França lança intervenção militar para ajudar Mali contra radicais islâmicos
O Exército da França começou nesta sexta-feira uma operação aérea para ajudar os soldados do Mali a combater radicais islâmicos, levando o ex-poder colonial para uma intervenção militar para expulsar militantes vinculados à rede terrorista Al-Qaeda nove meses depois de eles tomarem o controle do norte do país.
A intervenção francesa aumenta dramaticamente o que está em jogo em um conflito travado em uma região deserta sem lei onde sequestros e brutalidade floresceram. Também acontece enquanto os islâmicos se aproximam cada vez mais da cidade mais ao norte ainda sob controle do governo e depois de eles terem entrado em choque com o Exército do Mali pela primeira vez em meses.
O presidente da França, François Hollande, disse nesta sexta que a operação duraria "o quanto necessário", afirmando ter o objetivo de proteger os 6 mil cidadãos franceses no Mali. Sequestradores atualmente estão em poder de sete reféns franceses no país. "Forças do Exército francês deram apoio nesta tarde a unidades do Mali para combater elementos terroristas", disse.
O chanceler Laurent Fabius disse: "Sobre a questão se houve uma intervenção aérea, a resposta é sim." Ele afirmou que não comentaria sobre tropas em campo, com o argumento de que isso "daria dicas aos terroristas". Segundo ele, a França discutiu a medida no início desta sexta com os EUA.
O anúncio da França foi feito depois de residentes no centro do Mali terem informado que viram militares ocidentais chegando à área e que aviões aterrissaram em um aeroporto durante a noite. O coronel Abdrahmane Baby, um conselheiro de operações militares para o Ministério de Relações Exteriores, também confirmou na capital Bamako que soldados franceses chegaram ao país. Ele não deu detalhes sobre quantos ou sobre sua função específica.
A França liderou os esforços diplomáticos por uma ação internacional no norte do Mali, mas esforços para montar uma força liderada pela África, ou para treinar o fraco Exército do país, não obtiveram avanços.
No fim do ano passado, 15 nações na África Ocidental, incluindo o Mali, concordaram em uma proposta para que uma força militar retomasse o norte e buscaram apoio da ONU. O Conselho de Segurança autorizou a intervenção , mas mas reivindicou que primeiramente haja progresso na reconciliação política, nas eleições e no treinamento de soldados e policiais africanos.
Uma resolução adotada de forma unânime pelo órgão mais poderoso das Nações Unidas argumentou que é necessário existir um plano com duas abordagens, política e militar, para reunificar o país, que está em tumulto desde um golpe de Estado em março , que criou um vácuo de segurança.
Isso permitiu que os tuaregues seculares, que por muito tempo se sentiam marginalizados pelo governo do país, transformassem metade do norte em sua terra natal . Mas, meses depois, os rebeldes foram expulsos por grupos islâmicos alinhados à Al-Qaeda, que agora impuseram a rígida lei da sharia (código islâmico) no norte.
Enquanto o Conselho de Segurança da ONU passou meses negociando qual ação tomar, o Ansar Dine (Defensores da Fé), grupo islâmico por trás de execuções públicas e amputações no norte do Mali, expandiu seu alcance. Os militantes, cujo território inclui Timbuktu , apedrejaram até a morte um casal acusado de adultério , cortaram as mãos de ladrões e recrutaram crianças com idades de 12 anos. Homens fortemente armados também atacaram bares que vendem álcool e proibiram homens e mulheres de socializarem nas ruas.
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