As últimas mensagens dos soldados.

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Naval
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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#32 Mensagem por Naval » Sex Dez 30, 2011 2:14 am

Para o oeste - inverno de 43

Relato do panzergrenadier Guy Sajer, da Divisão Gross Deutschland, sobre a defesa da fronteira romena no Natal de 1943.

"Stille Nacht... Heilige Nacht... Oh! Weihnacht!"

Noite de Natal, 1943. O vento sopra pelo labirinto de trincheiras ao norte de Boporoeivska. Duas companhias ocupavam as posições preparadas pela divisão de segurança e a organização Todt, que já se retirara para o oeste, para além da fronteira da Bessarábia. Nós chegáramos a estas geladas covas dois dias antes. A frente parecia movimentada e, quase com certeza, estaríamos combatendo em breve. O colapso de nosso front sul havia-nos forçado a este último recuo e reagrupamento ao longo da linha. O vasto ímpeto soviético movia-se lenta e inexoravelmente em nossa direção, como um rolo compressor. Estávamos plenamente cientes disto e o contínuo fluxo de reforços em nosso setor permitia adivinhar um violento embate.

O terreno vizinho a nossa posição era montanhoso e arborizado. Os tanques e a artilharia móvel aguardavam, escondidos, nos gélidos bosques, onde o frio arrancava até mesmo as cascas das árvores. Os estoques de comida em Boporoeivska eram constantemente saqueados; nosso comandante concordara tacitamente em uns poucos dias de bonança, como se isso fosse compensar o holocausto que se aproximava.

Era noite de Natal. A despeito de nossa miserável circunstância, estávamos repletos de emoção, como crianças que foram privadas de diversão por um longo período. Sob os nossos capacetes de aço e por baixo de nossas faces silenciosas, transbordava uma multidão de pensamentos brilhantes. Alguns homens falavam de paz, outros sobre a infância, que para alguns ainda estava próxima; tentávamos esconder nossos sentimentos, a falta de esperança e os sonhos ridículos engrossando a voz. Wesreidau [o capelão] fez sua ronda pelas trincheiras, falando aos homens, mas suas palavras pareciam somente perturbadas reflexões pessoais, em breve ele desistiu e se recolheu aos seus pensamentos. Sem dúvida ele também tinha filhos e gostaria de estar com eles. Algumas vezes ele parava por um momento e fitava o céu, que tinha clareado um pouco. O gelo brilhava em seu longo casaco como lantejoulas em uma árvore de Natal.

Por quatro dias tivemos que resistir a nada mais do que o absurdo frio. As seções na linha eram substituídas continuamente, e as insuportáveis noites eram dividas em dois turnos. Cada novo dia trazia novos casos de pneumonia. Enregelamento tornara-se um lugar comum. Por duas vezes eu fora carregado para uma cabana e trazido à consciência e à vida, dos braços da morte. Nossos rostos estavam terrivelmente ressecados, particularmente em volta dos lábios. Pelo menos tínhamos o suficiente para comer. Aos cozinheiros foram dadas ordens especiais para preparar a nossa comida com a maior quantidade de gordura possível. Suprimentos chegavam regularmente, o que possibilitava a Grandsk produzir sopas gosmentas, cheias de margarina. Estas misturas eram nauseantes, mas bastante efetivas. Os cozinheiros aprenderam bastante sobre os ingrediente ideais para o clima frio com os russos. Nós também fazíamos sauna - um tratamento cavalar que não tolerava fraquezas. Saíamos diretamente do vapor quente para as duchas geladas, uma transição tão violenta que nossos corações ameaçavam parar de bater. No entanto, tal qual as gosmentas sopas de Grandsk, estes choques eram efetivos e sempre nos sentíamos melhor depois.

"Aproveitem o máximo que puderem", Grandsk nos dizia, "Comam e não reclamem. Na Alemanha as crianças estão passando sem sobremesa, então vocês podem tolerar esse pequeno sacrifício".

A propósito, as palavras de Grandsk eram perfeitamente verdadeiras. Como Paula explicara-me em uma carta que chegara há apenas seis dias, o racionamento tornara-se bastante severo. Estávamos chegando tão perto de nossas próprias fronteiras que a cada dia a distância de casa parecia menor. Em breve, a Alemanha, em apuros, não seria capaz de nos mandar nem mesmo margarina.

Numa manhã, os apitos dos feldwebels nos arrancaram de nossa cabana enquanto dormíamos. Uma patrulha de tanques soviéticos estava a apenas uma milha de Boporoeivska. O frio, quando corremos para fora, nos cortava como o golpe machado do açougueiro, no entanto, cada homem galopou o mais rapidamente para um ponto preciso.

Ainda não chegáramos às nossas posições quando o som de pesadas explosões sacudiram o ar a oeste. Os tanques russos, carregando como uma manada de búfalos enlouquecida, haviam alcançado nosso campo minado. Agora era a vez dos tripulantes de tanque sofrerem um pouco. Nossos observadores olhavam através dos binóculos. Quase todos os tanques tentavam se retirar pelo caminho que haviam seguido. Nossa artilharia permanecia em silêncio, deixando os tanques para as minas. Às vezes o fogo de bateria estraga essas armadilhas.

Entretanto, três tanques Stalin haviam conseguido cruzar o campo minado e seguiam em direção à cidade, em um troar de lagartas e barulho de escapamento. Com extraordinária coragem eles receberam o fogo de nossas baterias antitanque 37 mm sem se deterem, mas foram atingidos pelos tanques Tigre escondidos, com seus terríveis canhões 88 mm. Em uma seqüência tão irreal quanto qualquer filme de Hollywood, todos os três tanques foram atingidos pela primeira salva. Um deles capotou e explodiu. Outro parou, morto como um javali atingido entre os olhos. O terceiro, embora atingido, virou-se, sem parar, expondo seu flanco aos nossos canhões antitanque, que arrancaram suas armas e placas de blindagem. Ele continuou em um círculo com pequenas viradas, tentando executar uma meia curva. Essa dramática tentativa nos deixou pasmos de admiração. Em seu desejo de sobreviver, o motorista russo seguiu diretamente para o campo minado. Uma série de explosões arrancou a lagarta de seu lado esquerdo e o tanque lentamente parou, como uma besta caída. Enquanto uma densa fumaça negra começava a sair de suas entranhas, duas figuras escuras saltaram, mas nossos dedos, duros pelo frio, não dispararam. Ambos os russos seguravam suas pistolas, preparados para se defenderem. Como não ouvissem nenhum disparo, deram uns poucos passos em direção às nossas linhas, jogando fora suas armas e levantando as mãos. Nós, os infantes, que os considerávamos heróis, lhes sorrimos, ao qual eles retribuíram, com seus dentes muito brancos, tal qual os dentes dos negros, em seus rostos escurecidos pelo óleo, graxa e fumaça. Nossos homens os levaram para uma "isba" e lhes deram algum Schnapps. Sua atitude e performance pareceram tão diferentes dos partisans, que não sentíamos ódio deles. Lensen os observou por alguns momentos e disse: "se Wiener estivesse aqui, ele provavemente beberia um trago com eles".

Na noite seguinte, mandamos patrulhas para recompor o campo minado. Nossa luta defensiva se apoiava cada vez mais em minas para tomar o lugar de pontos enfraquecidos ou expostos na linha. No dia seguinte, houve um reforço geral da frente. Dois regimentos romenos e um batalhão húngaro foram enviados para que se juntassem a nós. Também nos comunicaram que teríamos o apoio aéreo de um esquadrão de caças-bombardeiros baseados em algum lugar próximo a Vinnitsa.

"Parece que estamos sendo preparados para um grande show", observou Pferham, "não gosto nada disso".

O Obergefreiter Lensen tinha um ponto de vista bem diferente, feliz com o aumento das nossas forças. Conforme sua opinião, a tenaz dos vermelhos tinha que ser parada aqui. A idéia de que a sua Prússia poderia cair a qualquer momento nas mãos inimigas, nunca passou pela sua mente, embora essa hipótese já fosse tomada como certeza por todos nós.

Em uma noite, os russos mandaram uma onda humana de mongóis em um assalto direto contra as nossas posições. Sua função era desmantelar o campo minado, atravessando-o. Como os russos preferissem economizar seus tanques, e como suas reservas humanas eram gigantescas, eles geralmente mandavam soldados para esse tipo de trabalho.

O ataque soviético falhara, mas Ivan não esperava sucesso. O campo minado explodira sob a multidão uivante e, para completar, mandamos uma cortina de traçadoras a fim de obliterar qualquer um que tivesse sobrevivido. Os cadáveres fragmentados congelavam muito rapidamente, poupando-nos do odor que poluiria uma vasta área no calor.

Os russos nem mesmo utilizaram artilharia para auxiliar os mongóis, isso parecia confirmar nossa estimativa sobre a situação. Tentamos enviar patrulhas a fim de recuperar o campo minado, mas os russos atiravam em qualquer coisa que se mexesse. Fomos capazes de colocar somente uma fina camada de minas, ainda assim com consideráveis perdas. Claramente não era mais possível confiar nas minas para defender nossa linha de frente.

Em outra tarde, quando o frio atingiu uma intensidade dramática, os russos atacaram novamente. Nós guarnecíamos nossas posições em uma temperatura que descera a 45º negativos. Alguns homens desmaiavam enquanto o frio os consumia, eram paralizados antes que tivessem a chance de gritar por ajuda. A sobrevivência parecia impossível. Nossas mãos e rostos estavam cobertos com graxa de motor, e até mesmo as nossas grossas luvas estavam cobertas com essa mistura grudenta, todos os gestos se mostravam extremamente difíceis. Dos nossos tanques, cujos motores já não funcionavam, só víamos as pontas dos canhões acima da neve, como elefantes pegos em uma armadilha.

Os muzhiks que se preparavam para nos atacar sofriam da mesma maneira, congelando em suas posições antes mesmo de conseguir gritar o típico "Ourrah pobieda!". Os homens, em ambos os lados, sofrendo do mesmo martírio, clamavam por algum conforto. O metal quebrava com impressionante facilidade. Os tanques soviéticos avançavam cegamente através da pálida luz de seus faróis, o que realçava a visão surreal da cena. Estes tanques eram destruídos pelas minas colocadas paralelamente às nossas trincheiras, uns 40 metros de nossa linha de frente ou pelos tanques Tigre, que atiravam sem se mover. As tropas russas, com pés e mãos congeladas, tombavam e se retiravam em confusão perante o fogo contínuo que mantínhamos, a despeito de nossos dedos rígidos. Seus oficiais, que esperavam que estivéssemos paralizados pelo frio e incapazes de defesa, não tinham a menor noção do estado de suas próprias tropas. Eles estavam prontos para fazer qualquer sacrifício, conquanto que nossas linhas fossem atacadas.

Eu consegui evitar que minhas mãos congelassem colocando-as, dentro das luvas, em duas caixas de munição vazias, quando os cartuchos das metralhadoras alí caíam. Os artiheiros e qualquer um que fosse obrigado a fazer algum trabalho manual, mais cedo ou mais tarde davam entrada no serviço médico, com casos graves de congelamento. Houveram várias amputações nesses dias.

O frio intenso durou três semanas, durante os quais os russos se restringiram a colocar músicas calculadas para nos deixar saudosos de casa e fazer discursos nos convidando à rendição.

Por volta do fim de janeiro o frio amainou um pouco e se tornou tolerável. Algumas vezes durante o dia, o têrmometro nos dava uma trégua e chegava a marcar cinco graus positivos. As noites ainda eram cruéis, mas com a freqüente troca de turnos de trabalho nós conseguíamos agüentá-las bem. Sabíamos que a ofensiva russa retornaria em breve.

Numa noite, ou melhor, numa manhã, entre 4 e 5 horas, os apitos nos mandaram de volta aos nossos postos de interceptação.

Uma grande formação de tanques T-34 e Sherman movia-se adiante com grande barulho. Um bombardeio de artilharia os precedera, infringindo pesados danos à Boporoeivska e provocando uma evacuação em massa da população civil, a qual aguardava a luta com terrível apreensão. Nossos tanques - uns 15 Tigres, 10 Panteras e uma dezena de Marks 2 e 3 - haviam conseguido dar partida, pois seus motores tinham sido aquecidos continuamente no dia anterior. No começo da ofensiva, dois Mark 2 foram destruídos, lado a lado, pelo bombardeio russo. A frente parecia que iria ruir mais uma vez. Nós nos apertávamos nas trincheiras, com os olhos semi-fechados, esperando pelas hordas da infantaria vermelha que certamente estariam a caminho. Neste momento, nossas metralhadoras e Panzerfausts estavam silenciosos, deixando o caminho livre para a artilharia pesada e tanques.

Habilmente camuflados, os Tigres aguardavam, com os motores ligados. Quase toda a vez que um tanque russo chegava ao alcance, um tiro direto e estridente o incendiava. Os russos avançavam em nossa direção lentamente, confiantes e atirando a esmo. Suas táticas de desmoralização funcionariam se não houvessem tantas colunas de fumaça negra de seus tanques destruídos. Nossos 37 mm e Panzerfausts, destinados a serem usados quase à queima-roupa, foram poucas vezes requisitados. A primeira leva de assalto soviética foi consumida uns 450 metros de nossas primeiras posições, arrasados pelo fogo certeiro dos nossos Tigres e Panteras, além dos petrechos antitanques pesados.

O Tigre era uma fortaleza impressionantemente inabalável. O fogo inimigo parecia não ter qualquer efeito em sua blindagem, a qual, na frente, chegava a 14 cm de espessura. Sua única fraqueza era a relativa lentidão.

Uma segunda leva russa seguia bem próxima à primeira, mais densa do que a antecessora e acompanhada por um enxame de infantaria, que se apresentava como uma séria ameaça.

Nós esperávamos, com as bocas secas, nossas armas coladas contra os ombros e as granadas ao lado. Tínhamos a impressão de ouvir o coração de nossos vizinhos de trincheira.

Repentinamente, como um milagre, trinta de nossas aeronaves apareceram. Conforme o prometido, o esquadrão de Vinnitsa estava atacando. Este trabalho, em particular, foi muito fácil para eles e todas as bombas acertaram o alvo. Um grito de "Sieg Heil, der Luftwaffe!", soou tão alto de nossas trincheiras que acredito que até os pilotos o tenham ouvido. Neste momento, abrimos fogo com tudo o que dispúnhamos, mas Ivan continuava atacando, a despeito das brutais perdas sofridas. Nossos tanques, então, dirigiram-se contra o obstinado inimigo com um ardor que relembrava o de 1941.

O barulho tornara-se ensurdecedor. O ar estava denso de vapores e fumaça, recheado do cheiro de pólvora, cordite e gasolina queimada. Nossos gritos se misturavam com os dos russos, que titubeavam ante a inesperada resistência.

De onde estávamos, conseguimos ver o magnífico progresso dos Tigres, pulverizando os tanques inimigos antes que os mesmos pudessem dar meia-volta. Ao mesmo tempo, a Luftwaffe atacava novamente, com foguetes e canhões de 20 mm. As posições russas desapareceam sob uma grossa camada de fumaça.

A artilharia soviética continuava despejando granadas em nossas linhas, causando várias baixas que, na confusão, não notávamos. No entanto, em breve suas baterias silenciaram, quando as tropas de frente as alcançaram em retirada.

Uma segunda leva de aviões alemães, um luxo inconcebível a esta altura, completou o rompimento do ataque russo. Nas trincheiras, nos abraçávamos com grande alegria. Por quase um ano estivéramos nos retirando frente a um inimigo cuja superioridade numérica crescia constantemente. Lensen gritava como um homem possesso: "Eu lhes disse que nós conseguiríamos! Eu lhes disse que nós conseguiríamos!".

Nossa façanha foi mencionada em boletins especiais. A posição na fronteira romena fora mantida. Depois de meses de constantes ataques e frio terrível, as tropas alemãs e romenas mais uma vez rechaçaram a ofensiva soviética e destruíram enormes quantidades de material inimigo. A massa de metal retorcido misturado com cadáveres, que repousava em frente às nossas linhas, era a prova visível do que realizáramos. Ao longo de uma frente de mais de 300 quilômetros, o Exército Vermelho lançou dezesseis ataques no espaço de tempo de um mês. Levando em conta as três semanas de inatividade, durante as quais qualquer operação era impossível, estes dezesseis ataques aconteceram todos em aproximadamente uma semana. Cinco posições, ao longo da fronteira, obtiveram total sucesso em obstar o avanço russo, somente em uma os soviéticos chegaram perto de obter sucesso. Nosso dispositivo fora rompido ao sul, mas logo o ímpeto foi contido e as tropas vermelhas foram aniquiladas ou feitas prisioneiras.

Em nosso setor todas as linhas resistiram e por isso nos sentíamos muito orgulhosos. Prováramos mais uma vez que com material adequado e um mínimo de preparação, poderíamos conter um inimigo diversas vezes superior, cujos frenéticos esforços nunca foram inteligentemente empregados.

Wiener, o veterano, geralmente alertava que os russos costumavam falhar nos momentos difíceis. Ante a visão de um tanque inimigo em chamas, ele costumava abrir um largo sorriso de escárnio: "Mas que maldito idiota", dizia, "como pôde se deixar pegar dessa maneira? Só mesmo pela quantidade eles um dia nos derrotarão".

Foram distribuídas trinta Cruzes de Ferro para a Divisão Gross Deutschland e tantas outras para os pequenos regimentos de tanques, que também mereciam as honras pelo feito.

Fonte deste artigo: The Forgotten Soldier - Guy Sajer - Brassey´s, Inc.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#33 Mensagem por gingerfish » Qua Jan 18, 2012 10:27 pm

Está vendo? Eu digo a vocês... O povo americano é a bucha do canhão! ELE é a munição... A elite fica escondida...

Enquanto os putos ficam escondidos, mandam os filhos dos americanos irem fazer guerra no mundo todo... E o próprio americano paga caro demais por isso, e faz o mundo pagar, também...




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#34 Mensagem por Túlio » Qua Jan 18, 2012 11:47 pm

É, Ginger véio, mas aparentemente eles acham CERTO mandar os filhos irem sifu lá nos cafundós, afinal, só votam mesmo EM DOIDO...




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#35 Mensagem por gingerfish » Sáb Jan 21, 2012 2:03 pm

Também, só têm dois candidatos... só dois partidos... não deixa de ser uma democracia interessante, e incomparável com a nossa... mas que o povo deles é a munição que é colocada no canhão, é...

E a gente tem que dar graças a Deus por Saddam Hussein existir, porque ele é o maior herói da Venezuela... Imagina só, Túlio, uma guerra no nosso lado...? Cara, que repercussão iria ter o treco aqui pro Brasil... Porque, para os Estados Unidos, qualquer país com nacionalismo dependente é inimigo! Se o nacionalismo for exarcebado, então, nem se fala!!!! Eles falam que há nazistas, comunistas, terroristas e td mais lá... Mas, como eu disse... tem que ter guerra, e não é exatamente ruim que eles tenham inimigos...

Bom... parcialmente, é isso. Lamento não ter mais tempo para trocar ideias!

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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#36 Mensagem por tflash » Sáb Jan 21, 2012 2:56 pm

A minha visão é que os EUA tem muito boa gente, aliás, boa demais.

O ponto de vista deles é que se o governo que foi eleito democraticamente e os meios de comunicação livres e democráticos dizem que tem que se ir para tal ponto para defender a liberdade e a democracia e proteger as populações de ditadores sanguinários, não devem estar a mentir.

E é assim que muitos se alistam e combatem. Por isso é que eu tenho imenso respeito pelas tropas que estão no terreno e pelas pessoas que apoiam essas guerras. Nós temos acesso aos meios de comunicação deles e temos de ter noção que eles tem muito menos informação contraditória.

Isso acontece desde a guerra contra a Espanha.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#37 Mensagem por Clermont » Sáb Jan 21, 2012 3:57 pm

tflash escreveu:O ponto de vista deles é que se o governo que foi eleito democraticamente e os meios de comunicação livres e democráticos dizem que tem que se ir para tal ponto para defender a liberdade e a democracia e proteger as populações de ditadores sanguinários, não devem estar a mentir.
Eu penso que há um equívoco aí. O povo americano foi convencido a apoiar a invasão do Iraque, em 2003, não para "defender a liberdade e a democracia e proteger as populações de ditadores sanguinários". O povo americano foi convencido pela suposta ameaça de "cogumelos atômicos" pairando sobre Nova Iorque. Pela ameaça das "armas de destruição em massa" que o ditador do Iraque - o laico Saddam Hussein, iria - depois de, supostamente, gastar uma fortuna do dinheiro do seu povo para desenvolvê-las - dar de mão-beijada para terroristas fundamentalistas islâmicos.

O povo americano foi convencido de que seus militares deveriam ir para o Iraque por que lhes foi contado que Saddam Hussein foi um dos autores do planejamento do atentado do 11 de Setembro.

Eu creio que, quase dez anos depois, é seguro afirmar que todas estas pressuposições mostraram-se falsas. Portanto, este povo, estas pessoas, e estes militares, foram, sim, ENGANADOS. E as vidas dos combatentes de linha-de-frente foram, neste caso, desperdiçadas em vão.

Sem contar que, o próprio enunciado já acarreta uma grave violação constitucional - do ponto de vista dos Estados Unidos -, a de que, governo americano algum está investido do direito de sacrificar as vidas e o bem-estar de seus cidadãos para defender a liberdade e a democracia e proteger populações estrangeiras. Mas apenas a liberdade, a democracia e a própria população dos Estados Unidos.

Eu creio que esta é uma formulação muito apropriada. E, quanto ao Brasil, eu espero que jamais tenhamos um governo que sacrifique as vidas dos militares brasileiros e o bem-estar econômico da população brasileira, embarcando em cruzadas democráticas para "salvar populações estrangeiras de tiranos malvados".




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#38 Mensagem por gingerfish » Dom Jan 22, 2012 6:57 pm

tflash escreveu:A minha visão é que os EUA tem muito boa gente, aliás, boa demais.

O ponto de vista deles é que se o governo que foi eleito democraticamente e os meios de comunicação livres e democráticos dizem que tem que se ir para tal ponto para defender a liberdade e a democracia e proteger as populações de ditadores sanguinários, não devem estar a mentir.

E é assim que muitos se alistam e combatem. Por isso é que eu tenho imenso respeito pelas tropas que estão no terreno e pelas pessoas que apoiam essas guerras. Nós temos acesso aos meios de comunicação deles e temos de ter noção que eles tem muito menos informação contraditória.

Isso acontece desde a guerra contra a Espanha.
Pois é, mas respeito às tropas é relativo, na minha opinião... Verdadeiras pessoas que eu respeito, foram as que eu ouvi falar, que foram os desertores, na guerra conta o Iraque... Esses, sim, conforme penso, são homens de respeito... Poxa, cara, embora você seja subalterno, subordinado, você tem que saber onde pisa... Os caras preferiram ir presos a irem ao Iraque, porque sabiam que o motivo da guerra era insustentável, porque foi FABRICADO!
Há um documentário, que é meio bobinho... E nem é tão revelador... Mas é do Michael Moore, o "Farenheit". Mostra algumas coisas interessantes. Você mesmo já deve tê-lo visto. Mas dá uma olhadinha de novo, porque vale à pena!

E não acho que os meios de comunicação sejam livres... Salvo se eu estiver equivocado, o próprio Bush estava prestes a atacar a rede de TV Al Jazeera, porque ela mostrou cenas cruéis de guerra, mas a Ingletarra conseguiu convencer o sr. Bush a não fazer o ataque, e 'de última hora'.
Olha como o povo americano é tapado, cara... Eles são bombardeados de informações que são ligados aos interesses elitiosos, e mais nada... Mas sempre sobra alguma coisa em YouTube, em algum documentário ou outro, em algum livro ou outro. Ou seja, eles têm acesso a essas informações, e eles são coniventes com muita coisa...
Todo mundo está careca de saber do envolvimento da Casa Branca nos atentados, e eles acreditaram mesmo que o único responsável foi Osama... Foi maior carnaval lá nos EUA... Pessoas até foram à porta da casa do Bush, agradecer... O povo de lá é bombardeado por informações do interesse dos bonitos!

E outra coisa é que os Estados Unidos patrocinam e patrocinam ditadores ao redor do mundo todo... Tentaram dar um golpe ali na Venezuela. Há um documentário no YouTube que se chama "A Revolução não Será Televisionada". Dá uma assistida nele, porque é bacana!

[[]]'s Ginger!




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#39 Mensagem por Clermont » Dom Jan 22, 2012 7:25 pm

gingerfish escreveu:Pois é, mas respeito às tropas é relativo, na minha opinião... Verdadeiras pessoas que eu respeito, foram as que eu ouvi falar, que foram os desertores, na guerra conta o Iraque... Esses, sim, conforme penso, são homens de respeito...
Eu discordo veementemente dessa posição.

Homens de respeito são esses que foram, independente de acreditarem ou não, e que, ao voltarem, passaram a se mobilizar contra as ações do seu governo e estão, neste momento, lutando pela via eleitoral, para que o próximo governo dos Estados Unidos não cometa mais crimes como os do Iraque, enviando outros militares para sacrificarem suas vidas em prol de uma mentira.

Veja desse modo: um cidadão foi voluntário para entrar numa força combatente. Lá, ele foi treinado, alimentado, vestido e cuidado, às custas do imposto do contribuinte. Lá ele fez camaradas, amigos. A fração militar da qual ele faz parte é uma equipe, que depende para sobreviver em combate, da ação coordenada de todos seus integrantes, todos tendo um grau comparável de instrução, e conhecendo uns aos outros.

Então, num dia trágico - com ou sem razão - chega a guerra, a razão para a qual existem as forças militares. A fração da qual este homem faz parte está escalada para ir para o Front. Então, neste exato momento, este homem deserta e foge, digamos, para o Canadá. Como se sentirão seus camaradas, seus amigos, que conviveram durante meses - talvez anos - com ele? Como ficará o moral destes que ficaram? Como ficará sua coesão e eficiência tática, das quais dependerão a eficácia em combate, e a própria sobrevivênvia destes "band of brothers"?

Este homem evitará os horrores da guerra - seja ela errada ou certa. Mas aqueles que um dia ele chamou de camaradas, de amigos, não vão evitar. Eles vão para o Front para lutar, para sangrar e talvez para morrer. E, talvez, ocupando o lugar daquele que desertou, vá um outro, apressadamente enviado como recompletamento, talvez não tão bem treinado, e certamente, um "estranho no ninho" naquele grupo fechado.

É assim que eu, um civil, vejo a situação. Sendo assim, não posso ter simpatia por esse tipo de comportamento.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#40 Mensagem por gingerfish » Ter Jan 24, 2012 10:11 pm

Bacana quanto aos homens de respeito que vão, independentemente de acreditarem ou não, e que, ao voltarem, blá blá blá... Qualquer forma de fazer oposição a uma verdadeira ditadura já é válido.

Mas vá ao Iraque e diga isso às famílias inteiras que foram assassinadas... Às pessoas que foram torturadas, e cadê o motivo??? Provavelmente, cara, você já viu as cenas de torturas no Iraque... Poxa, aquilo não tem fundamento. Em meio àquele calor, encaxotar o cara em meio a cobertores, e àqueles trecos quentes, lá, e isso nem é tudo...

Eu acho que, na vida, a gente tem que ter autoridade moral e dizer não, quando analisamos a coisa na sua totalidade, cara, porque o mundo é nosso, mas tem gente que pensa que pode fazer tudo, e, na verdade, faz, e a culpa, na minha opinião, é nossa, porque a gente é conivente com tudo...
Eu sei que não é fácil fazer isso. E como sei... Sou um esquerdista NATO. Passei em provas de oficial da PMMG duas vezes, mas não consegui entrar, em virtude de ter caído no exame psico-técnico (e não sou aleijado mental, não... Tenho problema de coordenação motora), mas... Quando eu via que o engajamento vinha chegando, eu era atordoado por pesadelos e pesadelos... Justamente os pesadelos de ir subir um morro e ter que, talvez, matar um semelhante... Como eu reagiria a isso?
"Ah! Ordens... Tem que cumpri-las!" Eu pensava muito nisso... Foi a época mais atordoada da minha vida!

Não acredito que nenhum governo democrata ou republicano vão acabar com isso aí, porque eu acho, e é coisa minha, que TEM QUE TER GUERRA!!! Pode ser democrata no poder que, ainda assim, vai ter guerra... É o que eu acho...

Basicamente, é isso!

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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#41 Mensagem por suntsé » Ter Jan 24, 2012 11:16 pm

Clermont escreveu:
gingerfish escreveu:Pois é, mas respeito às tropas é relativo, na minha opinião... Verdadeiras pessoas que eu respeito, foram as que eu ouvi falar, que foram os desertores, na guerra conta o Iraque... Esses, sim, conforme penso, são homens de respeito...
Eu discordo veementemente dessa posição.

Homens de respeito são esses que foram, independente de acreditarem ou não, e que, ao voltarem, passaram a se mobilizar contra as ações do seu governo e estão, neste momento, lutando pela via eleitoral, para que o próximo governo dos Estados Unidos não cometa mais crimes como os do Iraque, enviando outros militares para sacrificarem suas vidas em prol de uma mentira.

Veja desse modo: um cidadão foi voluntário para entrar numa força combatente. Lá, ele foi treinado, alimentado, vestido e cuidado, às custas do imposto do contribuinte. Lá ele fez camaradas, amigos. A fração militar da qual ele faz parte é uma equipe, que depende para sobreviver em combate, da ação coordenada de todos seus integrantes, todos tendo um grau comparável de instrução, e conhecendo uns aos outros.

Então, num dia trágico - com ou sem razão - chega a guerra, a razão para a qual existem as forças militares. A fração da qual este homem faz parte está escalada para ir para o Front. Então, neste exato momento, este homem deserta e foge, digamos, para o Canadá. Como se sentirão seus camaradas, seus amigos, que conviveram durante meses - talvez anos - com ele? Como ficará o moral destes que ficaram? Como ficará sua coesão e eficiência tática, das quais dependerão a eficácia em combate, e a própria sobrevivênvia destes "band of brothers"?

Este homem evitará os horrores da guerra - seja ela errada ou certa. Mas aqueles que um dia ele chamou de camaradas, de amigos, não vão evitar. Eles vão para o Front para lutar, para sangrar e talvez para morrer. E, talvez, ocupando o lugar daquele que desertou, vá um outro, apressadamente enviado como recompletamento, talvez não tão bem treinado, e certamente, um "estranho no ninho" naquele grupo fechado.

É assim que eu, um civil, vejo a situação. Sendo assim, não posso ter simpatia por esse tipo de comportamento.
Concordo com o Clermont, sem tirar uma virgula. Exelente post.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#42 Mensagem por gingerfish » Qua Jan 25, 2012 10:15 pm

Você me lembra a Britney Spears dando uma entrevista à imprensa, na época da guerra ao Iraque, em que ela diz: "Eu estou com o presidente"...

Só isso, e mais nada!




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#43 Mensagem por Túlio » Qua Jan 25, 2012 11:00 pm

Mas diz muito sobre o Povo de lá, Ginger... :wink: 8-]




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#44 Mensagem por gingerfish » Qui Jan 26, 2012 10:20 pm

Mas, Túlio, eu acho que muita gente acaba aderindo, porque são tudo doidinho com as estrelinhas do país... E as estrelinhas do país são comandadas, 'possivelmente', pelos bonito$... É uma forma de fazer um apelo à população, para que apóiem o governo...

Cara, essa guerra contra o Iraque nunca me desceu!!! Nem a do Afeganistão... Eu fiz um tópico, uma vez, que não foi pra frente, infelizmente, mas eu explicava nele, o que eu via, o que eu achava que estava pegando... Foi um tópico de 'Possíveis verdades sobre Osama'... Pra mim, aquilo foi tudo forjado pelo próprio país, ou eles deixaram aquilo acontecer, justamente para haver guerra, e depois irem 'reconstruir' o país bombardeado...

Esse negócio de ficar matando os outros não me desce!!! Não me desce mesmo!!! Pra invadir o Afeganistão, eles tomaram uma medida extrema respaldada em uma coisa, mas em uma coisa muito duvidosa... A do Iraque, então, nem se fala...

[[]]'s Ginger!




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#45 Mensagem por Túlio » Qui Jan 26, 2012 10:30 pm

Não me entendeste: se escrevi aquela frase intenção havia. Qual? Bueno, se o Povo não gostasse que seus filhos vivessem enfiados em buracos ao longo do mundo, morrendo e matando, não estavam as coisas como estão. Aliás, ter servido em combate é um interessante plus para qualquer candidato a político bem sucedido lá... :wink: 8-]




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