Página 3 de 22

Enviado: Seg Jul 16, 2007 6:15 pm
por helio
Para mim a FAB respondeu somente o que interessa, como toda réplica, pois em nenhum momento explica sobre os aparelhos de radar que não estão operantes.
Detalha também a questão da defesa aérea, que não é o foco da questão, pois areportagem relata primeiro os problemas do tráfego aéreo civil para depois citar que o SIVAM foi implantado também para a defesa aérea(é obvio)
É obvio que uma revista não tem acesso a informações sobre acionamentos para interceptação de aeronaves suspeitas, pois estas informações,são classificadas.
Entretanto ao que parece a revista teve acesso as informações entrevistando pessoas da FAB, como o próprio CECOMSAER admite, e consequentemente deve ter provas arquivadas sobre isto.
Quanto a desacreditar a mídia atacando-o é normal Desde o Renan Calheiros e o Roriz, todo mundo faz isto.
Repito senhores, nada tenho a ver com esta revista, mas com certeza tem muita coisa a ser consertada nesta caixa preta, antes que haja um outro acidente .

Conforme já declarei neste forum, recomendo novamente a vcs assistirem o documentário "Fuerza Aerea SA" que trata a mesmissima coisa no país vizinho, bem como as consequencias( aviões acidentados com dezenas de vítimas). Pensei que o caos aéreo fosse privilegio argentino, mas percebi que somos o roto falando do esfarrapado.

Enviado: Seg Jul 16, 2007 6:25 pm
por orestespf
helio escreveu:Para mim a FAB respondeu somente o que interessa, como toda réplica, pois em nenhum momento explica sobre os aparelhos de radar que não estão operantes.
Detalha também a questão da defesa aérea, que não é o foco da questão, pois areportagem relata primeiro os problemas do tráfego aéreo civil para depois citar que o SIVAM foi implantado também para a defesa aérea(é obvio)
É obvio que uma revista não tem acesso a informações sobre acionamentos para interceptação de aeronaves suspeitas, pois estas informações,são classificadas.
Entretanto ao que parece a revista teve acesso as informações entrevistando pessoas da FAB, como o próprio CECOMSAER admite, e consequentemente deve ter provas arquivadas sobre isto.
Quanto a desacreditar a mídia atacando-o é normal Desde o Renan Calheiros e o Roriz, todo mundo faz isto.
Repito senhores, nada tenho a ver com esta revista, mas com certeza tem muita coisa a ser consertada nesta caixa preta, antes que haja um outro acidente .

Conforme já declarei neste forum, recomendo novamente a vcs assistirem o documentário "Fuerza Aerea SA" que trata a mesmissima coisa no país vizinho, bem como as consequencias( aviões acidentados com dezenas de vítimas). Pensei que o caos aéreo fosse privilegio argentino, mas percebi que somos o roto falando do esfarrapado.


Pois é Hélio,

por mais que você negue, estou cada vez mais convencido que você é o jornalista da Veja que escreveu o "malversado" artigo... :D :D :D

Agora falando sério, interessante o seu último parágrafo... Em um post anterior você citou um exemplo de chineses e japoneses que se recusaram a vir ao Brasil por problemas relacionados a demoras nos aeroportos e segurança de vôo. Os tais chineses e japoneses preferiram ir para a Argentina. Não é estranho isto, quando comparamos com o que você escreveu no último parágrafo deste post?? Será que esqueceram de avisar para os chineses e japoneses que lá é pior do que aqui??? rsrs


Sds,

Orestes

Enviado: Seg Jul 16, 2007 6:38 pm
por Koslova
Existe uma frase que acho lapidar, mas que infelizmente não me recordo do autor.

“Os militares se ressentem que a imprensa não entende nada de defesa, mas se ressentiriam muito mais se realmente entende-se.”

A imprensa Brasileira não entende nada, absolutamente nada sobre defesa, não se trata do veiculo A ou B, trata-se de praticamente todo e qualquer veiculo da grande imprensa.

Ora misturando traços de deficiência técnica, preguiça e incompetência jornalística, ora misturando alem disto tudo, um certo rancor barato para com as instituições militares.

Quando analisamos a imprensa dita especializada, também não encontramos muita luz no final do túnel, com a sua visão institucionalista, sempre paternalista com os problemas das FA’s, como se todos os problemas brasileiros em defesa fossem um simples aumento de orçamento. Com o rabo preso com o anunciante, escreve-se sobre o que se quer comprar, e com as palavras que se quer encomendar.

E a verdade?

Bem, a verdade passa ao largo, como algo desinteressante, um mero detalhe.

Existe realmente um comprometimento dos radares do SIVAM quando a sua disponibilidade?
Existe um interesse em desestabilizar o comando da aeronáutica por algum interesse econômico ou político que ainda não sabemos?
Existe ignorância ou má fé sobre as noticias vinculadas?
Até que ponto o que esta escrito é verdadeiro?

Bem, isto é um mero detalhe, o que vale mesmo é polarizarmos as coisas entre o bem versus o mal.

Esta é a nossa cultura, falta um pouco mais de gosto pela verdade no Brasil, sobra o entretenimento do debate maniqueísta, infrutifero, o apego a polemica da semana.

Enviado: Seg Jul 16, 2007 6:41 pm
por Beronha
Existe um interesse em desestabilizar o comando da aeronáutica por algum interesse econômico ou político que ainda não sabemos?


Ao meu ver a mais provavel razão para tamanho despreparo jornalistico.

Enviado: Seg Jul 16, 2007 6:44 pm
por pafuncio
1) Sempre lembrando que o referencial ideológico muitas vezes é o verdadeiro aferidor da "qualidade" do veículo de imprensa. :wink:

Pois é, de repente lembrei-me do Mainardi. :roll:

2) De qualquer modo, acho que há veículos na imprensa que merecem ser lidos.

Gosto dos jornais econômicos, em especial o Valor Econômico e a Gazeta Mercantil, em que pese não possuir formação econômica/matemática ou ser sequer um empresário ou profissional liberal. Por incrível que pareça, abstraindo setorialismos de tais veículos de imprensa (menos Estado e menor carga tributária), as informações são menos filtradas ideologicamente. Afinal, o negócio é seguir o $$$$, ainda que o Poder Executivo de plantão seja formalmente de esquerda.

Apesar de ser de direita, gosto do Estadão, muito mais do que a Folha. Acho seus colunistas melhores, bem como a própria formatação. O caderno de Esportes dá uma importante contribuição, também.

Penso na Folha, quando daquela velha piada:

"Estaremos todos comendo merda no ano 2.020" - todos os jornais.
"Mas a merda não dará para todos" - Folha de São Paulo, chamada da Capa. Gráficos by Datafolha, merecendo destaque a perfeita diagramação e textura do substrato coprólito.

:roll: :roll:

3) Quanto aos semanários, acho que o quadro está pior. No que tange à Veja, comungo da opinião do Orestes, nosso Especulador Geral das ReSpública. A Istoé, que assinei por mais de 12 anos, tornou-se a QuantoÉ. A Carta Capital é a minha preferida, não podendo negar o fator ideológico. Mas é pernóstica e por vezes superficial, além de arcar com uma certa rigidez editorial, em que pese um respeitável time de colunistas (no meu caso, sou fã do Walter Fanganiello Maierovitch, um dos maiores especialistas em macrocriminalidade).

4) De todo modo, o futuro está na blogoesfera, pelo pluralismo e instanteneidade.

Daí talvez a estridência que certo veículo da imprensa escrita tenha recorrido, nos tempos últimos. Como diria o arguto Peludo, especialista em etiqueta, "podem pular, grita e peidar", mas isso não bastará para tornar verdade tudo o que for publicado ...

5) Voltando ao tema, acho que nota da Aeronáutica é excepcional. Bem escrita, contundente (bem mais que o esperado) e com uma certa ironia. Vamos ver a reação da Veja ...

Acredito que vão pular, gritar, mear e pedar , como sustentaria um certo forista transandino ...

Abraços, alexandre.

Enviado: Seg Jul 16, 2007 6:56 pm
por Carlos Lima
Resposta do Comando da Aeronáutica...

Que provavelmente não terá o destaque que a reportagem original posuiu...

RESPOSTA DO CECOMSAER ENVIADA À REVISTA VEJA

Sobre a matéria "UM BURACO NEGRO CHAMADO SIVAM", publicada na revista Veja (nº 28, de 18 de julho de 2007), o Comando da Aeronáutica repudia veementemente a forma como ela foi colocada, julgando imprescindível esclarecer alguns relatos apresentados, com informações equivocadas, e que denotam desconhecimento do jornalista a respeito do funcionamento e da concepção do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).

O Comando da Aeronáutica reafirma que, no tocante à circulação aérea geral, o espaço aéreo brasileiro possui uma cobertura radar efetiva, plena, no nível da aviação comercial, ou seja, acima de 29.000 pés de altitude. No entanto, a reportagem confunde a função de controle de espaço aéreo com a de defesa aérea, fazendo ilações indevidas a respeito da capacidade de a FAB prover uma proteção adequada de nosso espaço aéreo.

Radares fixos não têm como função principal a deteção de alvos a baixa altura, eles existem para a coordenação dos chamados “tráfegos cooperativos” em apoio à atividade de controle de espaço aéreo.

Além disso, em nenhum momento, os Esquadrões de Super-Tucanos (A-29) foram transferidos de suas bases para o Estado de Goiás. Na verdade, essas aeronaves voam na Amazônia e operam, quando em missão de combate a aeronaves ilícitas, em coordenação com aeronaves radar R-99A, da Força Aérea Brasileira, e com radares móveis aerotransportáveis, ampliando significativamente a capacidade de manutenção de nossa soberania.

Vale ressaltar que o jornalista não tem acesso ao número de acionamentos realizados pelas aeronaves de alerta naquela região e, por isso, erra grosseiramente ao afirmar que não acontecem interceptações naquela região.

Quando se reporta à insegurança causada por eventuais falhas na deteção radar, o jornalista demonstra desconhecer que o controle do tráfego aéreo é realizado precipuamente por meio de comunicações VHF e que qualquer inoperância de um equipamento radar repercute na quantidade de aeronaves controladas, em determinado espaço e tempo, e não na segurança delas.

Além disso, a matéria relata uma possível colisão indicada pela console de controle de vôos, quando na verdade as aeronaves voavam em altitudes distintas, sem qualquer possibilidade de choque entre elas.

Uma foto apresentada como indicativo de problemas no sistema, nada mais é do que o retrato de um agrupamento de setores de controle, o que é uma característica do sistema e não uma falha, como afirma o jornalista.

Dessa forma, a reportagem nada mais é do que um arrazoado de críticas, provavelmente advindas de pessoas insatisfeitas com as medidas eficientes que a FAB tem adotado para o controle do espaço aéreo brasileiro e, dentre outros equívocos, que misturam atribuições do CINDACTA IV (originado do SIVAM) com as do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM).

Lamentavelmente, a matéria em nada contribui para um eventual aperfeiçoamento do sistema, tampouco serve para o devido esclarecimento ao público, uma vez que é fraco seu embasamento técnico, o que presta desinformação e gera, maldosamente, dúvidas infundadas aos leitores de tão importante Revista.

Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica


Sei não... em tempos de boatos sobre reaparelhamentos e coisas afins, não me surpreenderia se essa reportagem fosse 'financiada'...

Mas esse sou eu... 'desconfiometro' = ON :wink:

[]s
CB_Lima

Enviado: Seg Jul 16, 2007 6:56 pm
por Vinicius Pimenta
Se a "matéria" que foi publicada na revista é idêntica a que está online, eu como estudante e profissional da área de comunicação diria que este "arrazoado de críticas", nas palavras da Aeronáutica, nem de longe se aproxima de uma reportagem. Para chegar a esse nível teria que melhorar muito. Não se pode dizer sequer que seja um péssimo exemplo de jornalismo porque não é digno de tal honraria. Há erros grosseiros demais para podermos saber o que é fato e o que é inventado. Alguns pontos.

:arrow: Denuncismo. "Artigo" baseado em denúncias vagas. Não apresenta fontes. Cita supostos relatórios. Cita muita coisa, não mostra nada.

:arrow: Informações erradas e afirmações descabidas. Não se deu ao trabalho de conferir informações básicas. Cita inclusive transferências inexistentes de aeronaves. Se a fonte que passou essa informação a ele foi a mesma que ele usou para "embasar" o resto do artigo...

:arrow: Distorção. O ÚNICO trecho em que alguém da FAB é citado está fora de contexto. Pegou-se um trecho isolado e o fez virar uma verdade absoluta.

:arrow: Má fé. Não creio em incompetência pura e simples. Não teria passado em uma faculdade de jornalismo que se preze.

Desde então, VEJA visitou seis instalações do Sivam, entrevistou controladores de vôo, militares, pilotos, reuniu fotografias, gravações e documentos confidenciais sobre o sistema.


Não mostrou uma entrevista com pilotos. Não mostrou a reprodução de tais documentos e não mostrou as tais fotografias? Quais são?

Sugiro ao rapaz voltar à faculdade e refazer algumas matérias como Técnicas de Reportagem, Filosofia e Ética, etc...

-----

Há problemas no SIVAM? Certamente. Mas não creio que este tipo de "jornalismo", representado pelo tom sensacionalista desta publicação, seja o verdadeiro papel da imprensa.

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:21 pm
por A-29
Orestes,

Sua resposta a meu questionamento foi tão coerente que dela posso até discordar, mas nunca a poderei considerar errada.

Quanto ao artigo em si, acredito no segunte: o jornalista conseguiu um contao com os controladores de vôo (ou o contrário) e contou a versão (exagerada) deles. Tem o mérito de levantar a questão sobre a funcionalidade do Sivam, com uma ou duas coisas difíceis de engolir, como a tal base inoperante em Tabatinga. Mas deixa a coisa descambar quando incorre em todos os erros bem elencados pelo Vinicius.

Pra mim, o editor aceitou incluir a reportagem na edição pois é um tema polêmico e que provavelmente gerará alguma repercussão, mesmo sendo tão mal embasada como é.

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:32 pm
por orestespf
Koslova escreveu:Existe uma frase que acho lapidar, mas que infelizmente não me recordo do autor.

“Os militares se ressentem que a imprensa não entende nada de defesa, mas se ressentiriam muito mais se realmente entende-se.”

A imprensa Brasileira não entende nada, absolutamente nada sobre defesa, não se trata do veiculo A ou B, trata-se de praticamente todo e qualquer veiculo da grande imprensa.

Ora misturando traços de deficiência técnica, preguiça e incompetência jornalística, ora misturando alem disto tudo, um certo rancor barato para com as instituições militares.

Quando analisamos a imprensa dita especializada, também não encontramos muita luz no final do túnel, com a sua visão institucionalista, sempre paternalista com os problemas das FA’s, como se todos os problemas brasileiros em defesa fossem um simples aumento de orçamento. Com o rabo preso com o anunciante, escreve-se sobre o que se quer comprar, e com as palavras que se quer encomendar.

E a verdade?

Bem, a verdade passa ao largo, como algo desinteressante, um mero detalhe.

Existe realmente um comprometimento dos radares do SIVAM quando a sua disponibilidade?
Existe um interesse em desestabilizar o comando da aeronáutica por algum interesse econômico ou político que ainda não sabemos?
Existe ignorância ou má fé sobre as noticias vinculadas?
Até que ponto o que esta escrito é verdadeiro?

Bem, isto é um mero detalhe, o que vale mesmo é polarizarmos as coisas entre o bem versus o mal.

Esta é a nossa cultura, falta um pouco mais de gosto pela verdade no Brasil, sobra o entretenimento do debate maniqueísta, infrutifero, o apego a polemica da semana.


Quem está na chuva... rsrs

Então vamos cutucar a onça com vara curta!!! Se eu não fosse casado... Hummmm Embora essa mulher tenha cara de brava... rsrsrs

Meus respeitos Koslova!!

Orestes

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:32 pm
por helio
Orestes
Vc escreveu
Agora falando sério, interessante o seu último parágrafo... Em um post anterior você citou um exemplo de chineses e japoneses que se recusaram a vir ao Brasil por problemas relacionados a demoras nos aeroportos e segurança de vôo. Os tais chineses e japoneses preferiram ir para a Argentina. Não é estranho isto, quando comparamos com o que você escreveu no último parágrafo deste post?? Será que esqueceram de avisar para os chineses e japoneses que lá é pior do que aqui??? rsrs


Pois é
os argentinos levantaram esta polemica em 2006 e o presidente Kirchner até fez pressão para exonerar alguns brigadeiros da reserva que ocupavam cargos na Infraero de lá. O problema lá está muito aquem de ser resolvido pois os equipamentos de lá estão em situação crítica, entretanto o trafego aéreo argentino é minusculo se compararmos com o nosso, e a crise não teve repercussões mundiais como está tendo o brasileiro.
É por isto que os japoneses e chineses preferiram ir para a Argentina, aonde por sinal pela lei das probabilidades por ter um tráfego aéreo pequeno, é menor a possibilidade de acidentes. Mas aí vem a tal da Lei de Murphy e tudo pode acontecer....

Entretanto há um contraste a ser comentado: Na Argentina há um mes atrás houve um nevoeiro que paralizou o tráfego aéreo por quase 48 horas(foi durante o feriado de Corpus Christi) . Assim como no Brasil a Infraero deles não permite que se dê explicações do problema aos passageiros, exceto a versão oficial , do tipo "Por motivos de reposicionamento de aeronaves o embarque que era no portão 1 passa a ser no 15B". Tenho certeza que vcs ouviram muito esta frase chavão dada pela Infraero, que quer dizer na verdade, "apesar de estar programado para ser no portão 1 a Infraero mudou para a 15". Teve um caso de uma funcionária da TAM que disse a verdade e a Infraero obrigou a TAM tirar a funcionaria do aeroporto.
Bom, voltando a vaca fria, na Argentina ,tal qual no Brasil houve bate-boca entre os funcionarios da Aerolineas Argentinas e os passageiros irados por falta de informações, no fim houve 2 casos de agressões a funcionarios da Aerolineas.Resultado: Os funcionários da Aerolineas entraram em greve por quase 48 horas exigindo providencias para assegurar a integridade dos seus colegas, bem como que forneçam informações adequadas aos passageiros.

Hélio

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:33 pm
por orestespf
Vinicius Pimenta escreveu:Se a "matéria" que foi publicada na revista é idêntica a que está online, eu como estudante e profissional da área de comunicação diria que este "arrazoado de críticas", nas palavras da Aeronáutica, nem de longe se aproxima de uma reportagem. Para chegar a esse nível teria que melhorar muito. Não se pode dizer sequer que seja um péssimo exemplo de jornalismo porque não é digno de tal honraria. Há erros grosseiros demais para podermos saber o que é fato e o que é inventado. Alguns pontos.

:arrow: Denuncismo. "Artigo" baseado em denúncias vagas. Não apresenta fontes. Cita supostos relatórios. Cita muita coisa, não mostra nada.

:arrow: Informações erradas e afirmações descabidas. Não se deu ao trabalho de conferir informações básicas. Cita inclusive transferências inexistentes de aeronaves. Se a fonte que passou essa informação a ele foi a mesma que ele usou para "embasar" o resto do artigo...

:arrow: Distorção. O ÚNICO trecho em que alguém da FAB é citado está fora de contexto. Pegou-se um trecho isolado e o fez virar uma verdade absoluta.

:arrow: Má fé. Não creio em incompetência pura e simples. Não teria passado em uma faculdade de jornalismo que se preze.

Desde então, VEJA visitou seis instalações do Sivam, entrevistou controladores de vôo, militares, pilotos, reuniu fotografias, gravações e documentos confidenciais sobre o sistema.


Não mostrou uma entrevista com pilotos. Não mostrou a reprodução de tais documentos e não mostrou as tais fotografias? Quais são?

Sugiro ao rapaz voltar à faculdade e refazer algumas matérias como Técnicas de Reportagem, Filosofia e Ética, etc...

-----

Há problemas no SIVAM? Certamente. Mas não creio que este tipo de "jornalismo", representado pelo tom sensacionalista desta publicação, seja o verdadeiro papel da imprensa.


[009] [009]


Belíssima análise crítica Vinícius. Ainda mais vindo de alguém da área.


Abraços,

Orestes

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:36 pm
por helio
Koslova vc escreveu
"Quando analisamos a imprensa dita especializada, também não encontramos muita luz no final do túnel, com a sua visão institucionalista, sempre paternalista com os problemas das FA’s, como se todos os problemas brasileiros em defesa fossem um simples aumento de orçamento. Com o rabo preso com o anunciante, escreve-se sobre o que se quer comprar, e com as palavras que se quer encomendar."

Concordo plenamente!

Hélio

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:42 pm
por helio
Vinicius vc escreveu
"Não mostrou uma entrevista com pilotos. Não mostrou a reprodução de tais documentos e não mostrou as tais fotografias? Quais são?"

Obviamente as pessoas entrevistadas são da FAB, que acredito até que tiraram as fotos internas. Ninguem da FABiria permitir tirar as fotos caso soubesse o motivo da reportagem.É mais do que óbvio também que os documentos em caso de terem tido autorização de publicar, iria ser publicado.
Ou já se esqueceram do caso do caseiro Francenildo que teve o extrato bancário reproduzido e por isso caiu um ministro?

quer ver as fotose os documentos? convoque o pessoal que escreveu à CPI do apagão e a sindicancia do ministério público que talvez iremos ver alguns documentos


Hélio

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:42 pm
por orestespf
A-29 escreveu:Orestes,

Sua resposta a meu questionamento foi tão coerente que dela posso até discordar, mas nunca a poderei considerar errada.

Quanto ao artigo em si, acredito no segunte: o jornalista conseguiu um contao com os controladores de vôo (ou o contrário) e contou a versão (exagerada) deles. Tem o mérito de levantar a questão sobre a funcionalidade do Sivam, com uma ou duas coisas difíceis de engolir, como a tal base inoperante em Tabatinga. Mas deixa a coisa descambar quando incorre em todos os erros bem elencados pelo Vinicius.

Pra mim, o editor aceitou incluir a reportagem na edição pois é um tema polêmico e que provavelmente gerará alguma repercussão, mesmo sendo tão mal embasada como é.



Valeu Fabiano!!! [009]

Você fala sobre o mérito da reportagem levantar alguns questões sobre o SIVAM. Verdade, este sempre foi criticado, desde o período FHC, onde várias denúncias referentes ao programa foram apresentadas.

Agora temos o problema dos controladores, que estão fazendo de tudo para "perder menos". Levaram e vão continuar levando uma grande "ferrada". Assim, preferiram jogar mais "lama" no ventilador. Pega-se um jornalista qualquer, que se vende por pouco e coloca-se para fazer o jogo de uma categoria. Apresenta-se um denuncismo barato, sem provas concretas e grátis mais uma pancada no governo. Totalmente intencional.

Não precisa disto tudo para atacar o governo, bastaria mostrar os fatos reais sobre os problemas de controle de vôo, a verba liberada pelo governo e o não uso pela FAB. Já seria muita confusão para o Saito e sua trupe. Mas não, quiseram atacar o governo diretamente e não souberam fazer bem feito. Vergonhoso...

O papel do editor não era de mostrar o problema para a sociedade, mas de vender, principalmente para seu público típico, que gosta de ver sangue nos bastidores do poder. Não houve preocupação com a verdade, não houve preocupação com o problema de segurança de vôo, houve sim interesses menores e escusos que não engrandece a qualidade do jornalismo no país. Não me surpreendeu em nada.


Grande abraço,

Orestes

Enviado: Seg Jul 16, 2007 7:48 pm
por orestespf
helio escreveu:Vinicius vc escreveu
"Não mostrou uma entrevista com pilotos. Não mostrou a reprodução de tais documentos e não mostrou as tais fotografias? Quais são?"

Obviamente as pessoas entrevistadas são da FAB, que acredito até que tiraram as fotos internas. Ninguem da FABiria permitir tirar as fotos caso soubesse o motivo da reportagem.É mais do que óbvio também que os documentos em caso de terem tido autorização de publicar, iria ser publicado.
Ou já se esqueceram do caso do caseiro Francenildo que teve o extrato bancário reproduzido e por isso caiu um ministro?

quer ver as fotose os documentos? convoque o pessoal que escreveu à CPI do apagão e a sindicancia do ministério público que talvez iremos ver alguns documentos


Hélio


Caro Hélio,

pra mim estas pessoas da FAB já são conhecidas, são os controladores que "cairam" recentemente. Fizeram isso porque já perderam muito, qualquer coisa agora é lucro. Não fique acreditando que se trata de alguém sério pertencente ao quadro da FAB. Seria uma estupidez descumunal, seria rapidamente identificado.

A FAB só não deu nomes aos bois porque não quis, a esta altura do campeonato, já sabe quem é quem. Preferiu apenas fazer críticas ao jornalista e ser irônica com a revista.


Sds,

Orestes