Relações entre Portugal e Brasil no período colônia

[tflash]

Não voltou porque os espanhóis foram derrotados e tiveram que aceitar as fronteiras estabelecidas. O que levou à revolta de Portugal foi a tentativa de o diluir e juntar a Espanha. O Primeiro Filipe (segundo de Espanha) ainda pensou em mudar a capital para Lisboa e com isso os portugueses não se chateavam muito.

[Pepê Rezende]

Estás a dizer que o governo Português juntamente com o governo Norte-Americano contratou mercenários sul-africanos para treinar a UNITA e depois apoiou o governo na formação das suas próprias forças armadas?! Desculpa, mas com que propósito? Com que dinheiro? Nada disto faz sentido.

Há duas fases claras. Na primeira, EUA e Portugal apoiam Savimbi, aparentemente mais palatável ao Ocidente que os comunas do MPLA. O ponto de virada para os norte-americanos é a descoberta de petróleo em Cabinda. Descobre-se que o MPLA não é tão comuna quanto parece. Aí, Clinton impõe o embargo sobre os diamantes que a Unita exportava, via Lisboa, para os grandes centros de lapidação em Antuérpia. Milagrosamente, os mercenários ex-Executive Outcomes alinham-se com Luanda. Foi o início do fim para os grandes patriotas que representavam a ponta de lança do Ocidente no país.

Já agora recomendo-te que leias este livro:

http://www.operacional.pt/guerra-e-guerra/

O Major Miguel Costa Barreto (que é oficial da GNR e não do Exército) conta como foi espancado quase até à morte por um oficial da UNITA e até teve data marcada para ser fuzilado. Conta como apesar de tentar evitar derramamento de sangue havia uns quantos cowboys na UNITA que queriam guerra a qualquer custo. mas se diz que o governo Português apoiou a UNIta...é perfeitamente normal que estas coisas aconteçam entre aliados, não é?!

A Unita nunca primou pela lógica e há provas concretas de que Savimbi não batia bem da cabeça. Como falei, as provas são circunstanciais mas robustas. Quanto ao fato de a Unita ser ou não um bando de maltrapilhos, há duas fases. Depois de romper com o Protocolo de Lusaka, era uma força formidável, treinada por soldados profissionais sul-africanos. Tudo muda com a decisão de Clinton. Aos poucos ela se transforma num grupo depauperado e esfarrapado.

Na assinatura do tratado de paz o contraste entre os oficiais do governo e a liderança da Unita era chocante. Houve um almoço dançante na Assembleia Legislativa de Angola logo após a cerimônia. De um lado, gente forte. De outro, Lukamba Gato e seus comandantes, subnutridos, com camisetas de lojas de departamento e de refrigente sob a farda.

Ou seja, houve dois momentos... Durante a resistência, um dos combatentes do MPLA, todos os dias, voltava para casa no final dos combates e mamava no seio da mulher. Era o único alimento que tinha. O repórter José Rezende entrevistou-o para o Correio Braziliense. O suplemento ganhou um Esso. Não consegui localizá-lo quando visitei o país, mas não duvido que fosse um dos estavam dançando, fortes e felizes, diante dos olhos marejados de Lukamba Gato.

Abraços

Pepê

[Pepê Rezende]

Mas até as campanhas em Portugal eram dirigidas por brasileiros. Nessa altura o Brasil estava a anos-luz de Portugal em Marketing. O que eu falo é da economia em si. O colega cita investimentos isolados que são importantes mas eu falo de outra coisa.

Por exemplo, a classe média-alta e alta angolana apanha o avião para Portugal para fazer compras, ir ao médico, etc. Portugal está a fornecer quase em exclusivo aqueles pequenos serviços que são necessários para o dia-a-dia da economia Angolana. Não há uma diferença muito grande entre as prateleiras de um supermercado angolano e um português. Vamos para o material de escritório e é a mesma coisa. Portugal tem uma fatia de leão nessa área além dos investimentos grandes como no turismo construção etc.

A classe média-média e parte da classe alta também compra artigos de luxo e usa serviços hospitalares no Rio e em São Paulo. Costumam usar um 747 Combi em virtude do volume das bagagens. É extremamente grande a proporção de técnicos e professores nossos nos projetos e universidades angolanas. Não diria que o virtual monopólio da extração de ouro e de diamantes seja uma parcela pequena nos negócios do país.

Abraços

Pepê

[Pepê Rezende]

Sinceramente, nunca pensei que esse tópico bombaria do jeito que está bombando.

Abraços

Pepê

[tflash]

E ainda estamos a falar de Angola.

[Paisano]

Não voltou porque os espanhóis foram derrotados e tiveram que aceitar as fronteiras estabelecidas.

Mas essa derrota não afetou as demais fronteiras da chamada "América Espanhola", como também, as colônias espanholas na Ásia, haja vista as Filipinas que ficaram sob domínio espanhol até 1898.

[Pepê Rezende]

Não voltou porque os espanhóis foram derrotados e tiveram que aceitar as fronteiras estabelecidas.

Mas essa derrota não afetou as demais fronteiras da chamada "América Espanhola", como também, as colônias espanholas na Ásia, haja vista as Filipinas que ficaram sob domínio espanhol até 1898.

Só que nesses 60 anos, havíamos desbravado e ocupado meio continente...

Pepê

[Paisano]

Não voltou porque os espanhóis foram derrotados e tiveram que aceitar as fronteiras estabelecidas.

Mas essa derrota não afetou as demais fronteiras da chamada "América Espanhola", como também, as colônias espanholas na Ásia, haja vista as Filipinas que ficaram sob domínio espanhol até 1898.

Só que nesses 60 anos, havíamos desbravado e ocupado meio continente...

Pepê

Pepê, meu questionamento não é DURANTE a chamada União Ibérica, mas sim DEPOIS do fim da mesma.

[tflash]

Concluo que não estamos em oposição. O colega está a analisar a participação brasileira e eu a portuguesa. Em muitos casos o Brasil está a entrar em parceria com empresas portuguesas.

A Odebrecht entrou em Angola através da empresa que comprou em Portugal, a Bento e Pedroso. Mas não vale a pena estarmos aqui a competir sobre que investe mais ou faz ou fez melhor. Interessa sim que os investimentos tenham bom retorno.

Só que nesses 60 anos, havíamos desbravado e ocupado meio continente...

Nada indica que se Portugal tivesse continuado totalmente independente, isso não tivesse acontecido. O Brasil continuou a ser uma colónia portuguesa assim como os portugueses não tiveram muito a ver com as colónias espanholas. Isso era necessário para que Portugal não se revoltasse ao perder a sua independência de facto. quando tentaram fazer isso deu no que deu.

[Túlio]

Só que nesses 60 anos, havíamos desbravado e ocupado meio continente...

Pepê

Nas buenas, quem é esse 'nós' aí, além do Santista aquele do 'Utis Possidetis'? Se o Brasil pertencia a Portugal quem nascia aqui era o quê?

Vou explicar: sou Gaúcho porque nasci no Rio Grande do Sul e cultivo suas tradições mas o RS pertence ao Brasil, então qual minha nacionalidade? Aliás, vários rincões Brasileiros foram colonizados só ou quase só por Gaúchos, os que nascem lá são Gaúchos ou Brasileiros?

Qualews, Pepê véio...

[Boss]

Só tenho a criticar os portugueses no fato de não terem nos dado uma saída ao Pacífico

[Andre Correa]

Só tenho a criticar os portugueses no fato de não terem nos dado uma saída ao Pacífico

Curiosamente tbm penso o mesmo...

[Túlio]

Critiques a NÓS MESMOS: no século XIX o Equador nos ofereceu um pedação de seu território em troca de uma grana (era moda na época, a Rússia vendeu o Alasca aos EUA, por exemplo) e rejeitamos. Ia até o Pacífico. Em 1941 o Peru tomou deles.

[Boss]

Não sabia dessa

[Sterrius]

Comprar um terreno é muito mais do que apenas pagar. Até pq o Brasil tinha uma posição muito delicada no amazonas. So lembrar que ainda hoje reclamamos da falta de população e defesas no local.

Comprar um territorio em disputa como o Equador tentou seria arranjar confusão com o Peru que tinha uma posição bem mais vantajosa devido as distancias de seus centros populacionais para a zona de conflito. (ja que nao falamos de um litoral mas do coração do continente onde barcos teriam uso limitado).

E so lembrar tb que o Acre foi adquirido +- nessa epoca. E não foi barato, logo incluiria outra divida ao Estado.