Estratégia Nacional de Defesa
Moderador: Conselho de Moderação
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Editorial
Estratégia de defesa
Depois de um ano de elaboração no governo, começa a tomar forma o Plano Estratégico de Defesa Nacional. O projeto, a ser anunciado até o dia 7, contém grandes diretrizes, como o reaparelhamento, a reorganização da indústria bélica nacional, o reforço do patrulhamento da fronteira e alterações no serviço militar obrigatório.
Em seu esboço, o documento prevê o fomento à indústria local, além de absorção de plataformas tecnológicas importadas. Aqui começam as dúvidas. Já houve muita mudança de orientação no governo sobre com que países, afinal, o Brasil pretende firmar alianças estratégicas.
Além do programa de modernização das Forças Armadas, é necessário agregar um mínimo de previsibilidade aos dispêndios. Sem regularidade financeira, investimentos que requerem longo prazo de maturação e somas elevadas, como o Veículo Lançador de Satélites e o submarino de propulsão nuclear, dificilmente sairão do papel.
A parte mais criticável do projeto, no entanto, é a que trata da alteração no estatuto atual do serviço militar. A idéia defendida pelo ministro dos Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, de criar um serviço civil obrigatório é um princípio anacrônico de mobilização nacional.
Como o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou, o serviço está se tornando voluntário na prática. O Brasil tem o maior contingente militar na América do Sul, com cerca de 368 mil integrantes. A Argentina, segunda maior economia da região, tem força de apenas 76 mil. Não há necessidade, nos dias de hoje, de aumentar o contingente brasileiro, mas de profissionalizá-lo e equipá-lo.
O plano evitaria entrar em um terreno pantanoso se deixasse de lado a idéia de dar nova regulamentação ao emprego do Exército em áreas urbanas. Os investimentos nessa área deveriam recair sobre a Força Nacional de Segurança Pública.
Em seus principais diagnósticos, contudo, o Plano Estratégico de Defesa vai ao encontro de um necessário "aggiornamento" das Forças Armadas. Falta despojar-se de ideologias ultrapassadas para ganhar mais coerência, pragmatismo e coordenação.
Estratégia de defesa
Depois de um ano de elaboração no governo, começa a tomar forma o Plano Estratégico de Defesa Nacional. O projeto, a ser anunciado até o dia 7, contém grandes diretrizes, como o reaparelhamento, a reorganização da indústria bélica nacional, o reforço do patrulhamento da fronteira e alterações no serviço militar obrigatório.
Em seu esboço, o documento prevê o fomento à indústria local, além de absorção de plataformas tecnológicas importadas. Aqui começam as dúvidas. Já houve muita mudança de orientação no governo sobre com que países, afinal, o Brasil pretende firmar alianças estratégicas.
Além do programa de modernização das Forças Armadas, é necessário agregar um mínimo de previsibilidade aos dispêndios. Sem regularidade financeira, investimentos que requerem longo prazo de maturação e somas elevadas, como o Veículo Lançador de Satélites e o submarino de propulsão nuclear, dificilmente sairão do papel.
A parte mais criticável do projeto, no entanto, é a que trata da alteração no estatuto atual do serviço militar. A idéia defendida pelo ministro dos Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, de criar um serviço civil obrigatório é um princípio anacrônico de mobilização nacional.
Como o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou, o serviço está se tornando voluntário na prática. O Brasil tem o maior contingente militar na América do Sul, com cerca de 368 mil integrantes. A Argentina, segunda maior economia da região, tem força de apenas 76 mil. Não há necessidade, nos dias de hoje, de aumentar o contingente brasileiro, mas de profissionalizá-lo e equipá-lo.
O plano evitaria entrar em um terreno pantanoso se deixasse de lado a idéia de dar nova regulamentação ao emprego do Exército em áreas urbanas. Os investimentos nessa área deveriam recair sobre a Força Nacional de Segurança Pública.
Em seus principais diagnósticos, contudo, o Plano Estratégico de Defesa vai ao encontro de um necessário "aggiornamento" das Forças Armadas. Falta despojar-se de ideologias ultrapassadas para ganhar mais coerência, pragmatismo e coordenação.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
Re: Estratégia Nacional de Defesa
De onde é esse editorial, Jauro?
Muito bom.
Muito bom.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Da Folha de SP.De onde é esse editorial, Jauro?
Muito bom.
...................................................
Unger defende submarino e regras para Exército
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, defendeu ontem a modernização e o reaparelhamento da Marinha, até com o uso do submarino nuclear, para atuar no "controle amplo e eficaz do mar, inclusive nas áreas de plataformas petrolíferas".
Ele lembrou a necessidade cada vez maior da vigilância marítima por causa do início da exploração do petróleo na camada pré-sal no campo de Jubarte, no Espírito Santo. Não quis, no entanto, reivindicar recursos do pré-sal para as Forças Armadas. "O pré-sal não está entre as minhas atribuições e por isso prefiro não comentar", afirmou.
O comando da Marinha reivindica R$ 100 milhões para iniciar a construção de novos navios-patrulha e considera os recursos atuais insuficientes para a vigilância das plataformas. Outra reivindicação é a liberação de R$ 3,2 bilhões de royalties do petróleo devidos à Marinha. Mas o ministro não quis entrar na polêmica. Apenas reforçou a necessidade de desenvolvimento financeiro e tecnológico das Forças Armadas.
Mangabeira também pediu a regulamentação das operações das Forças Armadas no combate à violência. Na nova lei, afirmou, deve ficar claro que o papel das Forças Armadas é a defesa e não o policiamento. "Força Armada não é Polícia. Existe para defender o Brasil", disse Mangabeira.
O ministro esteve no Rio para discutir com oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica a Estratégia Nacional de Defesa, plano elaborado com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre outros pontos, o ministro defendeu incentivos tributários para empresas privadas e uma reestruturação das empresas públicas que atuam no setor. Também apresentou uma proposta de serviço social obrigatório para homens e mulheres jovens, nos moldes do serviço militar. "Imprecisão jurídica" - Sobre o papel do Exército em ações de combate à violência, Mangabeira comentou que "enquanto houver imprecisão jurídica haverá potencial para confusão política".
Há duas semanas, o pedido feito pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o Exército atue nas eleições do Rio de Janeiro provocou atrito entre o governo e o Comando Militar do Leste (CML). Cabral disse que o comandante, general Luiz Cesário da Silveira, "não é muito proativo". O militar respondeu que não é competência do Comando autorizar o emprego do Exército e que pedidos anteriores do governador não foram atendidos "por falta de amparo legal".
Mangabeira Unger reconheceu que "operações para garantia da lei e da ordem fazem parte das missões constitucionais das Forças Armas", mas disse que é necessário definir melhor o tipo de ação que caberia aos militares. "É preciso ter clareza do foco em defesa e não em policiamento", afirmou o ministro, que evitou fazer comentários específicos sobre a atuação do Exército no Rio.
Mangabeira manifestou preocupação em não permitir que a freqüência das Forças Armadas em ações policiais "leve ao desvirtuamento dos objetivos", já que "as Forças Armadas não são linha auxiliar da polícia".
Defesa deve ter regime especial, diz Mangabeira
Agência Brasil, do Rio
O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, disse ontem que as empresas nacionais ligadas à área de defesa devem ter vantagens tributárias e competitivas especiais. Entre as facilidades, ele citou como exemplo a dispensa de licitação pública.
"Isso não é novidade, existe em todo o mundo. Se o Estado brasileiro vai construir um regime especial para essas empresas, como eximir das regras gerais de licitações e proteger dos contingenciamentos orçamentários, isso é um favor. Mas tem que ser dado em troca de um poder estratégico que o Estado passe a exercer sobre essas empresas, ou por instrumento de direito privado, chamado de 'golden share' (ação que permite voz e veto nas decisões), ou por instrumentos de direito público como os licenciamentos regulatórios", disse.
Segundo ele, as empresas de defesa não podem ser tratadas como "empresas quaisquer", pois estão lidando com a produção de tecnologias indispensáveis à segurança do país.
"Temos que criar um modelo institucional para essa indústria de defesa e saber o que queremos dela, que seja vanguardista tecnologicamente. Mas ela tem exigências especiais e exige regras especiais", afirmou.
Mangabeira disse que não é necessária a ampliação da participação estatal na indústria de defesa. "O que estamos propondo é reconstruí-la, mudar sua natureza. Queremos que a parte estatal da indústria de defesa opere no teto tecnológico. Não queremos que haja unidades de pesquisa avançada e unidades de produção retrógrada. Queremos é um vínculo orgânico entre pesquisa avançada e produção avançada", afirmou.
Mangabeira reclamou do baixo investimento que o país faz em defesa - em torno de 1,5% do Produto Interno Bruto -, mas não citou fontes de financiamento para a Estratégia Nacional de Defesa, que pretende entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo, dia 7. O ministro disse que a proposta requer gasto de recursos, "mas sobretudo uma transformação profunda das Forças Armadas e da atitude da nação com a defesa".
O ministro se reuniu com oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, na sede do 1º Distrito Naval, no Rio, para discutir a Estratégia Nacional de Defesa.
Defesa deve ter regime especial, diz Mangabeira
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Bem como o assunto é do Min Def vai:
Empresa confirma venda de helicópteros militares
Andrei Netto (AE)
PARIS - A Eurocopter, empresa do grupo franco-alemão EADS, vai fabricar no Brasil e vender ao Ministério da Defesa helicópteros militares EC-725 Cougar, com capacidade para até 31 pessoas. A confirmação foi feita ontem, em Paris, por uma porta-voz da companhia. A quantidade de aeronaves e o valor da transação não foram revelados. O acordo inclui a transferência de tecnologia, uma das condições impostas pelo governo brasileiro.
As informações confirmam a vigência do acordo anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho, e reforçam a parceria estratégica militar firmada com o governo da França em fevereiro passado.
Segundo a Eurocopter, o acordo de parceria com o Brasil prevê investimentos para a construção de uma nova fábrica em Minas Gerais. Para pôr em funcionamento a nova unidade de produção, a empresa investirá entre US$ 300 e US$ 400 milhões em sua subsidiária brasileira, a Helibras.
O modelo a ser produzido no país será o EC-725 Cougar, um modelo mais avançado da família Super Puma/ Cougar. A aeronave tem papel de transporte tático de tropas e sua capacidade é para 29 soldados e dois pilotos. "Os helicópteros escolhidos pelo governo brasileiro são de fato os EC-725", confirmou a porta-voz da empresa. "Não informamos o valor de cada aparelho e ainda não temos o número exato de aeronaves que equiparão as Forças Armadas do Brasil."
Os helicópteros EC-725 Cougar são em média 30% mais caros que os aparelhos AS 523 SC e AS 523 AL, dos quais derivam. O preço de cada unidade, porém, pode variar fortemente de acordo com as especificações exigidas pelo comprador, como a eletrônica embarcada.
Em fevereiro, durante visita oficial a Paris, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que o governo estudava a aquisição de 50 aparelhos, com entrada em operações progressivas a partir de 2010.
Na mesma época, o presidente do Conselho de Administração da Helibras, o ex-governador do Acre Jorge Viana, disse que a Aeronáutica tinha interesse em 20 helicópteros, mas que outros 30 poderiam ser vendidos para o Exército, a Marinha e para a Petrobras. Segundo a Eurocopter, o início da produção na subsidiária brasileira ainda depende da reorganização nas linhas de produção.
A confirmação não descarta uma suposta aquisição, por parte das Forças Armadas, de 12 helicópteros Mi-35, de fabricação russa, uma transação avaliada em US$ 250 milhões. A aproximação com os fabricantes e com o governo russo foi confirmada pelo ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger. Já os acordos com os franceses têm sido liderados por Jobim.
Em Brasília, a compra de helicópteros de franceses e russos são considerados dois projetos "diferentes" que integram, ao lado de outros programas de reequipamento do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a Estratégia Nacional de Defesa, que será lançada na próxima semana. (Trib Imprens)
Empresa confirma venda de helicópteros militares
Andrei Netto (AE)
PARIS - A Eurocopter, empresa do grupo franco-alemão EADS, vai fabricar no Brasil e vender ao Ministério da Defesa helicópteros militares EC-725 Cougar, com capacidade para até 31 pessoas. A confirmação foi feita ontem, em Paris, por uma porta-voz da companhia. A quantidade de aeronaves e o valor da transação não foram revelados. O acordo inclui a transferência de tecnologia, uma das condições impostas pelo governo brasileiro.
As informações confirmam a vigência do acordo anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho, e reforçam a parceria estratégica militar firmada com o governo da França em fevereiro passado.
Segundo a Eurocopter, o acordo de parceria com o Brasil prevê investimentos para a construção de uma nova fábrica em Minas Gerais. Para pôr em funcionamento a nova unidade de produção, a empresa investirá entre US$ 300 e US$ 400 milhões em sua subsidiária brasileira, a Helibras.
O modelo a ser produzido no país será o EC-725 Cougar, um modelo mais avançado da família Super Puma/ Cougar. A aeronave tem papel de transporte tático de tropas e sua capacidade é para 29 soldados e dois pilotos. "Os helicópteros escolhidos pelo governo brasileiro são de fato os EC-725", confirmou a porta-voz da empresa. "Não informamos o valor de cada aparelho e ainda não temos o número exato de aeronaves que equiparão as Forças Armadas do Brasil."
Os helicópteros EC-725 Cougar são em média 30% mais caros que os aparelhos AS 523 SC e AS 523 AL, dos quais derivam. O preço de cada unidade, porém, pode variar fortemente de acordo com as especificações exigidas pelo comprador, como a eletrônica embarcada.
Em fevereiro, durante visita oficial a Paris, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que o governo estudava a aquisição de 50 aparelhos, com entrada em operações progressivas a partir de 2010.
Na mesma época, o presidente do Conselho de Administração da Helibras, o ex-governador do Acre Jorge Viana, disse que a Aeronáutica tinha interesse em 20 helicópteros, mas que outros 30 poderiam ser vendidos para o Exército, a Marinha e para a Petrobras. Segundo a Eurocopter, o início da produção na subsidiária brasileira ainda depende da reorganização nas linhas de produção.
A confirmação não descarta uma suposta aquisição, por parte das Forças Armadas, de 12 helicópteros Mi-35, de fabricação russa, uma transação avaliada em US$ 250 milhões. A aproximação com os fabricantes e com o governo russo foi confirmada pelo ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger. Já os acordos com os franceses têm sido liderados por Jobim.
Em Brasília, a compra de helicópteros de franceses e russos são considerados dois projetos "diferentes" que integram, ao lado de outros programas de reequipamento do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a Estratégia Nacional de Defesa, que será lançada na próxima semana. (Trib Imprens)
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Indústria bélica de volta
Setor de armamentos pretende retomar força com apoio do governo. Primeiro contrato prevê a construção, em Itajubá (MG), de 51 helicópteros. Programa prevê construção de 53 navios para a Marinha
Pedro Paulo Rezende
Da equipe do Correio Brasiliense
A indústria militar brasileira já esteve entre as 10 maiores do planeta. Na década de 1980, a Engesa colocava caminhões e blindados Cascavel e Urutu nas Américas, na África e na Ásia. Um de seus produtos, o tanque Osório, comparava-se, tecnologicamente, aos mais avançados da época. A Avibras exportava dezenas de baterias de foguetes múltiplos Astros II, até hoje entre os melhores materiais do gênero, para o Oriente Médio. Aviões de treinamento Tucano, da Embraer, chegaram a ser adotados por forças aéreas do Primeiro Mundo, como as da França e do Reino Unido. Quase 30 anos depois, sobrou terra arrasada.
Falida, a Engesa foi dissolvida judicialmente. Com problemas trabalhistas e fiscais, a Avibras espera uma licença especial para exportar o último lote de baterias Astros III para a Malásia, um negócio de US$ 300 milhões. A Embraer se mantém sólida graças ao mercado de aviões comerciais e executivos, o que lhe permitiu desenvolver uma família de aparelhos de vigilância do espaço aéreo, o EMB 145 AEW&C — exportado para México, Grécia e Índia — e um treinador capaz de missões antiguerrilha, o Super Tucano, que participa de uma concorrência no Iraque depois de ser exportado para Colômbia e Equador. Um sucesso modesto diante das centenas de encomendas de modelos anteriores.
Esse quadro começará a mudar a partir da próxima segunda-feira, quando o primeiro de uma série de contratos ligados à industria de defesa será apresentado formalmente na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): o da construção, em Itajubá, de 51 helicópteros EC 725 (mais 20 serão adquiridos pela Petrobras). A fábrica da Helibras receberá da Eurocopter US$ 400 milhões em investimentos para o novo programa, que inclui a transferência completa de uma linha de produção da Europa para Minas Gerais.
“A idéia é conseguirmos um índice de nacionalização próximo de 100%”, disse o diretor do Departamento de Defesa da Fiesp, Jairo Cândido. “A Turbomeca inclusive estuda a possibilidade de fabricar as turbinas aqui, em Xerém, no estado do Rio. Na apresentação do programa, dedicada a obter sócios interessados na fabricação de componentes, pretendemos cobrir todas as necessidades da Helibras, dos parafusos às pás dos rotores, que envolvem grande complexidade. Isso é um projeto superior a US$ 1 bilhão.”
Segundo o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, para relançar sua indústria militar o país precisa de parceiros estratégicos sólidos. “Não queremos comprar pacotes fechados, mas desenvolvê-los em conjunto”, ressaltou. Uma outra preocupação do governo estaria em dar solidez ao parque industrial militar, sempre sujeito a chuvas e trovoadas em um país que, tradicionalmente, gasta pouco com as Forças Armadas. Na política de defesa que será apresentada, estarão previstas medidas como o fim das regras gerais de licitações e mecanismos de proteção dos riscos de contingenciamento orçamentário. Em troca, o Estado teria um poder estratégico sob a forma de uma golden share — mecanismo de voto preferencial nas decisões societárias.
Caças e navios
O programa é bastante amplo. Prevê, inclusive, a construção de 53 navios para a Marinha. Nos pacotes navais, dois ganham destaque: o da fabricação de submarinos, um deles nuclear (leia matéria abaixo), e fragatas. Em dezembro, durante a visita ao Brasil do presidente da França, Nicolas Sarkozy, serão firmados os contratos para a construção de quatro submarinos da classe Scorpène e de seis fragatas da classe FREMM. Para fabricá-los, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro será modernizado. O programa ultrapassará US$ 2 bilhões.
Para a Força Aérea Brasileira os investimentos serão igualmente pesados. A concorrência FX-2 entrará na segunda fase no fim do mês, quando as empresas selecionadas receberão um pedido de proposta. Foram convidadas para a primeira fase — o requerimento para informações — a Boeing, com o F-18E Super Hornet; a Dassault francesa, que apresentou o Rafale F3; o consórcio Eurofighter, com o Typhon; o consórcio Gripen internacional, com o Gripen NG; a Lockheed Martin, com o F-16Br, e a Rosoboronexport, com o Su35BM.
Submarinos nucleares
O programa mais ambicioso do novo pacote militar é o submarino nuclear (conhecido como NUC na Armada). Iniciado em 1982, consumiu, oficialmente, US$ 1,5 bilhão. Contava, inicialmente, com apoio do estaleiro alemão HDW, que cedeu a tecnologia dos submarinos convencionais (diesel-elétricos) IKL 209-1400, conhecidos pela Marinha do Brasil como Classe Tupi. Pretendia-se, originalmente, construir 12 deles. Apenas quatro foram completados — o último deles, o Tikuna, foi incorporado em 2005.
Eles seriam seguidos, de acordo com os planos originais, por dois submarinos convencionais da classe SNAC-1 e quatro da SNAC-2, que testariam o casco do futuro submarino nuclear. Os projetos chegaram à fase de desenho e maquete, mas ficaram obsoletos antes da construção. A Marinha optou, então, por construir novos submarinos diesel-elétricos e selecionou o IKL-214. Chegou a firmar um pré-acordo com a HDW. Foi então que a DCNS francesa ofereceu tecnologia para o modelo atômico, desequilibrando a concorrência a favor do Scorpène.
Pelo acordo-quadro firmado em Paris, a DCNS vai oferecer tecnologia de desenho de casco e de propulsão, desenvolvida para o Barracuda, o mais moderno da Marinha francesa. Como o reator brasileiro é mais alto, será projetado um casco maior para abrigá-lo. Para completar o programa, o governo destinou US$ 300 milhões pelos próximos cinco anos. (PPR)
Setor de armamentos pretende retomar força com apoio do governo. Primeiro contrato prevê a construção, em Itajubá (MG), de 51 helicópteros. Programa prevê construção de 53 navios para a Marinha
Pedro Paulo Rezende
Da equipe do Correio Brasiliense
A indústria militar brasileira já esteve entre as 10 maiores do planeta. Na década de 1980, a Engesa colocava caminhões e blindados Cascavel e Urutu nas Américas, na África e na Ásia. Um de seus produtos, o tanque Osório, comparava-se, tecnologicamente, aos mais avançados da época. A Avibras exportava dezenas de baterias de foguetes múltiplos Astros II, até hoje entre os melhores materiais do gênero, para o Oriente Médio. Aviões de treinamento Tucano, da Embraer, chegaram a ser adotados por forças aéreas do Primeiro Mundo, como as da França e do Reino Unido. Quase 30 anos depois, sobrou terra arrasada.
Falida, a Engesa foi dissolvida judicialmente. Com problemas trabalhistas e fiscais, a Avibras espera uma licença especial para exportar o último lote de baterias Astros III para a Malásia, um negócio de US$ 300 milhões. A Embraer se mantém sólida graças ao mercado de aviões comerciais e executivos, o que lhe permitiu desenvolver uma família de aparelhos de vigilância do espaço aéreo, o EMB 145 AEW&C — exportado para México, Grécia e Índia — e um treinador capaz de missões antiguerrilha, o Super Tucano, que participa de uma concorrência no Iraque depois de ser exportado para Colômbia e Equador. Um sucesso modesto diante das centenas de encomendas de modelos anteriores.
Esse quadro começará a mudar a partir da próxima segunda-feira, quando o primeiro de uma série de contratos ligados à industria de defesa será apresentado formalmente na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): o da construção, em Itajubá, de 51 helicópteros EC 725 (mais 20 serão adquiridos pela Petrobras). A fábrica da Helibras receberá da Eurocopter US$ 400 milhões em investimentos para o novo programa, que inclui a transferência completa de uma linha de produção da Europa para Minas Gerais.
“A idéia é conseguirmos um índice de nacionalização próximo de 100%”, disse o diretor do Departamento de Defesa da Fiesp, Jairo Cândido. “A Turbomeca inclusive estuda a possibilidade de fabricar as turbinas aqui, em Xerém, no estado do Rio. Na apresentação do programa, dedicada a obter sócios interessados na fabricação de componentes, pretendemos cobrir todas as necessidades da Helibras, dos parafusos às pás dos rotores, que envolvem grande complexidade. Isso é um projeto superior a US$ 1 bilhão.”
Segundo o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, para relançar sua indústria militar o país precisa de parceiros estratégicos sólidos. “Não queremos comprar pacotes fechados, mas desenvolvê-los em conjunto”, ressaltou. Uma outra preocupação do governo estaria em dar solidez ao parque industrial militar, sempre sujeito a chuvas e trovoadas em um país que, tradicionalmente, gasta pouco com as Forças Armadas. Na política de defesa que será apresentada, estarão previstas medidas como o fim das regras gerais de licitações e mecanismos de proteção dos riscos de contingenciamento orçamentário. Em troca, o Estado teria um poder estratégico sob a forma de uma golden share — mecanismo de voto preferencial nas decisões societárias.
Caças e navios
O programa é bastante amplo. Prevê, inclusive, a construção de 53 navios para a Marinha. Nos pacotes navais, dois ganham destaque: o da fabricação de submarinos, um deles nuclear (leia matéria abaixo), e fragatas. Em dezembro, durante a visita ao Brasil do presidente da França, Nicolas Sarkozy, serão firmados os contratos para a construção de quatro submarinos da classe Scorpène e de seis fragatas da classe FREMM. Para fabricá-los, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro será modernizado. O programa ultrapassará US$ 2 bilhões.
Para a Força Aérea Brasileira os investimentos serão igualmente pesados. A concorrência FX-2 entrará na segunda fase no fim do mês, quando as empresas selecionadas receberão um pedido de proposta. Foram convidadas para a primeira fase — o requerimento para informações — a Boeing, com o F-18E Super Hornet; a Dassault francesa, que apresentou o Rafale F3; o consórcio Eurofighter, com o Typhon; o consórcio Gripen internacional, com o Gripen NG; a Lockheed Martin, com o F-16Br, e a Rosoboronexport, com o Su35BM.
Submarinos nucleares
O programa mais ambicioso do novo pacote militar é o submarino nuclear (conhecido como NUC na Armada). Iniciado em 1982, consumiu, oficialmente, US$ 1,5 bilhão. Contava, inicialmente, com apoio do estaleiro alemão HDW, que cedeu a tecnologia dos submarinos convencionais (diesel-elétricos) IKL 209-1400, conhecidos pela Marinha do Brasil como Classe Tupi. Pretendia-se, originalmente, construir 12 deles. Apenas quatro foram completados — o último deles, o Tikuna, foi incorporado em 2005.
Eles seriam seguidos, de acordo com os planos originais, por dois submarinos convencionais da classe SNAC-1 e quatro da SNAC-2, que testariam o casco do futuro submarino nuclear. Os projetos chegaram à fase de desenho e maquete, mas ficaram obsoletos antes da construção. A Marinha optou, então, por construir novos submarinos diesel-elétricos e selecionou o IKL-214. Chegou a firmar um pré-acordo com a HDW. Foi então que a DCNS francesa ofereceu tecnologia para o modelo atômico, desequilibrando a concorrência a favor do Scorpène.
Pelo acordo-quadro firmado em Paris, a DCNS vai oferecer tecnologia de desenho de casco e de propulsão, desenvolvida para o Barracuda, o mais moderno da Marinha francesa. Como o reator brasileiro é mais alto, será projetado um casco maior para abrigá-lo. Para completar o programa, o governo destinou US$ 300 milhões pelos próximos cinco anos. (PPR)
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Folha de SP
Defesa: Anúncio de plano estratégico atrasa
Previsto para o dia 7 de setembro, o anúncio do Plano Estratégico de Defesa Nacional só deverá ser feito na próxima semana. Nos últimos dias, o presidente Lula cancelou duas reuniões marcadas para tratar das definições finais do texto. A previsão agora é que o grupo se reúna com Lula na próxima terça. Em linhas gerais, o plano prevê o reaparelhamento das Forças, a organização da indústria bélica nacional, o reforço do patrulhamento da fronteira e alterações no serviço Militar obrigatório.
Defesa: Anúncio de plano estratégico atrasa
Previsto para o dia 7 de setembro, o anúncio do Plano Estratégico de Defesa Nacional só deverá ser feito na próxima semana. Nos últimos dias, o presidente Lula cancelou duas reuniões marcadas para tratar das definições finais do texto. A previsão agora é que o grupo se reúna com Lula na próxima terça. Em linhas gerais, o plano prevê o reaparelhamento das Forças, a organização da indústria bélica nacional, o reforço do patrulhamento da fronteira e alterações no serviço Militar obrigatório.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Modernização das Forças Armadas
O Brasil já é grande exportador de produtos alimentícios, minérios e etanol e dentro de uma década será expressivo supridor de petróleo no mercado internacional. A Amazônia está infestada de ONGs alienígenas e há muito tempo é cobiçada por nações de fora devido suas estupendas riquezas minerais, incalculáveis mananciais de água e incomensurável biodiversidade. Proliferam por aí teses de internacionalização do “pulmão do mundo”, cuja floresta o “Brasil não saberia preservar”, e ela seria “patrimônio da humanidade”.
Entrementes, alastra-se o ponto de vista de que futuramente não existirá um só poder universal hegemônico – econômico e militar – porém vários que terão ncessariamente convivência harmônica, desde que não se agigante supremacia inquestionável de um deles, posição hoje exercida pela América do Norte.
Os blocos possivelmente estarão constituídos pelos Estados Unidos, União Européia, Rússia, China, Índia, Japão, África do Sul/Nigéria e Brasil/América Latina. O governo Lula propôs e conseguiu a criação da Unasul (União das Nações Sul Americanas) e do Conselho Sul-Americano de Defesa (com restrições do ministro da Guerra da Colômbia), o que praticamente anula o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca e a Junta Interamericana de Defesa, sob controles estadunidense.
Nesse ínterim, os EUA restabeleceram a Quarta Frota no Caribe e Atlântico Sul (ativa de 1943 a 1950), concomitantemente com a descoberta pela Petrobras das gigantescas jazidas do pré-sal, localizadas na plataforma marítima de 200 milhas, estando em processo de aprovação da ONU sua ampliação para 350 milhas, o que acrescentará à faixa oceânica sob soberania brasileira cerca de 4 milhões e meio de quilômetros quadrados, mais da metade do território nacional.
Nesse contexto geopolítico, é fundamental para o Brasil apressar o submarino a propulsão nuclear, concebido pela nossa Marinha de Guerra, e não regatear verbas orçamentárias para submarinos convencionais. O governo não pode procrastinar a duplicação da frota de patrulha, insuficiente para vigiar a extensão marítima dos novos campos de petróleo.
Está na hora de repudiar definitivamente os conceitos da doutrina de Washington, aceitos por governos neoliberais, de que a função do Exército é ater-se à luta contra o narcotráfico e o terrorismo, e que a “soberania é limitada”. Já houve o absurdo de admitir-se uma “tropa de intervenção rápida”, chefiada pelos EUA, para resolver pendências na América Latina.
Felizmente, está se firmando a idéia de que o Brasil necessita desenvolver uma indústria bélica moderna, e a primeira medida é modificar a lei de licitações nº 8.666, flexibilizando critérios para compras de armamentos, com total primazia ao que é produzido aqui. A revitalização da Imbel está no contexto.
É preciso também que o BNDES e o Banco do Brasil dêem tratamento especial aos financiamentos para investimentos fixos, capital de giro e linhas de exportação às empresas componentes do arco de defesa.
No presente, a Marinha é contemplada com pequena parcela dos royalties da exploração do petróleo, e a imprescindível alteração da Lei 9.478/97, que extinguiu o monopólio da Petrobras, com certeza contemplará um Fundo Soberano Intergerações, com atribuição de ponderável parcela ao Exército de Terra, Mar e Ar.
Léo de Almeida Neves é membro da Academia Paranaense de Letras, ex-deputado federal ex-diretor do Banco do Brasil.
Ministro debate estratégia de defesa com os militares
O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, afirmou que vai precisar de “disposição para o sacrifício” para implantar a estratégia nacional de defesa. A declaração foi dada durante rápida entrevista coletiva, na manhã de ontem, no Comando Militar do Nordeste (CMNE), no Curado, Zona Oeste do Recife. O coordenador do Comitê Ministral de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa veio à cidade para discutir o plano com comandantes das Forças Armadas.
“Há um vínculo inseparável entre projeto forte de desenvolvimento nacional e projeto forte de defesa nacional. O que está no centro do debate a respeito da defesa é a nossa disposição para o sacrifício e o alcance das nossas ambições”, afirmou. Questionado sobre o grau de entrega que será necessário, Unger foi enfático. “Em última instância, o sacrifício de disposição de dar as nossas vidas. Mas antes disso, (é preciso dar) tempo de nossa juventude no serviço militar e o sacrifício de dinheiro.”
O ministro não deu detalhes sobre a estratégia, mas adiantou que ela foi dividida em três agendas específicas. “Queremos Forças Armadas altamente qualificadas e uma cultura militar pautada pela flexibilidade. Partimos do trinômio monitoramento, mobilidade e presença.”
Ele ressalta que a segunda proposta é reconstruir a indústria nacional de defesa, privada e estatal, para assegurar a união entre pesquisa e produção avançada. “A terceira é a composição das Forças Armadas. Há um consenso entre os líderes civis e militares de manter o serviço militar obrigatório e aprofundá-lo”, resumiu.
A proposta está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá divulgá-la em breve, mas ainda sem data definida
O Brasil já é grande exportador de produtos alimentícios, minérios e etanol e dentro de uma década será expressivo supridor de petróleo no mercado internacional. A Amazônia está infestada de ONGs alienígenas e há muito tempo é cobiçada por nações de fora devido suas estupendas riquezas minerais, incalculáveis mananciais de água e incomensurável biodiversidade. Proliferam por aí teses de internacionalização do “pulmão do mundo”, cuja floresta o “Brasil não saberia preservar”, e ela seria “patrimônio da humanidade”.
Entrementes, alastra-se o ponto de vista de que futuramente não existirá um só poder universal hegemônico – econômico e militar – porém vários que terão ncessariamente convivência harmônica, desde que não se agigante supremacia inquestionável de um deles, posição hoje exercida pela América do Norte.
Os blocos possivelmente estarão constituídos pelos Estados Unidos, União Européia, Rússia, China, Índia, Japão, África do Sul/Nigéria e Brasil/América Latina. O governo Lula propôs e conseguiu a criação da Unasul (União das Nações Sul Americanas) e do Conselho Sul-Americano de Defesa (com restrições do ministro da Guerra da Colômbia), o que praticamente anula o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca e a Junta Interamericana de Defesa, sob controles estadunidense.
Nesse ínterim, os EUA restabeleceram a Quarta Frota no Caribe e Atlântico Sul (ativa de 1943 a 1950), concomitantemente com a descoberta pela Petrobras das gigantescas jazidas do pré-sal, localizadas na plataforma marítima de 200 milhas, estando em processo de aprovação da ONU sua ampliação para 350 milhas, o que acrescentará à faixa oceânica sob soberania brasileira cerca de 4 milhões e meio de quilômetros quadrados, mais da metade do território nacional.
Nesse contexto geopolítico, é fundamental para o Brasil apressar o submarino a propulsão nuclear, concebido pela nossa Marinha de Guerra, e não regatear verbas orçamentárias para submarinos convencionais. O governo não pode procrastinar a duplicação da frota de patrulha, insuficiente para vigiar a extensão marítima dos novos campos de petróleo.
Está na hora de repudiar definitivamente os conceitos da doutrina de Washington, aceitos por governos neoliberais, de que a função do Exército é ater-se à luta contra o narcotráfico e o terrorismo, e que a “soberania é limitada”. Já houve o absurdo de admitir-se uma “tropa de intervenção rápida”, chefiada pelos EUA, para resolver pendências na América Latina.
Felizmente, está se firmando a idéia de que o Brasil necessita desenvolver uma indústria bélica moderna, e a primeira medida é modificar a lei de licitações nº 8.666, flexibilizando critérios para compras de armamentos, com total primazia ao que é produzido aqui. A revitalização da Imbel está no contexto.
É preciso também que o BNDES e o Banco do Brasil dêem tratamento especial aos financiamentos para investimentos fixos, capital de giro e linhas de exportação às empresas componentes do arco de defesa.
No presente, a Marinha é contemplada com pequena parcela dos royalties da exploração do petróleo, e a imprescindível alteração da Lei 9.478/97, que extinguiu o monopólio da Petrobras, com certeza contemplará um Fundo Soberano Intergerações, com atribuição de ponderável parcela ao Exército de Terra, Mar e Ar.
Léo de Almeida Neves é membro da Academia Paranaense de Letras, ex-deputado federal ex-diretor do Banco do Brasil.
Ministro debate estratégia de defesa com os militares
O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, afirmou que vai precisar de “disposição para o sacrifício” para implantar a estratégia nacional de defesa. A declaração foi dada durante rápida entrevista coletiva, na manhã de ontem, no Comando Militar do Nordeste (CMNE), no Curado, Zona Oeste do Recife. O coordenador do Comitê Ministral de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa veio à cidade para discutir o plano com comandantes das Forças Armadas.
“Há um vínculo inseparável entre projeto forte de desenvolvimento nacional e projeto forte de defesa nacional. O que está no centro do debate a respeito da defesa é a nossa disposição para o sacrifício e o alcance das nossas ambições”, afirmou. Questionado sobre o grau de entrega que será necessário, Unger foi enfático. “Em última instância, o sacrifício de disposição de dar as nossas vidas. Mas antes disso, (é preciso dar) tempo de nossa juventude no serviço militar e o sacrifício de dinheiro.”
O ministro não deu detalhes sobre a estratégia, mas adiantou que ela foi dividida em três agendas específicas. “Queremos Forças Armadas altamente qualificadas e uma cultura militar pautada pela flexibilidade. Partimos do trinômio monitoramento, mobilidade e presença.”
Ele ressalta que a segunda proposta é reconstruir a indústria nacional de defesa, privada e estatal, para assegurar a união entre pesquisa e produção avançada. “A terceira é a composição das Forças Armadas. Há um consenso entre os líderes civis e militares de manter o serviço militar obrigatório e aprofundá-lo”, resumiu.
A proposta está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá divulgá-la em breve, mas ainda sem data definida
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Governo adia divulgação de Plano Estratégico de Defesa
Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Plano Estratégico de Defesa não será mais divulgado no dia 7 de setembro, conforme havia sido anunciado pelo governo.
Segundo a assessoria do Ministério da Defesa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ampliar o debate, após receber esta semana a proposta básica apresentada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Lula marcou uma nova reunião para discutir o plano com representantes do governo - entre eles, Jobim e o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger - para a próxima semana.
No mês passado, em entrevista à Agência Brasil, Mangabeira Unger afirmou que a proposta de um plano de Defesa foi encomendada por Lula no dia 6 de setembro do ano passado, e não tem o objetivo apenas de equipar as Forças Armadas. Ela envolve também a qualificação e a reorganização do Exército, da Marinha e da Aeronáutica "em torno de uma cultura militar pautada pela flexibilidade, pela imaginação e pela audácia".
Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Plano Estratégico de Defesa não será mais divulgado no dia 7 de setembro, conforme havia sido anunciado pelo governo.
Segundo a assessoria do Ministério da Defesa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ampliar o debate, após receber esta semana a proposta básica apresentada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Lula marcou uma nova reunião para discutir o plano com representantes do governo - entre eles, Jobim e o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger - para a próxima semana.
No mês passado, em entrevista à Agência Brasil, Mangabeira Unger afirmou que a proposta de um plano de Defesa foi encomendada por Lula no dia 6 de setembro do ano passado, e não tem o objetivo apenas de equipar as Forças Armadas. Ela envolve também a qualificação e a reorganização do Exército, da Marinha e da Aeronáutica "em torno de uma cultura militar pautada pela flexibilidade, pela imaginação e pela audácia".
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Brasil precisa de Defesa forte para ser rebelde, diz Mangabeira
Ministro diz que 'PAC da Defesa' é a mais ambiciosa proposta de reforma militar.
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac237032,0.htm
Ministro diz que 'PAC da Defesa' é a mais ambiciosa proposta de reforma militar.
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac237032,0.htm
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Se o Lula e o NJ comprarem as idéias do MU a coisa vai mudar de figura
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Apertô o sabugão!!!......o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ampliar o debate, após receber esta semana a proposta básica apresentada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Acho que o LL não contava que os dois ministros eas FA iam trabalhar tanto, se ferrô, agora alguma coisa terá de ser feita, não dá para adiar muito.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 13539
- Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
- Agradeceu: 56 vezes
- Agradeceram: 201 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
jauro escreveu:Apertô o sabugão!!!......o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ampliar o debate, após receber esta semana a proposta básica apresentada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Acho que o LL não contava que os dois ministros eas FA iam trabalhar tanto, se ferrô, agora alguma coisa terá de ser feita, não dá para adiar muito.
Existem alguns pontos polêmicos, e o Barbudo e sua turma mais chegada estão tentando costurar as coisas para ficar de bem com todo o mundo. O raio é que tiveram Um ano, 365 dias para ajustar as coisas e agora ficam com esta enrolação , já passaram para o dia 9 , sabe lá Deus qdo. vão desenrolar tudo...
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Plano de defesa fica fora do 7 de Setembro
Roberto Godoy
A apresentação do Plano Nacional de Defesa, destaque da agenda das comemorações de 7 de Setembro, em Brasília, foi adiada por determinação do presidente Lula. Reunião foi marcada para o dia 9 para exposição do projeto.
Preparado pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, o programa trata do reequipamento das Forças Armadas, da proteção de fronteiras, revitalização da indústria brasileira de equipamentos militares e da modernização do setor.
Segundo Jobim, "trata-se de uma plataforma destinada a levar o tema para a primeira página da agenda de prioridades nacionais". Mangabeira, que disse antes de assumir que o governo Lula era o "mais corrupto da história", defende a aplicação de 2,5% do Orçamento nos empreendimentos "de recomposição" dos recursos dos três comandos.
Roberto Godoy
A apresentação do Plano Nacional de Defesa, destaque da agenda das comemorações de 7 de Setembro, em Brasília, foi adiada por determinação do presidente Lula. Reunião foi marcada para o dia 9 para exposição do projeto.
Preparado pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, o programa trata do reequipamento das Forças Armadas, da proteção de fronteiras, revitalização da indústria brasileira de equipamentos militares e da modernização do setor.
Segundo Jobim, "trata-se de uma plataforma destinada a levar o tema para a primeira página da agenda de prioridades nacionais". Mangabeira, que disse antes de assumir que o governo Lula era o "mais corrupto da história", defende a aplicação de 2,5% do Orçamento nos empreendimentos "de recomposição" dos recursos dos três comandos.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
-
- Sênior
- Mensagens: 5309
- Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
- Localização: Barra Velha, SC.
- Agradeceu: 212 vezes
- Agradeceram: 610 vezes
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Como é costumeiro no Planalto, LL pensou que o PND não sairia do discurso; agora ta aí! Mais um sabugo no rabo do molusco.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Quero ver como o nosso presidente vai sair dessa, pois tomar decissões não é o seu forte.