Isto sim é uma guerra!
Pois bem,
não li todos os posts, mas ele seguem uma tendência: Condenação ao cruel ataque de Israel ou o contrário, justificativa e apoio ao direito sagrado de defesa do Estado Judeu.
Devo dizer que o conflito àrabe-israelense não me atrai por um motivo prosaico: as fontes poucas vezes são confiáveis, o que causa frustração a quem queira dele fazer uma análise histórica.
Como me frusto, abandono...
Entretanto, observo um detalhe: Esta guerra parece antes uma luta de independência. O conflito Palestino-Judeu assume a postura dum conflito Colônia-Metrópole.
Estou dizendo isso devido as atitudes do estado de Israel, sempre punitivas, típicas duma metrópole para com sua colônia. Além disto, soma-se o fato de que de maneira direta ou indireta, há influência econômica de Israel, que é a maior e mais diversificada economia da região, para com os territórios palestinos.
A Faixa de Gaza sofre um bloqueio econômico severo, anterior ao bloqueio total imposto pelo estado judeu. Toda carga dirigida aos portos palestinos era inspecionada e muitas das vezes confiscadas, mesmo quando tendo valor militar questionável, como Cimento e Carnes. Será que um "bife no olho", mata um soldado Judeu?
Para mim, é óbvio que o conflito assiste aos interesses políticos de Israel. É necessário para a forma que o Estado Judeu assumiu, uma guerra permanente.
O estado "bíblico" sob permanente perigo, é vital para manutenção do apoio da Grande Nação da América do Norte no terreno financeiro e militar, acima do que seria necessário ou conveniente, para os Norte-americanos...
Soma-se a isto, a política tacanha do atual Presidente Americano. O mesmo que se esquiva de sapatos turcos...
Um detalhe que pouco se diz: Israel está a beira duma eleição. Incrível, como de uns tempos para cá, as guerras começam às vésperas de eleições parlamentares de importância...
Tornou-se um costume!

Para o Hamas, o conflito justifica a vitimização. É o único horizonte que este grupo enxerga.
Entretanto, até aqui existe a mão do estado israelense, no sentido que sufoca desnecessáriamente a faixa de Gaza a partir da vitória eleitoral do Hamas, que se deu num pleito.
Como nunca assumiu a postura de responsabilidade, que advém com o exercicío continuado do poder civil, o Hamas acabou por retornar ao advento conhecido de enfrentamento ao estado judeu, poderoso, mas que pouco exige em termos de retórica e complexidade, afinal, a estrutura de jogar mísseis caseiros do outro lado da fronteira já lhe é conhecida e confere "os louros da resistência contra o opressor". Já a gestão de hospitais, escolas, universidades e serviços básicos exige muito e pouco dá em troca...
Pode-se dizer, que Israel faz o jogo adequado ao Hamas.
Críticas quanto ao caráter religioso do Hamas não cabe, pois o estado Judeu não é laico, como muitos gostam ou preferem acreditar: Israel é um estado religioso (porém tolerante) e possui partidos religiosos (intolerantes). A religião é um fator de credibilidade para a existência dos Estados Nacionais existentes na região. Todos os países daquela área, lembro, nasceram de forma artificial no século XX. Daí, ser a Religião o veículo que fundamenta e legitima a existência de todos os estados da Região: Da Àrabia Saudita a Israel.
Por isso, não tenho atenuantes para o Estado de Israel. Não há como fugir da constatação que o Estado de Israel joga de forma hipócrita, torpe. Praticamente força para que seja atacado pelos ridículos mísseis "Hassan", criando assim a justificativa para punir uma colônia, pois se não é de Direito, ora vejam só, parece ser de fato.
Há no mundo àrabe uma acusação interessante: Israel seria a repetição histórica dos Estados Cruzados. Afora às comparações ingênuas, algo chama a atenção: O Israel moderno (1948) tal como os cruzados possui uma matriz cultural diversa, européia. Além disso, necessita e faz uso de larga propaganda em outro continente para sua defesa e envio de recursos, bem como de se estruturar desde a sua base, como uma nação beligerante.
Quanto a propaganda, vejo que apesar da revista VEJA, do covarde, afeminado e afetado colunista "Reinaldo"; da Fox News e duma brigada atuante do Fórum Defesa Brasil, Israel perde a batalha. E isto se dá pela primeira vez.
Chega a ser ridículo ver imagens duma velha e gorda (portanto, muito bem alimentada) senhora israelense, com medo dum foguete quem nem perto dela caiu, comparada com a imagem candente duma criança palestina, destroçada, em "papos-de-sangue".
Por fim, digo: cada bomba israelense constrói um ódio difícil de ser descrito para os corações brasileiros. No passado fomos colônia duma metrópole, tínhamos em relação a ela um oceano de distância. Somos independentes já faz tempo...
Na faixa de Gaza, o opressor está à distância duma rua. Creio que apenas isto, explique muito.
Higgins