Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Ter Dez 13, 2011 8:27 pm
Então, eu estava pensando justamente isso, será que o SARA pode ser aplicado para esse fim?henriquejr escreveu:Parece uma ogiva mesmo!!!
Então, eu estava pensando justamente isso, será que o SARA pode ser aplicado para esse fim?henriquejr escreveu:Parece uma ogiva mesmo!!!
prp escreveu:Durante a Guerra das Malvinas e o furacão Katrina ficamos praticamente sem imagens de satélite.
E o pulha do FHC gastava 10 milhões por ano no Programa Espacial Brasileiro.
Esse sujeito deveria ir pro inferno.
Leandro G. CardBrasil pode perder chance de usar o maior telescópio do mundo
País se comprometeu a aderir a observatório, mas acordo nem foi enviado à votação no Congresso
Herton Escobar/AE
ANTOFAGASTA, CHILE - O Brasil corre sério risco de perder sua vaga no projeto de construção do maior telescópio do mundo caso não ratifique seu contrato de adesão ao Observatório Europeu do Sul (ESO) ainda neste primeiro semestre, alerta o diretor geral da organização, o holandês Tim de Zeeuw. O acordo foi assinado no fim de 2010 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o compromisso de que seria aprovado até o fim de 2011, mas até agora não foi enviado para votação no Congresso -- que precisa ratificar o contrato para que ele se torne válido, por tratar-se de um acordo entre os governos do Brasil e dos 14 países europeus que já fazem parte do ESO.
"O contrato diz que, após um ano, ambos os lados podem pedir uma renegociação", afirmou Zeeuw, em um almoço com jornalistas brasileiros em Santiago, no Chile, país onde estão localizados os telescópios do ESO. E deixou claro que, se não houver uma sinalização forte de avanço nos próximos meses, os países europeus pedirão essa renegociação. Detalhe: sem garantia de que os descontos concedidos ao Brasil na primeira vez serão mantidos. Pelo contrato atual, o País tem um desconto de 30% no custo total de participação pelos primeiros dez anos. Em vez de E$ 370 milhões, poderá pagar E$ 260 milhões, segundo o ESO, além de outros benefícios.
"Os países membros concordaram com esses termos porque viram a participação do Brasil como uma vantagem estratégica, mas não posso garantir que isso será mantido se tivermos de renegociar o contrato", alertou Zeeuw. Na pior das hipóteses, disse ele, o convite feito ao Brasil para se juntar ao ESO poderá ser revogado. "Não estou fazendo uma ameaça, estou apenas afirmando um fato", disse. "Houve uma decisão unânime por parte dos membros de assinar o acordo com o Brasil, e esperamos que o País honre seus compromissos."
Zeeuw foi simpático, educado e diplomático durante toda a entrevista. Mas ficou óbvio que a paciência e a boa vontade dos europeus está no limite. "É um bom contrato, então não entendo porque deveríamos renegociá-lo", disse. "Se não houver progressos significativos até a metade do ano, todo mundo ficará muito descontente."
O contrato foi assinado no final da gestão do presidente Lula e do ministro Sérgio Rezende. Desde então, Zeeuw diz que não recebeu nenhum comunicado do novo ministro, Aloizio Mercadante, e que tentou marcar reuniões com ele, mas não foi atendido. O silêncio do governo foi total.
Assim, é natural que os europeus estejam se perguntando se poderão, de fato, contar com o Brasil em seus próximos projetos. O mais audacioso deles, é a construção do Telescópio Extremamente Grande Europeu (E-ELT, em inglês), projetado para ser o maior instrumento de pesquisa astronômica do planeta, com um espelho coletor de quase 40 metros de diâmetro -- cinco vezes maior do que os maiores telescópios atuais. O custo estimado do projeto é de E$ 1 bilhão, previsto para entrar em operação no prazo de dez anos.
O projeto do telescópio já está pronto, o local de construção já foi escolhido (também nos Andes chilenos), e o dinheiro já está praticamente garantido por parte dos europeus. Se o Brasil não ratificar sua adesão ao ESO, porém, não só ficará fora do E-ELT como colocará em risco o andamento do projeto para o outros participantes. "Não podemos começar a construir o E-ELT sem o Brasil", disse Zeeuw. "Quase todo mundo já está pronto. Mas precisamos saber exatamente o que vai acontecer daqui para frente. Neste momento, o Brasil é essencial."
Apesar dos custos envolvidos, a maior parte dos astrônomos brasileiros apoia a entrada do Brasil no ESO, o que garantiria ao País direitos iguais de uso da infraestrutura de pesquisa do observatório -- considerado o melhor do mundo em várias áreas da astronomia. Sem falar no E-ELT. Desde o início de 2011 o Brasil já é tratado como membro do consórcio, apesar de o contrato não ter sido ainda sancionado pelo Congresso. Os astrônomos brasileiros já fazem uso das instalações. A bandeira do Brasil figura no site do observatório (http://www.eso.org) e o país é citado como membro em todos os materiais de divulgação do grupo. Falta o Brasil assinar o que prometeu e começar a pagar sua parte do acordo.
Para o astrônomo Claudio Melo, que trabalha para o ESO há dez anos, o Brasil não pode abrir mão dessa oportunidade. "É um bonde que só vai passar uma vez. Se não pegarmos agora, não pegamos nunca mais", diz. Um país não pode simplesmente pagar para entrar para o ESO. A participação é permitida apenas via convite formal, e o Brasil seria o primeiro país não europeu a fazer parte do consórcio.
……
O repórter viajou ao Chile a convite do ESO.
LeandroGCard escreveu:A notícia abaixo serve para mostrar como de fato funcionam os programas voltados à pesquisa do espaço no Brasil, e porque não se deve comemorar os anúncios de que se vai fazer alguma coisa (nem sozinhos nem em parcerias), mas apenas os resultados que forem de fato apresentados.
Esta não é a primeira nem a segunda vez que nosso país passa vergonha em um acordo de parceria internacional, a regra tem sido que mesmo após anunciada com toda pompa e circunstância a participação brasileira só saia, se sair, após o/s parceiro/s serem obrigados a fazer pressão sobre nossas autoridades. É por isso este tipo de cisa que tais anúncios me causam sempre muito mais apreensão do que contentamento.
Leandro G. CardBrasil pode perder chance de usar o maior telescópio do mundo
País se comprometeu a aderir a observatório, mas acordo nem foi enviado à votação no Congresso
Herton Escobar/AE
ANTOFAGASTA, CHILE - O Brasil corre sério risco de perder sua vaga no projeto de construção do maior telescópio do mundo caso não ratifique seu contrato de adesão ao Observatório Europeu do Sul (ESO) ainda neste primeiro semestre, alerta o diretor geral da organização, o holandês Tim de Zeeuw. O acordo foi assinado no fim de 2010 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o compromisso de que seria aprovado até o fim de 2011, mas até agora não foi enviado para votação no Congresso -- que precisa ratificar o contrato para que ele se torne válido, por tratar-se de um acordo entre os governos do Brasil e dos 14 países europeus que já fazem parte do ESO.
"O contrato diz que, após um ano, ambos os lados podem pedir uma renegociação", afirmou Zeeuw, em um almoço com jornalistas brasileiros em Santiago, no Chile, país onde estão localizados os telescópios do ESO. E deixou claro que, se não houver uma sinalização forte de avanço nos próximos meses, os países europeus pedirão essa renegociação. Detalhe: sem garantia de que os descontos concedidos ao Brasil na primeira vez serão mantidos. Pelo contrato atual, o País tem um desconto de 30% no custo total de participação pelos primeiros dez anos. Em vez de E$ 370 milhões, poderá pagar E$ 260 milhões, segundo o ESO, além de outros benefícios.
"Os países membros concordaram com esses termos porque viram a participação do Brasil como uma vantagem estratégica, mas não posso garantir que isso será mantido se tivermos de renegociar o contrato", alertou Zeeuw. Na pior das hipóteses, disse ele, o convite feito ao Brasil para se juntar ao ESO poderá ser revogado. "Não estou fazendo uma ameaça, estou apenas afirmando um fato", disse. "Houve uma decisão unânime por parte dos membros de assinar o acordo com o Brasil, e esperamos que o País honre seus compromissos."
Zeeuw foi simpático, educado e diplomático durante toda a entrevista. Mas ficou óbvio que a paciência e a boa vontade dos europeus está no limite. "É um bom contrato, então não entendo porque deveríamos renegociá-lo", disse. "Se não houver progressos significativos até a metade do ano, todo mundo ficará muito descontente."
O contrato foi assinado no final da gestão do presidente Lula e do ministro Sérgio Rezende. Desde então, Zeeuw diz que não recebeu nenhum comunicado do novo ministro, Aloizio Mercadante, e que tentou marcar reuniões com ele, mas não foi atendido. O silêncio do governo foi total.
Assim, é natural que os europeus estejam se perguntando se poderão, de fato, contar com o Brasil em seus próximos projetos. O mais audacioso deles, é a construção do Telescópio Extremamente Grande Europeu (E-ELT, em inglês), projetado para ser o maior instrumento de pesquisa astronômica do planeta, com um espelho coletor de quase 40 metros de diâmetro -- cinco vezes maior do que os maiores telescópios atuais. O custo estimado do projeto é de E$ 1 bilhão, previsto para entrar em operação no prazo de dez anos.
O projeto do telescópio já está pronto, o local de construção já foi escolhido (também nos Andes chilenos), e o dinheiro já está praticamente garantido por parte dos europeus. Se o Brasil não ratificar sua adesão ao ESO, porém, não só ficará fora do E-ELT como colocará em risco o andamento do projeto para o outros participantes. "Não podemos começar a construir o E-ELT sem o Brasil", disse Zeeuw. "Quase todo mundo já está pronto. Mas precisamos saber exatamente o que vai acontecer daqui para frente. Neste momento, o Brasil é essencial."
Apesar dos custos envolvidos, a maior parte dos astrônomos brasileiros apoia a entrada do Brasil no ESO, o que garantiria ao País direitos iguais de uso da infraestrutura de pesquisa do observatório -- considerado o melhor do mundo em várias áreas da astronomia. Sem falar no E-ELT. Desde o início de 2011 o Brasil já é tratado como membro do consórcio, apesar de o contrato não ter sido ainda sancionado pelo Congresso. Os astrônomos brasileiros já fazem uso das instalações. A bandeira do Brasil figura no site do observatório (http://www.eso.org) e o país é citado como membro em todos os materiais de divulgação do grupo. Falta o Brasil assinar o que prometeu e começar a pagar sua parte do acordo.
Para o astrônomo Claudio Melo, que trabalha para o ESO há dez anos, o Brasil não pode abrir mão dessa oportunidade. "É um bonde que só vai passar uma vez. Se não pegarmos agora, não pegamos nunca mais", diz. Um país não pode simplesmente pagar para entrar para o ESO. A participação é permitida apenas via convite formal, e o Brasil seria o primeiro país não europeu a fazer parte do consórcio.
……
O repórter viajou ao Chile a convite do ESO.
mauri escreveu:Leandro,
No entanto o que está em jogo neste caso é o custo benefício para o Brasil, não é nenhum vexame, os governos mudam, os agentes mudam e as diretrizes também podem mudar.
O Brasil já participa de dois projetos similares, o Gemini e o SOAR, logo temos que priorizar os mais vantajosos, outra coisa, você se lembra do dito vexame da estação espacial internacional? Será mesmo que perdemos tanto com a saída? Até o nosso astronauta tivemos que pagar para ele subir.
Olha, eu acho que neste caso, não passa de chororó dos europeus sem dinheiro pra investir por conta da crise, querem o Brasil no negócio a qualquer preço.
LeandroGCard escreveu:A notícia abaixo serve para mostrar como de fato funcionam os programas voltados à pesquisa do espaço no Brasil, e porque não se deve comemorar os anúncios de que se vai fazer alguma coisa (nem sozinhos nem em parcerias), mas apenas os resultados que forem de fato apresentados.
Esta não é a primeira nem a segunda vez que nosso país passa vergonha em um acordo de parceria internacional, a regra tem sido que mesmo após anunciada com toda pompa e circunstância a participação brasileira só saia, se sair, após o/s parceiro/s serem obrigados a fazer pressão sobre nossas autoridades. É por isso este tipo de cisa que tais anúncios me causam sempre muito mais apreensão do que contentamento.
Leandro G. Card
mauri escreveu:Colega Anunnarca,
Não sou profissional do ramo, mas veja bem, o acordo para levar o astronauta brasileira ao espaço não seria posto em prática nem que o Brasil tivesse pago o valor pedido pela NASA, simplesmente por que depois do acidente com a Columbia, eles não tinham mais como fazer isso....
O Brasil pagou 10 milhões de dólares para o nossa astronauta levar experimentos(feijões-miudinhos) para a ISS. Você não acha que isso foi um desperdício de verbas, que fizeram falta depois em outras áreas.
Agora voltando ao assunto sobre a participação brasileira no ESO, o contexto é o mesmo, limitação orçamentaria e baixa prioridade no programa brasileiro, nós queremos muito participar mas infelizmente não podemos, não vejo como conciliar as coisas, então pior que passar por uma incômoda expulsão é não ter participação nenhuma, então valeu a experiência.
A própria comunidade cientifica brasileira, em parte se mostrou contaria a este gasto, vejamos por quê:
1.O programa é bem maior que a produtividade cientifica brasileira necessita, beneficiando bem mais aos europeus que a nós, como exemplo citamos que o número de astrônomos brasileiros e bem menor que o da Holanda e contribuiremos bem mais que este;
2.Um grande número de participantes leva uma redução no tempo de uso dos equipamentos;
3.A anuidade é rateado entre os participantes conforme seu PIB prejudicando ao Brasil, que tem um PIB crescente;
4.A participação industrial com pouca definição e limitada em 75% do investimento.
Mauri
Exato.suntsé escreveu:Concordo, com o amigo Anunnarca.
Se não tem a intensão de honrar um determinado acordo NÂO SE COMPROMETA. Se comprometer com um projeto e depois não honrar os compromissos é complicado. Compromete a credibilidade do país. O mais incrivel é que tem gente que acha isso normal.