Fórum Defesa Brasil

Túlio escreveu:Não li o tale de livro - e nem entenderia nada mesmo - mas duvido que os 'pulos do gato' estejam nele, daí...

Aliás, em 'A Soma de Todos os Medos', Tom Clancy ensina direitinho como se faz a tale de super-compressão, é uma bola de plutônio com explosivos de carga moldada (como a de um RPG-7) simetricamente perfeitos em sua disposição em toda a sua volta, daí se detona tudo rigorosamente ao mesmo tempo e a bola vira numa bolinha supercomprimida. A proximidade dos átomos gera a reação em cadeia e...BUUUUUUUUM!!!

E agora? Proibir Tom Clancy?

O problema, Túlio, é que as equações constantes do livro permitiriam calcular em detalhe os componentes para que isso funcione, não são apresentados só os conceitos básicos (esta é a proposta do texto, se conseguiu realmente não posso dizer, as equações estão muito acima do meu nível). Pior, a bomba usada como exemplo é uma das mais modernas do arsenal norte-americano, o próprio vazamento de alguns detalhes básicos dela anos atrás já foi um problemão. Usar estes dados para montar cálculos precisos e depois divulgá-los é no mínimo uma enorme falta de educação.

Não acho que o pesquisador brasileiro estivesse agindo de má fé, minha impressão é que ele ficou empolgado em ver que suas equações e programas davam os resultados corretos para um caso prático conhecido e divulgou os seu trabalho, mas na minha opinião é sim responsabilidade do governo brasileiro mostrar que sabe a importância do tema e tomar ações cabíveis. Não acho que o autor deva ser penalizado, muito pelo contrário, mas é uma ótima oportunidade para o Brasil mostrar maturidade nesta área tão sensível.

Leandro G. Card

O cara calculou até o rendimento da arma, 300Kt, o que já daria uma bela duma borduna.

Tem gente dizendo que o cara é um irresponsável, que foi anti-etico,e outros que fez a coisa certa.
Eu acho que o governo sabendo do teor da pesquisa, sancionou sua publicação e comprou a briga com AIEA e depois divulgou à impressa, mas isso é uma coisa que possivelmente nunca iremos saber.
Essa é minha opinião, mas se o governo não deu bola pra pesquisa como muitas no Brasil.
Não sei dizer se esse material é secreto, poís é um simples e complexa interpretação de uma coisa já conhecida.
Existe algum dispositivo legal para impedir, a publicação de material "secreto" ou delicado?

Não seria melhor ficarmos procupados e com o software que o físico desenvolveu e protege-lo, porque isso que proporcionou a ele fazer esses calculos complexos.

Uma pergunta; com software e hardware adequados, poderíamos dispensar o teste "da bomba"?

Hoje em dia as potências nucleares modernas usam softwares prá isso sim. É muito mais barato, seguro e politicamente correto usar esses artificios doque um teste prático convencional mais comum em países menos desenvolvidos nessa tecnologia.
Os países mais avançados nessa area já fizeram varios testes em varios tipos de ambientes e com diversos tipos de materiais em quantidades conhecidas, então e só colocar os resultados práticos no computador, simular as condições possiveis de emprego é fazer os cauculos. Considerando a margem de erro dá serto sim!

Sim.
A bomba de fissão Little boy foi usada sem testes em Hiroshima, já na II-GM.

Não sou especialista, mas, em teoria, com os recursos de hardware e software dá para simular muitas situações que exigem milhões de cálculos para ter uma ideia dos resultados de certo experiência envolvida em projetos tão diferentes quando aviões, exploração de petróleo, desenvolvimento de produtos em geral.

Conseguir o hardware e software não é difícil, o problema é saber os parâmetros para rodar os cálculos. Nessa parte que entre o fator humano e o o conhecimento acumulado, sem isso o equipamento é inútil. Assim sendo, as potências que já detonaram algum artefato nuclear tem noção dos parâmetros para fazer os testes.

Bem pessoal mediante as respostas tenho outra questão.

O software do Professor poderia ter tal capacidade ?

Acho que até sobre, seria o suficiente para, de cara, ter uma arma com alto rendimento e portanto lançável de aviões e etc.
Detonar uma arma nuclear nos dias de hoje creio que não tenha grandes mistérios. O problema e miniaturizar o artefato a ponto de ser viável lançá-la sobre um alvo com vetores relativamente simples, como aviões.

O software não é nada de outro. Só foi criado para fazer os cálculos que o professor necessitava, em que indica o que calcular e como. O mais importante é a metodologia que utilizou para chegar aos resultados.

Esse negócio está muito esquisito não?
Como um cara, com uma formação tão complexa, brilhante, tão cheia de lógica, blá-blá-blá... a ponto de desenvolver um estudo para confecção deste artefato, sem testes práticos, e sabe-se lá como conseguiu efetuar os cálculos (para fazer estes cálculos não seria necessário utilizar os chamados "super computadores"? ), pode se dar ao luxo da insensatez, para não dizer mais coisas, em publicar um livro destes?
E, pelo que se nota através dos comentários, deve conter a fórmula completa para a confecção da bomba. Não estou com isto dizendo que o cara não tenha competência. Aliás, entendo tanto deste assunto, que nem mesmo sei por onde começar e muito menos terminar.
Bem agora, que o Brasil tem a pretensão em desenvolver o seu "subnuc", pipoca um barulho destes? Aí tem...

Por outro lado, o Brasil deve manter este e outros brilhantes cientistas a peso de ouro e longe de olhares cobiçosos.
Quem sabe, se lhes der corda, eles consigam também desenvolver o casco do "subnuc" sem a ajuda dos franceses?

faterra escreveu:Esse negócio está muito esquisito não?
Como um cara, com uma formação tão complexa, brilhante, tão cheia de lógica, blá-blá-blá... a ponto de desenvolver um estudo para confecção deste artefato, sem testes práticos, e sabe-se lá como conseguiu efetuar os cálculos (para fazer estes cálculos não seria necessário utilizar os chamados "super computadores"? ), pode se dar ao luxo da insensatez, para não dizer mais coisas, em publicar um livro destes?
E, pelo que se nota através dos comentários, deve conter a fórmula completa para a confecção da bomba. Não estou com isto dizendo que o cara não tenha competência. Aliás, entendo tanto deste assunto, que nem mesmo sei por onde começar e muito menos terminar.
Bem agora, que o Brasil tem a pretensão em desenvolver o seu "subnuc", pipoca um barulho destes? Aí tem...

Companheiro, o trabalho desta pessoa é uma tese acadêmica de doutorado. Como tese de doutorado ela deve ser apresentada perante um banca examinadora de vários professores da matéria, no caso físicos. Nesta ocasião o aluno deve defender perante a banca o seu trabalho. Antecipadamente cada professor da banca recebe uma cópia do trabalho para estudar e depois poder questionar o aluno durante a apresentação, testando assim o conhecimento do futuro Doutor. Também para fazer a tese de doutorado o aluno conta com a orientação de professores.
Portanto a tese do aluno não é nenhum segredo. Muitos físicos, professores, tomaram conhecimento dela e já a leram. Também é norma das univesidades transformarem as teses de doutorado de seus alunos em livros, especialmente aquelas que se destacam. Normalmente os doutores seguem na vida acadêmica e a publicação de um livro conta pontos no curriculo dele. Insensato, portanto, é prejudicar o aluno porque ele foi bom demais. Proibir ele de publicar sua tese não vai servir de nada. Todos físicos que participaram da banca já sabem e tem uma cópia, assim como seu orientador. Ressalte-se que toda celeuma começou após a publicação da tese.

saudações