Re: tanques e blindados
Enviado: Seg Ago 30, 2010 11:19 pm
TANQUES CANADENSES NO AFEGANISTÃO.
Pelo Major Trevor Cadieu, Exército canadense.
Ao desdobrar tanques e engenheiros de combate blindados para o Afeganistão, em outubro de 2006, e apoiar a aquisição dos Leopard-2, a liderança das Forças Canadenses (CF), reconheceu a importância da manutenção de um componente de blindados pesados numa força equilibrada. Embora o continuado desenvolvimento de sensores e tecnologia seja extremamente importante para obter consciência situacional aperfeiçoada (SA, ou situational awareness) no campo de batalha, as experiências, duramente obtidas, do Exército canadense e nossos aliados em combate sustentado no Afeganistão e Iraque, tem provado que devemos estar preparados para botar a mão na sujeira e entrar em contato físico com o inimigo, se queremos definir a força, composição e intenções dele e, então, matá-lo. Os tanques e engenheiros de combate blindados tem protegido melhor nossos soldados desmontados de infantaria, no sul do Afeganistão, permitindo-lhes cerrar e destruir um inimigo determinado e fanático, sobre terreno extremamente complexo.
Este artigo irá analisar lições táticas aprendidas com os blindados canadenses no Afeganistão, desde outubro de 2006, fornecer uma franca avaliação dos desafios encarados pelos tanquistas neste ambiente de contrainsurgência (COIN), e considerar a introdução do Leopard 2. Em lugar nenhum deste editorial está implicado que os tanques canadenses são a arma predominante, ou que devem ser revigorados às custas dos outros elementos de campo de batalha. Ao contrário, nossa recente experiencia em combate, tem fornecido evidência irrefutável de que todos os elementos de um grupamento de armas combinadas permanece fundamental para desfechar o poder de combate decisivo no ambiente operacional contemporâneo (COE, ou Contemporary Operating Environment), e que nossos esforços em adestramento e operações precisam reforçar este grupamento.
FUNDO.
Após travar uma arrastada batalha de contrainsurgência por todo o sul do Afeganistão, o Grupamento de Batalha do 1º Batalhão da Infantaria Ligeira Canadense da Princesa Patrícia (1st Princess Patricia Canadian Light Infantry-Battle Group) foi confrontado, na primavera de 2006, um significativo aumento na atividade insurgente, no distritos de Panjwayi e Zhari da Província de Kandahar. Embora o Gpt Bat canadense trabalhando, proximamente, com o Exército Nacional Afegão (ENA) fosse capaz de desorganizar o inimigo numa série de operações ao nível do Gpt Bat, culminando na Operação ZAHAR (como parte da Operação MOUNTAIN THRUST), as forças talibans, rapidamente, reasseguraram sua presença na região, uma vez que as hostilidades tivessem cessado. A Força Internacional de Estabilização e Assistência (ISAF), não podia ignorar a ameaça representada por esta concentração de insurgents na porta de entrada para a Cidade de Kandahar, o centro de gravidade da coalizão no sul do Afeganistão. Uma significativa vitória de operação de informações (Op Info) seria concedida ao Taliban, se ele não pudesse ser desalojado destas áreas, e a capacidade da ISAF para cumprir esta missão proposta de reconstrução seria, virtualmente, impossível de ser obtida sem a confiança e o apoio do população local. Dentro de semanas após sua chegada ao teatro, em agosto de 2006, o Grupamento de Batalha do 1º Batalhão do Real Regimento Canadense (1st Royal Canadian Regiment-BG) foi encarregado da limpar o Taliban dos distritos de Panjawy e Zhari, na Operação MEDUSA, a maior ação de combate empreendida, até aquela data, pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Antes do que aderir a ataques e emboscadas de frações, e retirar-se em face da confrontação direta com as forças da OTAN, o Taliban escolheu efetuar uma resistência convencional em Pashmul. Eles ocuparam posições defensivas bem-preparadas, entre densos campos de parreiras e papoulas, e cobriram com fogo direto e IEDs todas as rotas de ingresso, adequadas para viaturas sobre rodas. O Oficial-Comandande do Gpt Bat, (OC), tenente-coronel Omer Lavoie, percebeu, rapidamente, que restaurar a mobilidade tática de campo de batalha seria essencial para desalojar o inimigo deste terreno complexo. Sem tanques à sua disposição, ele introduziu tratores sobre lagartas, de padrão civil, na luta, de modo a abrir caminho através dos parreirais e permitir aos soldados desmontados de infantaria aproximar-se dos insurgentes. A tática foi, extremamente eficaz. Avançando sob cobertura de pesado bombardeio aéreo e de artilharia, os tratores permitiram ao Gpt Bat, tomar terreno-chave e facilitaram a sistemática limpeza, pelos soldadso desmontados, de todas as instalações e infraestrutura. Por volta de 13 de setembro de 2006, as forças talibans, operando em Pashmul e Zhari tinham capitulado. Centenas de insurgentes tinham sido mortos e muitos outros forçados a fugirem para o oeste.
Embora dois sucessivos Gpt Bat canadenses, fortes em infantaria, tenham conduzido operações bem-sucedidas de contrainsurgência, por quase nove meses, sem blindados orgânicos, as lições da Operação MEDUSA reforçaram a importância de reter todos os elementos de combate em operações de espectro total. De acordo com o tenente-coronel Lavoie,
A liderança das CF e o governo do Canadá concordaram com a avaliação do tenente-coronel Lavoie. À pedido do Chefe do Comando Regional do Sul (RC-S) o brigadeiro-general canadense David Fraser, o governo anunciou em 15 de setembro de 2006, o iminente desdobramento de um pacote de reforço para melhor facilitar a "os esforços de reconstrução e estabilização no Afeganistão". Além de uma companhia de infantaria, designada para fornecer proteção aproximada para uma equipe de reconstrução provincial (PRT), o pacote de reforço deveria incluir um esquadrão de tanques Leopard C2, da Cavalaria do Lorde Strathcona (Reais Canadenses) [Lord Strathcona's Horse (Royal Canadians)] e uma tropa de engenheiros de combate blindados do 1º Regimento de Engenharia de Combate (1 CER).
O Exército preparou, adestrou e desdobrou um esquadrão de 15 tanques e uma tropa (pelotão) de engenharia blindada, através do globo, dentro de seis semanas do recebimento da ordem de aviso. Em questão de dias da chegada do primeiro Leopard C2 no Aeródromo de Kandahar (KAF) em 3 de outubro de 2006, o Grupo Avançado do Esquadrão "B", tinha chegado para receber equipamento e partes sobressalentes, e estabelecer, com a liderança do Gpt Bat, o emprego tático e conceitos de sustentação para os blindados no Afeganistão. O esquadrão tirou vantagem de cada momento no KAF para preparar o equipamento para o combate, e conduzir treinamento e ensaios, com base nas experiências, duramente obtidas, do 1 RCR-BG.
(continua...)
Pelo Major Trevor Cadieu, Exército canadense.
Ao desdobrar tanques e engenheiros de combate blindados para o Afeganistão, em outubro de 2006, e apoiar a aquisição dos Leopard-2, a liderança das Forças Canadenses (CF), reconheceu a importância da manutenção de um componente de blindados pesados numa força equilibrada. Embora o continuado desenvolvimento de sensores e tecnologia seja extremamente importante para obter consciência situacional aperfeiçoada (SA, ou situational awareness) no campo de batalha, as experiências, duramente obtidas, do Exército canadense e nossos aliados em combate sustentado no Afeganistão e Iraque, tem provado que devemos estar preparados para botar a mão na sujeira e entrar em contato físico com o inimigo, se queremos definir a força, composição e intenções dele e, então, matá-lo. Os tanques e engenheiros de combate blindados tem protegido melhor nossos soldados desmontados de infantaria, no sul do Afeganistão, permitindo-lhes cerrar e destruir um inimigo determinado e fanático, sobre terreno extremamente complexo.
Este artigo irá analisar lições táticas aprendidas com os blindados canadenses no Afeganistão, desde outubro de 2006, fornecer uma franca avaliação dos desafios encarados pelos tanquistas neste ambiente de contrainsurgência (COIN), e considerar a introdução do Leopard 2. Em lugar nenhum deste editorial está implicado que os tanques canadenses são a arma predominante, ou que devem ser revigorados às custas dos outros elementos de campo de batalha. Ao contrário, nossa recente experiencia em combate, tem fornecido evidência irrefutável de que todos os elementos de um grupamento de armas combinadas permanece fundamental para desfechar o poder de combate decisivo no ambiente operacional contemporâneo (COE, ou Contemporary Operating Environment), e que nossos esforços em adestramento e operações precisam reforçar este grupamento.
FUNDO.
Após travar uma arrastada batalha de contrainsurgência por todo o sul do Afeganistão, o Grupamento de Batalha do 1º Batalhão da Infantaria Ligeira Canadense da Princesa Patrícia (1st Princess Patricia Canadian Light Infantry-Battle Group) foi confrontado, na primavera de 2006, um significativo aumento na atividade insurgente, no distritos de Panjwayi e Zhari da Província de Kandahar. Embora o Gpt Bat canadense trabalhando, proximamente, com o Exército Nacional Afegão (ENA) fosse capaz de desorganizar o inimigo numa série de operações ao nível do Gpt Bat, culminando na Operação ZAHAR (como parte da Operação MOUNTAIN THRUST), as forças talibans, rapidamente, reasseguraram sua presença na região, uma vez que as hostilidades tivessem cessado. A Força Internacional de Estabilização e Assistência (ISAF), não podia ignorar a ameaça representada por esta concentração de insurgents na porta de entrada para a Cidade de Kandahar, o centro de gravidade da coalizão no sul do Afeganistão. Uma significativa vitória de operação de informações (Op Info) seria concedida ao Taliban, se ele não pudesse ser desalojado destas áreas, e a capacidade da ISAF para cumprir esta missão proposta de reconstrução seria, virtualmente, impossível de ser obtida sem a confiança e o apoio do população local. Dentro de semanas após sua chegada ao teatro, em agosto de 2006, o Grupamento de Batalha do 1º Batalhão do Real Regimento Canadense (1st Royal Canadian Regiment-BG) foi encarregado da limpar o Taliban dos distritos de Panjawy e Zhari, na Operação MEDUSA, a maior ação de combate empreendida, até aquela data, pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Antes do que aderir a ataques e emboscadas de frações, e retirar-se em face da confrontação direta com as forças da OTAN, o Taliban escolheu efetuar uma resistência convencional em Pashmul. Eles ocuparam posições defensivas bem-preparadas, entre densos campos de parreiras e papoulas, e cobriram com fogo direto e IEDs todas as rotas de ingresso, adequadas para viaturas sobre rodas. O Oficial-Comandande do Gpt Bat, (OC), tenente-coronel Omer Lavoie, percebeu, rapidamente, que restaurar a mobilidade tática de campo de batalha seria essencial para desalojar o inimigo deste terreno complexo. Sem tanques à sua disposição, ele introduziu tratores sobre lagartas, de padrão civil, na luta, de modo a abrir caminho através dos parreirais e permitir aos soldados desmontados de infantaria aproximar-se dos insurgentes. A tática foi, extremamente eficaz. Avançando sob cobertura de pesado bombardeio aéreo e de artilharia, os tratores permitiram ao Gpt Bat, tomar terreno-chave e facilitaram a sistemática limpeza, pelos soldadso desmontados, de todas as instalações e infraestrutura. Por volta de 13 de setembro de 2006, as forças talibans, operando em Pashmul e Zhari tinham capitulado. Centenas de insurgentes tinham sido mortos e muitos outros forçados a fugirem para o oeste.
Embora dois sucessivos Gpt Bat canadenses, fortes em infantaria, tenham conduzido operações bem-sucedidas de contrainsurgência, por quase nove meses, sem blindados orgânicos, as lições da Operação MEDUSA reforçaram a importância de reter todos os elementos de combate em operações de espectro total. De acordo com o tenente-coronel Lavoie,
"Se você me perguntasse, cinco meses atrás, 'quer tanques para brigar com os insurgentes?' Eu teria dito, 'Não, você está doido'. Mas, como o Taliban está atuando, convencionalmente, então, elementos convencionais como tanques, viaturas blindadas de engenharia e viaturas blindadas lança-pontes, com certeza, tem lugar aqui."
A liderança das CF e o governo do Canadá concordaram com a avaliação do tenente-coronel Lavoie. À pedido do Chefe do Comando Regional do Sul (RC-S) o brigadeiro-general canadense David Fraser, o governo anunciou em 15 de setembro de 2006, o iminente desdobramento de um pacote de reforço para melhor facilitar a "os esforços de reconstrução e estabilização no Afeganistão". Além de uma companhia de infantaria, designada para fornecer proteção aproximada para uma equipe de reconstrução provincial (PRT), o pacote de reforço deveria incluir um esquadrão de tanques Leopard C2, da Cavalaria do Lorde Strathcona (Reais Canadenses) [Lord Strathcona's Horse (Royal Canadians)] e uma tropa de engenheiros de combate blindados do 1º Regimento de Engenharia de Combate (1 CER).
O Exército preparou, adestrou e desdobrou um esquadrão de 15 tanques e uma tropa (pelotão) de engenharia blindada, através do globo, dentro de seis semanas do recebimento da ordem de aviso. Em questão de dias da chegada do primeiro Leopard C2 no Aeródromo de Kandahar (KAF) em 3 de outubro de 2006, o Grupo Avançado do Esquadrão "B", tinha chegado para receber equipamento e partes sobressalentes, e estabelecer, com a liderança do Gpt Bat, o emprego tático e conceitos de sustentação para os blindados no Afeganistão. O esquadrão tirou vantagem de cada momento no KAF para preparar o equipamento para o combate, e conduzir treinamento e ensaios, com base nas experiências, duramente obtidas, do 1 RCR-BG.
(continua...)