Mundo pós-2025

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Re: Mundo pós-2025

#31 Mensagem por Bourne » Dom Nov 15, 2009 12:32 pm

Lá vão as minhas ressalvas.
LeandroGCard escreveu:A Europa sempre foi bem mais fechada que os EUA com relação ao comércio internacional, e se por um lado isto a levou a uma taxa de crescimento médio inferior na última década, ajudou a preservar sua capacidade produtiva, principalmente industrial. Já os EUA aproveitaram a disponibilidade de produtos baratos feitos na China para conter a inflação que seria causada pelo crescimento do consumo de sua população acima da sua própria capacidade de produção (crescimento este alimentado pelo crédito e pela especulação financeira, e não pelo aumento da renda), e o resultado é que sua capacidade industrial está realmente muito mais combalida que a européia.
Não sei se dá para afirmar que a União Européia é comercialmente mais fechada que os EUA. Na agricultura com certeza, mas em outras é difícil afirmar isso, levando em conta que o comércio intra-europa é praticamente livre. Porém a maior abertura ao comércio internacional não significa industrialização, pois as defesas a indústria nacional podem levar a ineficiências que geram reduzem o bem estar de toda a sociedade, ceifando o florescimento de novos setores e a absorção de novos produtos e tecnologias que elevam a produtividade e competitividade. O que é realmente importe relevante é uma política industrial que dê suporte a industrial nacional para sobrevir a competição internacional ou, no mínimo, fazer setores crescerem em importância substituindo as indústria que morreram.

Em relação a abertura comercial dos EUA em relação ao resto do mundo, especialmente aos países do sudeste asiático, falar que isso evita a inflação não dá para afirmar. Por que explicar da onde sai a inflação é uma coisa muito complicada, não só ligada ao setor produtivo, mas a própria formatação do mercado financeiro e sua inserção no mercado internacional. A abertura comercial figura para os norte-americanos como forma de elevar o seu bem estar utilizando sua capacidade financeira e poder do dólar. É uma estratégia ruim? Não pareceu nos últimos 20 anos quando conseguiram manter altos níveis de emprego, crescimento econômico e equilibrar as contas do Estado na gestão Clinton. Ao mesmo tempo, pela ação do livre mercado, as indústrias de média e baixa tecnologia sucumbiram, mas o setor de serviços e alta tecnologia bombaram. Como também, as patentes e tecnologia norte-americana estão em toda a parte e nunca se produziu tanto, as multinacionais norte-americanas se expandiando.
Não é facil percebermos isto porque quando pensamos em produtos industriais americanos o que nos vem à mente são aqueles que desejamos comprar aqui, como aviões, equipamentos tecnologicamente avançados, brinquedos altamente sofisticados, etc..., mas temos que lembrar que este tipo de produto representa uma fatia bastante pequena do total da industria do país. O "grosso" da produção é de ítens mais prosaicos, como vestuário, eletrodomésticos, automóveis do dia-à-dia (não os super-esportivos, onde de qualquer forma os europeus são dominantes), "inutilidades domésticas", etc..., e nestas áreas os produtos chineses e de outros países asiáticos inundaram o mercado americano mais até que o brasileiro, colocando a produção local em cheque.
Pequena em relação a que? Supondo que é pequena. Esse tipo de indústria nada mais é que a nata da nata da indústria nacional, quem domina esse tipo de tecnologia está com uma vantagem absurda em relação a qualquer competidor e gera receitas enormes pela sua produção e exportação.

Perder a indústria de produtos prosaicos é insignificante se domina a nata da indústria. Em relação ao emprego diz muito pouca coisa, pois o que emprega mesmo hoje em dia é o setor de serviços. Em relação ao setores de alta tecnologia e outros serviços empregam a nata dos cérebros do país.
A queda do dólar deveria ajudar a reverter a situação, tornando os produtos americanos novamente competitivos, mas como o cambio chinês é controlado pelo governo e fixo com relação ao dólar, quanto mais o dólar cair mais os chineses aumentarão sua competitividade no mercado americano em detrimento dos demais países que possuem moedas flutuantes, mas sem que a indústria americana possa reagir. A tendência, pelo menos no curto prazo é que o impacto negativo dos produtos chineses sobre a economia americana continue, ou mesmo se acentue.
Não vai reagir com a paudurecência que muitos pensam por que não é competitiva e, boa parte da estrutura produtiva, o chão de fabrica, está localizado fora do país e espalhado pelo mundo. Ainda considerando que muitas empresas só administra a marca, faz o desing e contrata terceiros para produzir seguindo certos padrões de qualidade. Para a pauta de exportação norte-americana baseada em bens de grande tecnologia agregada e serviços, o dólar não influência tanto.

A desvalorização do dólar está muito mais ligada a desconfiança em relação a economia norte-americana e sustentabilidade do dólar no mercado nacional em relação ao seu padrão monetário base. O que envolve a capacidade do país em liderar e conduzir o sistema financeiro a seu favor.

Os produtos chineses são bons para o modelo de desenvolvimento (isso mesmo) adotado pelos norte-americanos. Pois beneficia a sociedade e as empresas norte-americanas. Como também, para o modelo adota pela China e outros países do sudeste asiático. É uma relação complementar que ambos ganham.
Com esta perspectiva não consigo ver os EUA por muito mais tempo como o principal foco de convergência da geopolítica internacional, e acho mais provável a tendência para a multipolaridade, onde os EUA seriam um ator importante mas não mais o dominante. O conceito americano de "comércio internacional o mais livre possível" está acabando com a economia dos países que o seguiram, inclusive a americana, e não deve durar muito mais tempo. O conceito europeu e asiático de livre-comércio com restrições (eu vendo livremente, mas para comprar já tenho restrições) deve se tornar a prática mais comum daqui para a frente. Isto vai obviamente reduzir o fluxo de comércio mundial, provavelmente reduzir a taxa global de crescimento e tornar um pouco mais difícil a vida nos países que não tenham muita auto-suficiência, mas também vai limitar os estragos que a integração comercial sem a correspondente integração jurídica e social vinham causando. Não deverá ser uma era de guerras protecionistas, mas sim uma em que os acordos comerciais não visarão mais apenas a liberalização máxima do fluxo de comércio, e sim serão pensados com muito mais cuidado, de forma a maximizar seus efeitos positivos e minimizar os negativos, dadas as peculiaridades de cada país envolvido. Um tipo de negociação ao qual os americanos e seus seguidores não estão acostumados.
Todo o acordo comercial visa ganhos mútuos. Os envolvidos podem discutir e brigar, mas no fim o Acordo só sai se ambos se beneficiarem. Ninguém é ingênuo em acreditar no livre comércio, principalmente os EUA. Qualquer acordo que os norte-americanos fazem para liberalizar o comércio tem a ver com um beneficio liquido que trazem.

Se bem que os norte-americanos eram extremamente protecionistas até a Segunda Guerra Mundial. Começaram a mudar a sua posição a partir do fim da Guerra, pois se beneficiavam do comércio mais livre, apesar das resistências internas. Isso vai ser extrapolado a partir da década de 1980 e consolidada na década de 1990, em que ocorre uma liberazação mais acentuada.




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Re: Mundo pós-2025

#32 Mensagem por Francoorp » Dom Nov 15, 2009 1:04 pm

Zanako escreveu:Eu Juro que queria saber as vezes de onde esse pessoal tiram essas projeções tão exatas....

:twisted: :twisted: :twisted:
Coisa de contatos imediatos com a Voyager e os Borg's, que viajaram no tempo navegando as partículas de Neutrinos, e voltaram para nós informar....HUHUHUHUHUHU, eu vim do futuro!!!! [091]




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Re: Mundo pós-2025

#33 Mensagem por Bourne » Dom Nov 15, 2009 10:09 pm

Santiago escreveu:Brasil é mais esperança do que certeza de crescimento, diz Krugman
De Agencia EFE – há 3 dias

Buenos Aires, 27 out (EFE).- O prêmio Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, disse nesta terça-feira em Buenos Aires que o Brasil ainda é mais uma "esperança" do que uma certeza de forte crescimento porque sua economia, apesar de ter respondido bem à crise, não "decolou" como a da Ásia.

"Todos conhecem a piada de que o Brasil é o país do futuro e sempre será. Ainda não vemos no Brasil o tipo de crescimento que vemos na Ásia. Então, eu acho que isto continua sendo uma esperança e não uma perspectiva certa", disse o economista diante de uma plateia de empresários.

Krugman destacou que o Brasil teve um desempenho "formidável" durante a crise global.

"Foi afetado, mas não tanto, os bancos se sustentaram muito bem e, de fato, o mundo quer levar dinheiro para o Brasil e isto gera problemas para sua competitividade nas exportações", opinou o prêmio Nobel.

Para o economista, o Brasil não foi tão afetado pela crise mundial porque "não está tão exposto ao comércio mundial e também porque estabeleceu uma estrutura financeira muito mais sólida".

"Tudo isso está certo, mas o que significa isso em relação ao futuro? Nem sempre é certo que o bom desempenho em um ciclo de negócios seja presságio de crescimento futuro", disse Krugman.

"Em geral, a década de 30 foi melhor para a América Latina do que para os Estados Unidos ou Alemanha e isso não se traduziu em boas perspectivas para as décadas seguintes", argumentou o economista.

Krugman reconheceu que o Brasil tem um "dinamismo empreendedor" e "indústrias de exportação bem-sucedidas", o que "leva muitos a pensar que tem excelentes perspectivas de crescimento, mas, por outro lado, há gente que vem dizendo isso do Brasil há décadas".

"Quando as pessoas falam dos Bric (Brasil, Rússia, Índia, China), talvez devessem falar dos IC, porque Índia e China tiveram essa decolagem, mas o Brasil ainda não, e a Rússia é um animal totalmente diferente", apontou.

© EFE 2009. Está expresamente prohibida la redistribución y la redifusión de todo o parte de los contenidos de los servicios de Efe, sin previo y expreso consentimiento de la Agencia EFE S.A.
O Krugman tem uma dor de corno enorme com o modelo de desenvolvimento adotado pelos países do sudeste asiático. A uns 20 anos publicou um artigo na European Economic Review dizendo que aquele modelo era uma enganação e logo ia fracassar, pois não tinha progresso técnico, mas importação de pacotes prontos do exterior. Bueno, estava redondamente errado.




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Re: Mundo pós-2025

#34 Mensagem por Penguin » Dom Nov 15, 2009 11:37 pm

Bourne escreveu:
Santiago escreveu:Brasil é mais esperança do que certeza de crescimento, diz Krugman
De Agencia EFE – há 3 dias

Buenos Aires, 27 out (EFE).- O prêmio Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, disse nesta terça-feira em Buenos Aires que o Brasil ainda é mais uma "esperança" do que uma certeza de forte crescimento porque sua economia, apesar de ter respondido bem à crise, não "decolou" como a da Ásia.

"Todos conhecem a piada de que o Brasil é o país do futuro e sempre será. Ainda não vemos no Brasil o tipo de crescimento que vemos na Ásia. Então, eu acho que isto continua sendo uma esperança e não uma perspectiva certa", disse o economista diante de uma plateia de empresários.

Krugman destacou que o Brasil teve um desempenho "formidável" durante a crise global.

"Foi afetado, mas não tanto, os bancos se sustentaram muito bem e, de fato, o mundo quer levar dinheiro para o Brasil e isto gera problemas para sua competitividade nas exportações", opinou o prêmio Nobel.

Para o economista, o Brasil não foi tão afetado pela crise mundial porque "não está tão exposto ao comércio mundial e também porque estabeleceu uma estrutura financeira muito mais sólida".

"Tudo isso está certo, mas o que significa isso em relação ao futuro? Nem sempre é certo que o bom desempenho em um ciclo de negócios seja presságio de crescimento futuro", disse Krugman.

"Em geral, a década de 30 foi melhor para a América Latina do que para os Estados Unidos ou Alemanha e isso não se traduziu em boas perspectivas para as décadas seguintes", argumentou o economista.

Krugman reconheceu que o Brasil tem um "dinamismo empreendedor" e "indústrias de exportação bem-sucedidas", o que "leva muitos a pensar que tem excelentes perspectivas de crescimento, mas, por outro lado, há gente que vem dizendo isso do Brasil há décadas".

"Quando as pessoas falam dos Bric (Brasil, Rússia, Índia, China), talvez devessem falar dos IC, porque Índia e China tiveram essa decolagem, mas o Brasil ainda não, e a Rússia é um animal totalmente diferente", apontou.

© EFE 2009. Está expresamente prohibida la redistribución y la redifusión de todo o parte de los contenidos de los servicios de Efe, sin previo y expreso consentimiento de la Agencia EFE S.A.
O Krugman tem uma dor de corno enorme com o modelo de desenvolvimento adotado pelos países do sudeste asiático. A uns 20 anos publicou um artigo na European Economic Review dizendo que aquele modelo era uma enganação e logo ia fracassar, pois não tinha progresso técnico, mas importação de pacotes prontos do exterior. Bueno, estava redondamente errado.
A Economia ainda é uma ciência humana e social...

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Re: Mundo pós-2025

#35 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Dom Nov 15, 2009 11:49 pm

Perda de tempo, pensar em 2025. O mundo acaba antes, em 2012. Copa do mundo não haverá; Olimpíada em 2016, só nos sonhos.
O fim chega em 2012, assim disse o calendário, perdido numa selva centro - americana.
Maias, ah os maias...




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: Mundo pós-2025

#36 Mensagem por czarccc » Seg Nov 16, 2009 7:52 am

Sobre os interessantes mapas. China e Índia aparecem no topo ciclicamente. Passam um tempo na merda mas sempre voltam. Achei estranho a Guiana grande desde o começo. O Peru tudo bem, tinham os Incas. Mas a Guiana eu não sabia que tinha alguma civilização poderosa por lá. A África só definhou...




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Re: Mundo pós-2025

#37 Mensagem por Penguin » Seg Nov 16, 2009 4:03 pm

czarccc escreveu:Sobre os interessantes mapas. China e Índia aparecem no topo ciclicamente. Passam um tempo na merda mas sempre voltam. Achei estranho a Guiana grande desde o começo. O Peru tudo bem, tinham os Incas. Mas a Guiana eu não sabia que tinha alguma civilização poderosa por lá. A África só definhou...
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Re: Mundo pós-2025

#38 Mensagem por czarccc » Ter Nov 17, 2009 8:26 am

Sim, mas repare que ela está grande desde o ano 1, assim como o Peru. No 1500 também. Antes dos franceses.




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Re: Mundo pós-2025

#39 Mensagem por Bourne » Qua Nov 18, 2009 8:00 pm

Santiago escreveu:
A Economia ainda é uma ciência humana e social...

[]s
Sei, sei, sei....

E qual o projeto do Brasil para 2025? Vai estar pensando em desenvolver que tipo de tecnologia, produto, como vai estar crescendo e distribuindo renda, quando vai se investir para formar capital humano, tecnologia e estrutura produtiva? Qual o plano secreto para fazer isso?

Ou será que tem gente que pensa que, no longo prazo, o país sustenta o crescimento e bom posicionamento global exportando commodities e tendo o crescimento impulsionado pelo consumo. Não dá para sustentar a possível quinta economia do mundo nessas bases, não passa de um gigante bobão. E este cenário não muda sem a ação governamental e plano para tal, por um passe de mágica não vai mudar. O que o Lula está fazendo com PAC e Pré-sal é um inicio, mas cadê o plano maior?

É bem provável que acreditem, mas isso vale para o curto prazo, no longo é outra história. Se bem que no longo prazo estaremos todos mortos. :mrgreen:




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Re: Mundo pós-2025

#40 Mensagem por Penguin » Seg Nov 30, 2009 2:09 pm

O mundo e os EUA estão mundando e muitos ainda continuam presos a lógica da Guerra Fria...



30/11/2009 - 06h05
Bilheteria de "2012" reconcilia China e Hollywood

Pequim - O filme "2012", no qual a China tem papel crucial para salvar a humanidade da catástrofe, causou sensação e gerou muitos elogios no país asiático, pouco acostumado a assumir o papel de "bom" nas superproduções de Hollywood.

O filme de Roland Emmerich se transformou em uma das maiores bilheterias do ano no país asiático - cerca de US$ 30 milhões arrecadados nos dez primeiros dias de estreia -, e o fato não é nada casual: os chineses correm aos cinemas para se ver retratados em Hollywood como "salvadores do mundo".

"É uma mudança notável, antes, os filmes americanos sempre nos deixavam mal. É um reflexo da nova realidade, agora os chineses produzem muitas coisas para o Ocidente e somos mais fortes", diz à Agência Efe o estudante Xu Xiaoqian, um dos milhões de chineses que se deleitaram com "2012".

Nos cinemas de todo o país, soam aplausos quando o mapa do país asiático aparece na tela, ou quando um militar americano, apontando arcas gigantescas construídas contra o relógio para salvar a humanidade, afirma que "só os chineses são capazes de construir algo assim".

O filme marca, segundo críticos e analistas políticos chineses, uma mudança na ótica de Hollywood - e talvez dos Estados Unidos - em relação ao país asiático, que chegou justamente no ano em que a China recebeu elogios em relação à recuperação econômica ou com o combate à mudança climática.

"A China está se tornando mais aceitável para a sociedade americana, o que se reflete em mais elementos chineses nas produções de Hollywood", analisava, esta semana, o jornal "Global Times".

"Graças a filmes como 'Kung Fu Panda' e '2012', a imagem da China é mais popular do que nunca", afirmava no mesmo artigo o professor Zhang Yiwu, da Universidade de Pequim.

A situação contrasta com a de anos recentes, quando os personagens chineses de Hollywood costumavam ser criminosos, soldados inimigos e gente "destinada a morrer" no roteiro, ou quando os cenários escolhidos para retratar China eram lugares pobres e sujos.

Os chineses - um povo em geral nacionalista que não recebe bem as críticas de fora - não têm, por exemplo, lembranças muito boas de filmes como "Justiça Vermelha" (1997), protagonizada por Richard Gere, na qual um americano na China revela um escândalo de corrupção que envolve altos líderes comunistas.

O filme, proibido na China, iniciou a conversão de Gere em "persona non grata" no país, o que se fortaleceu depois por sua amizade pessoal com o dalai lama e seu ativismo pró-independência do Tibete.

O tema tibetano, justamente, também fez com que Hollywood apresentasse a China de forma negativa, como se pôde ver em "Kundun" (1997), de Martin Scorsese, que relata a biografia do atual dalai lama.

Os espectadores chineses também não viram com bons olhos que o terceiro filme da série "Missão Impossível" (2003) fosse filmado em becos pobres de Xangai, em vez de nos arranha-céu futuristas da metrópole.

Também foi alvo de críticas que, em filmes como "O Mundo de Suzie Wong" (1960), o já mencionado "Justiça Vermelha" ou o britânico "Surpresa em Xangai" (1986), as personagens femininas chinesas fossem prostitutas ou "mulheres fatais".

A situação ainda era mais curiosa nos "anos dourados" de Hollywood, quando filmes como "A Estirpe do Dragão" (1944) retratavam de forma mais positiva os chineses, mas os personagens protagonistas eram ocidentais maquiados como chineses (Katherine Hepburn, por exemplo), enquanto atores chineses faziam papel de "malvados" invasores japoneses.

O filme "2012" representa, segundo críticos e espectadores chineses, um giro de 180 graus em todas essas tendências, certamente com fins comerciais, já que Hollywood já observa a China como um de seus principais mercados e quer chegar às telas do país.

De fato, muitos filmes nas quais os orientais têm papéis antagonistas - por menores que sejam - acabam sendo não autorizados pelas autoridades estatais da China nos cinemas, onde cerca de 20 produções americanas são exibidas ao ano.

Isso aconteceu, por exemplo, em "Piratas do Caribe 3 - No Fim do Mundo", só porque o início mostra piratas chineses em casebres obscuros de Cingapura.




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Re: Mundo pós-2025

#41 Mensagem por cassiosemasas » Seg Nov 30, 2009 2:59 pm

poxa e depois somos nós os Brasucas é que temos sindrome de vira lata...roubado...rs...isso é serio, o desenho esta começando a ficar mais claro, pelo menos para os próximos 10 anos acho eu, no cenário Internacional...mas até onde a China pode sustentar este desenvolvimento...concordo com o camarada Bourne que disse:
Sei, sei, sei....

E qual o projeto do Brasil para 2025? Vai estar pensando em desenvolver que tipo de tecnologia, produto, como vai estar crescendo e distribuindo renda, quando vai se investir para formar capital humano, tecnologia e estrutura produtiva? Qual o plano secreto para fazer isso?

Ou será que tem gente que pensa que, no longo prazo, o país sustenta o crescimento e bom posicionamento global exportando commodities e tendo o crescimento impulsionado pelo consumo. Não dá para sustentar a possível quinta economia do mundo nessas bases, não passa de um gigante bobão. E este cenário não muda sem a ação governamental e plano para tal, por um passe de mágica não vai mudar. O que o Lula está fazendo com PAC e Pré-sal é um inicio, mas cadê o plano maior?

É bem provável que acreditem, mas isso vale para o curto prazo, no longo é outra história. Se bem que no longo prazo estaremos todos mortos.

cadê o plano?...será...acho eu, que a produção acadêmica do nosso país se faz por respeitar de alguma forma...trazendo bons especialista no assunto para resolverem...ai no caso é uma politica de estado e não de governo, isso independe de quem esta no poder...e parece que nosso país ainda não amadureceu politicamente "o coisa fedida essa politica praticada por nossos politicos"(vocês viram o Gov: do DF) suficiente para resolver isso...é uma pena pois todos os planos anunciados são de médio e curto prazo...é verdade...nunca fui fã do Mangabeira...mas quando soube que ele viria trabalhar no governo para projetos de longo prazo...fiquei contente não por ser ele...o cara é bom também...e como diz um amigo meu "tem seus méritos" poderia ser qualquer outro professor de uma das nossas Federais espalhadas pelo território...mas o que me deixou contente foi ver o governo mostrar vontade de apontar nessa direção, agir a longo prazo...lógico sem descuidar do resto....mas o que deu fruto disso foi o que estamos testemunhando agora, e daqui 30 anos...40...quiça 50...fico com o Bourne, até la só a caveirinha...hehe :D :D





SAÙDE!!!!





BRASIL!!!!




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Re: Mundo pós-2025

#42 Mensagem por Penguin » Dom Jan 31, 2010 9:27 am

FSP, São Paulo, Domingo, 31 de Janeiro de 2010


Bem-vindo aos anos 50

MARIANA BARBOSA
MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL

POR SUA dimensão geográfica, constituição demográfica e histórico de ocupação de fronteiras, o Brasil e seu destino econômico foram, no último século, frequentemente comparados ao dos Estados Unidos.
Em 1946, o geógrafo Preston James projetou que os brasileiros, "ainda que propensos a colher os frutos sem querer plantar a árvore", tinham o mesmo espírito aventureiro que permitiu aos americanos consolidarem-se em uma potência.
Alguns anos depois, em 1953, ao voltar de uma viagem à América Latina, o ex-secretário de Estado americano Dean Acheson (gestão de Harry Truman) descreveu o Brasil como uma nação, como os EUA, "repleta de possibilidades de desenvolvimento".
Analisadas sob a luz da atualidade, previsões como as de Preston James e de Acheson, feitas meio século atrás, mostram uma curiosa conclusão: sob várias comparações estatísticas, o Brasil e seu mercado interno são, hoje, o que os EUA eram nas décadas de 40 e 50 -justamente a data de fabricação dessas profecias.
É o que mostra um estudo feito pela consultoria americana Bain & Company (veja a tabela na página ao lado).
Sem nenhum objetivo científico, a comparação foi feita para situar, em alguns setores, o estágio de evolução do Brasil ao do país mais rico do mundo, evidenciando áreas subexploradas e o potencial de desenvolvimento do mercado interno.
Tome-se o exemplo da aviação: com praticamente 1 passageiro embarcado a cada 4 habitantes, a aviação brasileira hoje se compara à norte-americana na década de 50. Com um agravante. Nos EUA dos anos 50, período marcado pela forte expansão da classe média, a infraestrutura era mais abrangente, com grandes aeroportos espalhados pelo país.
Outro exemplo: o Brasil é hoje o sexto maior produtor de veículos, mas, em termos de penetração de mercado por habitante, lembra os Estados Unidos da década de 40.
Mais um: no Brasil, a presença de rádios em domicílios brasileiros (87,9%%) equivale à nos Estados Unidos na década de 40; já a de aparelhos de televisão (96,4%), à década de 70 -o americano médio tem hoje três aparelhos de TV em casa.
"Usamos esse estudo para estimar o potencial de crescimento em vários segmentos, mas sobretudo na aviação", diz André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company.
De uma maneira geral, o levantamento sugere que, se o Brasil prolongar o atual índice de crescimento com aumento de renda, em especial para a base da pirâmide, o país poderá passar, nos próximos 20 anos, pelo mesmo período de progresso que os Estados Unidos tiveram nas décadas de 50, 60 e 70, até a crise do petróleo.
"A comparação é interessante, mas suas conclusões devem ser inseridas no contexto histórico", disse à Folha Márcio Pochmann, presidente do Ipea.
"O estudo nos compara a um país que tem um PIB dez vezes maior que o nosso e que se industrializou na primeira metade do século 19. Nossa industrialização ocorreu quase 80 anos depois", afirma.
Os americanos, de fato, começaram antes e chegaram muito mais longe.
Os EUA têm hoje um PIB total de mais de US$ 13 trilhões e renda per capita de US$ 43.562. Já o Produto Interno Bruto brasileiro é de pouco mais de US$ 1 trilhão, e o PIB per capita brasileiro é de US$ 5.640, equivalente ao americano da década de 30, quando Franklin Roosevelt era presidente e os Estados Unidos do entreguerras viviam sob o espírito redentor do New Deal.
Ainda que grande parte dessa lacuna deva-se justamente ao atraso de industrialização em relação às grandes economias, a que se refere Pochmann, nem tudo é explicado pela modernização tardia do país. Em alguns indicadores, o Brasil não só começou a avançar tarde como também se estagnou (caso do PIB per capita nos anos 80) ou até retroagiu.
Em 2006, por exemplo, somente 136 cidades brasileiras tinham ofertas de voos regulares -206 a menos do que em 1948-, quando 342 localidades contavam com linhas oficiais.
Algo semelhante ocorreu com a evolução do PIB per capita. Em um estudo recente, um dos mais festejados gestores de recursos privados do Brasil, Luís Stuhlberger, da Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), escreveu: "Chama a atenção a queda da relação do nosso PIB per capita em relação ao PIB per capita americano. No período recente, essa relação caiu de 0,183 para 0,175, sendo que chegou a ser 0,217 em 1980. Note que os demais países da tabela [China, Japão, Coreia, Taiwan, Hong Kong e Cingapura] conseguiram manter a melhora do PIB per capita em relação ao americano".

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Frase

"Apesar de não serem um paradigma de distribuição de renda, os Estados Unidos fizeram o seu crescimento com distribuição. Eles entenderam muito cedo que não adianta produzir um carro se você não dá um salário decente para o funcionário da montadora comprar o carro"
MÁRCIO POCHMANN
presidente do Ipea

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Brasil cresceu e concentrou mais a renda
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto o crescimento brasileiro, até a década de 70, foi concentrador de renda, nos Estados Unidos o consumo interno é que sustentou a expansão. "Apesar de não serem um paradigma de distribuição de renda, os Estados Unidos fizeram o seu crescimento com distribuição", afirma o presidente do Ipea, Márcio Pochmann.
O mercado interno no Brasil só começou a ganhar corpo no século 20, quando, no final do século 19, os Estados Unidos já eram a principal economia do mundo.
"Os Estados Unidos entenderam muito cedo que não adianta produzir um carro se você não dá um salário decente para o funcionário da montadora comprar o carro", diz Pochmann.
"A economia americana está baseada na ideia do consumo de massa."
Na década de 50, os Estados Unidos viviam um momento de forte expansão da classe média -movimento que só recentemente começou a ser visto no Brasil, com o aumento do poder de compra das classes C e D.
"Com a ascensão da classes baixas, passamos a ter pobre com televisão e com telefone. Não sei se isso representa na realidade uma construção de nação", avalia Pochmann.
"Nosso projeto de desenvolvimento era uma cópia do padrão de consumo dos EUA. Mas essa cópia está esgotada."


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TV, TELEFONE E EXPECTATIVA DE VIDA

Número de aparelhos de TV se equipara ao dos EUA em 1970
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde os anos 70, a televisão já era um catalisador da cultura brasileira, sendo um instrumento de unificação dos brasileiros. Talvez isso explique o fato de que a TV está presente em cada lar brasileiro, índice igual ao americano da década de 70 -no levantamento da consultoria Bain & Company, somente a presença de televisão nos lares nacionais e a expectativa de vida dos brasileiros chegaram a tanto.
A diferença entre os americanos e os brasileiros, no entanto, é abissal. Existem hoje 114,5 milhões de lares americanos com televisão; mais da metade deles possui até três aparelhos; 38% das residências têm TV a cabo digital.
Já a presença de rádios nos lares brasileiros é equiparável à situação encontrada nos EUA na década de 40. O número de linhas de telefone fixo por habitante equivale ao dos EUA na década de 60.

Expectativa de vida
O brasileiro nascido em 2008 viverá 72,9 anos, praticamente o mesmo tempo que um cidadão norte-americano nascido em 1975 (72,6 anos).
No passado, no entanto, o abismo entre a longevidade das duas populações foi muito maior. Na década de 40, enquanto a esperança de vida ao nascer do americano era, em média, de 65,7 anos, a do brasileiro era de 45,5 anos.
"Houve um avanço significativo, o que mostra a importância do que ocorreu em razão da Constituição de 1988", afirma o economista e presidente do Ipea, Márcio Pochmann. "Apesar das dificuldades, o aumento do gasto social, que passou de 13% do PIB para 20% hoje, fez diferença."


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PASSAGENS AÉREAS

Aviação no Brasil é menor que a dos EUA em 1970
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor aéreo brasileiro cresce a uma taxa anual próxima dos 10% há quase dez anos. Se avançar a uma taxa anual de 7% até 2027, o país terá, em 2030, o mesmo patamar de passageiros embarcados por habitante dos EUA da década de 70, avalia a consultoria Bain & Company. Isso, é claro, pressupondo um aumento de capacidade aeroportuária na região de São Paulo, maior mercado consumidor do país.
Para os próximos anos, o grande motor do crescimento será o aumento do poder de consumo da nova classe média. A inclusão dos novos consumidores deve mudar o perfil do viajante, tornando-o mais parecido com o americano.
Hoje, 70% das viagens no Brasil são feitas a negócios, e o restante, a lazer. Nos Estados Unidos, a proporção é inversa. Com praticamente 1 passageiro embarcado a cada 4 habitantes, a aviação brasileira se compara à norte-americana na década de 50.
Com um agravante: nos Estados Unidos dos anos 50, período marcado pela forte expansão da classe média, a infraestrutura era muito mais abrangente, com grandes aeroportos espalhados por todo o país.
Para o sócio da consultoria Bain & Company André Castel-lini, essa defasagem reflete a baixa renda per capita do Brasil e também a concentração da atividade econômica.
"A atividade industrial, que ainda é um grande determinante das viagens a negócios, é muito concentrada no Sul e no Sudeste. Só mais recentemente estamos vendo o crescimento do Nordeste, das fronteiras agrícolas no Centro-Oeste."
Segundo Castellini, está evidente que a aviação brasileira não se desenvolve mais rapidamente pela limitação da infraestrutura.
Nos EUA das décadas de 50, 60 e 70, o impulso de infraestrutura deu-se em razão da atividade militar num momento em que não havia tanta restrição geográfica ou ambiental.
"A cada dia que passa, com as exigências ambientais, é cada vez mais difícil conseguir espaço para novos aeroportos", diz. Num cenário mais otimista, se a capacidade da infraestrutura for ampliada, o crescimento do setor poderá ser de dois pontos percentuais a mais (9%), segundo as previsões da Bain.
Isso colocaria o Brasil no início da década de 80 dos Estados Unidos (1,09 embarque por habitante). A projeção considera a previsão do IBGE para a população, de 232 milhões de brasileiros em 2027.


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ENERGIA E REGISTRO DE PATENTES

Industrialização tardia retardou a inventividade
DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas 32 anos separam o reconhecimento da primeira patente americana, em 1790, referente a um processo para a fabricação de sabão e vidro, da primeira invenção oficial brasileira, em 1822, de uma máquina capaz de "descascar café sem quebrar o grão".
No entanto, devido a trajetórias completamente distintas entre os dois países no que se refere à propriedade intelectual e ao modelo de desenvolvimento, a distância entre os dois países cresceu com o tempo.
No Brasil, o número de pedidos de patentes por mil habitantes é hoje infinitamente inferior àquele registrado nos Estados Unidos da década de 50 -quando as estatísticas começaram a ser feitas.
"As empresas americanas surgiram com uma tradição de inovação que herdaram da Inglaterra", disse à Folha Jorge Ávila, presidente do Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
"Quando a indústria americana já tinha um volume significativo de patentes, o Brasil estava libertando os escravos, sua economia era pré-capitalista e baseava-se em mão de obra escrava", afirmou.
Segundo Ávila, no Brasil, como em toda a periferia industrial, o esforço de invenção foi deixado de lado em razão da aprendizagem da capacitação desenvolvida lá fora. Isso explica a aposta brasileira nas políticas industriais baseadas na substituição das importações.
"Existem diferenças culturais e existem modelos distintos de desenvolvimento", diz Ávila. "A industrialização brasileira começou tardiamente e foi se fortalecendo ao longo do tempo. Esse processo deu tão certo que a indústria brasileira, apesar de seu atraso inicial, dá sinais de dar um salto significativo no campo das patentes."

Energia
Segundo o estudo da Bain & Company, o uso de energia per capita no Brasil equivale ao dos Estados Unidos da década de 40. Segundo Maurício Tomalsquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, esse dado reflete um consumo baixo em razão da baixa renda dos brasileiros.
O consumo per capita de energia elétrica no Brasil é hoje equiparável ao da Jamaica ou do Uruguai, e inferior ao do Chile e da Argentina.
Segundo ele, a consolidação do mercado interno brasileiro, com a transformação de enormes contingentes em consumidores, irá necessariamente elevar o consumo de energia no país. "Mas não precisará ser na mesma proporção verificada nos EUA, nação com uma sociedade energívora por natureza." Segundo Tomalsquim, enquanto 47% de nossa matriz energética é renovável, a média mundial é de apenas 14%.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: Mundo pós-2025

#43 Mensagem por irlan » Dom Jan 31, 2010 4:43 pm

De pouquinho em pouquinho chegamos lá.. :wink:




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: Mundo pós-2025

#44 Mensagem por Guerra » Dom Jan 31, 2010 5:50 pm

Não sei porque esse pessimo todo com o Brasil e tanto otimismo com a China. A China é caldeirão social que não demorar explodir. Se China quiser cortar esse pavio vai ter que cortr a base do seu crescimento.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Mundo pós-2025

#45 Mensagem por Bourne » Dom Jan 31, 2010 8:52 pm

Esperem. Farei as minhas previsões para o PIB brasileiro em 2100. :lol: :lol: :lol: :lol:




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