Iraque 2003 novo Vietnã??
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Eu acho que as dois comparacoes nao valem. Acredito que alguns nacoes a que normalmente sao vistos como "alidaos" querem os EUA a perder essa guerra porque a guerra mostrou que o ONU nao e' o poder supremo neste mundo.
O povo Americano quer que a guerra no Iraq termina. Pois quem nao quer isso? Eu quero que a guerra termina tambem e ela vai um dia como todas as outras guerras antes. Eu nao quero que nos simplesmente tiramos as nossas troppas de la' sem o estabelcimento de alguma forma de establidade que vai durar. Para sair de la' agora, eu sei que os inimigos dos EUA querem isso, e ficarem com mais esperance devido o partio de covardes e forum elitos deste mes.
Felizmente, o Presidente Bush ainda e' o Presidente e ELE vai decidir o que vai ser feito no Iraq. Ate agora ele nao vai tirar as troppas de la'
"Agora eu quero que vocês se lembrem que nenhum filho de *** ganhou uma guerra morrendo de pena dele. Ela ganhou ao forçar o outro filho da *** a morrer pelo seu país"~
- Clermont
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Patton escreveu:Para sair de la' agora, eu sei que os inimigos dos EUA querem isso, e ficarem com mais esperance devido o partio de covardes e forum elitos deste mes.
Como cidadão e tax payer dos Estados Unidos, você tem todo o direito de expressar opiniões sobre uma das suas agremiações políticas. Eu, por exemplo, tenho o mais baixo dos conceitos do atual partido governante do Brasil. Mas eu me curvo perante a vitória dele, e faço uma força tremenda para não passar de certos limites nas críticas ao referido partido brasileiro. Pois, se eu exagero no meu rancor, ao atirar lama nesse partido, eu atiro lama no meu povo. Às vezes, eu escorrego, mas apenas porque sou humano. Por isso, eu creio que você deva refletir, pois, em minha opinião, você acabou de escorregar.
Deus me livre e guarde de querer dar lições a um americano sobre seu próprio povo e país. Mas vc deve refletir que, ao chamar os Democratas (com muitos ex-combatentes cobertos de cicatrizes, de muitas guerras célebres dos Estados Unidos) de "partido de covardes", você atira uma pecha sobre o próprio povo da América.
Afinal, um povo que elege um "partido de covardes", só pode ser, por conseqüência, um povo de covardes.
O que, é óbvio, não é verdade, certo? Ou então, chegamos a triste conclusão que o "povo" somente inclui aqueles que comungam de nosso ideário particular. Todos os que discordem de nosso modo de pensar, não pertencem ao "povo". São, portanto, inimigos. E, sendo assim, podem ser perseguidos, torturados e mortos, sem muito remorso.
O meu país conhece bem esse tipo de lógica. Outros países, aqui representados por foristas internacionais, também. Tanto quanto eu saiba, isso nunca foi uma prática comum aos Estados Unidos (tirando o período Macarthista). Eu acho que, mesmo lamentando a derrota de seu partido preferido, você devia sentir orgulho pela lição de democracia que o seu povo deu, ao mudar o rumo da política interna de sua nação, em meio a uma guerra externa. No meu modo de ver as coisas, mais um triunfo da democracia dos Estados Unidos. Sem esquecer, a eleição de um muçulmano e de mais um governador negro.
Patton escreveu:Felizmente, o Presidente Bush ainda e' o Presidente e ELE vai decidir o que vai ser feito no Iraq. Ate agora ele nao vai tirar as troppas de la'
Eu mal conheço o funcionamento da política interna brasileira, não posso conhecer a política interna americana. Mas, não condiz com um perfil avançado e democrático, afirmar que um presidente pode decidir sozinho como vai ou não ser conduzida uma guerra externa. A invasão do Iraque só foi a frente, devido ao apoio popular, incluindo, de muitos setores do Partido Democrata.
Ao afirmar que o presidente "não vai tirar as tropas de lá", mesmo passando por cima da vontade do Congresso e do Povo dos Estados Unidos, você coloca seu país ao nível de uma Venezuela, ou de uma Cuba. Lá, os "homens-fortes" é que decidem o que vai ou não vai ser feito.
Eu não penso que George Washington teria sentido prazer em ver um "homem-forte" no comando dos Estados Unidos.
Clermont escreveu:Patton escreveu:Para sair de la' agora, eu sei que os inimigos dos EUA querem isso, e ficarem com mais esperance devido o partio de covardes e forum elitos deste mes.
Como cidadão e tax payer dos Estados Unidos, você tem todo o direito de expressar opiniões sobre uma das suas agremiações políticas. Eu, por exemplo, tenho o mais baixo dos conceitos do atual partido governante do Brasil. Mas eu me curvo perante a vitória dele, e faço uma força tremenda para não passar de certos limites nas críticas ao referido partido brasileiro. Pois, se eu exagero no meu rancor, ao atirar lama nesse partido, eu atiro lama no meu povo. Às vezes, eu escorrego, mas apenas porque sou humano. Por isso, eu creio que você deva refletir, pois, em minha opinião, você acabou de escorregar.
Deus me livre e guarde de querer dar lições a um americano sobre seu próprio povo e país. Mas vc deve refletir que, ao chamar os Democratas (com muitos ex-combatentes cobertos de cicatrizes, de muitas guerras célebres dos Estados Unidos) de "partido de covardes", você atira uma pecha sobre o próprio povo da América.
Afinal, um povo que elege um "partido de covardes", só pode ser, por conseqüência, um povo de covardes.
O que, é óbvio, não é verdade, certo? Ou então, chegamos a triste conclusão que o "povo" somente inclui aqueles que comungam de nosso ideário particular. Todos os que discordem de nosso modo de pensar, não pertencem ao "povo". São, portanto, inimigos. E, sendo assim, podem ser perseguidos, torturados e mortos, sem muito remorso.
O meu país conhece bem esse tipo de lógica. Outros países, aqui representados por foristas internacionais, também. Tanto quanto eu saiba, isso nunca foi uma prática comum aos Estados Unidos (tirando o período Macarthista). Eu acho que, mesmo lamentando a derrota de seu partido preferido, você devia sentir orgulho pela lição de democracia que o seu povo deu, ao mudar o rumo da política interna de sua nação, em meio a uma guerra externa. No meu modo de ver as coisas, mais um triunfo da democracia dos Estados Unidos. Sem esquecer, a eleição de um muçulmano e de mais um governador negro.Patton escreveu:Felizmente, o Presidente Bush ainda e' o Presidente e ELE vai decidir o que vai ser feito no Iraq. Ate agora ele nao vai tirar as troppas de la'
Eu mal conheço o funcionamento da política interna brasileira, não posso conhecer a política interna americana. Mas, não condiz com um perfil avançado e democrático, afirmar que um presidente pode decidir sozinho como vai ou não ser conduzida uma guerra externa. A invasão do Iraque só foi a frente, devido ao apoio popular, incluindo, de muitos setores do Partido Democrata.
Ao afirmar que o presidente "não vai tirar as tropas de lá", mesmo passando por cima da vontade do Congresso e do Povo dos Estados Unidos, você coloca seu país ao nível de uma Venezuela, ou de uma Cuba. Lá, os "homens-fortes" é que decidem o que vai ou não vai ser feito.
Eu não penso que George Washington teria sentido prazer em ver um "homem-forte" no comando dos Estados Unidos.
Brilhante Clermont, como de costume.
Abraços
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Essa é a major do U.S. Army, Tammy Duckworth. O helicóptero que ela pilotava foi abatido no Iraque. Ela ficou inconsciente durante oito semanas, ao acordar, descobriu que havia perdido ambas as pernas e tinha o braço direito, gravemente danificado.
Na última eleição americana, ela concorreu a uma vaga de Representante pelo estado do Illinois. Foi derrotada por 2 % de votos.
Ela concorreu pelo Partido Democrata.
Clermont escreveu:
Essa é a major do U.S. Army, Tammy Duckworth. O helicóptero que ela pilotava foi abatido no Iraque. Ela ficou inconsciente durante oito semanas, ao acordar, descobriu que havia perdido ambas as pernas e tinha o braço direito, gravemente danificado.
Na última eleição americana, ela concorreu a uma vaga de Representante pelo estado do Illinois. Foi derrotada por 2 % de votos.
Ela concorreu pelo Partido Democrata.
Essa aí ñ da pra chamar de covarde, ñ é Patton?????
Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
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Como cidadão e tax payer dos Estados Unidos, você tem todo o direito de expressar opiniões sobre uma das suas agremiações políticas. Eu, por exemplo, tenho o mais baixo dos conceitos do atual partido governante do Brasil. Mas eu me curvo perante a vitória dele, e faço uma força tremenda para não passar de certos limites nas críticas ao referido partido brasileiro. Pois, se eu exagero no meu rancor, ao atirar lama nesse partido, eu atiro lama no meu povo. Às vezes, eu escorrego, mas apenas porque sou humano. Por isso, eu creio que você deva refletir, pois, em minha opinião, você acabou de escorregar.
Amigo por favor, voce nao tem nehuma idea do que eu vi aquele partido faz durante estes ultimos 6 anos. Eu julgo esse partido pelas lideres que eles escolham e pelas coisas que eles apoiam e fazem. Eles deixarem e ate adorarem um um homosexual e pedofilho como parte do seu partido chamado "Gerry Studds" e no mesmo tempo gritarem sangue por causa de Mark Foley, isso mostra uma dupla padrao. Eu e todos os conservadores tinhamos que aguentar ser chamados "facistas, racistas, nazistas" quasi toda dia por aquele partido. Nancy Pelosi era nomenado o lider, aquela mulher eu nao suporto e mais Americanos detestam dela do que supostamente nao gostam de Bush, mas isso nao importa pois ela foi elieto pela regiao de San Francisco cheio de Fags e socialistas. Eles vao colocar ELA como Speaker? Esse partido regualarmente joga lama em nosso Presidente e em nosso pais para ser eleitos e quando perderem ficarem mais zangados. Hoje que ganharem tem o que eles querem eles ficam dizendo que tem quer ser "educados" e trabalhar juntos...por que eles nao queriam fazer isso antes? Eles queriam o Rumsfeld embora, ta' bom o Bush tirou ele, agora quero ver esse democratas tirar Pelosi como candidato de Speaker? Sera' que vao fazer isto? E' ruim.
Por favor, falando maul sobre os Democratas esta jogando lama no pais e povo Americano? Que tal as coisas muito piores ditos sobre o Presidente desse pais e o partido Republicano? Havia o P44 chamar o Presidente Bush de uma "ANIMAL estupido" entao pela sua logica ele tambem esta chamando o nosso povo e pais da mesma coisa?
Esse "ANIMAL estupido" foi elieto duas vezes pelos cidadoes dos EUA.
Deus me livre e guarde de querer dar lições a um americano sobre seu próprio povo e país.
Deus deve te-livrar pois nao e' sua lugar para fazer isto.
O meu país conhece bem esse tipo de lógica. Outros países, aqui representados por foristas internacionais, também. Tanto quanto eu saiba, isso nunca foi uma prática comum aos Estados Unidos (tirando o período Macarthista). Eu acho que, mesmo lamentando a derrota de seu partido preferido, você devia sentir orgulho pela lição de democracia que o seu povo deu, ao mudar o rumo da política interna de sua nação, em meio a uma guerra externa. No meu modo de ver as coisas, mais um triunfo da democracia dos Estados Unidos. Sem esquecer, a eleição de um muçulmano e de mais um governador negro.
Os democratos de hoje nao sao os Democratas da epoca do Presidente Kennedy. Nos podemos ver isso exclusivamente nos lideres chamados naquele partido, nomadamente Pelosi. Se eles tiram ela de poder na lideranca, entao a minha confianca neles vai subir um pouco, mas duvido que vao fazer isso.
Na sua ultimo ponto vou dizer que so' por que algem e' negro ou mulher nao quer dizer que vao ser bom lideres, mas isso nao importa para ningem por causa da nova religiao de "Diversidade."
Eu mal conheço o funcionamento da política interna brasileira, não posso conhecer a política interna americana. Mas, não condiz com um perfil avançado e democrático, afirmar que um presidente pode decidir sozinho como vai ou não ser conduzida uma guerra externa. A invasão do Iraque só foi a frente, devido ao apoio popular, incluindo, de muitos setores do Partido Democrata.
Concerteza nao conhece o funcionamento da politica interna dos EUA, o Presidente dos EUA leva o titulo de "Comandante e Chefe" ele e' comandante supremo das Forcas Armadas Americanas. Ele pode mandar eles para onde ele acha nessisario, para atacar qual quer inimigo ele acha nessisario ect. Ele tem pessoas avisando ele sim, mas as decisoes deles em relacao as Forcas Armadas sao supremos. A unica coisa que o congresso pode fazer e' cortar o dineiro pela guerra quando guerra nao e' declarado, que nao foi feito deste a Segunda Guerra Mundial.
Ao afirmar que o presidente "não vai tirar as tropas de lá", mesmo passando por cima da vontade do Congresso e do Povo dos Estados Unidos, você coloca seu país ao nível de uma Venezuela, ou de uma Cuba. Lá, os "homens-fortes" é que decidem o que vai ou não vai ser feito.
Eu não penso que George Washington teria sentido prazer em ver um "homem-forte" no comando dos Estados Unidos.
Isso mostra a sua ingorancia total (nao para ofender mas para dizer a verdade) sobre o funcionamento do Governo Americano.
1) Como falei o Presidente e' o supremo autoridade em relacao de guerras e as Forcas Armadas. Ele vai decidir quando elas comecam e quando elas cessarem
2) E' a verdade que um Presidente Americano tem muito mais poder em relacao aos outros lideres comparaveis de outros paises
3) Um Preisdente Americano nao pode ficar por mais de duas termos, ele pode ser tirado do oficio dele pela processo de "impeachment", isso comeca com um voto da maioria dos representados no "House" mas nessita 2/3 dos Senadores para votar em favor dele ser removado. Isso nunca aconteceu antes na historia dessa Republica (um Presidente ser removado)
"Agora eu quero que vocês se lembrem que nenhum filho de *** ganhou uma guerra morrendo de pena dele. Ela ganhou ao forçar o outro filho da *** a morrer pelo seu país"~
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Havia o P44 chamar o Presidente Bush de uma "ANIMAL estupido" entao pela sua logica ele tambem esta chamando o nosso povo e pais da mesma coisa?
P44 pode digitar por si próprio. Quanto a mim, confesso que já me habituei a dar apelidos sacanas ao presidente americano, numa época que não havia cidadãos dos EUA por aqui. Acho que vou me vigiar mais, daqui pra frente. Mas, o problema é que o presidente de vocês não ajuda! É quase uma tentação irresistível sacaneá-lo. E isso não só fora dos EUA, mas principalmente, aí dentro.
Deus deve te-livrar pois nao e' sua lugar para fazer isto.
Tá certo.
Na sua ultimo ponto vou dizer que so' por que algem e' negro ou mulher nao quer dizer que vao ser bom lideres, (...)
Mas, por outro lado, também não quer dizer que vão ser ruins. E, de qualquer modo, negros e mulheres são cidadãos americanos, não são?
Concerteza nao conhece o funcionamento da politica interna dos EUA (...)
Isso mostra a sua ingorancia total (nao para ofender mas para dizer a verdade) sobre o funcionamento do Governo Americano.
Não se preocupe. Não me ofende. Clermont é paz e amor, bicho!
(...), o Presidente dos EUA leva o titulo de "Comandante e Chefe" ele e' comandante supremo das Forcas Armadas Americanas. Ele pode mandar eles para onde ele acha nessisario, para atacar qual quer inimigo ele acha nessisario ect. Ele tem pessoas avisando ele sim, mas as decisoes deles em relacao as Forcas Armadas sao supremos. A unica coisa que o congresso pode fazer e' cortar o dineiro pela guerra quando guerra nao e' declarado, que nao foi feito deste a Segunda Guerra Mundial.
1) Como falei o Presidente e' o supremo autoridade em relacao de guerras e as Forcas Armadas. Ele vai decidir quando elas comecam e quando elas cessarem
Olha, como já disse antes, não conheço detalhes da estrutura constitucional americana. Mas eu ainda tenho, aqui na minha mão, um livrinho de um professor de história americano, da Universidade de Colúmbia, Richard B. Morris. É uma coletânea de documentos históricos dos EUA, escrita em 1956 (editora Fundo de Cultura Brasil-Portugal). Entre eles, a Constituição dos Estados Unidos.
Nesse livro, a gente lê que o artigo I – parágrafo 8 prescreve:
(...) O Congresso (...) terá poder ainda:
Para declarar Guerra, conceder Cartas de Posse e Retomada, e Fazer Regulamentos relativos às Apropriações sobre Mar e Terra:
Para armar e manter Exércitos, mas contanto que nenhuma Apropriação de Dinheiro para tal Fim se estenda por um Período mais longo do que dois anos:
Para providenciar e manter uma Esquadra:
Quanto ao Presidente dos Estados Unidos, o artigo II – Parágrafo 2 diz que:
O Presidente será o Comandante em Chefe do Exército e da Marinha dos Estados Unidos, e da Milícia dos divrsos Estados, quando convocada para o Serviço dos Estados Unidos (...)
Pelo que eu sei, tais artigos ainda são válidos hoje, como eram em 29 de maio de 1790. Se estou certo, então, você, caro Patton, está ligeiramente equivocado, ao afirmar que é o presidente que “vai decidir quando as guerras começam e quando acabam”.
Eu também sei que, depois do fiasco do Vietnam, o Congresso americano reduziu o poder do presidente de enviar tropas sem declaração formal de guerra. Agora, ele tem de obter autorização prévia do Congresso. E tal autorização precisa ser renovada, de tempos em tempos, até a retirada final das tropas dos Estados Unidos do local para onde foram enviadas, em situação de emergência.
Além do mais, caso você esteja certo, e realmente, o Congresso dos EUA, só se limite a autorizar a liberação de dinheiro para a guerra, seria muito bom compreender qual foi a razão de todos aqueles debates ocorridos, entre 2001 e 2002, no que tange ao uso de força militar contra o Iraque?
Por quê todos aqueles funcionários da Casa Branca, como Collin Powell tiveram de ir ao Congresso para explicar as razões pelas quais o presidente Bush precisava derrubar o governo de Saddam Hussein? Ora, se o presidente “é supremo, e pode mandar tropas para onde achar necessário e contra quem achar necessário” ele não precisava ter perdido tanto tempo, e utilizado tantos documentos que, algum tempo depois, foram declarados como totalmente falsos.
Mas, é claro que talvez eu esteja equivocado...
Isso nunca aconteceu antes na historia dessa Republica (um Presidente ser removado)
Nunca aconteceu apenas porque Nixon renunciou antes.
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AJAM COMO ROMANOS!
Por Eric Margolis – 30 de janeiro de 2007.
O discurso sobre o Estado da União do Presidente George Bush, em 23 de janeiro foi, comparativamente, sombrio e restrito. Houve pouco do usual jingoísmo e desfraldar de bandeiras que, normalmente, caracteriza esses espetáculos nacionalistas, cuidadosamente encenados, que sempre me lembram das arengas do velho presidente Leonid Brezhnev ao Comitê Central soviético, cujos membros, como muitos dos legisladores americanos, pulavam a cada clichê e aplaudiam como focas amestradas.
A razão para o humor sombrio era clara: a débâcle se desdobrando no Iraque. Não havia mais nenhuma bazófia como “vamos pegá-los”, embora o presidente, de novo, tenha tentado ligar a guerra que ele começou no Iraque a sua continuada campanha contra terroristas e movimentos de resistência islâmica. Fora das remanescentes áreas vermelhas (republicanas), menos e menos americanos estão comprando a absurda afirmação de que perseguir uma horrível guerra no Iraque é, de algum modo, lutar contra o “terrorismo mundial”. Americanos mais sensíveis, finalmente compreenderam que a invasão por sua nação ao Iraque, aumentou, e não diminuiu, a violência anti-ocidental.
Enquanto Bush proferia seu discurso, uma notável recente pesquisa mostrava que a maioria dos americanos, agora, acredita que é o Congresso, não o presidente, que deve administrar a política externa. Talvez, a longa era da proeminência presidencial na América possa estar chegando próximo ao seu fim.
Essa é uma excepcional mudança. Seguindo-se ao discurso de Bush, o Comitê de Relações Externas do Senado, polidamente, rechaçou os planos de Bush para enviar mais tropas ao Iraque. Uma similar resolução não-obrigatória da totalmente Democrata, Casa, é esperada em breve.
Mas o poder real por trás de Bush, o Vice-Presidente Dick Cheney, imediatamente, zombou, “isso não vai nos deter”. Sua réplica desdenhosa ilustra o impulso neo-totalitarista que continua a agarrar a extrema-direita do Partido Republicano. Cheney e seus neo-conservadores pró-guerra, intimamente ligados aos extremistas de direita de Israel são os expoentes primordiais da presidência imperial, a guerra do Iraque e o ataque ao Irã. Eles desconsideram o Congresso e as cortes da América como “casinhas de tagarelas”, parafraseando o notório imperialista britânico, Sir Basil Zaharoff.
O palco agora está montado para o que pode se tornar a maior crise constitucional entre os ramos executivo e legislativo.
Sob a Constituição dos Estados Unidos, o presidente, uma posição modelada sobre o cargo consular da Roma Republicana, é um líder militar e mantém a primazia na política externa. Por sua vez, o Congresso dos Estados Unidos é modelado sobre o Senado romano, cuja insígnia dos feixes agrupados e da acha, ele ostenta na parede, em cada lado do palanque do porta-voz. O Congresso declara a guerra, controla os cordões da bolsa, levanta as tropas e confirma os tratados. A Constituição é vaga sobre o poder congressual em assuntos externos. Mas, no mínimo, o Congresso fala por todos os americanos; particularmente, em tempo de guerra, não pode ser ignorado.
O último mandato de Bush marca o zênite de um longo crescimento da presidência imperial que começou com Franklin Roosevelt, e o lamentável, atual declínio da autoridade congressional. Quando eu era garoto – durante o mandato do homem que eu considero o maior presidente da América moderna, Dwight Eisenhower, os líderes do Senado e da Casa eram homens de grande poder e distinção, cuja influência era quase igual aquela do presidente. O inexorável crescimento do poder presidencial, e a servil atenção focalizada na presidência pela mídia, constantemente minaram o papel do Congresso e deste outro quase esquecido braço do governo, o judiciário.
Os ataques do 11 de Setembro e uma maioria republicana muito obediente, dominada por sulistas e fundamentalistas cristãos, transformaram o Congresso em um carimbador das políticas de Bush. No processo, a maioria dos membros do Congresso demonstrou covardia política e grosseira incúria do dever deles em defender a Constituição, as leis da nação e os direitos dos cidadãos.
Hillary Clinton e seus colegas Democratas, que agora, devotamente, denunciam a guerra do Iraque, votaram nela, ansiosamente, em 2003 ou por pura ignorância, febre de guerra, ou pelo temor de serem rotulados de “anti-patriotas” pelos Republicanos. Em 2008, os eleitores americanos irão, esperançosamente, censurar esses legisladores que votaram por essa guerra forjada e totalmente desnecessária, e então aprovaram o crescente uso, pela administração, de tortura, seqüestro e prisões secretas. Nunca, na minha memória, o Congresso se cobriu de tanta vergonha, nem afundou tanto.
Os defensores da Casa Branca, clamam que o Congresso não tem nenhum direito constitucional para interferir na detalhada conduta da guerra. Eles clamam que, estar numa guerra dá ao presidente o direito de ignorar e violar a Constituição, as leis da América e os direitos civis dos cidadãos.
Isso não é verdade. A essência do sistema político da América, que tem sido um farol para o mundo por dois séculos, está num excepcional sistema de impedimentos e equilíbrios concebido pelos patriarcas fundadores para impedir a emergência de um autocrata, déspota ou monarca. Um presidente desvairado, ou alguém com ambições monárquicas, era o maior temor dos patriarcas fundadores que tinham acabado de travar uma amarga luta nacional para se libertarem do domínio do Rei Jorge III.
É precisamente o dever vital do Congresso parar um presidente e um vice-presidente que perderam a sintonia com a realidade, violam a Constituição, e levam a América para o despenhadeiro. Além de aconselhar e consentir, o Congresso deve, em momentos raros de perigo, confrontar. Na Roma Republicana, o Senado tinha o direito de remover um cônsul que falhasse em vencer guerras, se comportasse vergonhosamente, desonrasse a república ou violasse as ordens do Senado.
O Congresso deve interromper sua timidez e parar de tratar o presidente como se ele fosse um rei. Ele é, tão somente, o principal executivo da república, um homem entre muitos. O Congresso é o comitê de diretores. O presidente, apesar dos esforços de seus apoiadores, não é a sacrossanta encarnação da América; esse papel pertence ao Congresso.
O Congresso arca com a pesada responsabilidade pela débâcle no Iraque e a ruína do bom nome da América em todo o globo. É tempo para o novo Congresso dos Estados Unidos começar a fazer seu trabalho, agindo como os senadores romanos e não como um bando de cortesãos obsequiosos.
Por Eric Margolis – 30 de janeiro de 2007.
O discurso sobre o Estado da União do Presidente George Bush, em 23 de janeiro foi, comparativamente, sombrio e restrito. Houve pouco do usual jingoísmo e desfraldar de bandeiras que, normalmente, caracteriza esses espetáculos nacionalistas, cuidadosamente encenados, que sempre me lembram das arengas do velho presidente Leonid Brezhnev ao Comitê Central soviético, cujos membros, como muitos dos legisladores americanos, pulavam a cada clichê e aplaudiam como focas amestradas.
A razão para o humor sombrio era clara: a débâcle se desdobrando no Iraque. Não havia mais nenhuma bazófia como “vamos pegá-los”, embora o presidente, de novo, tenha tentado ligar a guerra que ele começou no Iraque a sua continuada campanha contra terroristas e movimentos de resistência islâmica. Fora das remanescentes áreas vermelhas (republicanas), menos e menos americanos estão comprando a absurda afirmação de que perseguir uma horrível guerra no Iraque é, de algum modo, lutar contra o “terrorismo mundial”. Americanos mais sensíveis, finalmente compreenderam que a invasão por sua nação ao Iraque, aumentou, e não diminuiu, a violência anti-ocidental.
Enquanto Bush proferia seu discurso, uma notável recente pesquisa mostrava que a maioria dos americanos, agora, acredita que é o Congresso, não o presidente, que deve administrar a política externa. Talvez, a longa era da proeminência presidencial na América possa estar chegando próximo ao seu fim.
Essa é uma excepcional mudança. Seguindo-se ao discurso de Bush, o Comitê de Relações Externas do Senado, polidamente, rechaçou os planos de Bush para enviar mais tropas ao Iraque. Uma similar resolução não-obrigatória da totalmente Democrata, Casa, é esperada em breve.
Mas o poder real por trás de Bush, o Vice-Presidente Dick Cheney, imediatamente, zombou, “isso não vai nos deter”. Sua réplica desdenhosa ilustra o impulso neo-totalitarista que continua a agarrar a extrema-direita do Partido Republicano. Cheney e seus neo-conservadores pró-guerra, intimamente ligados aos extremistas de direita de Israel são os expoentes primordiais da presidência imperial, a guerra do Iraque e o ataque ao Irã. Eles desconsideram o Congresso e as cortes da América como “casinhas de tagarelas”, parafraseando o notório imperialista britânico, Sir Basil Zaharoff.
O palco agora está montado para o que pode se tornar a maior crise constitucional entre os ramos executivo e legislativo.
Sob a Constituição dos Estados Unidos, o presidente, uma posição modelada sobre o cargo consular da Roma Republicana, é um líder militar e mantém a primazia na política externa. Por sua vez, o Congresso dos Estados Unidos é modelado sobre o Senado romano, cuja insígnia dos feixes agrupados e da acha, ele ostenta na parede, em cada lado do palanque do porta-voz. O Congresso declara a guerra, controla os cordões da bolsa, levanta as tropas e confirma os tratados. A Constituição é vaga sobre o poder congressual em assuntos externos. Mas, no mínimo, o Congresso fala por todos os americanos; particularmente, em tempo de guerra, não pode ser ignorado.
O último mandato de Bush marca o zênite de um longo crescimento da presidência imperial que começou com Franklin Roosevelt, e o lamentável, atual declínio da autoridade congressional. Quando eu era garoto – durante o mandato do homem que eu considero o maior presidente da América moderna, Dwight Eisenhower, os líderes do Senado e da Casa eram homens de grande poder e distinção, cuja influência era quase igual aquela do presidente. O inexorável crescimento do poder presidencial, e a servil atenção focalizada na presidência pela mídia, constantemente minaram o papel do Congresso e deste outro quase esquecido braço do governo, o judiciário.
Os ataques do 11 de Setembro e uma maioria republicana muito obediente, dominada por sulistas e fundamentalistas cristãos, transformaram o Congresso em um carimbador das políticas de Bush. No processo, a maioria dos membros do Congresso demonstrou covardia política e grosseira incúria do dever deles em defender a Constituição, as leis da nação e os direitos dos cidadãos.
Hillary Clinton e seus colegas Democratas, que agora, devotamente, denunciam a guerra do Iraque, votaram nela, ansiosamente, em 2003 ou por pura ignorância, febre de guerra, ou pelo temor de serem rotulados de “anti-patriotas” pelos Republicanos. Em 2008, os eleitores americanos irão, esperançosamente, censurar esses legisladores que votaram por essa guerra forjada e totalmente desnecessária, e então aprovaram o crescente uso, pela administração, de tortura, seqüestro e prisões secretas. Nunca, na minha memória, o Congresso se cobriu de tanta vergonha, nem afundou tanto.
Os defensores da Casa Branca, clamam que o Congresso não tem nenhum direito constitucional para interferir na detalhada conduta da guerra. Eles clamam que, estar numa guerra dá ao presidente o direito de ignorar e violar a Constituição, as leis da América e os direitos civis dos cidadãos.
Isso não é verdade. A essência do sistema político da América, que tem sido um farol para o mundo por dois séculos, está num excepcional sistema de impedimentos e equilíbrios concebido pelos patriarcas fundadores para impedir a emergência de um autocrata, déspota ou monarca. Um presidente desvairado, ou alguém com ambições monárquicas, era o maior temor dos patriarcas fundadores que tinham acabado de travar uma amarga luta nacional para se libertarem do domínio do Rei Jorge III.
É precisamente o dever vital do Congresso parar um presidente e um vice-presidente que perderam a sintonia com a realidade, violam a Constituição, e levam a América para o despenhadeiro. Além de aconselhar e consentir, o Congresso deve, em momentos raros de perigo, confrontar. Na Roma Republicana, o Senado tinha o direito de remover um cônsul que falhasse em vencer guerras, se comportasse vergonhosamente, desonrasse a república ou violasse as ordens do Senado.
O Congresso deve interromper sua timidez e parar de tratar o presidente como se ele fosse um rei. Ele é, tão somente, o principal executivo da república, um homem entre muitos. O Congresso é o comitê de diretores. O presidente, apesar dos esforços de seus apoiadores, não é a sacrossanta encarnação da América; esse papel pertence ao Congresso.
O Congresso arca com a pesada responsabilidade pela débâcle no Iraque e a ruína do bom nome da América em todo o globo. É tempo para o novo Congresso dos Estados Unidos começar a fazer seu trabalho, agindo como os senadores romanos e não como um bando de cortesãos obsequiosos.
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RESPONSABILIDADE.
Por Charley Reese - 15 de outubro de 2007.
Se alguém duvida de que a república criada pela Constituição dos Estados Unidos está morta, só precisa observar os debates dos candidatos presidenciais republicanos. Exceto pelo Dr. Ron Paul, todos os candidatos acreditam que um presidente pode levar o país à guerra por sua própria conta, embora a maioria conceda que seria uma boa idéia “consultar” os advogados e mesmo o Congresso.
A Constituição, escrita por homens mais inteligentes e melhor educados do que a safra atual de políticos insignificantes, é bem clara. O presidente não tem autoridade alguma para levar o país à guerra. A autoridade exclusiva para declarar guerra repousa 100 % com o Congresso.
Naturalmente, se um navio carregado de piratas navega pelo Potomac acima e começa a atirar nos turistas, você não precisa de uma declaração que autorize devolver o fogo. Tropas americanas se defendendo enquanto debaixo de ataque não é a questão. A questão é que se um presidente quer levar o país à guerra contra outro país, ele precisa, como Franklin Roosevelt fez após Pearl Harbor, pedir ao Congresso que tome essa decisão.
Os Patriarcas Fundadores, tendo sofrido debaixo de um monarca, deliberadamente criaram um presidente fraco. Seus poderes, como especificados pela Constituição, são limitados principalmente a administrar as leis aprovadas pelo Congresso, fazer nomeações, negociar tratados e ser o recepcionista oficial quando lidar com potências estrangeiras. Seu papel como comandante-chefe é limitado apenas ao que isso quer dizer – os militares. O presidente não é nosso comandante-chefe, como o atual presidente parece pensar.
A fim de que ninguém se iluda pela determinação dos atuais políticos em criarem um imperador e um império, até mesmo as nomeações e tratados do presidente tem de serem confirmadas pelo senado. O Congresso tem autoridade exclusiva sobre taxação e gastos. Apropriações para os militares são limitadas pela Constituição a dois anos. Além disso, o Congresso é eleito independentemente do presidente e é um ramo separado do governo. Não está sob obrigação qualquer que seja de fazer qualquer coisa que o presidente peça a ele para fazer, e o presidente não tem autoridade alguma qualquer que seja para fazer qualquer coisa não autorizada pelo Congresso e a Constituição.
A Constituição, que aparentemente muitos americanos jamais se incomodaram em ler, é a lei suprema da terra. Ela não faz sugestões. Ela ordena. Ela foi escrita em inglês claro. Ela tem provisões para ser emendada, mas ela jamais deve ser emendada por interpretação. Isso sempre é uma usurpação de poder e devia ser motivo para impeachment.
Há apenas um modo de os Estados Unidos serem uma real nação de leis. Esse modo é com o povo exigindo que cada um dos funcionários públicos obedeça as leis como elas foram escritas e as obedeçam ao pé da letra. O atual presidente parece pensar que ele pode alterar as leis com “signing statements” [uma espécie de medida jurídica americana que permite ao presidente interpretar o significado da leis constitucionais] e legislar com ordens executivas. Ele devia ter sofrido impeachment, muito tempo atrás.
O cerne da questão é: em nossa república constitucional, a soberania repousa no povo. Se o povo é estúpido ou ignorante demais, preguiçoso ou indiferente demais, para manter seus funcionários públicos responsabilizáveis por violarem as leis e a Constituição, então, naturalmente, ele irá merecer a tirania que certamente vai ganhar.
Auto-governo é tremendamente mais difícil e exigente do que viver sob ditadura. Numa ditadura, tudo que você tem a fazer é obedecer. Eu temo que o conceito agrade a alguns americanos hoje em dia. Isso é compreensível. Responsabilidade pode ser uma carga pesada para agüentar. É muito mais fácil relegar tudo isso para o Grande Líder e apenas fazer o que nos é mandado.
Qualquer um que já tenha estado nas forças armadas ou numa cadeia sabe sobre o que estou falando. Quando você é privado da habilidade para fazer escolhas, você, simultaneamente é aliviado da responsabilidade por ter de fazê-las. A responsabilidade é o outro lado da moeda da liberdade.
Por Charley Reese - 15 de outubro de 2007.
Se alguém duvida de que a república criada pela Constituição dos Estados Unidos está morta, só precisa observar os debates dos candidatos presidenciais republicanos. Exceto pelo Dr. Ron Paul, todos os candidatos acreditam que um presidente pode levar o país à guerra por sua própria conta, embora a maioria conceda que seria uma boa idéia “consultar” os advogados e mesmo o Congresso.
A Constituição, escrita por homens mais inteligentes e melhor educados do que a safra atual de políticos insignificantes, é bem clara. O presidente não tem autoridade alguma para levar o país à guerra. A autoridade exclusiva para declarar guerra repousa 100 % com o Congresso.
Naturalmente, se um navio carregado de piratas navega pelo Potomac acima e começa a atirar nos turistas, você não precisa de uma declaração que autorize devolver o fogo. Tropas americanas se defendendo enquanto debaixo de ataque não é a questão. A questão é que se um presidente quer levar o país à guerra contra outro país, ele precisa, como Franklin Roosevelt fez após Pearl Harbor, pedir ao Congresso que tome essa decisão.
Os Patriarcas Fundadores, tendo sofrido debaixo de um monarca, deliberadamente criaram um presidente fraco. Seus poderes, como especificados pela Constituição, são limitados principalmente a administrar as leis aprovadas pelo Congresso, fazer nomeações, negociar tratados e ser o recepcionista oficial quando lidar com potências estrangeiras. Seu papel como comandante-chefe é limitado apenas ao que isso quer dizer – os militares. O presidente não é nosso comandante-chefe, como o atual presidente parece pensar.
A fim de que ninguém se iluda pela determinação dos atuais políticos em criarem um imperador e um império, até mesmo as nomeações e tratados do presidente tem de serem confirmadas pelo senado. O Congresso tem autoridade exclusiva sobre taxação e gastos. Apropriações para os militares são limitadas pela Constituição a dois anos. Além disso, o Congresso é eleito independentemente do presidente e é um ramo separado do governo. Não está sob obrigação qualquer que seja de fazer qualquer coisa que o presidente peça a ele para fazer, e o presidente não tem autoridade alguma qualquer que seja para fazer qualquer coisa não autorizada pelo Congresso e a Constituição.
A Constituição, que aparentemente muitos americanos jamais se incomodaram em ler, é a lei suprema da terra. Ela não faz sugestões. Ela ordena. Ela foi escrita em inglês claro. Ela tem provisões para ser emendada, mas ela jamais deve ser emendada por interpretação. Isso sempre é uma usurpação de poder e devia ser motivo para impeachment.
Há apenas um modo de os Estados Unidos serem uma real nação de leis. Esse modo é com o povo exigindo que cada um dos funcionários públicos obedeça as leis como elas foram escritas e as obedeçam ao pé da letra. O atual presidente parece pensar que ele pode alterar as leis com “signing statements” [uma espécie de medida jurídica americana que permite ao presidente interpretar o significado da leis constitucionais] e legislar com ordens executivas. Ele devia ter sofrido impeachment, muito tempo atrás.
O cerne da questão é: em nossa república constitucional, a soberania repousa no povo. Se o povo é estúpido ou ignorante demais, preguiçoso ou indiferente demais, para manter seus funcionários públicos responsabilizáveis por violarem as leis e a Constituição, então, naturalmente, ele irá merecer a tirania que certamente vai ganhar.
Auto-governo é tremendamente mais difícil e exigente do que viver sob ditadura. Numa ditadura, tudo que você tem a fazer é obedecer. Eu temo que o conceito agrade a alguns americanos hoje em dia. Isso é compreensível. Responsabilidade pode ser uma carga pesada para agüentar. É muito mais fácil relegar tudo isso para o Grande Líder e apenas fazer o que nos é mandado.
Qualquer um que já tenha estado nas forças armadas ou numa cadeia sabe sobre o que estou falando. Quando você é privado da habilidade para fazer escolhas, você, simultaneamente é aliviado da responsabilidade por ter de fazê-las. A responsabilidade é o outro lado da moeda da liberdade.
Clermont escreveu:RESPONSABILIDADE.
Por Charley Reese - 15 de outubro de 2007.
Se alguém duvida de que a república criada pela Constituição dos Estados Unidos está morta, só precisa observar os debates dos candidatos presidenciais republicanos. Exceto pelo Dr. Ron Paul, todos os candidatos acreditam que um presidente pode levar o país à guerra por sua própria conta, embora a maioria conceda que seria uma boa idéia “consultar” os advogados e mesmo o Congresso.
A Constituição, escrita por homens mais inteligentes e melhor educados do que a safra atual de políticos insignificantes, é bem clara. O presidente não tem autoridade alguma para levar o país à guerra. A autoridade exclusiva para declarar guerra repousa 100 % com o Congresso.
Naturalmente, se um navio carregado de piratas navega pelo Potomac acima e começa a atirar nos turistas, você não precisa de uma declaração que autorize devolver o fogo. Tropas americanas se defendendo enquanto debaixo de ataque não é a questão. A questão é que se um presidente quer levar o país à guerra contra outro país, ele precisa, como Franklin Roosevelt fez após Pearl Harbor, pedir ao Congresso que tome essa decisão.
Os Patriarcas Fundadores, tendo sofrido debaixo de um monarca, deliberadamente criaram um presidente fraco. Seus poderes, como especificados pela Constituição, são limitados principalmente a administrar as leis aprovadas pelo Congresso, fazer nomeações, negociar tratados e ser o recepcionista oficial quando lidar com potências estrangeiras. Seu papel como comandante-chefe é limitado apenas ao que isso quer dizer – os militares. O presidente não é nosso comandante-chefe, como o atual presidente parece pensar.
A fim de que ninguém se iluda pela determinação dos atuais políticos em criarem um imperador e um império, até mesmo as nomeações e tratados do presidente tem de serem confirmadas pelo senado. O Congresso tem autoridade exclusiva sobre taxação e gastos. Apropriações para os militares são limitadas pela Constituição a dois anos. Além disso, o Congresso é eleito independentemente do presidente e é um ramo separado do governo. Não está sob obrigação qualquer que seja de fazer qualquer coisa que o presidente peça a ele para fazer, e o presidente não tem autoridade alguma qualquer que seja para fazer qualquer coisa não autorizada pelo Congresso e a Constituição.
A Constituição, que aparentemente muitos americanos jamais se incomodaram em ler, é a lei suprema da terra. Ela não faz sugestões. Ela ordena. Ela foi escrita em inglês claro. Ela tem provisões para ser emendada, mas ela jamais deve ser emendada por interpretação. Isso sempre é uma usurpação de poder e devia ser motivo para impeachment.
Há apenas um modo de os Estados Unidos serem uma real nação de leis. Esse modo é com o povo exigindo que cada um dos funcionários públicos obedeça as leis como elas foram escritas e as obedeçam ao pé da letra. O atual presidente parece pensar que ele pode alterar as leis com “signing statements” [uma espécie de medida jurídica americana que permite ao presidente interpretar o significado da leis constitucionais] e legislar com ordens executivas. Ele devia ter sofrido impeachment, muito tempo atrás.
O cerne da questão é: em nossa república constitucional, a soberania repousa no povo. Se o povo é estúpido ou ignorante demais, preguiçoso ou indiferente demais, para manter seus funcionários públicos responsabilizáveis por violarem as leis e a Constituição, então, naturalmente, ele irá merecer a tirania que certamente vai ganhar.
Auto-governo é tremendamente mais difícil e exigente do que viver sob ditadura. Numa ditadura, tudo que você tem a fazer é obedecer. Eu temo que o conceito agrade a alguns americanos hoje em dia. Isso é compreensível. Responsabilidade pode ser uma carga pesada para agüentar. É muito mais fácil relegar tudo isso para o Grande Líder e apenas fazer o que nos é mandado.
Qualquer um que já tenha estado nas forças armadas ou numa cadeia sabe sobre o que estou falando. Quando você é privado da habilidade para fazer escolhas, você, simultaneamente é aliviado da responsabilidade por ter de fazê-las. A responsabilidade é o outro lado da moeda da liberdade.
Mais merda de idiotas que nunca deu uma olhada ao Constitucao:
Article Two, section two, clause 1, U.S. Constitution:
The President shall be Commander in Chief of the Army and Navy of the United States, and of the Militia of the several States, when called into the actual Service of the United States; he may require the Opinion, in writing, of the principal Officer in each of the executive Departments, upon any subject relating to the Duties of their respective Offices, and he shall have power to Grant Reprieves and Pardons for Offenses against the United States, except in Cases of Impeachment.
"Agora eu quero que vocês se lembrem que nenhum filho de *** ganhou uma guerra morrendo de pena dele. Ela ganhou ao forçar o outro filho da *** a morrer pelo seu país"~
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o último comentário do patton nos faz viajar ao passado, num post mais acima neste mesmo tópico...
Clermont ,back in 19th NOVEMBER 2006 escreveu:(...), o Presidente dos EUA leva o titulo de "Comandante e Chefe" ele e' comandante supremo das Forcas Armadas Americanas. Ele pode mandar eles para onde ele acha nessisario, para atacar qual quer inimigo ele acha nessisario ect. Ele tem pessoas avisando ele sim, mas as decisoes deles em relacao as Forcas Armadas sao supremos. A unica coisa que o congresso pode fazer e' cortar o dineiro pela guerra quando guerra nao e' declarado, que nao foi feito deste a Segunda Guerra Mundial.
1) Como falei o Presidente e' o supremo autoridade em relacao de guerras e as Forcas Armadas. Ele vai decidir quando elas comecam e quando elas cessarem
Olha, como já disse antes, não conheço detalhes da estrutura constitucional americana. Mas eu ainda tenho, aqui na minha mão, um livrinho de um professor de história americano, da Universidade de Colúmbia, Richard B. Morris. É uma coletânea de documentos históricos dos EUA, escrita em 1956 (editora Fundo de Cultura Brasil-Portugal). Entre eles, a Constituição dos Estados Unidos.
Nesse livro, a gente lê que o artigo I – parágrafo 8 prescreve:(...) O Congresso (...) terá poder ainda:
Para declarar Guerra, conceder Cartas de Posse e Retomada, e Fazer Regulamentos relativos às Apropriações sobre Mar e Terra:
Para armar e manter Exércitos, mas contanto que nenhuma Apropriação de Dinheiro para tal Fim se estenda por um Período mais longo do que dois anos:
Para providenciar e manter uma Esquadra:
Quanto ao Presidente dos Estados Unidos, o artigo II – Parágrafo 2 diz que:O Presidente será o Comandante em Chefe do Exército e da Marinha dos Estados Unidos, e da Milícia dos divrsos Estados, quando convocada para o Serviço dos Estados Unidos (...)
Pelo que eu sei, tais artigos ainda são válidos hoje, como eram em 29 de maio de 1790. Se estou certo, então, você, caro Patton, está ligeiramente equivocado, ao afirmar que é o presidente que “vai decidir quando as guerras começam e quando acabam”.
Eu também sei que, depois do fiasco do Vietnam, o Congresso americano reduziu o poder do presidente de enviar tropas sem declaração formal de guerra. Agora, ele tem de obter autorização prévia do Congresso. E tal autorização precisa ser renovada, de tempos em tempos, até a retirada final das tropas dos Estados Unidos do local para onde foram enviadas, em situação de emergência.
Além do mais, caso você esteja certo, e realmente, o Congresso dos EUA, só se limite a autorizar a liberação de dinheiro para a guerra, seria muito bom compreender qual foi a razão de todos aqueles debates ocorridos, entre 2001 e 2002, no que tange ao uso de força militar contra o Iraque?
Por quê todos aqueles funcionários da Casa Branca, como Collin Powell tiveram de ir ao Congresso para explicar as razões pelas quais o presidente Bush precisava derrubar o governo de Saddam Hussein? Ora, se o presidente “é supremo, e pode mandar tropas para onde achar necessário e contra quem achar necessário” ele não precisava ter perdido tanto tempo, e utilizado tantos documentos que, algum tempo depois, foram declarados como totalmente falsos.
(...)
Triste sina ter nascido português
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E agora, Joseph?
Então, é verdade? Os candidatos do partido democrata americano conseguiram reaver suficientes cadeiras no congresso para voltarem à maioria? E agora, o que vai acontecer?
Esta é a tal da pergunta dos muitos milhões de dólares, pelo menos tantos quantos foram gastos na eleição, com anúncios bem sujinhos, jogando aquilo pra lá e pra cá, a torto e a direito. A campanha política nos Estados Unidos é tão suja e tão baixa como a do Brasil, podem crer. Ficamos sabendo detalhes da vida particular dos candidatos, coisas sobre seus pecadinhos fiscais, erros administrativos, etc.
Mas, depois de doze anos, já era hora do povo americano colocar de volta a maioria democrática no congresso. Em 1994, os republicanos, liderados por Newt Gingrich, fizeram a pantomima de se apresentarem nas escadarias do congresso e assinarem o que chamaram de “Contrato com a América”, em que prometiam, como disse o senador Bob Dole na ocasião, “diminuir os programas federais, as leis e as regras de A a Z. De Amtrak aos estudos zoológicos.” Nesta ocasião, convém lembrar, o presidente Bill Clinton estava no seu segundo ano de governo. Ele pôde, então, reagrupar as suas forças, e re-pensar o restante de seu governo, que foi de mais seis outros anos. Isto é: Bill Clinton governou por seis dos oito anos do seu governo com um congresso de maioria republicana.
Aquele congresso (cuja maioria se estendeu até esta eleição de novembro de 2006), foi responsável pela não aprovação de um novo salário mínimo. Este também foi o congresso que, cuja câmara federal, sob a batuta de Tom DeLay, fez o impeachment de Bill Clinton por sua relação com Monica Lewinski. Se não fosse pelo julgamento no senado, em 1999, que não concedeu os 2/3 suficientes para retirar Clinton do poder, este teria sido o fim da sua presidência. Quando George W. Bush foi eleito em 2000, com o senado e o congresso em maioria republicana, eles “deitaram e rolaram.”
Como diz o ditado, “o poder corrompe.” E, lógico, “o poder absoluto corrompe absolutamente.” Os republicanos, com o poder no legislativo e no executivo, passaram a reinar praticamente sem freios, aprovando o que lhes convinha, rejeitando tudo o que não beneficiava seus interesses. A aprovação do presidente estava garantida.[1] Os resultados não se fizeram esperar, e foram de vários teores, de vários alcances, todos eles com potencial influência no país (e no mundo) pelos anos vindouros. Existem muitos exemplos, e vamos selecionar alguns. Comecemos com os que envolvem a situação interna do país.
Por exemplo, é “presente” deste legislativo republicano a colocação de juízes conservadores na corte suprema (talvez para garantir a eleição de outro Bush, se for necessário no futuro?). Também é “presente” deste legislativo uma série de medidas para restringir o direito ao aborto, e para cortar a verba para vários programas educacionais e artísticos. O número de bolsas de estudo para estudantes carentes diminuiu, e, em alguns casos, desapareceu completamente. O tão falado contrato republicano com a América então foi uma maneira de apertar o cinturão? Não exatamente. Enquanto o cinturão do povo americano ia sendo apertado, os deputados e senadores republicanos se deleitavam com projetos que beneficiavam diretamente a seus correligionários nos seus estados de origem. Ou então simplesmente se envolviam com personagens como Isaak Abrammoff, o “lobbyista” que acabou sendo preso no ano passado por suas ações, incluindo o suborno de deputados como Tom DeLay. Tom DeLay é o mesmo deputado que, em 1998, presidia a câmara de deputados que votou pelo impeachment de Bill Clinton. Convém lembrar que recentemente Tom DeLay teve que apresentar sua renúncia quando sua ligação com Abrammoff foi revelada, e daí vieram outras revelações de corrupção e suborno envolvendo dezenas de pessoas. Também com a estampa de aprovação deste congresso foi o corte de impostos, que beneficiou aos ricos de maneira desmesurada, e tentou comprar a consciência dos eleitores pobres com um “retorno” de cerca de $600 dólares para algumas famílias. E, pra finalizar, neste mesmo grupo de deputados republicanos, se encontrava Mark Foley, da Flórida, que renunciou ao seu cargo um mês antes da eleição porque explodiu o escândalo com a revelação de suas mensagens pornográficas enviadas a menores que trabalhavam na câmara.
Das medidas tomadas pelo legislativo republicano que afetam os Estados Unidos em relação ao resto do mundo, podemos citar a aprovação da construção de uma cerca dividindo os Estados Unidos do México, a aprovação da guerra do Afeganistão, e a aprovação da guerra contra o Iraque, também conhecida como “guerra contra o terror.” Destas guerras, o povo americano agora em maioria concorda, resultou um crescente sentimento negativo do mundo inteiro contra os Estados Unidos, o aumento da insegurança interna e externa, além da perda de centenas de milhares de vidas iraquianas, e já cerca de 3 mil soldados americanos. O número de feridos, aleijados, desalojados, ainda é difícil de calcular. Tudo sob a batuta dos republicanos, que também presidiram, juntamente com W. Bush, à desvalorização do dólar e ao desbaratamento da balança positiva deixada por Bill Clinton, e sua substituição por uma dívida que já chega aos trilhões de dólares.[2] Em seis anos, todas estas “conquistas”!
Mas isto foi antes. Agora, aqui estão os democratas em maioria outra vez. A situação do presidente W. Bush é diferente da que se apresentou a Bill Clinton em 1994 quando o congresso passou às mãos dos republicanos. Alguns analistas inclusive acham que a perda da maioria democrata no congresso, naquela altura da presidência de Clinton — somente dois anos depois de ser eleito pela primeira vez — foi benéfica, porque ele teve que entrar em diálogo com os deputados e senadores republicanos, e isto ocasionou a redução do déficit, e mudanças no sistema de assistência social (Welfare). W. Bush, por sua vez, tem somente dois anos mais de presidência, em um ponto em que em geral os presidentes querem se certificar que deixam um legado de seu governo. E o que temos com este presidente? Como vai reagir ele efetivamente em sua relação e negociações com um congresso dominado pelo outro partido?
Para termos uma idéia do que pode acontecer daqui em diante, temos que revisar o que W. Bush fez até agora com os que estavam contra ele, e quais medidas tomou. Antes, porém, devemos colocar em destaque o que ele disse no dia da apuração das eleições, quando ele se referiu à derrota como uma “thumping” — “cacetada,” e afirmou que ele pretende trabalhar com o congresso para resolver problemas que o país confronta no momento. Os democratas já escutaram esta toada antes, em 2004, quando, ao ser reeleito, Bush prometeu a mesma coisa, e continuou com sua retórica em que o mundo se divide em dois grupos, os que estão a favor dele e são seus amigos, e os que não concordam com ele e são seus inimigos. É desta ocasião os seus famosos slogans que diziam que os democratas estavam errados quanto aos impostos, e eram frouxos na defesa nacional. Esta não é exatamente uma atitude promissora em termos da possível aliança com os democratas e a tentativa de fazer correções aos muitos erros cometidos durante o poder republicano no legislativo e no executivo.
O que seria preciso para que esta aliança se traduzisse em uma divisão mais eqüitativa da riqueza do país, e a diminuição das tensões internacionais? Posto muito simplesmente, o ego do presidente deveria ser menor. Infelizmente, do homem que, ao saber que a maioria dos países, e mais as Nações Unidas, estavam contra a invasão do Iraque, disse que não importava, que “nós vamos fazer o serviço sozinhos”, não se pode esperar uma mudança tão radical a ponto dele reconhecer que a situação no Oriente Médio já não pode ser resolvida por um país somente, ou por armas, ou por bombas somente. Ou que o envio de ainda mais tropas americanas, ou que a desmoralização do primeiro ministro “eleito” no Iraque, ou que a continuada pose de machão, vão resolver a situação.
Para mim, moradora neste país, comprometida com o futuro de pessoas maravilhosas, talentosas, generosas, que eu conheço aqui, e das instituições que amo e admiro, esta eleição recolocando os democratas na câmara e no senado é um raio de esperança que as coisas melhorem. Mas, ao mesmo tempo, esta eleição me mostra como a democracia é uma coisa frágil, e como a segurança mundial é uma coisa vulnerável: as coisas boas levam muito tempo para serem construídas, e podem ser destruídas rapidamente, quando a balança do poder pende para um único lado. É na arte da diplomacia e da negociação, do diálogo e do reconhecimento e respeito das diferenças pessoais, culturais, religiosas, nacionais, etc., que repousa a nossa esperança de paz para nosso mundo. A política do “a ferro e fogo” é antiquada, inadequada, inaceitável. Espero que estas últimas eleições dos Estados Unidos nos coloquem outra vez de volta no longo mas sempre proveitoso caminho para encontrar a paz e a justiça. Sempre, sempre vale a pena tentar.
__________
[1] Uma estatística interessante: até julho de 2006, o presidente George W. Bush nunca tinha emitido um veto contra leis aprovadas no congresso. (O veto à permissão da continuação da pesquisa utilizando “células de tronco” foi o primeiro.) Esta ausência de vetos indica claramente que o presidente e a maioria republicana no congresso trabalhavam praticamente em uníssono. Ver um excelente artigo Josh Burek, na revista The Christian Science Monitor, em que ele aponta para o fato de que, embora outros presidentes americanos tenham governado com a maioria no congresso, “few, if any, have gotten the level of disciplined backing that Mr. Bush gets from House and Senate Republicans”—“ poucos, se é que algum, conseguiu o mesmo nível de apoio disciplinado que o Sr. Bush recebe da câmara e do senado republicanos.” http://www.csmonitor.com/2005/0816/p01s04-uspo.html
[2] Ver artigo de André Gunder Frank na revista Global Research, do Centro de Pesquisa sobre a Globalização, “America's Spiraling External Debt and the Decline of the US Dollar; Why the Emperor has no Clothes” — “A crescente dívida externa da América e o declínio do dólar americano; Porque o imperador não tem roupas.” http://www.globalresearch.ca/articles/FRA501A.html
por EVA PAULINO BUENO
Depois de quatro anos trabalhando em universidades no Japão, Eva Paulino Bueno leciona Espanhol e Português na St. Mary’s University em San Antonio, Texas. Ela é autora de Mazzaropi, o artista do povo (EDUEM 2000), Resisting Boundaries (Garland, 1995), Imagination Beyond Nation (University of Pittsburgh Press, 1999), Naming the Father (Lexington Books, 2001), e I Wouldn’t Want Anybody to Know: Native English Teaching in Japan (JPGS, 2003)
Então, é verdade? Os candidatos do partido democrata americano conseguiram reaver suficientes cadeiras no congresso para voltarem à maioria? E agora, o que vai acontecer?
Esta é a tal da pergunta dos muitos milhões de dólares, pelo menos tantos quantos foram gastos na eleição, com anúncios bem sujinhos, jogando aquilo pra lá e pra cá, a torto e a direito. A campanha política nos Estados Unidos é tão suja e tão baixa como a do Brasil, podem crer. Ficamos sabendo detalhes da vida particular dos candidatos, coisas sobre seus pecadinhos fiscais, erros administrativos, etc.
Mas, depois de doze anos, já era hora do povo americano colocar de volta a maioria democrática no congresso. Em 1994, os republicanos, liderados por Newt Gingrich, fizeram a pantomima de se apresentarem nas escadarias do congresso e assinarem o que chamaram de “Contrato com a América”, em que prometiam, como disse o senador Bob Dole na ocasião, “diminuir os programas federais, as leis e as regras de A a Z. De Amtrak aos estudos zoológicos.” Nesta ocasião, convém lembrar, o presidente Bill Clinton estava no seu segundo ano de governo. Ele pôde, então, reagrupar as suas forças, e re-pensar o restante de seu governo, que foi de mais seis outros anos. Isto é: Bill Clinton governou por seis dos oito anos do seu governo com um congresso de maioria republicana.
Aquele congresso (cuja maioria se estendeu até esta eleição de novembro de 2006), foi responsável pela não aprovação de um novo salário mínimo. Este também foi o congresso que, cuja câmara federal, sob a batuta de Tom DeLay, fez o impeachment de Bill Clinton por sua relação com Monica Lewinski. Se não fosse pelo julgamento no senado, em 1999, que não concedeu os 2/3 suficientes para retirar Clinton do poder, este teria sido o fim da sua presidência. Quando George W. Bush foi eleito em 2000, com o senado e o congresso em maioria republicana, eles “deitaram e rolaram.”
Como diz o ditado, “o poder corrompe.” E, lógico, “o poder absoluto corrompe absolutamente.” Os republicanos, com o poder no legislativo e no executivo, passaram a reinar praticamente sem freios, aprovando o que lhes convinha, rejeitando tudo o que não beneficiava seus interesses. A aprovação do presidente estava garantida.[1] Os resultados não se fizeram esperar, e foram de vários teores, de vários alcances, todos eles com potencial influência no país (e no mundo) pelos anos vindouros. Existem muitos exemplos, e vamos selecionar alguns. Comecemos com os que envolvem a situação interna do país.
Por exemplo, é “presente” deste legislativo republicano a colocação de juízes conservadores na corte suprema (talvez para garantir a eleição de outro Bush, se for necessário no futuro?). Também é “presente” deste legislativo uma série de medidas para restringir o direito ao aborto, e para cortar a verba para vários programas educacionais e artísticos. O número de bolsas de estudo para estudantes carentes diminuiu, e, em alguns casos, desapareceu completamente. O tão falado contrato republicano com a América então foi uma maneira de apertar o cinturão? Não exatamente. Enquanto o cinturão do povo americano ia sendo apertado, os deputados e senadores republicanos se deleitavam com projetos que beneficiavam diretamente a seus correligionários nos seus estados de origem. Ou então simplesmente se envolviam com personagens como Isaak Abrammoff, o “lobbyista” que acabou sendo preso no ano passado por suas ações, incluindo o suborno de deputados como Tom DeLay. Tom DeLay é o mesmo deputado que, em 1998, presidia a câmara de deputados que votou pelo impeachment de Bill Clinton. Convém lembrar que recentemente Tom DeLay teve que apresentar sua renúncia quando sua ligação com Abrammoff foi revelada, e daí vieram outras revelações de corrupção e suborno envolvendo dezenas de pessoas. Também com a estampa de aprovação deste congresso foi o corte de impostos, que beneficiou aos ricos de maneira desmesurada, e tentou comprar a consciência dos eleitores pobres com um “retorno” de cerca de $600 dólares para algumas famílias. E, pra finalizar, neste mesmo grupo de deputados republicanos, se encontrava Mark Foley, da Flórida, que renunciou ao seu cargo um mês antes da eleição porque explodiu o escândalo com a revelação de suas mensagens pornográficas enviadas a menores que trabalhavam na câmara.
Das medidas tomadas pelo legislativo republicano que afetam os Estados Unidos em relação ao resto do mundo, podemos citar a aprovação da construção de uma cerca dividindo os Estados Unidos do México, a aprovação da guerra do Afeganistão, e a aprovação da guerra contra o Iraque, também conhecida como “guerra contra o terror.” Destas guerras, o povo americano agora em maioria concorda, resultou um crescente sentimento negativo do mundo inteiro contra os Estados Unidos, o aumento da insegurança interna e externa, além da perda de centenas de milhares de vidas iraquianas, e já cerca de 3 mil soldados americanos. O número de feridos, aleijados, desalojados, ainda é difícil de calcular. Tudo sob a batuta dos republicanos, que também presidiram, juntamente com W. Bush, à desvalorização do dólar e ao desbaratamento da balança positiva deixada por Bill Clinton, e sua substituição por uma dívida que já chega aos trilhões de dólares.[2] Em seis anos, todas estas “conquistas”!
Mas isto foi antes. Agora, aqui estão os democratas em maioria outra vez. A situação do presidente W. Bush é diferente da que se apresentou a Bill Clinton em 1994 quando o congresso passou às mãos dos republicanos. Alguns analistas inclusive acham que a perda da maioria democrata no congresso, naquela altura da presidência de Clinton — somente dois anos depois de ser eleito pela primeira vez — foi benéfica, porque ele teve que entrar em diálogo com os deputados e senadores republicanos, e isto ocasionou a redução do déficit, e mudanças no sistema de assistência social (Welfare). W. Bush, por sua vez, tem somente dois anos mais de presidência, em um ponto em que em geral os presidentes querem se certificar que deixam um legado de seu governo. E o que temos com este presidente? Como vai reagir ele efetivamente em sua relação e negociações com um congresso dominado pelo outro partido?
Para termos uma idéia do que pode acontecer daqui em diante, temos que revisar o que W. Bush fez até agora com os que estavam contra ele, e quais medidas tomou. Antes, porém, devemos colocar em destaque o que ele disse no dia da apuração das eleições, quando ele se referiu à derrota como uma “thumping” — “cacetada,” e afirmou que ele pretende trabalhar com o congresso para resolver problemas que o país confronta no momento. Os democratas já escutaram esta toada antes, em 2004, quando, ao ser reeleito, Bush prometeu a mesma coisa, e continuou com sua retórica em que o mundo se divide em dois grupos, os que estão a favor dele e são seus amigos, e os que não concordam com ele e são seus inimigos. É desta ocasião os seus famosos slogans que diziam que os democratas estavam errados quanto aos impostos, e eram frouxos na defesa nacional. Esta não é exatamente uma atitude promissora em termos da possível aliança com os democratas e a tentativa de fazer correções aos muitos erros cometidos durante o poder republicano no legislativo e no executivo.
O que seria preciso para que esta aliança se traduzisse em uma divisão mais eqüitativa da riqueza do país, e a diminuição das tensões internacionais? Posto muito simplesmente, o ego do presidente deveria ser menor. Infelizmente, do homem que, ao saber que a maioria dos países, e mais as Nações Unidas, estavam contra a invasão do Iraque, disse que não importava, que “nós vamos fazer o serviço sozinhos”, não se pode esperar uma mudança tão radical a ponto dele reconhecer que a situação no Oriente Médio já não pode ser resolvida por um país somente, ou por armas, ou por bombas somente. Ou que o envio de ainda mais tropas americanas, ou que a desmoralização do primeiro ministro “eleito” no Iraque, ou que a continuada pose de machão, vão resolver a situação.
Para mim, moradora neste país, comprometida com o futuro de pessoas maravilhosas, talentosas, generosas, que eu conheço aqui, e das instituições que amo e admiro, esta eleição recolocando os democratas na câmara e no senado é um raio de esperança que as coisas melhorem. Mas, ao mesmo tempo, esta eleição me mostra como a democracia é uma coisa frágil, e como a segurança mundial é uma coisa vulnerável: as coisas boas levam muito tempo para serem construídas, e podem ser destruídas rapidamente, quando a balança do poder pende para um único lado. É na arte da diplomacia e da negociação, do diálogo e do reconhecimento e respeito das diferenças pessoais, culturais, religiosas, nacionais, etc., que repousa a nossa esperança de paz para nosso mundo. A política do “a ferro e fogo” é antiquada, inadequada, inaceitável. Espero que estas últimas eleições dos Estados Unidos nos coloquem outra vez de volta no longo mas sempre proveitoso caminho para encontrar a paz e a justiça. Sempre, sempre vale a pena tentar.
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[1] Uma estatística interessante: até julho de 2006, o presidente George W. Bush nunca tinha emitido um veto contra leis aprovadas no congresso. (O veto à permissão da continuação da pesquisa utilizando “células de tronco” foi o primeiro.) Esta ausência de vetos indica claramente que o presidente e a maioria republicana no congresso trabalhavam praticamente em uníssono. Ver um excelente artigo Josh Burek, na revista The Christian Science Monitor, em que ele aponta para o fato de que, embora outros presidentes americanos tenham governado com a maioria no congresso, “few, if any, have gotten the level of disciplined backing that Mr. Bush gets from House and Senate Republicans”—“ poucos, se é que algum, conseguiu o mesmo nível de apoio disciplinado que o Sr. Bush recebe da câmara e do senado republicanos.” http://www.csmonitor.com/2005/0816/p01s04-uspo.html
[2] Ver artigo de André Gunder Frank na revista Global Research, do Centro de Pesquisa sobre a Globalização, “America's Spiraling External Debt and the Decline of the US Dollar; Why the Emperor has no Clothes” — “A crescente dívida externa da América e o declínio do dólar americano; Porque o imperador não tem roupas.” http://www.globalresearch.ca/articles/FRA501A.html
por EVA PAULINO BUENO
Depois de quatro anos trabalhando em universidades no Japão, Eva Paulino Bueno leciona Espanhol e Português na St. Mary’s University em San Antonio, Texas. Ela é autora de Mazzaropi, o artista do povo (EDUEM 2000), Resisting Boundaries (Garland, 1995), Imagination Beyond Nation (University of Pittsburgh Press, 1999), Naming the Father (Lexington Books, 2001), e I Wouldn’t Want Anybody to Know: Native English Teaching in Japan (JPGS, 2003)
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