autor:Lindolpho Cademartori
Não tardará, portanto, até que alguém pergunte, de uma forma ou de outra: “O Brasil!...Quantas divisões tem o Brasil?”
Moderador: Conselho de Moderação
17/09/2005 - 14h58
Brasil abre debate da ONU insistindo na reforma do Conselho de Segurança
NOVA YORK (AFP) - Representado por seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil abriu os debates da 60ª Assembléia Geral das Nações Unidas insistindo na necessidade de ampliar o Conselho de Segurança da organização.
Movido pela ambição de obter uma cadeira permanente neste Conselho, o Brasil investiu muito no tema da renovação da ONU.
O ministro Celso Amorim fala na 60ª Assembléia Geral das Nações Unidas
"A reforma do Conselho de Segurança é a peça central do processo de reforma em que estamos envolvidos. A imensa maioria dos estados membros reconhece a necessidade de tornar o Conselho de Segurança mais representativo e mais democrático", discursou Amorim.
"Neste momento histórico, nenhuma reforma do Conselho de Segurança será significativa se não envolver o aumento do número de cadeiras, permanentes e não permanentes, com países em desenvolvimento africanos, latino-americanos e asiáticos", prosseguiu.
Amorim também revelou a intenção de seu país de trabalhar para uma maior integração e estabilidade regional.
"O Brasil tem como objetivos fortalecer uma aliança estratégica com seu maior parceiro na região, a Argentina, e promover uma América Latina mais próspera, integrada e politicamente estável", afirmou o chanceler.
"Vamos buscar incansavelmente progressos no Mercosul, tanto no âmbito político quanto no econômico", declarou.
Amorim também comentou a polêmica declaração final da Cúpula Mundial das Nações Unidas, que foi encerrada na sexta-feira.
"O documento final assinado ontem foi indubitavelmente insuficiente, diante de nossas aspirações iniciais", lamentou o ministro.
O chanceler brasileiro também mencionou o Haiti. "A presença brasileira e latino-americana no Haiti não tem precedentes, tanto em termos de número de tropas como de compromisso político", afirmou.
"Temos três grandes metas para o Haiti: estabelecer um ambiente seguro, promover o diálogo entre os diversos protagonistas políticos para conseguir uma verdadeira transição democrática, e reunir um apoio internacional significativo para a reconstrução institucional, social e econômica" do país, explicou Amorim.
Soldados de Brasil, Argentina, Chile e Uruguai representam a maior parte dos efetivos da Missão da ONU para a Estabilização no Haiti (Minustha), formada por 6.700 militares e 1.600 policiais civis.
O Brasil comanda a Minustha, e tem 1.200 soldados no país caribenho. A Argentina enviou 600 homens, o Uruguai, quase 800 e o Chile, 570.
A capacidade do Brasil se tornar membro permanente do CS da ONU dependerá muito mais da capacidade da própria ONU em se reformar e do Brasil em se firmar como uma potência média no contexto sul-americano e africano do que dos equipamentos militares que o Brasil adquirir até lá.
Vinicius Pimenta escreveu:Para fazer parte do CS da ONU o país não precisa ser uma potência militar. É lógico que é aconselhável que se tenha forças capazes, mas não é necessariamente uma obrigação.
O CS é muito mais político do que militar. O poder militar é importante para tudo, o CS é apenas mais um detalhe.
Para fazer parte do CS da ONU o país não precisa ser uma potência militar. É lógico que é aconselhável que se tenha forças capazes, mas não é necessariamente uma obrigação.
O CS é muito mais político do que militar. O poder militar é importante para tudo, o CS é apenas mais um detalhe.
Vinicius Pimenta escreveu:Para fazer parte do CS da ONU o país não precisa ser uma potência militar. É lógico que é aconselhável que se tenha forças capazes, mas não é necessariamente uma obrigação.
O CS é muito mais político do que militar. O poder militar é importante para tudo, o CS é apenas mais um detalhe.
Vinicius Pimenta escreveu:Vamos falar abertamente. O CS da ONU hoje não vale nada. A reforma visa justamente torná-lo mais forte e representativo. Quando disse que era um detalhe, me referia que forças militares são importantes para o país em qualquer aspecto, o CS é mais um.
E quando discordo que não é preciso ser potência militar para entrar no novo CS é porque não tem. A reforma no CS visa exatamente dar maior representividade ao órgão, incluindo países em desenvolvimento. Não se pode esperar - seria até absurdo - que um país africano fosse uma potência militar ou mesmo que o Brasil - do jeito que é - fosse uma potência militar.
Portanto, para o novo CS não importaria necessariamente sua capacidade militar. É óbvio que é mais do que desejável. Mas acredito que o Brasil mesmo hoje tenha condições de ingressar no CS da ONU, pois está apto para desempenhar missões de interesse da organização como estamos fazendo hoje em vários países, inclusive liderando uma, a MINUSTAH. Fomos para um guerra mundial com muito menos preparo que hoje. Nossa situação não nos impede de participar de uma missão de paz nem muito menos de imposição de paz.
Podemos contribuir com navios da Marinha, mesmo que só com os de apoio, podemos contribuir com aeronaves de transporte, de ataque e com tropas terrestres bem treinadas como Fuzileiros Navais, PQDs e Forças Especiais.
Pelo que eu saiba, em nenhuma missão que o Brasil teoricamente teria que participar seria necessário que possuíssemos F-22, ICBM, mísseis de cruzeiro, até porque sempre estaríamos em coalizão.
Ou seja, seria aconselhável ter melhores forças? Seria. Mas não é algo imperativo para participar do novo CS.