Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

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Izaias Maia
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#301 Mensagem por Izaias Maia » Ter Jul 28, 2009 10:05 pm

EUA suspendem visto de presidente do Parlamento de Honduras
28 de julho de 2009 • 16h15 •

O juiz Tomás Arita, que ordenou aos militares a detenção do líder deposto Manuel Zelaya, e o presidente do Parlamento, Alfredo Saavedra, são dois dos quatro funcionários do novo governo de Honduras que tiveram seus vistos suspensos pelos Estados Unidos.

"Até onde eu fui informada", dois dos envolvidos são "Tomás Arita", juiz da Suprema Corte de Justiça, "e o senhor José Alfredo Saavedra, do Congresso Nacional", disse à imprensa a vice-chanceler hondurenha, Martha Lorena Alvarado.

A vice-ministra disse desconhecer quem são os dois outros funcionários de quem o Governo americano suspendeu os vistos, porque, como explicou, "as notificações são diretas aos envolvidos".

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ian Kelly, disse hoje, em sua entrevista coletiva diária em Washington, que a Embaixada dos EUA em Tegucigalpa revogou quatro vistos entre ontem à noite e esta manhã de pessoas que trabalham para o Governo Roberto Micheletti.

Arita assinou, em sua condição de juiz nomeado pelo plenário dos 15 magistrados da Suprema Corte, a ordem de captura contra Zelaya, que foi executada pelos militares há um mês, na madrugada de 28 de junho passado.

Já Saavedra assumiu em 28 de junho a Presidência do Parlamento, do qual era primeiro-secretário, pelo fato de Micheletti, até então chefe do Legislativo, ter sido designado para substituir Zelaya com base em uma disposição constitucional.

A vice-chanceler considerou a medida do Governo dos Estados Unidos "um procedimento natural diante da situação" vivida em Honduras.

"Não acredito que haja uma caçada de vistos por parte dos EUA.

Não devemos nos alarmar muito", assegurou Alvarado.

EFE - Agência EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/golp ... 29,00.html




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#302 Mensagem por Izaias Maia » Ter Jul 28, 2009 10:06 pm

Zelaya agradece EUA por medida contra governo hondurenho
28 de julho de 2009 • 19h38 •

O presidente de Honduras deposto Manuel Zelaya elogiou nesta terça-feira a decisão dos Estados Unidos de revogar o visto de quatro funcionários do Governo de Roberto Micheletti, e pediu a Washington para manter a pressão contra essa "ditadura".

"Acho que é uma medida correta, entendo eu, para enviar uma mensagem à sociedade hondurenha de que o Departamento de Estado e o Governo de (Barack) Obama não apoia esta interrupção da ordem democrática no país", afirmou Zelaya em entrevista à emissora Telesur, com sede principal em Caracas.

Na Nicarágua, onde permanece e organiza um movimento de "resistência" através do qual tenta retornar a Honduras, Zelaya expressou que espera que, "nas próximas horas, o próprio Departamento de Estado americano possa anunciar os nomes das pessoas que tiveram o visto cancelado".

"Eu acho que é uma medida correta e que (os Estados Unidos) devem seguir insistindo para que apertem mais os golpistas e darem uma demonstração muito evidente da rejeição a este golpe de Estado", acrescentou o líder hondurenho à Telesur.

A Administração do presidente americano informou que revogou quatro vistos de membros do Governo de Micheletti, algo que foi recebido por representantes do líder deposto como um "bom sinal".

O Departamento de Estado anunciou também que os EUA revisavam os vistos diplomáticos de pessoas que apoiam o governante interino de Honduras.

Na entrevista à Telesur, reproduzida parcialmente no site da emissora, Zelaya reiterou que seu retorno a Honduras é "iminente", assim como seu pedido ao "povo hondurenho" para manter a esperança, porque, acrescentou, vêm tempos melhores.

EFE - Agência EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/golp ... renho.html




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#303 Mensagem por Fábio Nascimento » Qua Jul 29, 2009 8:15 am

Jorge Freire escreveu:Sem carregadores nos fuzís!
Isso mesmo! :D




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#304 Mensagem por Izaias Maia » Sex Jul 31, 2009 11:24 am

''América Latina pode estar vivendo recessão democrática''

Michelle Bachelet: presidente do Chile; Em visita a São Paulo, presidente chilena fala de Honduras e alerta para outras ameaças, veladas e sutis, à democracia

João Paulo Charleaux


A tensão entre Colômbia, Venezuela e Equador provocada pela possível instalação de bases militares dos EUA na América do Sul é um exemplo do quanto a antiga agenda da Guerra Fria ainda norteia as relações regionais. A resistência ao livre comércio e as seguidas tentativas de mudar a Constituição para ampliar mandatos presidenciais são outras características de uma "recessão democrática", disse ao Estado a presidente do Chile, Michelle Bachelet.

Até onde a comunidade internacional pode ir para resolver o impasse hondurenho? O uso da força contra os golpistas é uma opção?

Espero que o governo de facto de Honduras aceite as condições propostas pelo presidente costa-riquenho, Oscar Arias, que atua como mediador. Essas condições garantem que as eleições de novembro sejam validadas porque, do contrário, elas não serão consideradas legítimas e, portanto, não resolverão o impasse. Por isso, deve haver um acordo que permita a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, e a formação de um governo de coalizão.

O problema é que não há nenhum sinal de que o os golpistas aceitem o que a senhora está dizendo.

Mas eles não disseram não.

Justamente. A ideia deles parece ser a de protelar qualquer decisão até as eleições de novembro.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) está dando um tempo. Mas se for necessário, os Estados tomarão medidas adicionais de pressão como restringir o ingresso de recursos e o apoio econômico.

Isso já foi feito. A sra., que já foi ministra da Defesa do Chile, descarta a opção do uso da força contra o governo golpista em Honduras?

Não é uma opção. Teria de ser algo sobre o capítulo sete (da Carta das Nações Unidas, que determina a imposição da paz). Isso dependeria de uma aprovação dos Estados.

Mas não há um consenso internacional contra o golpe?

Hoje esse me parece mais um problema político do que militar. É preciso recorrer antes a todos os mecanismos políticos e econômicos.

A opção militar não foi levantada?

Não. Nem na Unasul nem na OEA nem nas Nações Unidas.

Daqui a dez dias, a senhora entregará a presidência rotativa da Unasul ao presidente do Equador, Rafael Correa. Ele tem problemas com países vizinhos, como a Colômbia, e aposta num discurso conflitivo. Esse tipo de liderança não ameaça o plano de integração?

Integração exige paciência, exige que os países estejam convencidos - mas convencidos de verdade, não apenas da boca para fora - de que a integração deve acontecer com base na diversidade. Um grupo não pode querer impor seu ponto de vista sobre os outros.

E os sinais emitidos por países como Equador e Venezuela não vão contra essa direção? O Equador prega a extinção da OEA.

Não quero pôr palavras na boca de outros presidentes. O Chile nunca apostou na Unasul como alternativa à OEA nem em qualquer briga entre países do sul e do norte. A Guerra Fria terminou e está na hora de ser coerente com isso. Nós apostamos, por exemplo, em inúmeros tratados de livre comércio, mas eu sei que existem países que não consideram o livre comércio uma opção. É preciso respeitar as diferenças. E acho que o Correa liderará entendendo isso.

Além do golpe em Honduras, há, de acordo com uma corrente de pensamento, a tese de que existem ameaças sutis contra a democracia. Em alguns países da região, foi aprovada a ampliação de mandatos presidenciais e as reeleições ilimitadas. A comunidade internacional também poderia reagir a ações como essas?

Há especialistas que dizem que vivemos tempos de recessão democrática, que existem democracias débeis. É preciso olhar com cuidado os processos que podem estar acontecendo na América Latina e possam estar debilitando a democracia. A democracia precisa ser cuidada por todos o tempo todo. Mas é preciso oferecer, ao mesmo tempo, os bens e serviços que a população necessita. Não basta chegar ao poder, é preciso dar qualidade de vida às pessoas. Afinal, qual a diferença entre não poder sair de casa por um toque de recolher ou porque a violência do crime organizado me obriga a estar trancado? Embora possa haver diferenças, ambos limitam o exercício de direitos.

O Brasil está retomando as buscas por restos mortais de ex-guerrilheiros no araguaia, o que provoca resistência tanto de políticos quanto de militares. Que sugestão a sra., que preside um país marcado por uma das ditaduras mais violentas do mundo, foi presa e torturada, daria aos brasileiros?

A construção do futuro tem necessariamente de basear-se nas lições do passado. Não há futuro para os que não são capazes de fechar e curar as feridas adequadamente. É importante que as pessoas possam conhecer a verdade, fazer justiça e reparar as vítimas. Mas isso deve ser feito de um jeito sério, equilibrado e responsável. Jogar terra em cima não é a solução. Sendo médica, eu acredito que as feridas só cicatrizam quando realmente estão limpas.

http://www.fab.mil.br/portal/capa/index ... a_notimpol




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#305 Mensagem por EDSON » Dom Ago 02, 2009 11:53 pm

O golpe e a base aérea americana nas Honduras
por Nikolas Kozloff [*]
Os mainstream media novamente deixaram cair um aspecto-chave na história que se desenrola nas Honduras: a base aérea americana em Soto Cano, também conhecida como Palmerola. Antes do recente golpe militar o Presidente Manuel Zelaya declarou que transformaria a base num aeroporto civil, intenção a que se opôs imediatamente o embaixador dos EUA. Zelaya pretendia pôr este plano em prática com financiamento venezuelano.

Durante muitos anos, antecedendo o golpe, as autoridades hondurenhas discutiam a possibilidade de converter Palmerola numa instalação civil. Afirmavam que Toncontín, o aeroporto internacional de Tegucigalpa, era pequeno demais e incapaz de lidar com os grandes aviões comerciais. Com estruturas que datam de 1948, Toncontín tem uma pista demasiado curta e equipamento de navegação primitivo. Está ainda rodeado por colinas, o que o torna um dos mais perigosos aeroportos internacionais existentes.

Por contraste, Palmerola tem a melhor pista no país, com 2700 m de comprimento e 50 m de largura. O aeroporto foi construído mais recentemente, em meados dos anos 80, com um custo declarado de US$30 milhões e foi usado para abastecer os Contras na guerra por procuração promovida pelos EUA contra os Sandinistas na Nicarágua ou ainda para conduzir operações de contra-insurreição em El Salvador. No pico da guerra dos Contra, os EUA tinham mais de 5000 soldados em Palmerola. Conhecida como "o porta-aviões inafundável" dos Contra, esta base albergava Boinas Verdes assim como operacionais da CIA que trabalhavam como consultores e conselheiros dos rebeldes da Nicarágua.

Mais recentemente têm estado cerca de 500-600 militares estado-unidenses nesta base, que também serve como base da força aérea hondurenha, assim como centro de treino para aviadores. Com a saída das bases estado-unidenses do Panamá em 1999, Palmerola tornou-se uma das mais utilizadas bases aéreas disponível para os EUA em solo latino-americano. A base localiza-se a aproximadamente 48 km para Norte da capital, Tegucigalpa.

Em 2006 parecia que Zelaya e a administração Bush estavam a aproximar-se de um acordo quanto ao futuro estatuto de Palmerola. Em Junho desse ano Zelaya foi a Washington para se encontrar com Bush e o hondurenho pediu que Palmerola fosse convertida num aeroporto comercial. Supostamente Bush terá dito que a ideia era "perfeitamente razoável" e Zelaya declarou que uma auto-estrada de quatro pistas seria construída de Tegucigalpa a Palmerola com fundos provenientes dos EUA.

Em troca do apoio da Casa Branca com as instalações de Palmerola, Zelaya ofereceu aos EUA acesso a uma nova base militar que se localizaria na área de Mosquitia, na fronteira das Honduras com a Nicarágua. Mosquitia supostamente serve como corredor para passagem de drogas do Sul para Norte. Os cartéis passam por Mosquitia com o seu produto, vindos da Colômbia, Peru e Bolívia.

Uma área remota, apenas acessível por ar, mar e pelo rio Mosquitia, está rodeada por pântanos e selva. A região é ideal para os EUA porque pode albergar grande número de tropas em relativa obscuridade. A localização costeira adequava-se perfeitamente à cobertura naval e aérea, consistente com a estratégia declarada pelos EUA no combate ao crime organizado, tráfico de droga e terrorismo. O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Hondurenhas, Romeo Vásquez, ressaltou que as forças armadas precisavam de exercer uma maior presença em Mosquitia porque a região estava cheia de "conflitos e problemas."

Mas que tipo de acesso teriam os EUA a Mosquitia? O ministro da Defesa Hondurenho, Aristides Mejía dizia que Mosquitia não seria necessariamente uma "base clássica com instalações permanentes, mas apenas utilizada quando necessário. Pretendemos, se o Presidente Zelaya aprovar, expandir as operações conjuntas [com os Estados Unidos]." Esta afirmação, no entanto, aparentemente não foi do agrado de um dos cabecilhas do futuro golpe, Vasquez, formado na estado-unidense Escola das Américas , que já tinha viajado para os EUA para discutir planos futuros para Mosquitia. Contradizendo o seu próprio colega, Vásquez disse que a ideia era "estabelecer uma base militar permanente hondurenha na zona" que receberia aviões e sistemas de abastecimento de combustíveis. Os Estados Unidos ajudariam a construir pistas aéreas no local.

Os acontecimentos em terra, no entanto, forçariam em breve os hondurenhos a tomar uma abordagem mais assertiva no que dizia respeito à segurança aérea. Em Maio de 2008 um terrível acidente ocorreu no aeroporto de Toncontín, quando um Airbus A320 da TACA deslizou para fora de pista na sua segunda tentativa de aterragem. Depois de derrubar árvores e esmagar cercas metálicas, a fuselagem do avião partiu-se em três. Três pessoas morreram e 65 ficaram feridas no acidente.

Após a tragédia as autoridades hondurenhas foram forçadas finalmente a bloquear a aterragem de aviões na notoriamente perigosa pista de Toncontín. Todos os grandes jactos, segundo as autoridades, seriam temporariamente transferidos para Palmerola. Enquanto visitava a base aérea americana o próprio Zelaya afirmou que as autoridades criariam uma nova estrutura civil em 60 dias. Bush já tinha concordado com a construção hondurenha de um aeroporto civil em Palmerola, "Há testemunhas," disse o Presidente.

Mas construir um novo aeroporto tinha-se tornado politicamente mais complicado. As relações EUA-Honduras haviam-se deteriorado consideravelmente desde o encontro com Bush em 2006, tendo Zelaya estreitado laços com a Venezuela e aumentado as críticas à política de combate à droga seguida pelos EUA.

O próprio embaixador de Bush no país, Charles Ford, disse que embora o tráfego fosse aceite em Palmerola, os acordos passados deveriam ser respeitados. A base era usada principalmente para aviões de vigilância de tráfico de drogas e Ford destacou que "o presidente pode pedir a utilização de Palmerola quando quiser, mas certos acordos e protocolos devem ser seguidos" e que "é importante destacar que Toncontín é certificada pela Organização Internacional de Aviação Civil", esperando com esta afirmação dissuadir as principais preocupações acerca da segurança do aeroporto. Disse ainda que havia algumas linhas aéreas que não viam Palmerola como um destino de aterragem "atraente". Ford não elaborou ou explicou o que os seus comentários significariam.

Lançando mais achas para a fogueira, o secretário de Estado Adjunto, John Negroponte, que também foi embaixador dos Estados Unidos em Honduras, disse que o país não podia transformar Palmerola num aeroporto civil "de um dia para o outro". Em Tegucigalpa, Negroponte encontrou-se com Zelaya para discutir sobre Palmerola. Após o encontro, em declarações a uma rádio hondurenha o diplomata americano disse que antes de Zelaya poder concretizar os seus planos para Palmerola o aeroporto teria de receber certificação internacional para os novos voos. De acordo com a agência noticiosa espanhola EFE, Negroponte aproveitou a sua viagem a Tegucigalpa para se encontrar com o presidente do Parlamento Hondurenho e futuro líder do golpe de Estado Roberto Micheletti [no relato não foram descritos os assuntos abordados na reunião].

É desnecessário dizer que a visita de Negroponte às Honduras foi amplamente repudiada por activistas progressistas e dos direitos humanos, que chamaram Negroponte de "assassino" e que o acusaram de ser responsável por desaparecimentos forçados durante o seu termo como embaixador de 1981 a 1985. A atitude condescendente de Ford e Negroponte vexam os grupos de trabalhadores, de indígenas e de camponeses que exigem que as Honduras reclamem a sua soberania nacional sobre Palmerola. "É necessário recuperar Palmerola porque é inaceitável que a melhor pista aérea da América Central continue nas mãos dos militares americanos", afirmava Carlos Reyes, dirigente do Popular Bloc, que inclui várias organizações políticas progressistas. "A Guerra Fria acabou e não há quaisquer pretextos que justifiquem a presença militar na região", concluiu. Os activistas defendem que o governo não deveria sequer considerar trocar Mosquitia por Palmerola, porque isso seria uma afronta ao orgulho hondurenho.

Ao longo do ano seguinte Zelaya procurou converter Palmerola num aeroporto civil mas os seus planos atrasaram-se quando o governo não conseguiu atrair investidores internacionais. Finalmente em 2009 Zelaya anunciou que as forças armadas hondurenhas realizariam a construção. Para pagar o novo projecto o presidente utilizaria fundos provenientes da ALBA [Alternativa Bolivariana para as Américas] e do Petrocaribe, dois acordos comerciais recíprocos impulsionados pelo líder venezuelano Hugo Chávez. Previsivelmente a direita hondurenha saltou em cima de Zelaya por este usar fundos venezuelanos. Amílcar Bulnes, presidente da Associação Empresarial das Honduras [conhecida pelo seu acrónimo castelhano COHEP] afirmou que os fundos do Petrocaribe não deveriam ser utilizados no aeroporto, mas em outras necessidades, não tendo especificado quais.

Algumas semanas depois de Zelaya ter anunciado que as forças armadas procederiam à construção de Palmerola, os militares rebelaram-se. Liderado por Romeo Vásquez, o exército removeu Zelaya e exilou-o. Na altura do golpe, activistas da paz estado-unidenses visitaram Palmerola e ficaram surpreendidos por ver que na base havia intensa actividade e helicópteros voando por todo o lado. Quando perguntaram às autoridades americanas se algo tinha mudado na relação EUA-Honduras, foi-lhes respondido que "não, nada" mudara.




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#306 Mensagem por Izaias Maia » Ter Ago 04, 2009 4:41 am

IMPASSE EM HONDURAS
Deposto visitará o Brasil
Brasília.

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, visitará o Brasil no dia 12, informou uma fonte do governo.

Nesta tarde, o Ministério das Relações Exteriores informou que convidara Zelaya a visitar o país e que a data estudada era essa, mas não confirmou quando a viagem seria realizada.

De acordo com a fonte, que pediu anonimato, o objetivo do governo brasileiro é fazer com que a pressão contra o golpe de Estado ocorrido em Honduras permaneça na agenda dos países da região, já que o assunto está saindo de pauta.

Ao lado da comunidade internacional, o Brasil tenta pressionar o governo interino presidido por Roberto Micheletti a aceitar a restituição do poder a Zelaya. Até o momento, porém, o governo do presidente Lula não ocupou um lugar de destaque nos esforços para solucionar a crise política.

Em entrevista concedida no último domingo à televisão venezuelana Telesur, Zelaya disse que visitará o México e talvez viajasse ao Brasil.

Ele foi retirado do poder por militares no dia 28 de junho e expulso do país, quando pretendia realizar uma consulta popular sobre a reeleição. Seus opositores consideraram a iniciativa uma tentativa de se perpetuar no poder e desrespeitar a Constituição do país.

http://diariodonordeste.globo.com/mater ... igo=659554




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#307 Mensagem por Izaias Maia » Qua Ago 05, 2009 5:05 am

La UE estudia 'restringir la entrada' del Gobierno de Micheletti en Europa

Europa Press | Bruselas
Actualizado lunes 03/08/2009 14:59 horas

La presidencia sueca de la Unión Europea ha instado a los Estados miembros a "vigilar" la situación en Honduras y a estudiar "la posibilidad de aplicar restricciones a la entrada en sus territorios de altos oficiales del Gobierno 'de facto'" que encabeza Roberto Micheletti.

El ministro de Asuntos Exteriores y Cooperación español, Miguel Ángel Moratinos, explicó la semana pasada que España promovería en el seno de la Unión Europea la posibilidad de aplicar restricciones de viajes de funcionarios del Gobierno 'de facto' instaurado en Honduras como medida de presión.

Estados Unidos, por su parte, ya ha aprobado restricciones de visados para cuatro destacados funcionarios del Gobierno de Micheletti.

Los embajadores europeos ante el Comité Político y Militar de la UE reiteraron el pasado viernes su apoyo a los esfuerzos de mediación entre el presidente derrocado, Manuel Zelaya, y el Gobierno 'de facto' de Micheletti que está impulsando el presidente de Costa Rica, Óscar Arias, cuando abordaron la situación en Honduras.

Los embajadores subrayaron su "determinación de dar pasos adicionales, especialmente la restricción de los contactos a nivel político con los representantes del Gobierno' de facto'" en vista de "los recientes acontecimientos" en Honduras.

No obstante, la UE también abrió la puerta a que los Estados miembros estudien "la posibilidad de aplicar restricciones a la entrada en sus territorios de altos oficiales del Gobierno 'de facto'".

Fuentes diplomáticas europeas no descartaron que la UE aplique "otras medidas" de presión en un futuro si no encuentra una solución al golpe de Estado del pasado 28 de junio en Honduras, como la posible congelación de activos de personas afines al Gobierno de Micheletti.

"Se irá viendo en fundición de los esfuerzos de mediación. Si es preciso, volveremos sobre esta cuestión", precisaron las fuentes diplomáticas consultadas.

http://www.elmundo.es/elmundo/2009/08/0 ... 02656.html




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#308 Mensagem por P44 » Qua Ago 05, 2009 7:15 am

Zelaya confirma que virá ao Brasil a convite de Lula

Da EFE



México, 4 ago (EFE).- O governante deposto de Honduras, Manuel Zelaya, confirmou hoje na Cidade do México que visitará o Brasil nos próximos dias a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Tenho um convite para ir ao Brasil e tenho outros convites, mas neste momento vou atender ao convite do presidente Lula, que falou comigo muitas vezes, que esteve a par" da situação, disse Zelaya em entrevista coletiva concedida na Chancelaria mexicana.

Zelaya se reuniu hoje com o presidente mexicano, Felipe Calderón, e deve receber amanhã as chaves da cidade das mãos do prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, além de visitar o Senado do país e participar de um ato público em defesa de sua recondução ao poder em Honduras.

Nesta segunda-feira, porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores consultados pela Agência Efe em Brasília disseram que o convite de Lula a Zelaya "está de pé", mas que a data ainda foi definida. O próximo dia 12 é um possível dia para a vinda do líder hondurenho.

O convite tem como objetivo reforçar a posição do Brasil, que reconhece Zelaya como o presidente legítimo de Honduras.

O Governo brasileiro condenou o golpe de Estado em duros termos e exigiu a imediata restituição de Zelaya na Presidência. Além disso, e suspendeu vários acordos de cooperação que desenvolvia com Honduras. EFE

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... +LULA.html

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faço votos que assim seja :!:




Triste sina ter nascido português 👎
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#309 Mensagem por P44 » Sáb Ago 08, 2009 1:57 pm

Honduras: o contexto do golpe

07 de agosto de 2009 • 07h58 • atualizado às 07h58

Onde fica mesmo Honduras? Para muitos de nós brasileiros esse é um país que, como tantos outros, provavelmente, passaria desapercebido a vida toda, tal é a sua distância de nossa realidade sócio-politica, geográfica, econômica e cultural. Para muitos leitores da Agência Brasil ele passou a ser objeto de especial atenção a partir de 28 de junho em face dos acontecimentos que marcarão sua história para sempre. Naquele dia, às 13:13, a ABr noticiou Presidente de Honduras é detido por militares e levado para a Costa Rica, com base em informações da Telesur e de agências noticiosas internacionais como a Telan da Argentina, a Lusa de Portugal e a britânica BBC Brasil.

Naquela matéria os leitores foram informados que: "O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi detido hoje (28) por um grupo de militares, horas antes de o país iniciar uma consulta pública para reformar a Constituição, o que daria ao presidente a possibilidade de reeleição." A fonte desta informação, não identificada na notícia, sugeria, desde o primeiro momento, que o motivo do golpe seria a possibilidade de reeleição.

Quando ocorre um golpe de estado como esse, a primeira pergunta que os leitores fazem é: por que derrubaram um governo constitucionalmente eleito pelo povo? Na Agência Brasil os leitores encontraram a seguinte resposta: "A origem da crise política em Honduras foi uma tentativa de Zelaya de realizar um referendo para perguntar à população se apoiava mudanças na Constituição, abrindo caminho para uma possível reeleição".

Num total de 74 matérias publicadas pela Agência Brasil entre os dias 28/06 e 01/08 sobre o assunto, 17 (23%) fazem referencia ao motivo do golpe como sendo a suposta intenção de Zelaya de alterar a Constituição para possibilitar a própria reeleição. Essa informação é reafirmada sem identificar sua fonte, salvo raras exceções.

Note-se que a "oposição", denominada nas notícias, transformou-se em golpista sendo portanto, a justificativa para o golpe apresentada pela Agência Brasil, uma alegação daqueles que derrubaram o governo. E o outro lado? Qual é a explicação do governo deposto? Se ele tivesse sido ouvido, teríamos, necessariamente, até aí, pelo menos duas versões para explicar os acontecimentos. Mas ao não divulgar a versão do governo Zelaya, a ABr adotou e difundiu apenas a versão dos golpistas para seus leitores.

Nas mesmas páginas eletrônicas da BBC Brasil de onde a Agência Brasil tirou a explicação golpista, havia uma matéria, publicada 2 horas antes do golpe, que relatava a situação política em Honduras. Sob o título: Presidente de Honduras promete realizar polêmico referendo, publicada dia 28 de junho às 08:57, informava que: "No sábado 27 , o presidente Zelaya disse em uma coletiva de imprensa que 90 por cento dos problemas foram superados e que o referendo iria acontecer. O presidente disse ao jornal espanhol El País que um plano para retirá-lo do poder foi abandonado depois que o governo americano negou apoio. Estava tudo no lugar para o golpe e, se a embaixada americana houvesse aprovado, teria acontecido. Mas eles não aprovaram (...) Eu estou no cargo ainda apenas graças aos Estados Unidos, disse Zelaya, que é aliado do presidente venezuelano Hugo Chávez. O presidente disse ainda que não tem intenção de concorrer novamente ao cargo, mas que quer apenas que presidentes futuros tenham essa chance." Essas informações não constam nas matérias da ABr.

O governo golpista de Micheletti que se apossou do poder após o golpe, foi designado nas matérias da Agência como " governo interino" sendo que o atributo da interinidade só se caracteriza quando o titular tem algum impedimento legal para governar. No caso, o impedimento foi o próprio golpe de estado, que não tem nada de legalidade, e que precede e se sobrepõe a qualquer outro tipo de impedimento que justificasse uma interinidade legalmente prevista. Portanto, tratar o governo golpista como "interino" não seria eleva-lo a uma categoria não prevista constitucionalmente? Isso não pode ser considerado como uma tentativa semântica de revestir de legalidade a um golpe repudiado mundialmente? Aliás, esse foi o entendimento da diplomacia brasileira em suas declarações, não medindo palavras para classificar os golpistas. Mas parece que a ABr tem seus próprios critérios editoriais para estabelecer terminologias e seria muito proveitoso para o debate democrático da comunicação pública que os divulgasse publicamente.

Talvez seja por isso que o leitor Celso Martins da Silveira Júnior escreveu: "Vocês estão muito tímidos na cobertura do golpe em Honduras. Vocês sabem o que está acontecendo lá? Estão acompanhando a rádio Globo, cujos profissionais se acham sitiados no prédio da emissora? Vocês têm acompanhado a Telesur? Ou estão indo atrás dos jornais El Heraldo e La Prensa? É o que parece... ".

Quais são as razões geopolíticas que levaram ao golpe de Estado? Honduras não é um país isolado debatendo-se em disputas políticas locais como dão a entender as matérias da Agência Brasil. O país está sobre forte influência da diplomacia norte-americana que tem, entre outros, interesses estratégicos em manter uma base militar na região depois que perdeu o apoio logístico do Panamá para sediar suas tropas e armamentos. As negociações para o uso do aeroporto da capital Tegucigalpa vinham se arrastando há anos. Primeiro entre Zelaya e Bush e agora com Obama, a disputa caminhava para um impasse, daí a tentativa do governo de buscar recursos e apoio financeiro na Alba. Como essa aproximação do governo hondurenho de seus parceiros latino-americanos, liderados por Hugo Chavez, influenciou e precipitou os acontecimentos levando ao golpe de estado? O que aconteceu com o apoio da embaixada norte-americana? Com a interdependência que vigora no mundo atual pós-globalização, é praticamente impossível tratar-se das questões nacionais fora de um contexto internacional.

Para desmontar a versão apresentada pelos golpistas bastava a Agência Brasil ter analisado o teor da Consulta Popular, não vinculante, convocada para 28 de junho e constatar que a reeleição do presidente não constava entre os assuntos propostos, mas que incluía sim, a reforma do aeroporto de Tegucigalpa, afetando a atual disposição física da Base Militar de Soto Cano, controlada por forças militares dos EUA, ali estacionadas.

Quase um mês após o golpe, a ABr enviou um repórter para a região. Sua primeira matéria data de 23 de julho. Depois disso, apesar da cobertura factual trazer mais detalhes de certos acontecimentos, como a tentativa de Zelaya de voltar a seu país, a questão da falta de contexto não mudou. As limitações de um repórter sem um forte apoio editorial e logístico para saber para onde, quando e como se locomover e que informação deve buscar, em um país à beira de uma guerra civil, com barreiras policiais em todas as estradas, são evidentes.

As notícias continuaram veiculando versões de agências internacionais, como a da argentina Telan e ignorando os veículos de comunicação dos movimentos populares de Honduras como, por exemplo, o site: http://www.movimientos.org/honduras.php. Ali seria possível encontrar o outro lado das informações para contrabalançar a cobertura oficiosa das agências internacionais, inclusive narrando a reação da sociedade civil que tem organizado a resistência desde o primeiro momento, narrando também a repressão com a prisão e morte de diversos manifestantes, a perseguição de militantes e lideranças populares, o fechamento de veículos de comunicação que não apoiaram o golpe, os bloqueios nas estradas, as marchas sobre a capital e as manifestações por todo o território nacional. Uma boa leitura crítica das dezenas de matérias ali postadas permitiria uma cobertura diversificada dos fatos que, apesar das dificuldades em apurá-los, talvez pudessem trazer para o público leitor brasileiro uma visão mais realista e eficaz da guerra de informações que cerca esse tipo de acontecimento. Por que então a ABr se restringe a reproduzir informações das agências internacionais? Seriam elas mais críveis do que as populares? Quais são os critérios editoriais para tal escolha?

Esse e outros sites constituem as novas mídias que quebram a barreira do isolamento imposto pelas ditaduras. Por meio do jornalismo cidadão, do qual falamos em nossa Coluna anterior, os movimentos e organizações da sociedade civil mostram versões que a mídia convencional não consegue ou não quer divulgar.

Naquele endereço os leitores encontrarão, por exemplo, a notícia sobre o provável fechamento nas próximas horas da rádio Globo, citada por Celso Martins, como uma das fontes alternativas de informação e um dos únicos veículos de comunicação que ainda resiste ao golpe .

Fora de um contexto mais global que leve em conta o processo histórico em curso e as correlações de forças e de interesses que agem na região torna-se quase impossível o leitor compreender quais são os fatores que influenciaram os acontecimentos e a sua dimensão para a democracia na América Latina e no mundo. Com essas informações talvez o cidadão possa entender que Honduras não está tão distante de nós quanto parece.

Até a próxima semana





Agência Brasil
http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... 06,00.html




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#310 Mensagem por Enlil » Seg Ago 10, 2009 6:54 pm

Segunda-feira, 10 de agosto de 2009, 07:38

Honduras volta atrás e aceita receber missão da OEA

Antes, Micheletti disse que não receberia a delegação pela presença do secretário-geral da OEA

Reuters e Ansa

TEGUCIGALPA - O regime de facto de Honduras, liderado por Roberto Micheletti, reconsiderou seu posicionamento e aceitou a visita da missão de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA), desde que o secretário-geral José Miguel Insulza participe na condição de observador.

Micheletti afirmou no domingo que resolveu uma discordância com a OEA sobre a visita do chefe da entidade diplomática ao país da América Central para discutir a crise política local. O governo que administra Honduras desde o golpe de junho havia dito ao secretário-geral da OEA para permanecer longe do país após ter declarado apoio ao presidente deposto Manuel Zelaya. No entanto, as autoridades mais tarde mudaram de posição e disseram que Insulza poderia visitar Honduras com uma missão de chanceleres da América Latina nas próximas semanas, mas apenas como obervador.

Durante visita a Honduras dias após militares terem expulsado Zelaya do país no dia 28 de junho, Insulza pediu o retorno do presidente ao poder e não se encontrou diretamente com o líder interino Roberto Micheletti. O governo de facto de Honduras acusou Insulza de "falta de objetividade, imparcialidade e profissionalismo."

A OEA, com sede em Washington, suspendeu Honduras do principal órgão diplomático do Ocidente após o golpe, na primeira suspensão de um Estado membro desde Cuba em 1962. Insulza planejava viajar para Tegucigalpa na terça-feira. O objetivo da delegação - composta por chanceleres da Argentina, México, Canadá, Costa Rica, República Dominicana, Jamaica - é buscar uma solução à crise institucional em Honduras, causada pelo do golpe de Estado contra Manuel Zelaya, no dia 28 de junho.

A OEA suspendeu Honduras no último dia 4 de julho, mas o governo de facto sustenta que a resolução não impede "a manutenção ou continuidade das relações diplomáticas normais entre o governo da República de Honduras com os estados-membros da OEA, os quais em exercício da sua soberania e de seus interesses políticos, econômicos e de segurança, podem manter as relações" diplomáticas.

A situação de Honduras deve ser discutida na reunião dos "três amigos" entre o presidentes dos EUA, Barack Obama, e os líderes de México e Canadá. Obama cancelou uma ajuda militar de 16,5 milhões de dólares para Honduras e condenou a deposição de Zelaya, assim como outros governos da América Latina e a União Europeia. Os esforços do mediador Oscar Arias, presidente da Costa Rica, até agora não chegaram a qualquer resultado.

http://www.estadao.com.br/noticias/gera ... 6299,0.htm




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#311 Mensagem por Enlil » Qua Ago 12, 2009 4:20 am

Quarta-feira, 12 de agosto de 2009, 01:15

Governo golpista decreta toque de recolher em Tegucigalpa

Decisão foi tomada após distúrbios ocorridos durante protesto de simpatizantes do presidente deposto

Efe

TEGUCIGALPA - O governo de Honduras decretou toque de recolher na capital Tegucigalpa, em virtude dos distúrbios registrados ao fim de um protesto de milhares de seguidores do líder deposto Manuel Zelaya.

O toque de recolher vale a partir das 22 horas desta terça-feira até às 5 horas de quarta-feira (1h às 8 horas, Brasília), como informou em cadeia nacional de rádio e televisão o governo do presidente Roberto Micheletti.

Milhares de manifestantes que exigem a restituição de Zelaya no poder se concentraram nesta terça-feira, 11, a cerca de 200 metros da Casa Presidencial, mas ao retornarem à Universidade Pedagógica Francisco Corazán um ônibus e um restaurante foram incendiados.

A polícia atribui os dois incidentes a seguidores de Zelaya, que de diferentes regiões do país chegaram a Tegucigalpa para exigir a restituição do líder deposto.

Desde que Zelaya foi derrubado, em 28 de junho passado, o governo Micheletti impôs toque de recolher em várias partes do país, que vigorou até 31 de julho passado.

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 7297,0.htm




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#312 Mensagem por P44 » Qua Ago 12, 2009 9:53 am

Este povo oprimido não aprende! Ao invés de cantarem ossanas aos seus libertadores, suspiram pelo carrasco... :roll: ah, estes povos!!!!!
12-08-2009 - 10:09h
Honduras: milhares de apoiantes de Zelaya voltam às ruas
A polícia usou gás para dispersar a multidão

Nas Honduras uma marcha que devia ser pacífica acabou em confrontos. Milhares de apoiantes do presidente deposto, Manuel Zelaya, encheram as ruas da capital. Os manifestantes reclamam o regresso de Zelaya.

Os manifestantes começaram por bloquear as ruas e queimar pneus. Um restaurante de uma cadeia americana também não foi poupado.

Nesta onda de violência, nem mesmo um autocarro escolar escapou à fúria dos manifestantes. Os apoiantes de Manuel Zelaya atiraram pedras ao veículo e depois incendiaram-no. A polícia e os soldados utilizaram gás para dispersar a multidão.

Os apoiantes de Zelaya garantem que as manifestações pelo regresso do presidente deposto vão continuar.
http://diario.iol.pt/internacional/hond ... -4073.html




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#313 Mensagem por Quiron » Qua Ago 12, 2009 10:48 am


Seguidores de “Mel” destruyeron negocios y buses y pusieron en riesgo la vida de centenares de niños por el humo


TEGUCIGALPA, HONDURAS .

Lo que se anunció como una movilización nacional pacífica terminó en vandalismo, pánico y terrorismo.

Fueron los violentos seguidores de Manuel Zelaya Rosales los que en un acto de barbarie, lanzaron bombas molotov a estos negocios y a la unidad de transporte, pese a que aún habían personas en su interior.
Imagem
Los hondureños lograron escapar de los actos de violencia pero muchos no tuvieron tiempo para sacar sus vehículos de los estacionamientos, por lo que resultaron afectados por las llamas.

Además, las turbas zelayistas impidieron que los incendios fueran controlados a tiempo por los miembros del Cuerpo de Bomberos, ya que formaron barreras humanas para impedir su ingreso a la zona.

Fue necesaria la intervención policial para lograr que los apagafuegos ingresaran al negocio de comida rápida, el cual se quemó en un 80 por ciento. Por fortuna, llegaron a escasos minutos de que un tanque de LPG hiciera explosión, lo que pudo haber causado una tragedia varios metros a la redonda.

Padres de familia corrían desesperados hacia escuelas, jardines y guarderías ubicadas en las cercanías de Plaza Miraflores. Las enormes cantidades de humo que se dispersaron por la zona afectaron la respiración de los infantes, que tuvieron que ser auxiliados por paramédicos.

El bus incendiado cubría la ruta Carrizal-Miraflores. Según testigos, los ocupantes salieron hasta por las ventanas para evitar morir.

Otros negocios afectados por la turba fueron los ubicados en el bulevar Juan Pablo. Los manifestantes lanzaban enardecidos enormes piedras contra los cristales y el área de juegos, sin percatarse si estas zonas estaban despobladas.

Fueron unas 6,000 personas las que llegaron a la capital para apoyar a Manuel Zelaya, procedentes de toda la zona oriental, sur y central del país.

Las turbas zelayistas también han provocado actos vandálicos en el zonal Belén y en la Universidad Autónoma. En la ciudad de San Pedro Sula también se concentraron manifestantes que viajaron desde toda la zona insular, litoral y occidental del país.
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http://www.elheraldo.hn/Especiales/Hond ... e-Honduras
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Plano Chavez em ação.




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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#314 Mensagem por Quiron » Qua Ago 12, 2009 10:57 am

Los amigos hondureños de las FARC

Por Mary Anastasia O'Grady

El presidente de Estados Unidos, Barack Obama; el primer ministro de Canadá, Stephen Harper; y el mandatario mexicano, Felipe Calderón, se reúnen hoy en Guadalajara, México, en la Cumbre de Líderes de América del Norte. Entre los temas que abordarán estará la creciente violencia relacionada al narcotráfico en el continente, pero también se espera que conversen sobre la situación política en Honduras.

Es una lástima que el Ministerio de Defensa de Colombia no participe ya que podría mostrarles evidencia de la conexión entre los simpatizantes del depuesto presidente hondureño, Manuel Zelaya, y el proveedor sudamericano más importante de drogas ilegales a América del Norte: las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC). Lo sé porque la semana pasada esa evidencia acabó sobre mi escritorio.

Las FARC es uno de los actores principales en el comercio de cocaína y documentos encontrados en las computadoras que halló el ejército colombiano durante una redada en un campo del grupo guerrillero en Ecuador el año pasado, muestran que los rebeldes han estado activos en Honduras. Varios de esos documentos llegaron a mi poder la semana pasada. Uno es una carta de marzo de 2005 escrita por uno de los capos de las FARC dirigida al hoy fallecido líder rebelde, Raúl Reyes. La carta ofrece una lista de "relaciones políticas que apoyan (a las FARC) y con las cuales se coordina trabajo" en la región y en España.

El Partido de Unificación Democrática (UD) de Honduras es una de las organizaciones en dicha lista. El UD tiene una representación limitada en el Congreso pero es el único partido que apoya el regreso de Zelaya. Dondequiera que haya manifestaciones violentas y bloqueos de caminos en apoyo a Zelaya, está el UD.

La carta de las FARC dice que existen 45 de esas organizaciones. A Calderón tal vez le interese saber que entre ellas figuran el Partido de los Trabajadores y la Juventud Comunista de México.

Incluso sin la conexión con las FARC, no hay que perder de vista que Zelaya violó la ley hondureña al tratar de cambiar la Constitución para que pudiera postularse a una reelección. Zelaya también exhortó a una turba que irrumpió en un almacén de la Fuerza Aérea donde se guardaban las papeletas que se iban a usar en su referéndum ilegal. El 28 de junio, fue arrestado por una orden de la Corte Suprema, deportado por el ejército y removido de su cargo por el Congreso. Incluso su propio partido, el Partido Liberal, apoyó su destitución y expulsión del país y la mayoría de la población respalda tales medidas.

Obama y Calderón, sin embargo, no son partidarios de la destitución de Zelaya y ambos quieren que su regreso.

Hace dos semanas, el gobierno de Obama anuló las visas de algunos funcionarios del gobierno hondureño. Para no ser menos, la semana pasada Calderón desplegó la alfombra roja en Ciudad de México para recibir a Zelaya en una publicitada demostración de apoyo a su regreso al poder. Hay que reconocer que el gobierno de Harper ha sido más mesurado en su respuesta a los acontecimientos de Tegucigalpa.

Se dice que un presidente mexicano que se ubica a la derecha de la Casa Blanca enciende la mecha de la política doméstica. Eso podría explicar por qué el centroderechista Calderón fue el anfitrión de una visita de Estado de Zelaya. En este tema, quiere mantenerse a la izquierda de un presidente estadounidense izquierdista.

Pero la situación no es tan simple. Calderón ha librado una "guerra" contra los carteles del narcotráfico en México que desde diciembre de 2006 ha cobrado la vida de 1.077 agentes del orden. Ahora, tanto él como Obama, tendrán que explicar su apoyo a una facción política en Honduras que está aliada al crimen organizado. Según la evidencia recogida por la inteligencia colombiana, que me llegó en forma indirecta, eso es exactamente lo que están haciendo.

Los hondureños no quieren a Zelaya en su país porque lidera una turba violenta y antidemocrática con la que intentó socavar las instituciones de la misma manera en que lo ha hecho Hugo Chávez en Venezuela. Chávez también ha entrenado a Daniel Ortega en Nicaragua, a Rafael Correa en Ecuador y a Evo Morales en Bolivia. Las democracias de esos países se han visto gravemente debilitadas.

Pero aunque a Obama y Calderón no les importara la libertad de los hondureños, no pueden pasar por alto la posibilidad de que el establecimiento de un gobierno chavista en Honduras eleve el costo, en sangre y en el erario público, de su "guerra contra las drogas".

La conexión de las FARC podría ayudar mucho a explicar por qué Chávez se esfuerza tanto en que Zelaya sea repuesto en el poder. Ya es sabido que el hombre fuerte de Venezuela apoya de manera activa a las FARC en Sudamérica. Los rebeldes cuentan con un refugio seguro a lo largo de la frontera y tan sólo el mes pasado, una redada del ejército colombiano a un campo de las FARC arrojó una serie de lanzacohetes antitanques de fabricación sueca que habían sido originalmente vendidos a Venezuela. A Chávez todavía le falta ofrecer una explicación creíble sobre cómo estas armas llegaron a manos de los terroristas colombianos.

Un informe de julio de la Oficina de Auditoría General de EE.UU. (GAO, por sus siglas en inglés) halló que Venezuela se ha convertido en una ruta de tránsito de cocaína colombiana, 60% de la cual es exportada por las FARC. La GAO también encontró que altos miembros del gobierno de Chávez y del ejército venezolano son cómplices. "Según los funcionarios de Estados Unidos, la corrupción dentro de la Guardia Nacional de Venezuela representa la amenaza más significativa porque la Guardia le reporta directamente al presidente Chávez y controla los aeropuertos, fronteras y puertos de Venezuela", dice el documento de la GAO.

Los líderes de la cumbre de hoy hablarán sobre su guerra contra las drogas. Quizá Calderón y Obama explicarán por qué apoyan a un político hondureño derrocado cuyos simpatizantes comparten una causa con los terroristas narcotraficantes. Todos los norteamericanos merecen una explicación.

Escriba a O'Grady@wsj.com.

http://online.wsj.com/article/SB124985764703717903.html
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Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar

#315 Mensagem por P44 » Qua Ago 12, 2009 1:26 pm





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