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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 12:34 pm
por Junker
Lessa: É "estúpido" Brasil ser 3º maior comprador da dívida dos EUA
Quarta, 20 de julho de 2011, 10h19 Atualizada às 11h35

Reuters
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Mulher protesta em frente ao Capitólio: "Nós somos a Grécia?" e "Acordo é uma coisa boa"

Marcela Rocha

Ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Carlos Lessa comenta o delicado momento das economias norte-americana e europeia. Em entrevista a Terra Magazine, ele não poupa o Banco Central (BC) brasileiro e o caracteriza de "estúpido" por ter se tornado o terceiro maior comprador de títulos da dívida dos Estados Unidos, atrás apenas da China (1º) e do Japão (2º).

- Não dá para retroceder, a única coisa que dá para fazer é acender velas para Santo Antônio - diz, pessimista.

O presidente dos EUA, Barack Obama, negocia com o Congresso o aumento do teto da dívida do país para evitar desconfiança dos investidores a respeito de um eventual calote. Não houve acordo com os parlamentares até terça-feira (19), quando um grupo de senadores democratas e republicanos apresentaram ao chefe do Estado projeto q prevê alta de US$ 1 trilhão na arrecadação e corte de US$ 3,7 trilhões nos próximos dez anos.

Carlos Lessa ministra aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro e, em tom professoral, explica porque o Brasil faz "um dos piores negócios do planeta" ao ser o terceiro maior credor dos EUA. "O Brasil contrai essa dívida que só rende 2% e, ao mesmo tempo, paga 12,25%. Estamos fazendo isso em escala colossal e aumentamos a nossa dívida por causa disso. É de uma estupidez monumental".

Nesta quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC divulga a taxa Selic (juro básico da economia brasileira). Cumpridas as expectativas do mercado, o juro deve passar de 12,25% para 12,5%. Até o final do ano, espera-se mais uma alta de 0,25%.

O professor comenta também a política econômica brasileira e critica o sistema de metas de inflação: "Modelo idiota". "Esse conceito é furado, tecnicamente não se sustenta. Eles fixam um teto para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a partir disso eles sobem juros para evitar que a economia cresça. O BC trabalha para o Brasil ficar estagnado".

Confira a íntegra da entrevista:

Terra Magazine - Como o senhor vê o fato de os EUA terem que restabelecer o teto da dívida? Por que e como chegaram a esse ponto? Quais as consequências disso e o que é preciso ser repensado pela economia norte-americana?
Carlos Lessa - Toda e qualquer economia dita capitalista tem um pedaço da receita que não é a base produtiva, mas títulos e relações de débito/crédito entre os parceiros da sociedade. Isso é fundamental para que a economia funcione normalmente. Agora, as razões pelas quais você gera débito e crédito são variadas. Uma delas é o próprio setor público, o Estado. A dívida pública tem diversas origens: quando a dívida é utilizada para melhorar a infraestrutura de um país, ou quando é utilizada para aperfeiçoar um padrão de vida social. Essas são formas virtuosas pelas quais se cria uma dívida. Mas uma dívida também se cria com guerra. O conflito gera despesas absolutamente colossais.

No caso dos Estados Unidos, mais especificamente...
O principal elemento que tem puxado para cima a dívida norte-americana tem sido a geopolítica daquele país. Não apenas há o gasto de ser o xerife do mundo, como, além disso, gastam brutalidades com a guerra do Afeganistão e do Iraque. A dívida de um país acontece porque um país tem gastos produtivos e improdutivos. Um improdutivo por excelência é o juro. O serviço é um gasto que não é produtivo, mas é contratual.

O que precisa ser, então, repensado?
A dívida norte-americana vem crescendo vertiginosamente nos últimos anos por causa das guerras do Iraque, Afeganistão e por causa da luta dita 'antiterrorista'. A dívida também cresceu muito por causa do socorro que os EUA tiveram que dar ao sistema bancário, abatido com a crise de 2008.

O Brasil tem títulos da dívida. O que o senhor acha dessa prática financeira?
Ah, sim. Isso mostra a estupidez da política brasileira. Porque o Brasil é o terceiro maior comprador de títulos do tesouro americano, antes dele, só a China e o Japão. Isso é um absurdo.

Por quê?
Nós atraímos uma quantidade enorme de capitais de curto prazo especulativos para dentro do Brasil. Esses dólares que entram a mais no Brasil vão parar nas reservas do Banco Central. O BC emite dívida pública brasileira e paga 12,25% de juros e aplica em títulos de tesouro norte-americanos que, na melhor das hipóteses, são 2% ao ano. O Brasil contrai essa dívida que só rende 2% e, ao mesmo tempo, paga 12,25%. Um dos piores negócios do planeta. Estamos fazendo isso em escala colossal e aumentamos a nossa dívida por causa disso. Isso é de uma estupidez monumental.

O senhor chama de "estupidez" e uma das causas que o senhor aponta é a taxa de juros. O Copom divulga hoje a nova taxa Selic. A expectativa do mercado é de um leve aumento.
Pois é, são suicidas. Com isso virá mais dólar para o Brasil. O ideal é que o Brasil só absorvesse os dólares necessários para o financiamento do balanço de pagamentos. Só.

Sobre o processo de decisão da Selic...
Totalmente misterioso. O Conselho Monetário administra nossas vidas, o emprego que você tem, a compra da sua casa, se você vai pagar ou não sua conta nas Casas Bahia... E o povo não sabe como eles definem nem juros nem câmbio. Eles decidem através das 'metas de inflação', que fixam uma taxa limite superior à inflação e, ao mesmo tempo, partem da hipótese de que o país só pode crescer acima de uma certa taxa, porque se crescer acima dela, aparece a inflação. Então, toda vez que a economia brasileira começar a crescer, o BC eleva a taxa de juros.

Sim, mas há aí uma consulta ao mercado antes de ser definida a taxa Selic, por exemplo. É o processo a que me refiro.
Isso eles fazem. Eles chamam o mercado de amiguinhos no mercado de capitais, mas muitas vezes surpreendem os amiguinhos.

O que o senhor acha disso?
É um modelo que precisa ser rediscutido, claro. Mas estou rouco de dizer isso. Falo isso há muitos e muitos anos. Eu e mais alguns colegas. Lula utilizou isso, Dilma continua... Eu acredito que é um modelo idiota. Esse modelo não é ideal, esse conceito é furado, tecnicamente não se sustenta. Então, eles fixam um teto para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a partir disso, eles sobem juros para evitar que a economia cresça. O BC trabalha para o Brasil ficar estagnado.

O senhor acredita que "o BC trabalha para o Brasil ficar estagnado"?
Eu e a torcida do Flamengo achamos isso.

A Islândia quebrou. A Grécia também. Portugal vai mal, Espanha também... Demais países europeus ainda sofrem com a recessão. O senhor acredita que a moeda única deve ser revista?
Vou te dar a reposta mais honesta: Eu realmente não sei. Pode ser que eu esteja errado, mas o Euro, sendo a moeda única europeia, não tem um lastro no continente. O Euro está lastreado em dólar. Se é assim, não controla o endividamento dos países. Portanto, o controle do Banco Central Europeu é muito pequeno. O Euro é uma moeda meio pendurada no ar. Agora, eu não sei se eles vão resolver isso fortalecendo o Euro ou retrocedendo para as moedas nacionais. O que inquestionável é que, como está, não poderão atravessar a crise que vivem.

Como o senhor definiria esse cenário?
Como um cenário muito preocupante porque muitos países europeus assumiam a presença do Euro, dos bancos europeus e até de filiais de bancos norte-americanos como um cenário extremamente favorável ao endividamento. Os bancos operaram sem nenhum critério, simplesmente foram emprestando. À medida em que os bancos emprestam, criam uma articulação monetária maior e, em cima disso, os bancos emprestam mais. Isso é conhecido como uma manada financeira. Tudo vai em direção à expansão e quando dá uma parada, tudo vai para trás. É a manada em pânico. O pânico começou e quebrou a Islândia, que já estava quebrada antes, ficou apenas explícito. Quebrou a Grécia, e agora, balança a Itália e a Espanha. Por extensão da Grécia, os outros países terão muita dificuldade, porque significará que os outros países não segurarão a dívida soberana da Grécia.

Os Estados Unidos adotam a posição de ajudar a Grécia...
Essa é uma posição que, teoricamente, os EUA adotam há muito tempo. Eles não conseguem, no entanto, encontrar um acordo sobre como farão isso. A Alemanha e a Holanda acham que não dá para ajudar sem a cooperação da área privada. Isto significa que os bancos europeus teriam prejuízo com a operação na Grécia. E isso é justamente o que os bancos não querem, claro.

Quais as semelhanças entre a situação europeia e norte-americana?
A crise financeira parece um castelo de cartas. Cada carta que cai aumenta a pressão para outras caírem também. Evidente que os EUA estão balançando. Obviamente que a Europa balança mais. A Europa balançando, balança ainda mais os EUA. E os bobões do Brasil viraram o terceiro credor mundial do tesouro norte-americano. Isso é uma vergonha. É inacreditável que o nosso BC tenha feito isso.

É possível retroceder?
Não. A única coisa que dá para fazer é acender velas para Santo Antônio. Com essa visão de mundo, resta pedir ajuda ao santo mesmo. Tem que baixar controle de câmbio, tem que aplicar imposto de importação... Tem uma porção de coisas para fazer e que eles não vão fazer.

O Estado perdeu a capacidade de gerir a economia?
Pelo contrário, eles ainda acham que estão gerindo otimamente bem. Na minha opinião, vai por um caminho muito ruim.

Terra Magazine
http://terramagazine.terra.com.br/inter ... s+EUA.html

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 12:58 pm
por P44
PRick escreveu:
P44 escreveu:^^^^^^A Alemanha só teve a ganhar com a crise, porquê acabar com ela?
Você já anda perseguindo os pérfidos chucrutes pelas ruas de Lisboa? :mrgreen: :mrgreen:

[]´s

Por acaso conheço alguns, são dos maiores fidepu que já vi 8-]

E que ninguém se iluda, continuam com a mentalidade nazi até ao tutano.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 1:32 pm
por Túlio
Essa do Lessa é tudoavê! A gente compra mais e mais títulos altamente propensos a um desastroso default ao mesmo tempo em que, para isso, se aumenta mais e mais a dívida interna, a juros várias vezes superiores aos que supostamente renderiam as treasuries: POR QUÊ?

E ao mesmo tempo se engessa o quanto dá a economia, cujo superaquecimento (bola dentro do Lula) foi exatamente quem nos salvou da Grande Crise. Se há alguma lógica nisso, se me escapa completamente...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 1:33 pm
por P44
Não percebo se o que é bom para os EUA há-de ser mau para Portugal.
Endividemo-nos pois! 8-]

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 1:52 pm
por soultrain
Merkel tem de perceber que é a sua própria cabeça que está "no cepo"
Publicado em 19 de Julho de 2011 | Actualizado há 20 horas

O administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento João Cravinho considerou hoje que com a crise da dívida na Europa é a cabeça de Angela Merkel que "está no cepo" e não apenas os países periféricos.

"Nestes últimos dias toda a gente percebeu - mesmo os que não queriam perceber - que os problemas que se manifestam gravemente nos países periféricos, com características próprias e que exigem remédios próprios, ameaçam a União Europeia no seu conjunto. E eu diria que é preciso dizer à senhora Merkel que - ao contrário do que ela julga - é a cabeça dela e dos interesses que ela representa que estão no cepo", disse João Cravinho.

O antigo ministro socialista falava aos jornalistas à margem da apresentação do livro "Portugal e a Europa em Crise", uma compilação de textos de vários economistas crise com sugestões alternativas para superar a crise económica portuguesa e europeia.

"Uma das mensagens fundamentais é que isto não é um problema do sul da Europa. Se houver uma 'não solução' para a Grécia, que depois dá origem a uma onda que atinge Portugal, a Espanha, a Irlanda, a Itália isso já é areia demasiado pesada para que não arraste na sua queda outros países do Norte", explicou Cravinho, para quem "a Alemanha tem de ser parte fundamental da solução".



"Com a recusa da Alemanha, vamos todos para o desastre", afirmou.



Na origem do problema estão várias situações, mas Cravinho apontou uma fundamental: falta de suporte político na Europa.



"A Europa está em crise. Parte dos problemas que estamos a viver não são especificamente portugueses, alguns são mas grande parte não são, são problemas de uma união monetária que não tem como suporte fundamental uma união política mais profunda e sobretudo uma união fiscal", disse.



"É uma Europa em que se quer fazer uma moeda, mas em que falta um fundamento essencial da moeda, que é a parte que corresponde à existência de uma base de recursos, uma tesouraria, de um governo económico propriamente dito", concluiu.



Especificamente sobre Portugal, o antigo ministro socialista diz que o problema do país é de falta de crescimento.



"Do meu ponto de vista, além do défice e dos problemas das contas públicas há um problema acima disso, muito mais grave: Portugal hoje não cresce, a nossa economia não cresce, o que torna extremamenrte difícil a saída da crise", disse Cravinho, para quem as soluções centradas apenas na contenção dos gastos também não serve.



"Por outro lado [essa situação] implica uma onda de compressão de consumo e de satisfação de necessidades - com fundamento na tentativa de debelar o défice - o que sem crescimento não é aceitável e não levará a resultados práticos positivos", afirmou.
http://www.ionline.pt/conteudo/137946-m ... ta-no-cepo

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 1:55 pm
por P44
No outro dia vi um tipo na TV a defender que era a Alemanha que devia sair do Euro e todos os outros países ficarem.

O problema é que esta fulana não tem visão de estado nenhuma, governa para as sondagens e revela-se incapaz de tomar decisões. Como disse o Marcelo Rebelo de Sousa, se a Merkel estivesse no poder na Alemanha em 1990 ainda hoje estava a tentar decidir se deveria haver ou não reunificação.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 2:08 pm
por delmar
P44 escreveu:Não percebo se o que é bom para os EUA há-de ser mau para Portugal.
Endividemo-nos pois! 8-]
O problema do endividamento é quando não existe mais ninguém disposto a emprestar dinheiro e os credores querem receber de volta o que já emprestaram. Todo aumento da dívida supõe sempre as duas partes, o endividado e o financiador. Não adianta querer aumentar a dívida sem alguém disposto a financiar. Aí resta ao devedor aplicar a célebre frase "devo, não nego, pagarei quando puder" e dar um calote.
Outra solução é renegociar ou "rolar" a dívida não paga. Sem dinheiro e com as prestações atrasadas, o devedor renegocia sua dívida somando os juros vencidos ao montante da dívida e criando uma dívida maior. Técnica muito usada aqui no Brasil na época do ministro Delfim Neto no ministério das finanças (Fazenda). Esta solução é inviavel quando o governo necessita de dinheiro "novo" pois continua gastando mais do que arrecada.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 2:09 pm
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Essa do Lessa é tudoavê! A gente compra mais e mais títulos altamente propensos a um desastroso default ao mesmo tempo em que, para isso, se aumenta mais e mais a dívida interna, a juros várias vezes superiores aos que supostamente renderiam as treasuries: POR QUÊ?
Na verdade não é exatamente isso, não se está aumentando a dívida interna PARA comprar títulos americanos, a dívida interna aumenta devido ao aumento dos juros para segurar o crescimento, o que é considerado uma estratégia segura de combate à inflação (aí sim, na minha opinião uma grande imbecilidade). Já a compra dos títulos americanos é uma forma de enxugar os dólares em excesso comprados pelo Banco Central para conter a alta da moeda, um efeito colateral deletério do aumento dos juros. Poder-se-ia talvez comprar outras coisas, como ouro, mas os títulos do tesouro americano são mais cômodos.
E ao mesmo tempo se engessa o quanto dá a economia, cujo superaquecimento (bola dentro do Lula) foi exatamente quem nos salvou da Grande Crise. Se há alguma lógica nisso, se me escapa completamente...
A pretensa lógica é que a inflação é causada basicamente pelo excesso de demanda, e que a taxa básica de juros reduziria esta demanda. De fato existem teorias econômicas extremamente simplificadas que propõem exatamente isso, as quais na minha opinião tem tanta validade para explicar a inflação e o seu controle quanto o criacionismo e a geração espontânea tem para explicar o surgimento das espécies de seres vivos. Mas o pessoal do Banco Central age como se realmente acreditasse nestas teorias ultrapassadas (eu particularmente já passei do ponto de achar que eles REALMENTE acreditam nisso), e parece existir um sentimento difuso na sociedade de que eles estão certos (como existe também sobre o criacionismo, aliás).


Leandro G. Card

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 6:29 pm
por PRick
LeandroGCard escreveu:
Túlio escreveu:Essa do Lessa é tudoavê! A gente compra mais e mais títulos altamente propensos a um desastroso default ao mesmo tempo em que, para isso, se aumenta mais e mais a dívida interna, a juros várias vezes superiores aos que supostamente renderiam as treasuries: POR QUÊ?
Na verdade não é exatamente isso, não se está aumentando a dívida interna PARA comprar títulos americanos, a dívida interna aumenta devido ao aumento dos juros para segurar o crescimento, o que é considerado uma estratégia segura de combate à inflação (aí sim, na minha opinião uma grande imbecilidade). Já a compra dos títulos americanos é uma forma de enxugar os dólares em excesso comprados pelo Banco Central para conter a alta da moeda, um efeito colateral deletério do aumento dos juros. Poder-se-ia talvez comprar outras coisas, como ouro, mas os títulos do tesouro americano são mais cômodos.
E ao mesmo tempo se engessa o quanto dá a economia, cujo superaquecimento (bola dentro do Lula) foi exatamente quem nos salvou da Grande Crise. Se há alguma lógica nisso, se me escapa completamente...
A pretensa lógica é que a inflação é causada basicamente pelo excesso de demanda, e que a taxa básica de juros reduziria esta demanda. De fato existem teorias econômicas extremamente simplificadas que propõem exatamente isso, as quais na minha opinião tem tanta validade para explicar a inflação e o seu controle quanto o criacionismo e a geração espontânea tem para explicar o surgimento das espécies de seres vivos. Mas o pessoal do Banco Central age como se realmente acreditasse nestas teorias ultrapassadas (eu particularmente já passei do ponto de achar que eles REALMENTE acreditam nisso), e parece existir um sentimento difuso na sociedade de que eles estão certos (como existe também sobre o criacionismo, aliás).


Leandro G. Card
Gente, não existe saída, se o Brasil é burro, a China é ainda mais burra, e Índia e Rússia também, todos estão com grandes quantidades de títulos dos EUA.

Quanto a nossa dívida interna, ela está diminuido em relação a PIB. Não vejo problema em dívida interna quando é controlada e feita em nossa moeda.

O grande problema de Portugal e Grécia é que não podem imprimir Dólares ou Euros, não tem controle de sua moeda nacional, se assim tivessem, a saída era a desvalorização brutal dela para salvar a pátria.

A economia dos EUA ainda é importante demais para o PIB mundial, se os EUA quebrarem daqui 10 anos, menos mal, daqui a 20 anos muito menos mal, daqui a 30 anos não terá problema do jeito que as coisas estão indo. :twisted: :twisted:

[]´s

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jul 20, 2011 7:24 pm
por Sterrius
O problema dos juros tem que ser resolvido no medio prazo.

Não da pra continuar tendo taxas 2x maior que a do resto do mundo indefinidamente sem prejudicar a economia com dinheiro que esta vindo apenas pra se aproveitar das taxas de juros altas.

Tb tenho observado que a população cada vez mais esta comprando a ideia de Bolha, acompanhado pelas revistas etc. Mesmo que não seja verdade esse "movimento coletivo" de que a coisa vai explodir pode trazer resultados dificeis de se prever caso a população que acredite nisso chegue numa "massa critica".

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 21, 2011 10:01 am
por manuel.liste
http://www.expansion.com/2011/07/21/eco ... 51390.html

El Eurogrupo logra un acuerdo para sacar a flote la economía helena
Los líderes europeos han logrado llegar a un acuerdo, según se desprende del borrador de la cumbre. Un 'Plan Marshall' de inversión y de estímulo para el crecimiento de la economía de Grecia, es su principal pilar.

Poco después de las 14 horas se filtró el borrador de la cumbre que reune hoy a los líderes europes. En él se aboga por un 'plan Marshall' de inversiones para Grecia, y se fija en el 3,5% el interés de los nuevos préstamos concedidos.

Además, prorroga el vencimiento de la deuda griega hasta un plazo de 15 años, desde los 7,5 años en los que estaba fijado hasta el momento.

Regular la implicación de la banca
Entre las conclusiones a las que se ha llegado también se encuentran unas nuevas directrices para regular la implicación de la banca en estas ayudas mediante tres vías: la recompra de deuda griega, la renovación o el canje. El impuesto a los bancos, en principio, queda descartado.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 21, 2011 10:15 am
por manuel.liste
http://www.eleconomista.es/mercados-cot ... recia.html

¿Rescate encubierto? La Eurozona podría dar créditos preventivos a España e Italia
el EFSF (el fondo de rescate) podrá recapitalizar instituciones financieras a través de créditos a los gobiernos europeos, incluyendo países que no hayan sido rescatados.

El fondo de rescate también podrá actuar de forma preventiva en el mercado de deuda secundaria, aunque dependiendo de lo que hiciera el Banco Central Europeo.

El objetivo de esta medida sería frenar el contagio de crisis de deuda, actuando antes de que el aumento del coste de financiación obligue a estos países a pedir un rescate completo, según explicaron fuentes diplomáticas a Europa Press esta mañana

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 21, 2011 1:18 pm
por cabeça de martelo
Portugal beneficia com Grécia e juro cai para 3,5%

A Cimeira do Euro, que está a ter lugar em Bruxelas, esta quinta-feira, deverá avançar com uma baixa da taxa de juro para Portugal.

No esboço das conclusões a que a Reuters teve acesso, os líderes europeus optam por aumentar as maturidades dos empréstimos para 15 anos e descer a taxa de juro de 4,5% para 3,5% para Portugal e Grécia.

Estas alterações realizadas a pensar na Grécia vão também beneficiar Portugal. Segundo o primeiro rascunho que os governantes presentes na cimeira produziram, as novas condições do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira irão afectar a Grécia, Portugal e Irlanda.

«As condições de empréstimo do FEEF acordadas para a Grécia serão também aplicadas a Portugal e à Irlanda», pode ler-se no esboço, o que representará para Portugal uma descida considerável da taxa de juro a pagar pelo empréstimo europeu.

Pela primeira tranche do empréstimo, em Maio passado, Portugal pagou uma taxa de juro na ordem dos 5,7 por cento.

:arrow: http://www.agenciafinanceira.iol.pt/eco ... -1730.html

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 21, 2011 2:42 pm
por P44
Reacção
Juros de curto prazo dos periféricos caem a pique

Mafalda Aguilar
21/07/11 15:55

Juros de Portugal podem descer até à taxa de 3,5%.

As ‘yields’ das obrigações de Portugal, da Grécia e da Irlanda estão em forte queda, com as condições mais vantajosas do fundo europeu.

A cimeira de líderes da zona euro prepara-se para adoptar um corte de juros aos países intervencionados como Portugal, Irlanda e Grécia, que pode chegar a 3,5%, e a aumentar a média das maturidades dos empréstimos de 7,5 para 15 anos.

Além disso, o fundo europeu de estabilização financeira (FEEF) vai poder comprar dívida no mercado secundário a título excepcional e com base numa avaliação do Banco Central Europeu (BCE).

As novas novidades, que constam do projecto de conclusões da cimeira extraordinária do euro, a que o Económico teve acesso, estão a provocar uma forte queda nos indicadores de risco de Portugal, da Grécia e da Irlanda.

O juro das obrigações do Tesouro (OT) gregas a dois anos, por exemplo, afunda mais de 400 pontos para 34,005%, depois de ontem ter superado os 40%, um novo recorde desde a entrada na zona euro. A taxa a cinco anos alivia mais de 100 pontos para 19,775%. Com uma descida menos acentuada, o juro das OT a dez anos recua 84 pontos para 16,492%.

Na mesma linha, a 'yield' dos títulos de dívida da Irlanda a um ano desce mais de 200 pontos para 12,277%, ao mesmo tempo que as taxas das maturidades a dois e três anos recuam mais de 160 pontos para 20,180% e 18,774%, respectivamente.

No caso de Portugal, os juros a dois e três anos perdem 150 pontos para 17,120% e 18,001%, respectivamente. Já a maturidade a dez anos recua apenas 27 pontos para 11,636%.

Risco de bancarrota afunda

O alívio da tensão sobre Portugal, Grécia e Irlanda é também visível nos preços dos CDS, que funcionam como uma espécie de seguro que os investidores pagam para se protegerem de um cenário de incumprimento por parte de um país.

No que toca à Grécia, o preço dos CDS sobre OT a cinco anos está hoje a descer 355 pontos base para 2.027 pontos. É a descida mais expressiva, segundo o monitor da Bloomberg que acompanha a actividade de 59 países.

No mesmo sentido, os preços dos CDS da Irlanda e de Portugal aliviam mais de 150 pontos base para 912 e 946 pontos, respectivamente.


http://economico.sapo.pt/noticias/juros ... 23129.html

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 21, 2011 7:32 pm
por DELTA22
Resgate para a Grécia é aprovado

Redação Carta Capital
21 de julho de 2011 às 18:02h

Os países da zona do euro e o FMI chegaram a um acordo em Bruxelas, na quinta-feira 21, e aprovaram um novo pacote de ajuda financeira para a Grécia, o segundo em pouco mais de um ano.

O empréstimo será de 109 bilhões de euros, com a participação de 37 bilhões de euros do setor privado. A medida foi anunciada pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

O resgate, que tenta evitar a contaminação de outras economias periféricas no continente, como Irlanda e Portugal, ainda possibilitou algumas facilidades de pagamento. Os prazos para liquidar a dívida aumentaram de sete para entre 15 e 30 anos e os juros caíram de 4,5% para 3,5%.

Corte da dívida

Ainda foi proposto que o setor financeiro revendesse os títulos da dívida pública grega por um valor menor que o pago por eles, a troca por papéis com validade maior ou manter a compra dos títulos que vencerem, como forma de ajudar no plano. Para o presidente francês, Nicolas Sarkozy, as medidas permitiriam cortar em até 135 bilhões de euros, em 30 anos, o total da dívida da Grécia, que se aproxima de 150% do PIB.

No entanto, essa operação será considerada uma moratória pela agências de classificação. Logo, o Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira deve garantir os títulos da dívida grega nesse período, que deve durar poucos dias.

http://www.cartacapital.com.br/politica ... e-aprovado