sapao escreveu:FCarvalho escreveu:Bolovo, mudar mentalidades é tão ou mais dificil do que mudar doutrinas.
Talvez quando essa geração chega lá tambem tenha a metalidade de hoje, quem sabe?
De certo que não. Posto que não é possível se manter o uso de uma doutrina hoje na prática cinqüentona, quando ela tiver que lidar com uma realidade totalmente diferente, já aos oitenta.
Mudanças não são e nunca forma fáceis. Estas doutrinas baseadas no desenvolvimento e integração nacional tiveram, e na verdade ainda tem o seu tempo. Mas como tudo na vida passa, estas também passarão.
Não creio ser possivel a FAB olhar para o Brasil de 2031 e laborar suas estratégias como quem vê o Brasil do anos 50/60 do século XX, como se fossem o mesmo país.
Não estou dizendo aqui que FAB deva investir a mais ou a menos em qualquer setor de sua composição, mas antes, de acordo com as END's da vida que vierem, deve priorizar o equilíbrio necessário ao desenvolvimento de seu papel constitucional precípuo.
E qual é/será o papel principal da FAB? Aquele que as análises geoestratégicas que o Estado brasileiro lhe oportunar e/ou definir.
Ontem, era a de ser a integradora do desenvolvimento do pais. Ser as "Asas da Amazônia." Neste sentido, a aviação de transporte cresceu e se multiplicou priorizada pelas necessidades do próprio contexto econômico e politico do país. Assim, a caça foi e ainda é pensada dentro do contexto de "defesa aérea". Como a alcunha é/era defensiva, então pouco ou quase nada se fez no sentido de contemplar a organização da força com os elementos necessários a composição de uma estrutura de caças diferente daquela que foi contruida ao tempo da GM II. Simplemsnte porque não era prioridade ou tão importante quanto o desenvolvimento da capacidade de transporte necessária à politica de desenvolvimento e integração do país.
Quando nos anos 50/60 o mundo começou a pensar o conceito de superioridade aérea, derivado das experiências da GM II, ainda pensávamos nós aqui em defesa aérea, como fruto dos anos pré-guerra. Ao final dos anos 80, passando pela década de 90, quando os americanos começaram a pensar o conceito de supremacia aérea, fruto das aprendizagens do Vietnã, Iraque I e II e Guerras Balcânicas, nós aqui ainda analisamos e postulamos o conceito de superioridade aérea. Vê-se e nota-se as diferenças quanto as prioridades de organização e capacitação das forças aéreas, quanto à caça.
Mesmo hoje em pleno século XXI, a caça brasileira se recente de seu papel pouco expressivo ou não relevante na composição dos planejamentos estratégicos fabianos. Porque sempre houveram outras prioridades. Nota-se claramente estas distinções na organização da força. E pautado nesta situação, notamos também o quanto o Brasil se recente de ter claramente definido um papel para as suas FFAA's neste principio de século. E em função disso, que competências e capacidades lhes propor.
Se queremos ter uma força aérea, temos que saber definir em termos claros e objetivos o que nós esperamos que nossa força aérea seja capaz de fazer. Se sua missão é defender o país, de que forma estamos lhe oferecendo os subsídios politicos, estretégicos, humanos, técnicos e materiais a fim de que a mesma possa exercer esta missão com a maior proeficiência possível?
Pois não é possivel pensarmos em uma defesa aérea, sem avançar para a exploração do conceito de superioridade aérea e por consequinte o de supremacia aérea. Se ficamos só naquela primeira, ainda estamos pautando nossas concepções de guerra aérea em um paisagem que já não existe mais, e pior, estamos referenciando nossa capcacidade de defesa no princípio mais que equivocado de que já que não temos inimigos, então não precisamos nos preocupar em ter forças capazes de realizar aqueles dois últimos conceitos.
Este ponto é tipico da leniência e da mediocridade do pensamento e da cultura nacional. Esperamos pra ver o que vai acontecer ou pagamos para ver. A mesma leniência e idiossicrassia que nos levaram a GM II.
Será que não conseguimos mesmo aprender com as lições da história? Parece que não. Até hoje a FAB continua só pensando na sua capacidade de se defender.
Mas se a FAB defende a ela mesma... então quem é que defende o Brasil?
abs.