Túlio, só para complementar esta sua discussão sobre a capacidade de dissuasão do Brasil veja abaixo os parágrafos finais da primeira parte de um artigo meu que está sendo publicado no blog Brazilianspace:Túlio escreveu:A dita ação INTERNA, ao menos até onde sei, não foi do EB ou de qualquer das outras FFAA. Lembro que o RENAP foi por décadas um programa praticamente CLANDESTINO, sem qualquer apoio governamental, já hoje...
De todo modo, o livro está aí, a tese - que segundo o próprio pesquisador, apenas acrescenta alguns detalhes mais específicos ao conteúdo do livro, está com o EB - idem e, portanto, o CONHECIMENTO está e estará disponível, se e quando for necessário. É como a Caixa de Pandora, depois que abriu, já era...
Mas o que eu quis dizer é: que DISSUASÃO melhor do que um possível inimigo tipo Coalizão apenas DESCONFIAR que TALVEZ tenhamos ou possamos ter rapidamente nukes?
À CN bastou um xabú nuclear para logo todo mundo ficar mansinho com ela, imagines agora alguém capaz de PROVAR que pode fazer uma ou uma porção de ogivas de última geração porque produz e refina urânio em seu próprio território (mas nega À AIEA acesso às partes mais importantes das refinarias) e demonstra conhecimento tecnológico mais do que suficiente...
EDIT - só agora vi a nova planta do nosso futuro SSN com aqueles lança-mísseis à proa. Certamente não são para SLBMs mas deve ser bem dura a vida de um planejador militar ao imaginar que tipo de ameaça pode representar uma belonave dessas que pode perfeitamente estar levando uns mísseis de cruzeiro, cada um com uma W-87 Improved na cabeça...
"A arte da guerra se baseia no engano."
Sun Tzu, O General
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"Ninguém é doido de se meter com quem tem ou pode ser que tenha nuke."
Túlio, O Impiedoso
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Portanto, pode-se dizer apesar do fracasso até agora do Programa Espacial Brasileiro no que tange ao lançamento de satélites, um objetivo inicial importante, que era dar ao país a capacidade de desenvolver e construir mísseis de médio/grande porte, foi atingido já lá atrás na década de 80. E tudo indica que esta capacidade será mantida no futuro, através da construção do foguete VLM-1 para uso em aplicações espaciais leves, sendo este foguete até mais importante que o próprio VLS neste aspecto, por empregar um motor maior e construído de acordo com melhores práticas de engenharia, já que o motor principal do VLS, o S-43, era uma derivação do já antigo S-40 construída de forma semi-artesanal. Com 28 toneladas no lançamento e 3 estágios na versão inicial, o VLM-1 não é muito diferente do míssil intercontinental americano Minuteman, que foi desenvolvido na década de sessenta do último século mas está em plena operação até hoje. E com o próprio experimento Shefex-III, bem como o desenvolvimento pelo IAE do microlaboratório orbital recuperável SARA, nosso país estará também dominando as tecnologias necessárias para a construção de veículos de reentrada. Assim, se tudo correr bem, nos próximos anos o Brasil terá atingido basicamente o mesmo patamar do Japão no que tange a tecnologias de mísseis militares estratégicos, não tendo desenvolvido nenhum modelo específico para esta aplicação, porém demonstrado plena capacitação para fazê-lo em curto espaço de tempo caso isso se mostre algum dia necessário. E esta sem dúvida será uma realização de certa importância geoestratégica para um país que entre outras coisas pleiteia uma vaga permanente no conselho de segurança da ONU, onde todos os demais países já possuem esta capacitação.
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O texto integral está aqui:
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Um grande abraço,
Leandro G. Card