Página 3 de 36
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Qui Jul 07, 2011 5:55 pm
por felipexion
Clermont escreveu:Alcantara escreveu:O EB absorve um monte de jovens todos os anos, justamente a faixa etária com maior dificuldade para entrar no mercado de trabalho.
Por outro lado, a Força Sindical, que eu saiba, sempre foi contrária ao serviço militar e o seu chefe, Paulinho da Força, pediu publicamente pelo fim desta prática. Segundo a opinião deles, muitos jovens de 17 e 18 anos não conseguem encontrar trabalho, pois as empresas não contratam quem estiver em período de serviço militar. Por esta tese da Força, o fim da obrigatoriedade facilitaria a absorção dessas pessoas pelo mercado de trabalho.
Quando a opinião da CUT sobre este tema, eu não sei.
J.Ricardo escreveu:E isso é uma realidade, infelizmente o SMO atrapalha e muito o início profissional e até universitário de muita gente, e infelizmente só da galera menos abastada, eu vejo aqui na minha cidade que quando os "filhinhos de papai" chegam para o alistamente já esta tudo combinado para eles cairem fora, aqui só pobre serve o SMO!
Vou dar a opinião, a partir do que eu presenciei:
Como mudei de cidade, estou com o meu SMO bem embolado e tive que por 2 anos seguidos me apresentar e tive a oportunidade de presenciar algumas situações.
A grande maioria de jovens, já estavam trabalhando e estavam comentando que poderiam perder o emprego (informal) porque não daria para consiliar o serviço e o SMO. Imaginem ir 4 da matina todos os dias para o TG, pegar plantão noturno, ficar fds e ter que trabalhar 10, 12 hrs por dia carregando peso e alguns cuidar de mulher e filho. Alguns chegaram a comentar com o sargento da unidade esse ponto e ele foi bem direto falando ue não tinha nada a ver com isso, era obrigação dele servir e ponto final.
Eu mesmo, não fui dispensado, mesmo estando na faculdade (5°semestre), e sei que iria atrapalhar e muito os estudos. Muitas das minhas práticas não são na cidade e como as práticas são pela manhã, o carro da faculdade sai de madrugada. E como ficaria nessa situação? Falei a mesma coisa para o sargento da unidade e ele falou a mesma merda de cima: não tinha nada a ver com isso, era obrigação servir e ponto final. Imagine ter por volta de 32-34hrs de aula por semana +20hrs de atividade extracurricular. É muito cansativo.
Pra mim, isso só atrapalha o jovem na faculdade e no trabalho. E aliás, qual seria o(s) objetivo(s) do SMO? Porque servir em um TG seria tão importante a ponto de ser comparado com uma carreira de estudos(faculdade) e trabalho remunerado?
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Sex Jul 08, 2011 9:28 am
por J.Ricardo
Na boa, país que quer ter cadeira no CS tem que ter forças profissionais, se não quer gastar então que desista do CS.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Sex Jul 08, 2011 10:36 am
por felipexion
J.Ricardo escreveu:Na boa, país que quer ter cadeira no CS tem que ter forças profissionais, se não quer gastar então que desista do CS.
O único CS que o Brasil vai entrar nos príxmos 20 anos é o Counter Strike.
Não investe, não forma, não capacita, não dá oportunidade.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Dom Ago 21, 2011 11:42 am
por Valentim
De ante mão concordo com tudo que foi postado aqui sobre o tema, a única novidade que vejo no texto publicado pelo setor responsável do EB, é finalmente alguem admitir que da forma como está, está tudo errado!
Acredito também que tornar o EB a força terrestre que o Brasil do futuro precisa, não está simplesmente nas mãos dos militares atuais, há a necessidade de transformações drásticas na forma de pensar dos militares, governo e do povo brasileiro como um todo. Nós pensamos muito pequeno, e somos na realidade o que pensamos.
Sou militar a 23 anos e neste tempo, tenho visto como a mentalidade do "profissional" militar tem mudado. Muito vão dizer que o nivel intelectual dos graduados aumentou muito e em contra partida, o dos oficiais ficou estagnado. No caso dos Cb e Sds (nossos Jovens) os valores e a educação apenas piorou neste tempo. De qualquer forma uma coisa que é comum a Oficiais, Graduados e Praças: é que o comprometimento profissional, praticamente não mais existe e com isso as bases da instituição são fragéis e sem motivação alguma.
Neste contexto, antes de transformar o exército disso naquilo, deveríamos transformar, antes de mais nada a, cultura cívico-Brasileira (que só tremula a bandeira a cada 4 anos), pois só a partir daí poderíamos fazer uma seleção criteriosa de nossos futuros recursos humanos.
Quanto a organização do exército ser "transformada" não dará certo, temos que abandonar o formato atual tradicional e no lugar, iniciar uma nova estrutura, mental e profissional, onde não exista espaço para militares amadores, lobystas, vagabundos, espertalhões, como vemos em nossos quartéis, em toda a escala hieráquica.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Seg Ago 22, 2011 2:26 pm
por rodrigo
O que é FT2000?
Desculpe o atraso. Era um planejamento semelhante, sem a experiência do Haiti, Pacificações internas, guerra eletrônica e etc. Era do início da década de 90.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Seg Ago 22, 2011 2:38 pm
por FCarvalho
Valentim escreveu:De qualquer forma uma coisa que é comum a Oficiais, Graduados e Praças: é que o comprometimento profissional, praticamente não mais existe e com isso as bases da instituição são fragéis e sem motivação alguma.
Fico pensando, e muito já se discutiu aqui inclusive, se esta visão "utilitarista" da profissão militar que hoje parece graçar no meio castrense, poderia nos levar a perdas inaceitáveis em termos de um conflito bélico real envolvendo o nosso país. Porque nada nos garante, que se houver um conflito de verdade - fato para o qual não só nossas ffaa'a não estão preparadas material e psicologicamente - assistirmos pasmos pela TV, uma debandada geral nas fileiras do EB, em pleno envolvimento de guerra. Até porque, também, formado que é em sua maioria por conscritos que estão apenas "passando um tempo" ou "aprendendo um profissão" nestas grandes escolas de civismo e bolsa esmola educação, que se tornaram os quartéis e o SMO, o comprometimento e o patriotismo destes conscritos parecem ter sido relegados efetivamente para os museus da história militar brasileira.
Mas há quem ainda acredite no papel de formador de cidadãos que as ffaa's desempenham. Eu, mero professor, já há muito ressabiado, com os descalabros da profissão e das vagâncias de termos e usos da linguagem politiqueira com o trato do assunto, me reservo o direito de aconchegar-me em minha cadeira e observar da janela do quarto o trotar das coisas cotidianas de um certo país de um futuro que nunca chega...
acredite quem quiser.
abs.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Qua Ago 24, 2011 4:36 pm
por Léo Brito
felipexion escreveu:Vou dar a opinião, a partir do que eu presenciei:
Como mudei de cidade, estou com o meu SMO bem embolado e tive que por 2 anos seguidos me apresentar e tive a oportunidade de presenciar algumas situações.
A grande maioria de jovens, já estavam trabalhando e estavam comentando que poderiam perder o emprego (informal) porque não daria para consiliar o serviço e o SMO. Imaginem ir 4 da matina todos os dias para o TG, pegar plantão noturno, ficar fds e ter que trabalhar 10, 12 hrs por dia carregando peso e alguns cuidar de mulher e filho. Alguns chegaram a comentar com o sargento da unidade esse ponto e ele foi bem direto falando ue não tinha nada a ver com isso, era obrigação dele servir e ponto final.
Eu mesmo, não fui dispensado, mesmo estando na faculdade (5°semestre), e sei que iria atrapalhar e muito os estudos. Muitas das minhas práticas não são na cidade e como as práticas são pela manhã, o carro da faculdade sai de madrugada. E como ficaria nessa situação? Falei a mesma coisa para o sargento da unidade e ele falou a mesma merda de cima: não tinha nada a ver com isso, era obrigação servir e ponto final. Imagine ter por volta de 32-34hrs de aula por semana +20hrs de atividade extracurricular. É muito cansativo.
Pra mim, isso só atrapalha o jovem na faculdade e no trabalho. E aliás, qual seria o(s) objetivo(s) do SMO? Porque servir em um TG seria tão importante a ponto de ser comparado com uma carreira de estudos(faculdade) e trabalho remunerado?
Na minha época de SMO ocorreu algo parecido. Eu queria servir porque pensava em prestar concurso pra ESsa, já uns 3 na minha frente(fila) não poderia por trabalharem/estudarem.
Eu fui dispensado e eles "incorporados"... A dispensa ocorreu logo, nem cheguei a fazer exames nem nada. Menos da metade dos convocados queriam prestar o SMO, achei estranho, pois nem me perguntaram nada, o cara só carimbou o papel e avisou pra eu ir no correio pagar a multa.
Depois disso acabei perdendo o interesse pela carreira militar, já tava cansado de ser excedente na EPCAR/ESPCEX.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Qui Fev 02, 2012 2:27 pm
por lubra
Revista do Clube Militar publica entrevista com o Chefe do DGP
http://www.clubemilitar.com.br/rev/443/6.pdf
Revista – O serviço militar obrigatório persistirá? Será alterado o tempo de duração do mesmo, para que o ciclo operacional das unidades efetivamente ocorra? Quais são as inovações na área do Serviço Militar?
Gen Lúcio – Alinhado com a END, o Serviço Militar Obrigatório, vetor de civismo e de identificação do Exército com a Nação, será mantido e reforçado por ser o que melhor atende às necessidades e peculiaridades do País. A ampliação do Serviço Militar Obrigatório ocorrerá por intermédio da criação de mais CPOR, NPOR, Tiros de Guerra e Escolas de Instrução Militar. O Processo de Transformação do Exército propõe mudanças no ano de instrução com a finalidade de atingir os objetivos requeridos pelas novas realidades, ocorrendo, dessa forma, modificações no Serviço Militar Inicial, possibilitando alteração na duração dos ciclos de preparo e emprego. Os grupamentos de emprego serão escalonados em diferentes fases do ciclo de preparo, permitindo que, a qualquer momento, se tenha um poder de combate permanente. Entretanto, o tempo de duração do Serviço Militar obrigatório continuará sendo de doze meses. Acrescento, ainda, que na área do Serviço Militar, o DGP, por intermédio da Diretoria do Serviço Militar, está executando novos projetos com a finalidade de facilitar o dia-a-dia dos cidadãos. Dentre eles, destaco o uso da internet para a realização do pré-alistamento e para a apresentação anual dos reservistas após a conclusão do Serviço Militar, não necessitando dessa forma a sua presença nas OM nas quatro primeiras apresentações. Outra importante novidade é o acesso das repartições consulares no exterior ao SERMIL (Sistema Eletrônico de Recrutamento Militar), que permite a rápida emissão de certificados e a 2ª via de documentos dos cidadãos brasileiros residentes no exterior. Alguns processos que, antes, demoravam pelo menos três meses, hoje, são realizados no ato da solicitação.
Revista – A proporção de cabos e soldados engajados permanecerá a mesma ou sofrerá alteração? Haverá uma maior profissionalização, considerando a complexidade de formação e o adestramento de OM altamente técnicas para lidar com equipamentos dotados de tecnologia de ponta?
Gen Lúcio – Conforme consta da END, no Exército, respeitada a necessidade de especialistas, a maioria do efetivo de soldados deverá continuar a ser de recrutas do Serviço Militar Obrigatório, devendo estes serem selecionados pela combinação do vigor físico com capacidade analítica, a fim de atender as novas demandas indispensáveis ao funcionamento do nosso Sistema Operacional. Adicionalmente, novas ações deverão ser implementadas para proporcionar permanente atualização e domínio de novas tecnologias voltadas para os modernos equipamentos.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Qui Fev 02, 2012 11:22 pm
por knigh7
É lamentável que o Exército ainda persista em ter o seu contingente de soldados formados, basicamente, por recrutas do SMO. As OM, assim, permanecem mais como unidades de instrução ao invés de adestramento, jogando quase todo o "produto" fora quando chega o fim do primeiro ano.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Sáb Fev 04, 2012 9:02 am
por gil eanes
Essas coisas são bonitas no papel mas na prática há um hiato muito grande. Ontem ao conhecer a Vila Militar no RJ minha decepção foi imensa: Quartéis caindo aos pedaços literalmente. O EB tem realmente que se transformar.
Um aspecto que deve ser revisto é o da própria estrutura organizacional. Rever a necessidade de existência de muitas OM que não produzem nada.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Dom Fev 05, 2012 9:41 pm
por knigh7
O triste é que não muda o que deveria mudar.
O EB não tem como manter bem armada e treinada a tropa que tem, e mesmo assim, aumenta o efetivo.
Quando transfere uma unidade, dá um jeito de criar uma outra no lugar.
Há 2 anos atrás o EME lançou um documento extremamente lúcido, no qual externava o desejo em separar o Serviço Militar Obrigatório da área operacional. Pela entrevista acima, não vai mais ocorrer.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Dom Fev 05, 2012 10:00 pm
por Túlio
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Dom Fev 05, 2012 10:47 pm
por gil eanes
Um assunto que deve ser revisto urgentemente, antes do SMO, é a simplificação das estruturas organizacionais dos comandos militares de área. Agora mesmo estamos vendo a 6ªRM envolvida com emprego da tropa, quando esta deveria ser uma atribuição do CMNE, mesmo tendo três batalhões de infantaria diretamente subordinados.
É muito chapéu pra se fazer continência.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Seg Fev 06, 2012 7:58 am
por RobsonBCruz
No caso da 6º RM (e também da 10º RM), ela deverá se tornar uma BdaInfLv conjugada com a própria RM.
Re: PROFORÇA - O Processo de Transformação do Exército
Enviado: Sáb Fev 11, 2012 12:11 am
por Guerra
knigh7 escreveu:
O EB não tem como manter bem armada e treinada a tropa que tem, e mesmo assim, aumenta o efetivo.
Faz tempo que o EB não aumenta efetivo. Alias, esse é um problema grave na força. Por não ter como aumentar efeitov, os cmt fazem remanejo no QCP. Por exemplo, se por um motivo a unidade precisa de mais um oficial de intendencia, a solução é tirar um combatenete e colocar um intendente. O mesmo para um médico, dentista etc.
Para um cmt propor (eu disse propor) aumentar o efetivo ele tem queestar no segundo ano de comando, fazer um estudo doutrinário muito bem fundamentado. Porque quando se aumenta efetivo de uma unidade, aumentade todas as unidades do EB, porque o QCP é igual (todos os btl de inf bld tem o mesmo efetivo, por exemplo).
Quando transfere uma unidade, dá um jeito de criar uma outra no lugar.
O problema não esta na força terrestre (nas unidades operacionais). Esta no EB como um todo. Tem gente ociosa demais, que esta fora da atividade fim. E para piorar, os grandes comandos (as regiões) montam sistemas administrativos "personalizados" e retiram militares dos efetivos das OM operacionais (de forma ilegal) para manter essa burocracia particular.