Luiz_Galante escreveu:
Nenhuma ação de protesto teria base, visto que trata-se de acordo entre duas nações soberanas e não existe nada notório em que o Brasil pudesse nortear um protesto no form adequado que seria a ONU. Nem pelo MERCOSUL o Brasil teria direito internacional de questionar um outro membro a respeito. Segundo notícias, de forma sutil esta consulta foi feita tendo como resposta uma evasiva.
Só um louco ataca um inimigo mais forte. Nós atacarmos uma base americana, nem pensar.
Os EUA não podem invadir uma nação sem um mínimo de apoio das opiniões públicas interna e internacional. Teríamos que dar (o que é fácil) uma desculpa como, por exemplo, a facilidade do tráfego de drogas pelo país.
Quem pensa que só é possível se defender dos EUA tendo armas nucleares, se engana. Devido a opinião pública internacional, que elege os líderes dos seus aliados, eles somente utilizariam estes artefatos contra nações que também os possuam. Qualquer outra ação, incluindo as duas invasões do Iraque, sempre serão feitas com armas convencionais, as quais eles detem a supremacia.
Apesar de não ser um cientista geopolítico, me arrisco a afirmar que o primeiro pensamento dos EUA com esta base é a de persuasão pela demonstração de força próxima. Como você mesmo disse, eles não precisam de bases para nos atacar, mas o efeito psicológico é outro.
O que o Brasil pode e deve fazer?
Responder informando subliminarmente que não aceitará fortalecendo suas FFAA; complementando o projeto calha norte; fomentando sua independência bélica com a implementação de sua indústria bélica atualmente quase levada a insolvência; retomando o projeto FX com a opção dos caças Russos; realizando acordos de cooperação militar com nações cujo confronto não interesse aos EUA e, finalmente e principalmente, se aprumando em termos de governabilidade para que tenhamos um comando.
O Brasil tem a considerada internacionalmente melhor tropa de selva do mundo. Mas isto não é suficiente pois não temos força aérea moderna, independência bélico-industrial, suficientes tropas profissionais, motivaçao dos militares, reservas prontas para convocaçao, com a Suiça, etc.
Em suma, o que podemos fazer? Ter vergonha na cara, termos um governo comprometido com a nação e vontade política para fazer.
Alguém disse neste forum em outro tópico que não era o adequado para questões políticas. Mas não é a política e os políticos que possibilitam ou impedem todo e exposto acima?
No final da segunda guerra mundial, as duas bombas nucleares foram lançadas para encurtar a guerra e evitar maiores perdas americanas, e num conflito em que eram as vítimas covardemente atacadas.
Após isto, o mundo tomou conhecimento do poderio nuclear e passou a temer, controlar e patrulhar.
Hoje em dia seria diferente. Por que nenhuma bomba atômica foi lançada nas guerras da Coréia, Vietnam, Golfo ou 2º invasão do Iraque?
Claro que eles respeitam muito mais nações que podem revidar ataques nucleares, mas não seria aceito, nem pela própria opinião pública americana, um ataque nuclear a uma nação que não oferecesse o mesmo risco aos EUA. Claro que se estivessem sendo invadidos a situação, postura e decisão seriam diferentes.
Cesar escreveu:
Vale citar também que, aparentemente, a própria ONU proíbe o uso de artefato nucleares contra nações que não possuem armas de destruição em massa.
"Ahhh, mas eles não estão nem aí pra ONU!" vocês vão dizer.
Pode até ser, mas a opinião pública, americana e mundial, inviabilizaria o uso desse tipo de armamento. É um fato. Mesmo por que, os EUA sabem dos riscos que estarão correndo ao usar armamento nuclear contra uma Nação qualquer, pois pode gerar a retaliação de uma outra, aliada desta, e que possui bombas atômicas, ocasionando um efeito dominó de proporções cataclísmicas.
"Ahhh, mas ninguém atacaria os EUA com essa arma!" vocês poderiam dizer denovo.
Nisso eu respondo: Pode até ser, mas será que os Estados Unidos vão estar dispostos a arriscar?
Bem, mas finalizando, sou contra o Brasil possuir armas nucleares.
As citações acima me pareceram as mais sensatas até o momento a respeito desse assunto. Num mundo em tamanha transformação econômica, cultural, social e tecnológica é preciso fazermos algumas reflexões sobre atitudes beligerantes que possam envolver dois países democráticos. Se não me engano isso ocorreu apenas uma vez em toda a história da humanidade quando ocorreu o conflito entre o Peru, na época de Alberto Fugimori, que está até hoje refugiado no Japão por causa de acusações de corrupção em seu mandato, e o Equador, por causa de divergências a respeito de suas fronteiras. A persuasão bélica, eu disse persuasão, seria talvez o terceiro ou quarto instrumento no sentido de valer os interesses dos Estados Unidos aqui na América do Sul. Os mecanismos de controle econômicos do BID e do FMI, políticos da ONU, via suas agências e comerciais, agora com a OMC, seriam usados, ainda que depois de uma pressão política via parceiros estratégicos dos Estados Unidos como a Inglaterra e talvez até a Argentina, dependendo de que governo esteja lá. Em tese, se algo ocorresse aqui, hoje, acho difícil algum posicionamento pró-americano favorável da ONU devido a influência do Brasil perante outros países que tem se aglutinado politicamente em torno do G-20. Acho difícil também via FMI, já que este governo tem conseguido se manter longe dos acordos propostos pelo fundo, cumprindo a cartilha neoliberal imposta por eles mesmos. Ultimamente o governo brasileiro tem conseguido vitórias seguidas, uma atrás da outra na OMC. Sobraria o BID que faz empréstimos, as vezes diretamente a Estados e Municípios e algumas agências da ONU que nem sempre há o controle político da direção deste organismo internacional. Como, por exemplo, a agência de controle nuclear. Os cargos nestas agências não são indicados pela direção mas por uma eleição direta dos membros. Foi assim que um diplomata brasileiro foi substituído por alguém de confiança de Washington. Portanto, depois de desconsiderar todas essas situações, a citação de Luiz Galante, preenche como uma luva a conjuntura imaginada por todos aqui.