Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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LeandroGCard
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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#31 Mensagem por LeandroGCard » Qua Nov 07, 2012 10:18 pm

Túlio escreveu:A dita ação INTERNA, ao menos até onde sei, não foi do EB ou de qualquer das outras FFAA. Lembro que o RENAP foi por décadas um programa praticamente CLANDESTINO, sem qualquer apoio governamental, já hoje...

De todo modo, o livro está aí, a tese - que segundo o próprio pesquisador, apenas acrescenta alguns detalhes mais específicos ao conteúdo do livro, está com o EB - idem e, portanto, o CONHECIMENTO está e estará disponível, se e quando for necessário. É como a Caixa de Pandora, depois que abriu, já era...

Mas o que eu quis dizer é: que DISSUASÃO melhor do que um possível inimigo tipo Coalizão apenas DESCONFIAR que TALVEZ tenhamos ou possamos ter rapidamente nukes?

À CN bastou um xabú nuclear para logo todo mundo ficar mansinho com ela, imagines agora alguém capaz de PROVAR que pode fazer uma ou uma porção de ogivas de última geração porque produz e refina urânio em seu próprio território (mas nega À AIEA acesso às partes mais importantes das refinarias) e demonstra conhecimento tecnológico mais do que suficiente...

EDIT - só agora vi a nova planta do nosso futuro SSN com aqueles lança-mísseis à proa. Certamente não são para SLBMs mas deve ser bem dura a vida de um planejador militar ao imaginar que tipo de ameaça pode representar uma belonave dessas que pode perfeitamente estar levando uns mísseis de cruzeiro, cada um com uma W-87 Improved na cabeça...



"A arte da guerra se baseia no engano."

Sun Tzu, O General


e


"Ninguém é doido de se meter com quem tem ou pode ser que tenha nuke."

Túlio, O Impiedoso :twisted:
Túlio, só para complementar esta sua discussão sobre a capacidade de dissuasão do Brasil veja abaixo os parágrafos finais da primeira parte de um artigo meu que está sendo publicado no blog Brazilianspace:

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Portanto, pode-se dizer apesar do fracasso até agora do Programa Espacial Brasileiro no que tange ao lançamento de satélites, um objetivo inicial importante, que era dar ao país a capacidade de desenvolver e construir mísseis de médio/grande porte, foi atingido já lá atrás na década de 80. E tudo indica que esta capacidade será mantida no futuro, através da construção do foguete VLM-1 para uso em aplicações espaciais leves, sendo este foguete até mais importante que o próprio VLS neste aspecto, por empregar um motor maior e construído de acordo com melhores práticas de engenharia, já que o motor principal do VLS, o S-43, era uma derivação do já antigo S-40 construída de forma semi-artesanal. Com 28 toneladas no lançamento e 3 estágios na versão inicial, o VLM-1 não é muito diferente do míssil intercontinental americano Minuteman, que foi desenvolvido na década de sessenta do último século mas está em plena operação até hoje. E com o próprio experimento Shefex-III, bem como o desenvolvimento pelo IAE do microlaboratório orbital recuperável SARA, nosso país estará também dominando as tecnologias necessárias para a construção de veículos de reentrada. Assim, se tudo correr bem, nos próximos anos o Brasil terá atingido basicamente o mesmo patamar do Japão no que tange a tecnologias de mísseis militares estratégicos, não tendo desenvolvido nenhum modelo específico para esta aplicação, porém demonstrado plena capacitação para fazê-lo em curto espaço de tempo caso isso se mostre algum dia necessário. E esta sem dúvida será uma realização de certa importância geoestratégica para um país que entre outras coisas pleiteia uma vaga permanente no conselho de segurança da ONU, onde todos os demais países já possuem esta capacitação.
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O texto integral está aqui:

http://brazilianspace.blogspot.com.br/2 ... html#links


Um grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#32 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 09, 2012 4:02 pm

Eu, lendo estas coisas, fico cá ainda meio que pasmado e imaginando, como professor da esfera publica, que se um país onde mais da metade dos estudantes do ensino fundamental chegam ao seu fim, sem praticamente entenderem patavinas de língua portuguesa, e menos ainda de matemática, e pouca coisa além de ciências, e idem no ensino médio para física e química, e mesmo assim é capaz de produzir figuras do porte deste pesquisador, dentre outros, o que será que não poderíamos fazer, ou quiçá fizéssemos no passado, se os programas espacial e nuclear tivessem sido aquinhoados lá atrás com os recursos (pessoal e financeiros) necessários ao seu desenvolvimento em tempo e no cronograma, e que fossem mantidos com a responsabilidade e civilidade carentes de que se fazem jus pelo Estado brasileiro? O que não seríamos agora? O que não poderíamos estar fazendo agora? Que papel diferenciado no mundo poderíamos estar realizando no presente momento?

Com certeza, para um país de analfabetos, realmente, fizemos grandes coisas.

abs.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#33 Mensagem por SUNDAO » Sáb Nov 10, 2012 6:33 pm

Ola FC

É triste dizer isto, mas a ciência ou a tecnologia não serão feitas, de maneira geral, pelos alunos das escolas públicas.

Provavelmente, isto é minha opinião, a maioria da produção sempre será feita por indivíduos que tiveram melhores condições de ampliar desde cedo suas capacidades.

Fora este Universo tudo que ocorre diferente é uma excessão que só confirmam a regra.

Para ser mais "cruel" ainda diria que o GF está certo em prestigiar ($$$) os individuos que já chegaram ao nível superior ou além, pois eles já passaram pela "seleção natural".

A massificação é um processo lento e prestigiar a base não obrigatoriamente trás resultados práticos em curto ou médio prazo para o país como um todo.

O FHC pretendeu fazer isto prestigiando a "base da pirâmide" e atrazou ( ou destrui) as possibilidades de muitos profissionais da época de se qualificar mais e oferecer ao país bem mais do que hoje oferecem.

Se uma geração como se diz tem 20 anos, a janela em que um profissional opta por algo como ciência ou por um emprego público talvez seja de máximo 5 anos ....

A lamentar talvez só o excesso de sociólogos, antropólogos, filósofos que provavelmente teremos, como contra peso, pelas ruas em breve. Mas nada é perfeito!

SUNDAO




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#34 Mensagem por SUNDAO » Sáb Nov 10, 2012 6:43 pm

Ola Marino!

Gostaria de dizer que a sua coluna além de interessante ( eu já a via lido ) sem dúvida se tornará muito mais 'apetitosa' agora, pois dá para ligar o que normalmente você escreve aqui, com artigos completos que tem um raciocínio estruturado e sofisticado.

Na prática me sinto envaidecido de compartilhar comentários neste forum contigo.

Um abraço

Sundao




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#35 Mensagem por Marino » Sáb Nov 10, 2012 7:10 pm

Muito obrigado Sundao por suas palavras.
Um forte abraço também.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#36 Mensagem por Lirolfuti » Sáb Nov 10, 2012 7:40 pm

Gostaria de deixar uma sugestão, nao teria como fazer uma "comparaçao" entre os navios concorrentes no Prosuper. dados tecnicos capacidade sistemas, e qual se emcaixaria melhor no orçamento/teatro de operaçoes da MB.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#37 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 10, 2012 7:48 pm

SUNDAO escreveu:Ola FC
É triste dizer isto, mas a ciência ou a tecnologia não serão feitas, de maneira geral, pelos alunos das escolas públicas.
Provavelmente, isto é minha opinião, a maioria da produção sempre será feita por indivíduos que tiveram melhores condições de ampliar desde cedo suas capacidades.
Fora este Universo tudo que ocorre diferente é uma excessão que só confirmam a regra.
Para ser mais "cruel" ainda diria que o GF está certo em prestigiar ($$$) os individuos que já chegaram ao nível superior ou além, pois eles já passaram pela "seleção natural".
A massificação é um processo lento e prestigiar a base não obrigatoriamente trás resultados práticos em curto ou médio prazo para o país como um todo.
O FHC pretendeu fazer isto prestigiando a "base da pirâmide" e atrazou ( ou destrui) as possibilidades de muitos profissionais da época de se qualificar mais e oferecer ao país bem mais do que hoje oferecem.
Se uma geração como se diz tem 20 anos, a janela em que um profissional opta por algo como ciência ou por um emprego público talvez seja de máximo 5 anos ....
A lamentar talvez só o excesso de sociólogos, antropólogos, filósofos que provavelmente teremos, como contra peso, pelas ruas em breve. Mas nada é perfeito!
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Olá Sundao.

Infelizmente, tenho que concordar consigo em suas palavras. É praticamente impossível a nós, tentar tirar nosso atraso em p&d e educação em poucos anos. Temos somente a lamentar na verdade 200 anos de atraso, e da ausência e "desimportância" de politicas de ensino público efetivas neste país.

Começamos tarde, e ainda equivocadamente a entender que um país não se constrói apenas com armas e/ou bolsos. E isto nos será, aliás, já está sendo cobrado, pela demonstração dos índices das taxas de ocupação de vagas de alta capacitação que não conseguem ser preenchidas e pela cada vez maior importação de mão-se-obra estrangeira.

Diga-se de passagem, que a tal "seleção natural", na escola pública ou particular, não obstante sua influência no meio escolar-acadêmico, não suportará por muito tempo a necessidade de formação que graça no Brasil. E neste entretempo, mesmo com a difusão errônea e equivocada de cotas e bolsas de todos os tipos e vieses, como modelo de referencia para uma fútil "tentativa de compensação" do estrago feito ao longo dos séculos, em nada nos será abonador nos anos que virão.

Enfim, resta-nos contar com o tempo e a esperança de que talvez as futuras geração nos julguem com menos rigor do que a indolência com que estamos construindo o seu futuro.

abs.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#38 Mensagem por candido » Qui Nov 15, 2012 1:11 pm

Marino:

Achei muito interessante a argumentação desenvolvida no artigo "Uma nova estratégia?" na coluna Mar e Guerra, principalmente a questão de como nossas FA agiriam caso a diplomacia e a dissuasão falhassem.

Como não sou da gloriosa Marinha, no entanto, tenho algumas indagações sobre o emprego dos meios navais em certas circunstâncias. Minha dúvida, basicamente, gira em torno da temática da interdição à distância. Nesse sentido, cito parte do artigo: "O enfoque de Obes é avançado, no sentido de privilegiar a interdição a grande distância e, mesmo, pode-se especular, nas proximidades do continente europeu”.

Ora, meus pontos são os seguintes:

1) Se, em hipótese, o Brasil enfrentar hoje em dia uma força naval superior em quantidade e qualidade de meios, o conceito de interdição à distância se mantém?

2) Um eventual ataque da Marinha do Brasil, na perspectiva da interdição à distância, seria dirigido aos meios navais do oponente, ou as bases navais que servem de apoio à marinha oponente?

3) Suponho que os submarinos brasileiros seriam empregados. Mas que uso seria destinado às fragatas brasileiras? Num ataque frontal diante de uma força naval superior, suponho, tanto o São Paulo como as escoltas ficariam sob grande risco. As fragatas seriam usadas simulando mercantes, isoladamente, buscando alvos de oportunidade?

4) A Marinha do Brasil consideraria, em hipótese, um ataque a ilhas no Atlântico que poderiam servir de apoio à marinha oponente?

5) Atualmente, com os meios que possui, seria factível considerar, em uma hipotética investida inimiga um ataque a ilhas no atlântico? A Marinnha do Brasil tem condição de fazer isso? Seria adequado estrategicamente?

6) Achei muito boa a lógica do artigo, com base na argumentação de outrora. No entanto, no séc XXI, uma interdição à distância não poderia contar com o apoio - hipotético - de caças da FAB, baseados no território brasileiro, e eventualmente munidos com mísseis anti-navio. Mesmo o sistema ASTROS, usado como defesa de costa, hipoteticamente munido com foguetes de alcance bem superior a 300 Km, também não poderia ser usado numa ação conjunta com a Marinha. Assim, a atual conjuntura ainda indica a prevalência da interdição à distância?

7) Última dúvida, ainda sobre interdição à distância: No caso de o Brasil enfrentar uma força naval superior, um ataque da Marinha do Brasil (para usar a expressão do artigo) "nas proximidades do continente europeu” (mas poderia ser continente asiático, oceania etc) não traria a dificuldade adicional de o inimigo poder contar com o apoio da aviação baseada em terra?

Bem, é isso. No mais elogio seu artigo e peço desculpas pela dúvidas incipientes de um novato interessado pela temática. Grande abraço.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#39 Mensagem por Marino » Qui Nov 15, 2012 5:01 pm

candido escreveu:Marino:

Achei muito interessante a argumentação desenvolvida no artigo "Uma nova estratégia?" na coluna Mar e Guerra, principalmente a questão de como nossas FA agiriam caso a diplomacia e a dissuasão falhassem.

Como não sou da gloriosa Marinha, no entanto, tenho algumas indagações sobre o emprego dos meios navais em certas circunstâncias. Minha dúvida, basicamente, gira em torno da temática da interdição à distância. Nesse sentido, cito parte do artigo: "O enfoque de Obes é avançado, no sentido de privilegiar a interdição a grande distância e, mesmo, pode-se especular, nas proximidades do continente europeu”.

Ora, meus pontos são os seguintes:
Cândido, vou aproveitar seu post e tentar responder os questionamentos abaixo de cada pergunta.
Obrigado por fazê-las.

1) Se, em hipótese, o Brasil enfrentar hoje em dia uma força naval superior em quantidade e qualidade de meios, o conceito de interdição à distância se mantém?
Sim. a própria END diz como agir.
Veja só:
"Em amplo espectro de circunstâncias de combate, sobretudo quando a força inimiga for muito mais poderosa, a força de superfície será concebida e operada como reserva tática ou estratégica. Preferencialmente, e sempre que a situação tática permitir, a força de
superfície será engajada no conflito depois do emprego inicial da força submarina..."
Não seria beemmmm assim que as coisas ocorreriam, mas dá uma boa idéia.


2) Um eventual ataque da Marinha do Brasil, na perspectiva da interdição à distância, seria dirigido aos meios navais do oponente, ou as bases navais que servem de apoio à marinha oponente?
Aos dois.
Sugiro ler o tópico sobre Estratégia Naval, principalmente sobre os Objetivos Básicos da Estratégia Naval.


3) Suponho que os submarinos brasileiros seriam empregados. Mas que uso seria destinado às fragatas brasileiras? Num ataque frontal diante de uma força naval superior, suponho, tanto o São Paulo como as escoltas ficariam sob grande risco. As fragatas seriam usadas simulando mercantes, isoladamente, buscando alvos de oportunidade?
O conceito da END responde sua questão.

4) A Marinha do Brasil consideraria, em hipótese, um ataque a ilhas no Atlântico que poderiam servir de apoio à marinha oponente?
Sim. Aguarde o próximo artigo que irá ser publicado.
5) Atualmente, com os meios que possui, seria factível considerar, em uma hipotética investida inimiga um ataque a ilhas no atlântico? A Marinnha do Brasil tem condição de fazer isso? Seria adequado estrategicamente?
Sim, aguarde o próximo artigo a ser publicado.
6) Achei muito boa a lógica do artigo, com base na argumentação de outrora. No entanto, no séc XXI, uma interdição à distância não poderia contar com o apoio - hipotético - de caças da FAB, baseados no território brasileiro, e eventualmente munidos com mísseis anti-navio. Mesmo o sistema ASTROS, usado como defesa de costa, hipoteticamente munido com foguetes de alcance bem superior a 300 Km, também não poderia ser usado numa ação conjunta com a Marinha. Assim, a atual conjuntura ainda indica a prevalência da interdição à distância?
Perfeito. A ação da FAB sempre será bem-vinda.
Hoje, o único meio previsto para possuir mísseis ar x mar são os P-3. A MB sempre considerará uma ajuda excepcional.
Quanto ao Astros, 300 km é muito pouco. Isto significa cerca de 150 milhas, distãncia inferior as 200 milhas de nosso mar, que chega a 350 milhas em certas partes.
A interdição à distância permanece válida. Aguarde o próximo artigo.

7) Última dúvida, ainda sobre interdição à distância: No caso de o Brasil enfrentar uma força naval superior, um ataque da Marinha do Brasil (para usar a expressão do artigo) "nas proximidades do continente europeu” (mas poderia ser continente asiático, oceania etc) não traria a dificuldade adicional de o inimigo poder contar com o apoio da aviação baseada em terra?
Sim, mas este ataque poderia ser feito por um submarino.
Principalmente quando dispusermos do SSN, não?

Bem, é isso. No mais elogio seu artigo e peço desculpas pela dúvidas incipientes de um novato interessado pela temática. Grande abraço.
Dúvidas, o debate em si, sempre é bem-vindo.
Obrigado pelo elogio e pelas perguntas.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#40 Mensagem por Marino » Dom Nov 18, 2012 1:25 pm

Outro artigo disponível:

Navio-Aeródromo
Imagem

Link para o artigo:
http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=11930




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#41 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 18, 2012 6:30 pm

Boa tarde Marino. Vou me atrever a tecer alguns comentários sobre seu texto.
Penso que já deixei aqui registrado mais de uma vez minha opinião quanto ao número e tipo de Nae que deveríamos dispor à nossa MB.

Mas aproveitando o ensejo de seus escritos, volto a colocar aqui, em atenção a resposta do oficial na entrevista ao jornal Globo, anexo a matéria, quando o mesmo diz que:"... seriam necessário ao menos um Nae... mas que o ideal fossem ao menos dois."

Coloco isso novamente pois me parece corroborar o entendimento volta e meia, de que a MB, por si, gostaria de obter e operar mais do que apenas os dois Nae's indicados no PAEMB. Se o fez assim, é porque reconhece a própria incapacidade, ou a incoerência ou ainda a imaturidade da política brasileira em cooperar com tal questão, livre de maiores pudores ideológicos e/ou políticos.

Sendo assim, me pareceria mais sensato, e efetivo, pensarmos em termos de Nae para o PAEMB, à luz de sua verdadeira operacionalidade, que a MB realmente viesse a dispor de ao menos 4 Nae. Visto aqueles quesitos muito bem arguidos por você. Sabemos que para a maioria da sociedade, e mesmo para o governo civil, tal número certamente parecerá uma verdadeira obscenidade, um gasto inútil e fútil com o dinheiro público, ou quando muito, vide o pensamento ideológico reinante no planalto quanto às questões externas, uma ofensa a nossa diplomacia e seus esforços, e um ato atentatório e ameaçador a nossa imagem de país pacífico. Quiçá diriam que a MB quereria nos transformar no 3o Império, ou tolices do gênero. Infelizmente as pessoas que orientam e tratam nossas relações externas no planalto e no Itamarati estão/são mais preocupadas com o bem estar e interesses de nossos vizinhos do que conosco mesmo. E sabemos todos disso.

Penso ser interessante, talvez, no longo prazo, a MB intentar a posteriori, encaminhar mais duas unidades de Nae para si, a fim de que possamos realmente dispor de uma cobertura aeronaval realmente eficaz e e eficiente, se um dia viermos a dispor de duas esquadras mesmo. Posto que do contrário, com certeza veremos nossas FT's rotineiramente a mercê das limitações de fatores outros que não as qualidades marinheiras de nossos futuros Nae.

Presumo eu, que 4 Nae sejam um mínimo plausível para quem se pretende operar duas esquadras, mesmo porque sabemos, não os teremos integralmente o tempo todo. E também porque, penso ser necessário um dia dispormos da capacidade de operar as 4 funções do poder naval ao mesmo tempo, quando e se necessário for, o que a meu ver, sem um Nae nucleando uma possível FT, na prática estaremos deliberadamente abrindo mão de nossa própria capacidade de intuir no adversário nossa vontade inconteste de exercer a função naval que se quer aplicar. Ou no mínimo, emitindo claros sinais de fraqueza ou de dúvida sobre nossa vontade e intenções. E isto em diplomacia, é meio caminho para o fracasso. No meio militar, é a porta para a derrota.

Imagino assim, que nosso TON esteja, ou estará, bem aquinhoado, em vista de nossas necessidades atuais e futuras, quando formos capazes de operar aquelas 4 funções em meio ao AS sem necessariamente termos que nos dividir numa eterna "escolha de sofia". Neste sentido, entendo que 4 Nae não seriam demasiados para quem precisa, como o próprio texto afirma, exercer estas 4 funções dentro da melhor expectativa possível.

Concluo, dizendo que, independente de fatores externos cabíveis e possíveis ao teatro naval sul-americano, temos de nos ater e firmar no alcance da capacidade de defender-nos de forma simultânea, seja cobrindo nossas linhas comerciais, projetando poder sobre terra, controlando área marítima e opondo ações ao inimigo em toda a extensão do AS. Do estreito de Magalhães as Ilhas Canárias. E não podemos abrir mão deste objetivo, a perigo de pôr a perder nossa condição primeira de impor nossa vontade e interesses nesta área sobre quaisquer um. Se não nos tornarmos capazes disso, tão logo e rapidamente quanto possível, o tempo nos indicará a porta da cozinha como saída...

obs: exemplo de operação das 4 funções ao mesmo tempo: nova guerra das malvinas. Esquadra britânica e 4a frota americana no TON Atlantico Sul. A primeira engajada diretamente. A segunda, apoio indireto. A marinha argentina tenta interditar as passagens de Magalhães e Cabo Horn. E lança campanha submarina no meio do Atlântico contra a frota inglesa. Navios de guerra chineses e indianos se dirigindo para a área a fim de proteger os interesses de seus países na costa oriental africana. Pedido de apoio militar feitos por países lusófonos africanos e Namíbia ao Brasil. Todas as ilhas britânicas no AS com dispositivo militar aéreo e naval ampliado. Vôos comerciais interditados e limitados impositivamente sobre o AS por ordem britânica. E por aí vai...
Será que dois Nae's resolveriam nossos problemas com um cenário deste, bem no nosso nariz? Há de se pensar. Porque eu penso. :wink:

abs.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#42 Mensagem por Marino » Dom Nov 18, 2012 7:11 pm

Com toda razão, haveria a necessidade de no mínimo um terceiro NAe para que um deles estivesse em manutenção e as duas esquadras dispusessem sempre de seus meios (no mínimo um).
Mas, como vc mesmo escreveu, a proposta foi considerada obscena.
O resultado é a proposta minimalista de dois navios e esperarmos que nosso serviço de inteligência nos avise com antecipação de uma possível crise e tenhamos a capacidade logística de colocar os dois prontos.
Também pesou a possibilidade dos NPM servirem como navios de comando e controle, operarem helis em quantidade (16).
Mas não será um NAe. E, como vimos no texto, outros navios não os substituem.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#43 Mensagem por Luís Henrique » Dom Nov 18, 2012 11:48 pm

Marino, li recentemente sobre o Mistral e a capacidade do deck é para 16 helicópteros, porém o navio pode operar com até 30 helicópteros.

Também prefiro 4 navios aeródromos no lugar de 2. Mas creio que sairia mais barato e seria mais vantajoso um aumento no número de SNA.
De 6 para 12 ou 15.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#44 Mensagem por FCarvalho » Seg Nov 19, 2012 9:37 am

Luís Henrique escreveu:Marino, li recentemente sobre o Mistral e a capacidade do deck é para 16 helicópteros, porém o navio pode operar com até 30 helicópteros.
Também prefiro 4 navios aeródromos no lugar de 2. Mas creio que sairia mais barato e seria mais vantajoso um aumento no número de SNA.
De 6 para 12 ou 15.
Luís Henrique, os Mistral podem operar até 30 helos dependendo da configuração dos tipos embarcados e utilizando-se como estacionamento o convoo a bordo. E isto para nós é uma capacidade muito importante, caso venhamos a decidir operar mais do que os UH-15 e os futuros UHL sobre o NPM escolhido, tal como um helo de ataque.

Quanto aos subnuc's 8 seriam o número ideal para as duas esquadras que a MB se pretende, com 16 subnac's em adição. Poderíamos com esta frota cobrir todo o AS e adjacências, dispor de uma reserva estratégica, e ainda fazer a escolta de nossas FT's com os Nae's.

Se chegarmos à posse de 4 Nae's, disporemos na prática de 2 efetivamente em operação. E seremos capazes, se preciso e necessário for, de formar até 4 FT's com os Nae' e NMP juntos.

Infelizmente neste quadro, só tenho a lamentar a decisão de não dispormos de navios da classe de uma Horizon/Type 45 para complemento dos futuros escoltas da MB. Ainda acredito que suas capacidades e qualidades são/seriam indispensáveis ao melhor equilíbrio de nossas esquadras.

Mas no Brasil, desgraçadamente, gingante mesmo, só o orçamento para copa, carnaval e a folha(folia) do congresso... [001]

abs.




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Re: Saiba mais sobre DEFESA. Leia a Coluna Mar & Guerra

#45 Mensagem por FCarvalho » Seg Nov 19, 2012 9:46 am

Marino escreveu:Com toda razão, haveria a necessidade de no mínimo um terceiro NAe para que um deles estivesse em manutenção e as duas esquadras dispusessem sempre de seus meios (no mínimo um).
Mas, como vc mesmo escreveu, a proposta foi considerada obscena.
O resultado é a proposta minimalista de dois navios e esperarmos que nosso serviço de inteligência nos avise com antecipação de uma possível crise e tenhamos a capacidade logística de colocar os dois prontos.
Também pesou a possibilidade dos NPM servirem como navios de comando e controle, operarem helis em quantidade (16).
Mas não será um NAe. E, como vimos no texto, outros navios não os substituem.
Pois é caro amigo. Se o nível, e a qualidade, do processo decisório da defesa no Brasil está neste pé hoje, é porque realmente nós já abrimos mão dela há tempos, e a entregamos nas mãos de Deus. Quiçá o Senhor seja misericordioso e benevolente conosco. E tomara este país seja realmente abençoado, como diz o adágio popular, tendo em vista os anos que virão, e o futuro que se nos aguarda.
Porque, do contrário, 4 Nae's vai ser pouco...

abs.




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