroulis segue competindo na categoria até 55kg, que não é olímpica. Foi nesta faixa de peso que ela se tornou campeã mundial no ano passado, já sem a sombra da japonesa. A estreante em Jogos Olímpicos tornou-se, aos 24 anos, a primeira americana a faturar a medalha de ouro no estilo livre feminino. “É um sentimento incrível. Ainda estou processando tudo isso”, admitiu. “Eu sabia que a luta seria extremamente difícil, mas dei o meu melhor e deixei tudo que eu podia no tapete”.

A nova campeã conta que a grandeza da adversária da final não a assustou nem por um momento. “Quando luto, não penso se meu oponente é pior ou melhor do que eu. Afinal, somos todas competidoras. Eu dizia a mim mesma que qualquer uma poderia ganhar e acreditava que estava pronta”. O ouro de Maroulis foi o 53º dos Estados Unidos na luta olímpica, sendo 52 em categorias masculinas.

A derrota desmontou Yoshida e deixou o público incrédulo, sem acreditar no que acabara de presenciar. E foi nos braços de sua mãe e do irmão, que assistiram a tragédia pessoal da campeã das arquibancadas, que ela buscou consolo – cercada, obviamente, por uma multidão de fotógrafos, que praticamente ignoraram a celebração de Maroulis. “Eu peço desculpas pela minha derrota”, afirmou a japonesa, que não soube responder se tentará a classificação para lutar em casa, em 2020.

A queda de Yoshida está sendo comparada a um dos fracassos mais chocantes da história do esporte: o do russo Alexander Karelin. O mito da luta greco-romana permaneceu invicto durante toda sua carreira, sem perder nenhum ponto nos últimos dez anos, até a luta que marcaria sua aposentadoria. Nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, Karelin estava a uma vitória de se tornar tetracampeão olímpico – assim como a japonesa –, e foi superado pelo desconhecido norte-americano Rulon Gardner por 1 a 0.
Se tivesse lutado com o mesmo espírito da americana poderia ter vencido, pela entrevista que deu após perder parecia que na luta final estava convencida de que nunca perderia para a oponente, quebrou a cara... a Risako Kawai que lutou depois dela mostrou muito mais garra que a Saori e levou o ouro.




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#306 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 12:07 am

'A coisa mais esperta que Ryan Lochte fez foi sair da cidade': suposto assalto ganha manchetes nos EUA
18 agosto 2016
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Caso alcançou as manchetes dos sites dos principais jornais e redes de TV nos EUA

Este texto foi publicado originalmente na manhã desta quinta-feira, horas antes de a versão do roubo ter sido contestada por investigação preliminar da polícia.

Jornais e redes de TV dos Estados Unidos deram grande destaque à ação da Polícia Federal que impediu a saída do Brasil de dois nadadores americanos envolvidos no caso do suposto assalto no Rio de Janeiro.

Gunnar Bentz e Jack Conger, medalhistas nos Jogos do Rio, tentavam embarcar em um voo para Houston (EUA), mas foram retirados da aeronave na noite desta quarta-feira. Ambos tiveram os passaportes aprendidos para prestar esclarecimentos em investigação de possível falsa notificação de crime, que envolve também os atletas Ryan Lochte e James Feigen.

O caso alcançou as manchetes dos sites dos principais jornais e redes de TV na manhã desta quinta-feira, e assumiu ares de escândalo ao ser compartilhado no Twitter com a hashtag #lochtegate, referência à Ryan Lochte, estrela da natação americana e pivô do episódio.

A Polícia Civil do Rio desconfia da versão dos nadadores, que disseram ter sido assaltados na madrugada de domingo por homens que se identificaram como policiais, após deixarem uma festa na região da Lagoa Rodrigo de Freitas em um táxi rumo à Vila dos Atletas.

Diante de possíveis inconsistências nos depoimentos de Lochte e de James Feigen, a Justiça expediu ordens para apreender os passaportes dos dois. Lochte, contudo, já havia deixado o Brasil, e Feigen não foi localizado na Vila dos Atletas. Bentz e Conger ainda não haviam prestado depoimentos, daí a ação policial.

"Brasil retira nadadores americanos de voo para casa", foi o destaque do jornal The New York Times.

"A ideia que atletas tão destacados poderiam ser roubados por policiais durante a Olimpíada causou um enorme constrangimento ao Brasil, enfatizando preocupações sobre abrigar os Jogos em uma cidade infestada pelo crime como o Rio", afirma o jornal.

"Mas questionamentos sobre os depoimentos dos americanos à polícia transformaram esse constrangimento em raiva, com muitos brasileiros especulando se os atletas mentiram sobre o episódio e prejudicaram a reputação de seu país."

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Um dos nadadores americanos mais conhecidos, Ryan Lochte foi impedido de deixar o Brasil, mas ordem veio após sua partida

O diário considera ainda que o caso criou um "teste significativo" para a nova relação de colaboração entre oficiais de segurança brasileiros e americanos, que segundo a publicação trabalharam em conjunto para aprimorar a capacidade do Brasil de enfrentar eventuais ações terroristas.

"Mas na quarta-feira à noite, oficiais americanos pareciam estar no escuro sobre a detenção de Conger e Bentz", informou.

"Presos no Brasil: dois nadadores olímpicos americanos retirados de avião em meio a investigação sobre caso de 'assalto'; impedidos de sair", foi a manchete da rede Fox News, que apontou "crescente tensão entre autoridades brasileiras e os nadadores americanos sobre a história de constantes mudanças sobre o suposto assalto".

Para Dan Abrams, consultor jurídico de rede americana ABC, a investigação no Brasil adquiriu contornos políticos. "Se uma pessoa comum tivesse feito um registro de ocorrência, eles não estariam retirando possíveis testemunhas de um avião."

Crítica e ironia

Colunista de esportes do USA Today, o maior jornal em circulação nos Estados Unidos, Nancy Armour fez uma série de duras - e ácidas - críticas à atuação das autoridades brasileiras no caso.

"A coisa mais esperta que Ryan Lochte fez foi sair da cidade", escreveu.

A colunista diz que "o campeão olímpico por 12 vezes (Lochte) e seus colegas estão sendo tratados como se tivessem parado no alto do Cristo Redentor e mostrado o dedo para todo o Brasil".

Ela diz que a polícia brasileira "não é exatamente conhecida pela sua contenção ou confiabilidade", e afirma que os nadadores foram impedidos de deixar o país porque "elevar o caso a esse nível de crime capital é algo visto como apropriado no Brasil".

"É o equivalente a (tomar) um corte por papel como uma amputação. Mentir para a polícia é ruim. A polícia mentir é uma diferença de opinião", escreveu, com ironia, a colunista, para quem a polícia do Rio "deveria ter maiores preocupações" em uma cidade "onde o crime nas ruas é desenfreado e bairros inteiros são dominados por traficantes ou gangues".

Armour também questiona as versões que autoridades ligadas aos Jogos do Rio deram para o episódio em que um ônibus com jornalistas e voluntários foi atacado (a versão oficial apontou que o veículo foi alvo de pedras, mas testemunhas disseram considerar que foram tiros) e para o fato de a água de uma das piscinas da Olimpíada ter ficado verde.

Redes sociais

Nos EUA, a reação ao caso nas redes sociais variou, em geral, entre críticas ao Brasil e comentários irônicos sobre a situação dos atletas.

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Hashtag #Lochtegate foi empregada para comentar caso nas redes sociais; reação nos EUA se dividiu principalmente entre críticas e ironias

"Mensagem velada da polícia do Rio: se for roubado à mão armada, não faça a denúncia, ou faça sob seu próprio risco", escreveu um usuário.

"O caso de Ryan Lochte foi um desastre de relações públicas para o Brasil, mas daí a polícia deteve dois nadadores olímpicos no aeroporto, então ajudou muito", foi o comentário irônico de Henry Mance, repórter do jornal britânico Financial Times.

Tabloides americanos também dedicaram manchetes ao caso. Para o New York Post, trata-se de um novo "Watergate", uma brincadeira com a palavra "água" e o maior escândalo político da história do país, que culminou com a renúncia do presidente Richard Nixon em 1974.

http://www.youtube.com/watch?v=oskIcvtcuNs
http://www.youtube.com/watch?v=llb2VQby1ls






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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#307 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 12:09 am

Comitê Rio 2016 fechará com estatais brasileiras para cobrir rombo
Empresas poderão oferecer patrocínios para organização dos Jogos Olímpicos caso uma liminar seja derrubada na justiça

PUBLICADO EM 18/08/16 - 15h00
Agência Estado

Estatais e agências como a Petrobras, BNDES, Embratur, Apex e a Caixa Econômica Federal caminham para fechar um acordo para financiar o déficit dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, depois que o Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro (TRF-RJ) suspendeu uma liminar que proibia que verbas da União e da prefeitura do Rio fossem repassados ao Comitê Organizador da Olimpíada e Paralimpíada.

Nesta quinta-feira, o presidente interino Michel Temer fará uma visita aos locais olímpicos e a esperança do Comitê Olímpico Internacional (COI) e de federações internacionais é de que o assunto financeiro seja logo resolvido. Por anos, o Comitê Rio-2016 insistia que seus eventos não teriam recursos públicos. Mas fontes oficiais garantem que os acordos de patrocínio estão prestes a serem assinados.

Para os organizadores, uma liminar da Justiça do Rio de Janeiro inviabilizaria a realização dos Jogos Paralímpicos em setembro. A decisão exigia que o Rio-2016 tornasse público todos seus balanços, antes que voltasse a se beneficiar de mais dinheiro público. Mas o presidente do Comitê Organizador, Carlos Arthur Nuzman, e seu conselho não autorizaram a publicação completa dos balanços. Um outro obstáculo jurídico terá ainda de ser superado, com a existência de outra liminar que ainda veta os recursos da prefeitura.

Oficialmente, o dinheiro das estatais será usado para resgatar os Jogos Paralímpicos, em um valor que deve superar a marca de R$ 120 milhões. O Rio-2016, por conta de problemas de caixa, usou parte substancial do dinheiro que estava sendo programado para a Paralimpíada para cobrir gastos imediatos. O resultado foi o abandono das finanças do evento de setembro e o começo de um discurso entre políticos e organizadores de que toda a Paralimpíada é bancada em parte com recursos públicos.

Conforme o jornal O Estado de S.Paulo revelou, o Comitê Rio-2016 chegou a atrasar o pagamento de passagens aéreas para os atletas dos Jogos Paralímpicos, enquanto delegações inteiras alertam que podem não vir ao Brasil.

Segundo o Comitê Rio-2016, estatais não podem bancar eventos ou contas passadas. Mas podem fechar um entendimento para financiar a Paralimpíada, em uma manobra financeira que acabaria compensando o buraco atual. Um dos argumentos é de que a crise na economia brasileira levou ao déficit nos orçamentos.

DÉFICIT - O Ministério Público Federal, porém, insiste que esse déficit não tem relação com a recessão apenas. Documentos que fazem parte das investigações do Ministério Público Federal e obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo revelam que já em 2010 e 2012 o buraco nas contas do evento aumentava de forma exponencial.

O levantamento aponta que, ao longo dos anos e mesmo em num momento de expansão da economia brasileira, o Comitê Rio-2016 não conseguia fechar as suas contas. Em 2010, o buraco era de R$ 22,6 milhões. Em 2012, ele já tinha saltado para R$ 90,6 milhões. Naqueles anos, o PIB nacional chegou a crescer 7,5%.

Em maio deste ano, mais R$ 900 milhões foram cortados em gastos na esperança de fechar o orçamento. Mas ainda assim o déficit não conseguiu ser evitado. Nesta semana, os organizadores do Rio-2016 confirmam que irão precisar de ajuda de dinheiro público. "Para realizar os Jogos Paralímpicos como precisamos fazer, precisamos de um apoio financeiro. Todos os Jogos tiveram apoio de países. Os ingressos não decolaram e não conseguimos acordos com patrocinadores", justificou Mario Andrada, diretor de Comunicação do Rio-2016.




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#308 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 12:26 am

18 agosto 2016
Olímpiadas: veja quanto cada país pagou por medalhas de ouro em 2012

Atletas medalhistas receberam prêmios em dinheiro de seus países. Valores são incentivos extras para chegar ao pódio.
Compartilhe e ganhe dinheiro. Clique e saiba como!

Imagem
Usain Bolt tem uma fortuna avaliada em cerca de U$ 30 milhões

Uma medalha olímpica não pode ser medida em valores. Ela é valiosa não apenas pelo material com que é confeccionada, mas, principalmente, pelo simbolismo incalculável que ela carrega. Porém, conquistar feitos no esporte e subir no degrau mais alto do pódio pode render um retorno financeiro bastante interessante, dependendo do país que o atleta representa.

Afinal, se ganhar ouro olímpico é o sonho dourado de todo esportista profissional, por que não um incentivo extra? Há nações que preferem chamar as premiações em dinheiro de gratificações pelos esforços prestados ou, simplesmente, de reconhecimento nacional.

Nas #Olimpíadas de 2012 as quantias recebidas pelos governos eram bem convidativas. A Itália, por exemplo, pagou o equivalente a R$ 365.000,00 para cada atleta que conquistou o primeiro lugar. É o valor mais alto, seguido da Rússia, que pagou a bonificação de R$ 262.000 para cada atleta que alcançou o topo do pódio. Abaixo vem a Coreia do Sul, com R$ 105.000, e a França, com R$ 100.000.

O governo da Argentina concedeu por cada medalha de ouro 150.000 pesos, equivalente a R$ 60.000. A prata rendeu 100.000 pesos (R$ 40.000) e o bronze, 60.000 pesos (R$ 24.000).

O México pagou 500.000 pesos mexicanos (R$ 72 mil) para os medalhistas dourados nos jogos de Londres. A prata e o bronze valeram o correspondente a R$ 36.000 e R$ 18.000 repectivamente. Já o Japão deu uma ajuda de R$ 56.000 para os campeões.

Todos estes países pagaram bem mais que os ricos EUA. A potência mundial do esporte premiou com US$ 25.000 (R$ 50.000) cada campeão olímpico. Aqueles que levaram a prata receberam US$ 15 mil (R$ 30 mil) e os que ganharam o terceiro lugar ficaram com US$ 10 mil (R$ 20 mil).

A Austrália incentivou os seus atletas com a promessa de uma premiação equivalente a R$ 32.000.

E o Brasil? Quanto será que a atual sede dos jogos deu para seus alentos esportivos? Segundo reportagens de 2012, os campeões receberam R$ 100 mil em caso de ouro, R$ 50.000 para prata e R$ 30 mil para bronze. Isso há quatro anos atrás. Na atual edição dos jogos, os valores ainda não foram divulgados. #Rio2016




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#309 Mensagem por Clermont » Sex Ago 19, 2016 10:18 am

P44 escreveu:Telminha ;)

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Se P44 postar mais fotos de Telma Monteiro, de preferência de costas, eu proponho que ele receba a Medalha "Pedro Álvares Cabral" como "O Lusitano Mais Querido do Fórum DB"!

:mrgreen:




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#310 Mensagem por P44 » Sex Ago 19, 2016 1:01 pm

Clermont escreveu: Se P44 postar mais fotos de Telma Monteiro, de preferência de costas, eu proponho que ele receba a Medalha "Pedro Álvares Cabral" como "O Lusitano Mais Querido do Fórum DB"!

:mrgreen:
que não te falte nada :mrgreen:

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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#311 Mensagem por Clermont » Sex Ago 19, 2016 3:41 pm

P44 escreveu:que não te falte nada :mrgreen:
Valeu.

Mas, pra não faltar nada, só mesmo se vazarem fotos dela mais "liberais"...

:oops:




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#312 Mensagem por P44 » Sex Ago 19, 2016 4:28 pm

Clermont escreveu:
P44 escreveu:que não te falte nada :mrgreen:
Valeu.

Mas, pra não faltar nada, só mesmo se vazarem fotos dela mais "liberais"...

:oops:

Isso nunca vi :mrgreen: a mocinha é muito decente e respeitadora :wink:

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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#313 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 5:44 pm

18.08.2016 17h30
Eliminada, Aline cutuca arbitragem e questiona atraso do Bolsa Pódio
Toru Hanai/Reuters
http://imguol.com/c/olimpiadas/bf/2016/08/18/aline-silva-enfrentou-a-russa-ekaterina-bukina-nas-quartas-de-final-da-rio-2016-1471535703841_v2_900x506.jpg
Aline Silva enfrentou a russa Ekaterina Bukina nas quartas de final da Rio-2016 imagem: Toru Hanai/Reuters

do UOL, no Rio de Janeiro

Aline Silva até que começou bem nos Jogos Olímpicos: avançou às quartas de final após bater a japonesa Rio Watari, mas acabou sendo derrotada na luta seguinte pela russa Ekaterina Bukina e, com a derrota de sua algoz, sequer conseguiu disputar a repescagem para seguir viva na disputa por uma medalha na luta olímpica. Após saber dos resultados, a brasileira lamentou a eliminação e cutucou a arbitragem da competição.

“A arbitragem tem que estar preparada. Disseram que não seria tolerado tapa na cara, puxão de cabelo... Só não devolvi porque estava previsto que eles seriam mais rigorosos. Sei que lutei bem, e luta é assim: você pode estar 100% (e perder)... Cumpri todas as etapas da preparação, estava bem física e psicologicamente, mas esporte é assim”, disse Aline.

Sobre a derrota da russa, que culminou com sua eliminação, a brasileira admite que sequer acompanho. "Não vi quando ela perdeu. Já estava em prantos”, completou.

CADÊ O BOLSA PÓDIO?

Apesar de estar dentro dos critérios do Bolsa Pódio, Aline ainda não viu a cor das primeiras tão prometidas parcelas da ajuda do governo federal. “Estava acostumada com o Bolsa Atleta, que o valor era menor, atrasava, mas sempre pingava. Não sei se o problema é que os valores são maiores”, revelou a brasileira, que ainda não recebeu nenhuma das quatro primeiras parcelas.

“O país está em uma situação difícil. E se tiver que voltar a trabalhar em emprego de oito horas? Como vou fazer?”, finalizou.

Além do orgulho de se tornar uma medalhista olímpica, Aline também tinha esperança de melhorar seu orçamento com uma conquista na Rio-2016. Segundo apurou o UOL Esporte, a confederação havia prometido um prêmio em dinheiro caso ela chegasse longe: R$ 100 mil pelo ouro, R$ 50 mil pela prata e R$ 25 mil pelo bronze.

http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/r ... -podio.htm
Sem querer ser chato mas entre atletas japoneses tinha até entregador de pizza que trabalhava para complementar seu orçamento e ele estava feliz somente com a oportunidade de poder participar de uma olimpíada.




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#314 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 6:40 pm

18.08.2016 23h39
Comitê Americano se desculpa com Brasil e condena atitude de nadadores

Do UOL, em São Paulo

Em nota oficial emitida em seu site, o Comitê dos Estados Unidos se desculpou com o Brasil por causa do caso envolvendo os quatro nadadores norte-americanos: James Feigen, Ryan Lochte, Gunnar Bentz e Jack Conger. O grupo disse anteriormente que havia sofrido um assalto no Rio de Janeiro, versão mais tarde desmentida pela polícia.

No texto, o Comitê considera “inaceitável” a atitude dos quatro nadadores e afirma que possíveis punições serão analisadas quando todos estiverem nos Estados Unidos. “A atitude desses atletas é inaceitável e não representa os valores do Time EUA ou a conduta da vasta maioria de seus membros. Vamos rever o caso e qualquer consequência para os atletas, quando eles voltarem aos Estados Unidos”.

Nesta quinta-feira (18), Gunnar Bentz e Jack Conger prestaram depoimento e tiveram seus passaportes devolvidos pelas autoridades. Eles embarcaram à noite para os Estados Unidos. James Feigen também prestou depoimento, mas segue impedido de deixar o país. Ryan Lochte, por outro lado, já havia deixado o país quando a Justiça determinou a apreensão do passaporte dos quatro.

“Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, nos desculpamos com nossos anfitriões no Rio e com as pessoas do Brasil por essa provação e desordem em meio a algo que deveria ser a celebração da excelência”, continuou a nota.

“A três dias do final dos Jogos Olímpicos, nosso foco principal continua em apoiar os atletas que ainda estão competindo e comemorando as conquistas daqueles que já terminaram”.
Nadador americano pede desculpas por confusão no Rio

Ryan Lochte diz que deveria ter sido "mais cuidadoso" ao relatar incidente que ele havia denunciado se tratar de um assalto, mas não admite que inventou a história. Aprendi "lições valiosas", afirma.
Ryan Lochte

O nadador americano Ryan Lochte pediu desculpas nesta sexta-feira (19/08) por seu comportamento nos Jogos Olímpicos após ter alegado ter sido assaltado junto com três colegas no Rio de Janeiro. Um vídeo registrado pelas câmeras de segurança de um posto de gasolina revelou que Lochte e os outros atletas inventaram a história para acobertar um ato de vandalismo no local.

"Eu deveria ter sido mais responsável e peço desculpas por isso aos meus colegas de equipe, a meus fãs, aos demais competidores, a meus patrocinadores e aos anfitriões desse grande evento", disse o medalhista em nota publicada no Instagram e no Twitter. Ele afirmou ainda que deveria ter sido "mais cuidadoso e imparcial" ao explicar o que aconteceu.

Ao voltar de táxi de uma festa na manhã do último domingo, Lochte e os colegas James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger pararam num posto de gasolina para usar o banheiro, cuja porta eles quebraram, assim como uma saboneteira e um espelho. Funcionários do posto relataram ainda que os atletas urinaram pelo local e arrancaram um cartaz da parede.

O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, confirmou que um funcionário apontou uma arma para o grupo para evitar que eles fugissem, mas disse que nada indica que houve excesso.

"É traumático sair à noite com seus amigos num país estrangeiro – com a barreira do idioma – e ter um estranho apontando uma arma para você e exigindo dinheiro para que você possa ir embora", escreveu Lochte. Apesar disso, ele disse aceitar sua responsabilidade no ocorrido e que aprendeu "lições valiosas".

https://www.instagram.com/p/BJSwyLJBoSH/

A polícia começou a investigar a veracidade das declarações em relação ao suposto assalto após as versões dos quatro atletas sobre o incidente apresentarem contradições.

Paes manifesta desprezo

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou também nesta sexta-feira que sente desprezo pelos nadadores americanos envolvidos na confusão.

"Meu único sentimento por eles é de pena e desprezo. Que pena que tenham algumas falhas de caráter, e acho que é problema deles e do comitê americano resolver o que fazer", disse, ao lado governadora de Tóquio, Yuriko Koike, em entrevista coletiva sobre os Jogos de 2020.

Paes disse que é preciso agradecer aos americanos e aceitar as desculpas do comitê olímpico. Segundo ele, os nadadores não representam todos os atletas dos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira, Feigen concordou em doar 11 mil dólares a uma instituição de caridade brasileira como punição pela mentira.




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Re: Preparação das Olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa

#315 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 6:57 pm

Atletas militares são 'estratégia de marketing', diz pesquisador
João Fellet - @joaofellet BBC Brasil em Washington

19 agosto 2016

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Medalhistas olímpicos brasileiros que integram as Forças Armadas não têm funções militares regulares

Ainda que batam continência ao subir no pódio, os medalhistas olímpicos brasileiros que integram as Forças Armadas não têm funções militares regulares e só aderiram às corporações para sobreviver como atletas, diz à BBC Brasil Márcio Antonio Scalercio, que pesquisa a história das corporações no Brasil.

Professor da PUC-Rio e da Universidade Cândido Mendes, Scalercio afirma que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica passaram a incorporar atletas profissionais como uma "estratégia de marketing" e atrás dos mesmos benefícios que levam empresas a patrociná-los: "ganhar um olhar positivo da sociedade".

Segundo o Ministério da Defesa, o Programa de Atletas de Alto Rendimento foi criado com o objetivo de melhorar o desempenho do país nos Jogos Mundiais Militares, ajudar o Brasil a se tornar uma potência esportiva e desenvolver a ciência do esporte.

"As Forças Armadas brasileiras já desfrutam de um elevado conceito no seio da sociedade e não dependem de campanhas específicas de marketing para melhorá-lo", disse o vice-almirante Paulo Zuccaro, diretor de Desporto Militar do Ministério da Defesa.

Mas o professor Scalercio diz que os atletas incorporados no programa não exercem as funções militares.

"Achar que esses atletas são militares é como achar que um atleta patrocinado pelo Banco do Brasil é bancário", diz Scalercio, autor de vários estudos sobre história militar, relações internacionais e o Exército brasileiro.

Segundo o professor, esses atletas "não acordam no quartel, não têm serviço de guarda, e a grande maioria não tem obrigação militar alguma".

Dos 465 esportistas que integram a delegação olímpica brasileira, 145 participam de um programa para atletas de alto nível criado pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte antes dos Jogos Mundiais Militares de 2011, no Rio.

A iniciativa deixou o Brasil no primeiro lugar da competição e foi ampliada para turbinar o desempenho do país nesta edição olímpica. Das 15 medalhas obtidas por brasileiros até esta quinta-feira, 12 vieram de atletas do programa.

Patriotismo ou aceno ao patrocinador?

A maioria dos medalhistas prestou continência durante a premiação (segundo as Forças Armadas, o gesto é facultativo).

Para Scalercio, a continência deve ser lida mais como um aceno a um patrocinador do que como uma demonstração patriótica. "Como no uniforme olímpico não é possível estampar os brasões das forças, uma maneira de conseguir projeção é quando o atleta bate continência ao ganhar a medalha."

O professor afirma que a exaltação aos atletas militares entre os brasileiros demonstra o prestígio das corporações, "embora boa parte da população não cogite nem por um minuto servir no Exército".

"No Brasil, exceto pelos oficiais, quem serve nas Forças Armadas são as classes subalternas. A classe média não quer nem saber de passar na porta do quartel", diz.

Ele afirma ainda que a popularidade das Forças Armadas indica que a associação entre as corporações e a ditadura militar (1964-1985) vem enfraquecendo. "A ditadura não é mais uma coisa recente, e já existe uma quantidade imensa de brasileiros nascidos depois desse período."

Investimentos em relações públicas

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Atletas civis tornam-se militares temporários, com patente de sargento e salário de R$ 3,2 mil mensais

Antes das Olimpíadas, as Forças Armadas enviaram a várias redações de jornais, revistas e portais brasileiros um kit com informações sobre cada atleta militar. Cada vitória é celebrada nas redes sociais das instituições.

Segundo Scalercio, os militares brasileiros - como os de vários outros países - hoje dão grande peso a estratégias de relações públicas.

Ele afirma que o campo ganhou importância a partir da Guerra do Golfo, nos anos 1990, quando os militares americanos "montaram um baita time de marketing para o controle das informações".

Os militares brasileiros seguiram os passos dos americanos, diz o professor, e hoje têm "um pessoal bastante qualificado" dedicado ao tema. Muitos assessores de imprensa do Exército serviram no Haiti, onde ajudavam a coordenar visitas de jornalistas para reportagens sobre a força da ONU chefiada pelo Brasil. Vários falam duas ou mais línguas.

Scalercio não vê problemas na ênfase ao setor. "Eles estão defendendo suas instituições, faz parte do que se espera de corporações."

Militares temporários

Para participar do programa do Ministério da Defesa, os atletas devem passar por uma seleção e ter seu currículo e físico avaliados. São descartados os candidatos com "tatuagem aplicada em área extensa do corpo, que possa vir a prejudicar os padrões de apresentação pessoal e do uso de uniformes exigidos nas instituições militares".

Aprovados, tornam-se militares temporários, com patente de terceiro sargento e salário de R$ 3,2 mil mensais, além de benefícios da carreira e a possibilidade de treinar em instalações militares.

Segundo as Forças Armadas, os atletas passam por um treinamento militar básico, o mesmo dado aos demais sargentos. A participação no programa pode durar oito anos.

Alguns atletas foram incorporados pouco tempo antes da Olimpíada - caso do ginasta Arthur Zanetti, prata na disputa de argolas no Rio e que se tornou membro da Aeronáutica no mês passado. Na segunda, o técnico de Zanetti, Marcos Goto, afirmou que os militares pegavam atletas "prontos" e defendeu que investissem também em categorias de base.

Problemas estruturais

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Especialista diz que patrocínio a atletas é uma das várias atividades das Forças Armadas que não se relacionam com a defesa nacional

Segundo Scalercio, o patrocínio a atletas profissionais é uma das várias atividades das Forças Armadas que não se relacionam com a defesa nacional, privilégio de um país que vive em paz com os vizinhos e não enfrenta ameaças militares relevantes.

Ele afirma, no entanto, que as corporações têm "um problema estrutural" e são pouco coordenadas entre si - o que exemplifica ao citar que militares da Aeronáutica, Marinha e Exército usam fuzis diferentes.

O professor elogia o trabalho social das forças na Amazônia, onde, entre outras funções, participam do atendimento médico a comunidades ribeirinhas, e defende a ampliação desse papel.

"Deveria haver um debate sobre o tipo de Forças Armadas de que precisamos", defende.

'Fortalecer o esporte'

Após a publicação desta reportagem, o Ministério da Defesa enviou uma nota à BBC Brasil.

Segundo a pasta, "o Programa Atletas de Alto Rendimento da Pasta foi criado com o intuito de fortalecer o esporte nacional, em planejamento com o Ministério do Esporte".

Foram pesquisados os exemplos das Forças Armadas de diversos países, "principalmente China, Alemanha, Rússia, França e Itália, que possuem programa semelhante e são potências olímpicas", acrescenta o texto.

"Os atletas integram o Programa de forma voluntária. Eles são militares e a profissão deles é ser atleta, assim como a Marinha, o Exército e a Aeronáutica têm médicos, advogados e dentistas. Em paralelo, podem continuar treinando e competindo conforme conveniência de suas modalidades e são chamados, periodicamente, a critério de cada Força, para uma reciclagem de instrução militar."

Segundo o ministério, há outros "objetivos diretos" no programa, "como o investimento em instalações e equipamentos desportivos, com a contribuição do Ministério do Esporte, que ficam à disposição das Forças Armadas para o emprego da melhoria da capacitação física de seus combatentes".

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37114221




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