CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

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FOXTROT
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2881 Mensagem por FOXTROT » Ter Ago 17, 2010 6:11 pm

marcelo l. escreveu:FOXTROT, diz se procurar no facebook encontra até pessoas utilizando crianças de escudo humano...Ben Gurion deve estar se remexendo no túmulo. E o problema para o exército é as fotos, não o tratamento!


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Marcelo I. esses fatos são revoltantes e não é de hoje que os sionistas estão procedendo desta forma, a ONU nada faz, a UE nada faz, enfim não há condenações, parece que foi permitido a Israel fazer o que e quando quiser.

Depois quando eu me indigno com a situação sou rotulado de anti-semita :x :x :x

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suntsé
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2882 Mensagem por suntsé » Ter Ago 17, 2010 6:15 pm

FOXTROT escreveu:
marcelo l. escreveu:FOXTROT, diz se procurar no facebook encontra até pessoas utilizando crianças de escudo humano...Ben Gurion deve estar se remexendo no túmulo. E o problema para o exército é as fotos, não o tratamento!


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Marcelo I. esses fatos são revoltantes e não é de hoje que os sionistas estão procedendo desta forma, a ONU nada faz, a UE nada faz, enfim não há condenações, parece que foi permitido a Israel fazer o que e quando quiser.

Depois quando eu me indigno com a situação sou rotulado de anti-semita :x :x :x

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Que nada, seguindo os lideres de extrema direita israelenses...a ONU que é anti-semita.

A ONU deveria dar aval para eles fazerem uma limpeza etnica....para demostrarem que não possuem preconceitos contra os pobres Judeus...coitadinhos e perceguidos do mundo. Não sei como podemter achado seres tão inocentes uma ameaça :-(




Enlil
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2883 Mensagem por Enlil » Ter Ago 17, 2010 9:38 pm

Atualizado em 17 de agosto, 2010 - 19:28 (Brasília) 22:28 GMT

Suposto complô no Exército põe em risco segurança de Israel, dizem analistas

Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil

A divulgação de um documento que revelaria um suposto complô no mais alto escalão do Exército israelense para tentar influenciar na escolha do próximo chefe do Estado-Maior das forças de defesa do país pode colocar em risco a segurança de Israel ao mostrar que há pouco diálogo entre os comandantes militares do país, disseram analistas.

Há cerca de cinco dias, o Canal 2 da TV israelense divulgou um documento supostamente elaborado por uma consultoria que estaria a serviço de um general israelense em que a imagem do atual comandante do Estado-Maior, general Gabi Ashkenazi, é denegrida, assim como a de outros generais considerados candidatos à sua sucessão.

O texto elogia o general Ioav Galant, atual chefe do comando da região sul do Exército, e sugere uma estratégia que facilitaria sua nomeação ao cargo de chefe do Estado-Maior, depois de o ministro da Defesa, Ehud Barak, ter anunciado que Ashkenazi não ficará mais um ano no cargo.

Analistas militares locais dizem que a revelação do documento projetou "uma sombra" sobre o funcionamento do Estado-Maior e criou um clima de "desconfiança e hostilidade" entre os principais comandantes militares de Israel.

Segundo o analista militar do Canal 10 da TV israelense, Alon Ben David, "nunca houve um clima de tal desconfiança no Estado-Maior".

"Não tenho conseguido dormir com tranquilidade nos últimos dias, desde a revelação do documento", disse Ben David. "Se não falam entre si, como os mais altos comandantes poderão tomar decisões caso haja uma crise?".

"Não sei o que farão se houver um problema no sul (na fronteira da Faixa de Gaza), se Galant não fala com Ashkenazi e Ashkenazi não fala com o ministro da Defesa, Ehud Barak", acrescentou.

Documento


De acordo com resultados de uma investigação policial, o documento foi falsificado e não foi escrito pela consultoria e empresa de publicidade Arad Horev, como inicialmente havia sido divulgado.

A empresa entrou com uma queixa na polícia, pedindo que investigue a falsificação do documento.

Segundo a imprensa israelense, Gabi Ashkenazi sabia da existência do documento há semanas e foi ele quem teria entregue o papel à polícia.

Oficiais do alto escalão do Exército e do Ministério da Defesa têm sido interrogados nos últimos dias.

Segundo o analista militar da versão online do jornal Yediot Ahronot, Hanan Grinberg, oficiais que não quiseram se identificar afirmaram que o escândalo envolvendo o documento "pode paralisar o trabalho" do Estado-Maior.

De acordo com Grinberg, na cúpula do Exército, o escândalo é o assunto do dia.

Ashkenazi publicou uma nota afirmando que lamenta o fato de que, durante o processo importante da nomeação de seu sucessor, "entrem elementos que podem afetar duramente o Exército e a confiança do público".

"Ambas as possibilidades são muito graves e devem ser investigadas, tanto se o documento for falso, como se for verdadeiro", afirmou o general.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... f_cq.shtml




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2884 Mensagem por FOXTROT » Ter Ago 17, 2010 9:46 pm

Pensei que nesse país essas coisas não aconteciam, parace que há problemas na base :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2885 Mensagem por Enlil » Qua Ago 18, 2010 7:39 pm

Atualizado em 18 de agosto, 2010 - 10:02 (Brasília) 13:02 GMT

Publicação de fotos humilhantes de prisioneiros por soldados israelenses é comum, diz ONG

Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil

A Breaking the Silence, organização que reúne soldados israelenses da reserva, divulgou várias fotos postadas no Facebook por militares posando ao lado de prisioneiros palestinos e afirmou que o caso da ex-soldado Eden Abarjil, que causou uma onda de indignação, não é isolado.

Segundo a ONG, esse tipo de comportamento de soldados israelenses é um "fenomeno muito amplo e apenas uma pequena parte das fotos é divulgada".

Depois da publicação das fotos da ex-soldado Abarjil, sorrindo ao lado de presos palestinos algemados e com os olhos vendados, a ONG se dirigiu aos veículos de comunicação em Israel e mostrou várias outras fotos, tiradas por outros soldados, inclusive ao lado de corpos de palestinos mortos.

O site de noticias do jornal Yediot Ahronot, um dos maiores do país, publicou várias das fotos, sob o título – "Abarjil não está sozinha".

O porta-voz do Exército israelense, Avi Bnayahu, divulgou uma nota à imprensa condenando o comportamento dos soldados e afirmando que esse tipo de comportamento é "anormal".

Segundo a Breaking the Silence (Quebrando o Silêncio, em tradução livre), que divulga depoimentos de soldados sobre violações dos direitos humanos dos palestinos nos territórios ocupados, a publicação desse tipo de fotos por soldados israelenses é a "norma a qual Avi Bnayahu nega existir".

"O Exército trata duramente qualquer soldado que se comporte de maneira inadequada em relação a suspeitos ou presos", diz a nota oficial.

"Além da punição, as mensagens do comando são assimiladas diariamente pelos soldados e oficiais, por intermédio de cursos... a distinção entre o que é permitido e o que é proibido, o que combina com os valores do Exército de Defesa de Israel e o que é inadmissivel".

"O Exército faz todos os esforços para que incidentes anormais como esses não se repitam, vale mencionar que a maioria dos incidentes desse tipo é investigada em consequência da atenção dos comandantes e não de elementos externos", conclui a nota do porta-voz militar.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... a_rw.shtml




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2886 Mensagem por P44 » Qui Ago 19, 2010 7:48 am

Ben Gurion deve estar se remexendo no túmulo.
porquê? Torturas fracas demais????????




Triste sina ter nascido português 👎
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marcelo l.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2887 Mensagem por marcelo l. » Qui Ago 19, 2010 10:09 am

http://www.revistafevereiro.com/01/txt03.html

ANATOMIA DO CONFLITO ISRAELENSE-PALESTINO
AS (DES)RAZÕES DO BLOQUEIO Daniel Golovaty

Guerra – [ raiz INDO-EUROPEIA wers – “confusão” > GERMÂNICO OCIDENTAL ( da Francofônia ) “werra” > PORTUGUÊS “guerra” ].

( M. F. Whitaker Salles, “Dentro do Dentro – os nomes das coisas”).

Com a única exceção da eleição de Barak Obama para a Casa Branca, a situação atual do conflito israelense-palestino encarna um verdadeiro pesadelo para todos aqueles que defendem o fim desta longa e dolorosa guerra através de uma paz negociada que seja justa e duradoura. Em fevereiro de 2009 o povo israelense elegeu o governo mais direitista da história de seu país, cuja coalizão é encabeçada por um partido tradicionalmente rejeicionista do direito palestino a possuir um Estado - o mesmo direito que foi justamente reconhecido aos judeus pela ONU em 1948 - e por outro partido que possui como uma de suas principais bandeiras o virtual cancelamento da cidadania da minoria árabe-israelense. Isto após duas guerras evitáveis e desnecessárias (Líbano, 2006 e Gaza, 2009) que resultaram na morte de um grande número de civis libaneses e palestinos e que não melhoraram em nada a segurança estratégica de Israel. Ao contrário, a última ofensiva sobre Gaza teve dentre seus principais efeitos políticos aumentar ainda mais o isolamento internacional do país - afastando, inclusive, as duas potências regionais moderadas ( Egito e Turquia ) que poderiam atuar politicamente em favor de acordos de paz – além de revigorar, com o sangue de inocentes, o discurso jihadista que prega uma guerra de extermínio contra os judeus, discurso este que nos últimos anos tem sido encabeçado e turbinado por uma potência regional em vias de nuclearização.

A democracia israelense subsiste, mas estiola-se sob a percepção geral de um panorama de guerra permanente e de um contexto exasperante de retorno do espectro da destruição do país, agora não mais encarnado no pan-arabismo com seus exércitos convencionais, mas na sombria conjunção da bomba iraniana com a guerra irregular que grupos terroristas como o Hizbollah e o Hamas lhe dirigem a partir do norte e do sul. Contra tais ameaças, o poder de dissuasão sobre o qual desde sempre se erigiu a política israelense em relação aos países árabes, a da “Muralha de Ferro”[1], tem demonstrado ser de pouca eficácia. De fato, Israel não tem mais diante de si inimigos estabelecidos na forma do Estado-nação e impulsionados por ideologias nacionalistas, militaristas e modernizadoras, tal como ocorreu no passado, mas sim grupos fundamentalistas organizados em “sub-Estados” precários ou então regimes islâmicos fim de linha que não possuem qualquer perspectiva crível de inclusão sócio-econômica a oferecer aos seus povos, a qual é então substituída pela ideologia apocalíptica da jihad e do martírio.

Se a isto acrescentarmos a circunstância, demagogicamente explorada pela direita, de que a importante minoria árabe-israelense tem, desde a eclosão da Segunda Intifada em setembro de 2000, adotado posições cada vez mais extremistas, alienando-se de Israel e se solidarizando com os grupos islâmicos supracitados que pregam abertamente a destruição do país no qual vive, então temos o quadro aterrador, vivenciado por muitos como verdadeiro, de uma pequena nação constituída por descendentes de sobreviventes e refugiados que se vê internamente acossada por uma potencial “quinta coluna” de 20% da sua própria população e, externamente, emparedada por todos os lados por um inimigo tão grande quanto irredutível, capaz de sacrificar parcelas inteiras da “nação islâmica” ( Umma ) para alcançar os seus objetivos maiores de destruição da “entidade sionista” e de resgate da “terra islâmica”[2]. É neste pântano de paranóia e medo que vicejam os frutos podres da intolerância, do racismo e do fanatismo nacional-religioso, e que os valores democráticos passam a ser vistos por uma parcela crescente da população de Israel como um luxo a que o país, se quiser sobreviver, não pode se dar. Como fronteira avançada na guerra contra a “jihad mundial”, Israel deveria se resignar a viver pela espada e, portanto, em um quase permanente estado de exceção.[3]

É claro que este quadro desolador não é ( ou ainda não é ) verdadeiro, como o sabem todos aqueles que não têm as mentes embotadas pela ideologia da “guerra de civilizações”[4], visto que decorre de uma manipulação seletiva de fatos, bem como da omissão da política ativa dos sucessivos governos israelenses desde Ariel Sharon de congelamento do processo de paz e de colonização e anexação de terras palestinas na Cisjordânia – uma política que, por sua vez, também possui um caráter marcadamente suicida e autodestrutivo, visto que já ameaça tornar inviável uma solução de dois Estados, a qual, fora de um hipotético longuíssimo prazo, constitui a única solução possível capaz de estabelecer uma paz duradoura na região. Mas se não é verdadeiro, o quadro é objetivo o suficiente para ser plausível e convincente para a maioria de israelenses que elegeu B. Netaniahu e A. Liberman, bem como para uma parcela significativa dos judeus da Diáspora.

Sendo assim, a questão que se coloca é: como foi possível se passar de uma situação de amplo apoio ao processo de paz e à solução de dois Estados, nos inícios da década de 1990, para um panorama de ascensão aparentemente irrefreável do fundamentalismo e do rejeicionismo em ambos os lados do conflito, no qual a narrativa da “guerra de civilizações” pode ser enunciada com alto grau de verossimilhança?[5] Há várias respostas circunstanciais e conjunturais para esta questão que, como sublinha V. Safatle em um importante artigo sobre o assunto, “há muito deixou de ser um problema regional” para tornar-se uma “peça maior da pauta da política externa ( e não só externa ) mundial”[6]. A existência em ambos os lados de grandes minorias rejeicionistas ( passando dos 30% da população ) que estão muito bem organizadas politicamente; a perda de confiança do público israelense sobre as reais intenções dos palestinos após o fracasso das negociações de Camp David e a irrupção da Segunda Intifada, com seus atentados terroristas e sua característica islamização; inversamente, a perda da confiança palestina nas reais intenções de Israel, que não só continuou expandindo mas acelerou o ritmo da implantação de assentamentos na Cisjordânia palestina e no Leste de Jerusalém em pleno processo de paz; a influência iraniana através do Hizbollah e do Hamas; o peso do lobby direitista “pró-Israel” nos EUA; todos estes ( e há outros ) são elementos imprescindíveis para entender o fracasso do processo de paz e que mereceriam uma análise atenta. Entretanto, neste artigo pretendo abordar apenas as questões que considero ser estruturais a este conflito, de cuja análise teórica e correto encaminhamento político depende a possibilidade, mesmo que agora distante, de uma futura paz na região.

O conflito israelense-palestino constituiu-se historicamente como o confronto estruturalmente simétrico entre dois movimentos nacionais pelo mesmo território, o da região compreendida entre o mar Mediterrâneo e o rio Jordão, correspondente à antiga Palestina do mandato britânico. Tal simetria de estrutura envolvia, contudo, um conjunto de relações assimétricas entre os dois contendores. A favor dos judeus estava o fato de que após a Primeira Guerra Mundial a Inglaterra - guindada pela Liga das Nações ao posto de potência mandatária da região - passou a apoiar, embora de modo ambíguo, o empreendimento sionista, protegendo-o até o final da década de 1930, numa época em que suas forças ainda eram insuficientes para garantir sua autodefesa. No transcorrer daqueles anos, os líderes do movimento sionista lograram transformar a Agência Judaica ( Sochnut Hayehudit ) em um verdadeiro proto-Estado, com uma estrutura político-organizacional que capacitaria o ishuv[7]a enfrentar com sucesso as imensas dificuldades relativas à criação do Estado de Israel.

Além de uma organização superior, os judeus constituíam um povo que podia mobilizar uma consciência nacional extremamente arraigada, visto que remontava não a séculos, mas a milênios. Em contraste, a identidade nacional dos árabes-palestinos ainda estava em seus primórdios, mal se diferenciando do entorno dos demais países árabes da região. Com uma organização política centrada na liderança de clãs tradicionais, os “palestinos”[8] pouco puderam fazer para evitar que o empreendimento sionista prosperasse, sendo que uma revolta organizada contra a presença judaica só foi efetivada com a Rebelião Árabe de 1936-39, sob a liderança de Haj Amin al-Husseini, o mufti de Jerusalém, no contexto de sua aliança política e ideológica com a Alemanha nazista.[9]

Por outro lado, com relação ao fator demográfico havia um brutal desequilíbrio entre os lados. Na década de 1930, o ishuv contava com algumas poucas centenas de milhares de pessoas, face à imensidão do entorno árabe que, no caso de uma guerra, estava claro que cerraria fileiras ao lado de seus irmãos da Palestina contra o “invasor sionista”. Já as lideranças do movimento sionista pensavam que sua densidade demográfica seria aumentada pelo que esperavam ser um grande afluxo de judeus europeus que teriam na Palestina seu único refúgio contra o anti-semitismo europeu que recrudescia. Desgraçadamente, antes do início da Segunda Guerra Mundial poucos podiam imaginar a aterradora dimensão da exterminação nazista. Assim, com a sua base demográfica drasticamente reduzida, o projeto sionista adquiriria um aspecto tão implausível quanto inexorável. Implausível, pois mesmo em caso de vitória na guerra que se avizinhava, os judeus estavam de antemão condenados tanto pela geografia quanto pela demografia a constituir um pequeno enclave permanentemente sitiado por um universo hostil. Inexorável, pois o ishuv e os sobreviventes europeus da Shoah já não tinham outra opção além da de prosseguir em direção à criação do sonhado Estado Judeu[10]. Além disso, após o conhecimento público das dimensões da Shoah, estavam mais do que nunca convictos da justeza de sua causa, afinal não era verdade que a premonição de Herzl de que “a luta de classes será travada às nossas custas” (O Estado Judeu) realizara-se numa escala inimaginável para o próprio idealizador do sionismo político?

Após a vitória na Guerra de 1948, o Estado de Israel estabeleceu-se em 78% do território da Palestina britânica, sendo as atuais regiões da Cisjordânia e Gaza ocupadas pela Jordânia e pelo Egito, respectivamente. Dentro da área conquistada por Israel, constituiu-se uma sólida maioria judaica, mas ao preço da expulsão de mais de 700 mil árabes para os países adjacentes, onde passaram a viver como refugiados[11]. Travara-se uma guerra extremamente violenta, a qual, para os árabes palestinos, cujas lideranças haviam apostado todas as suas fichas em “jogar os judeus no mar”[12], resultou em uma catástrofe nacional, a Nakba. Também para os judeus, o que estava em jogo era muito mais do que traçados de linhas de fronteiras, pois havia a consciência geral de que uma eventual derrota frente aos exércitos árabes significaria a destruição completa do ishuv, isto é, um possível segundo genocídio de judeus apenas três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas mesmo com a vitória, as fronteiras do novo Estado permaneciam extremamente precárias do ponto de vista defensivo, devido ao fato de que Ben Gurion recusara-se, contra a opinião de seus generais, a ordenar um avanço do exército israelense sobre a Cisjordânia e Gaza em novembro de 1949, quando isto havia se tornado militarmente possível[13]. Se tivermos em mente o fato de que as elites políticas e militares israelenses acreditavam que uma paz com os árabes só seria possível quando estes estivessem convencidos da impossibilidade de destruir Israel, então poderemos compreender o significado da frase que Ygal Allon, um dos legendários generais israelenses do período, proferiu após o fim dos confrontos militares: “Israel ganhou a guerra, mas perdeu a paz”.

Neste ponto, já emerge um dos elementos essenciais do conflito palestino-israelense e, mais amplamente, do conflito árabe-israelense, a saber, o fato de que não estamos tratando aqui de um conflito territorial de configuração clássica, isto é, de um conflito em que duas ou mais nações disputam entre si territórios e fronteiras[14]. E isto por algumas razões básicas. Uma delas assenta-se na constatação de que, em ambos os lados do conflito, constituíram-se narrativas que o alçam a uma dimensão propriamente existencial. Para os árabes-palesinos, é a sua identidade nacional mesma que foi construída sobre a idéia de uma pátria ancestral invadida e profanada por uma espécie particularmente abominável de imperialistas ocidentais, “os sionistas”, os quais não possuiriam nenhum vínculo histórico com a região para a qual teriam se dirigido apenas com objetivos de domínio e exploração.[15]

De forma análoga, embora não simétrica, também para os judeus a guerra com os países árabes sempre abarcou uma dimensão existencial, isto é, sempre colocou em perigo o mais elementar direito à vida e à existência coletiva da nação israelense. Com efeito, uma das coisas que explica a vitória de Israel nas três grandes guerras contra os países árabes ( 1948, 1967 e 1973 ) é a presença de uma convicção generalizada entre seu povo de que, se quisesse viver, simplesmente não poderia sair de qualquer uma dessas guerras como derrotado. Se a doutrina da Muralha de Ferro sempre foi falsa, dado que homogeneíza no espaço e no tempo o grande e diversificado mundo árabe[16], ela saiu-se até hoje politicamente vitoriosa pelo fato de repousar sobre uma verdade inegável: a radicalidade da recusa árabe em reconhecer o direito à existência de Israel.[17]

Uma ironia desta história é que a circunstância de excepcionalidade de uma nação lutando pelo seu direito de existir pode ser vista contra o pano de fundo de que o sionismo político assumiu historicamente a forma um tanto paradoxal de uma “revolução normalizadora”. Dado o fato de que a dispersão e o esgarçamento dos vínculos nacionais do povo judeu tendiam a se acentuar pela ação das tendências niveladoras e homogeneizadoras de uma modernidade que se queria emancipada, não havia nada como uma corrente histórica considerada “inexorável” ou “progressiva” que assegurasse a continuidade da existência dos judeus enquanto nação. Uma vez constatada a realidade de que a existência do povo judeu - um povo perseguido e disperso por quase dois mil anos - não ocorrera apenas através da história, mas também apesar dela, tratava-se, segundo David Ben-Gurion, de encetar a “revolução judaica” ( o sionismo ) como uma revolução contra a História[18], isto é, como a afirmação de uma vontade nacional rebelde tanto frente ao anti-semitismo quanto ao que era visto como resignação assimilacionista daqueles que não mais queriam sustentar a dívida da lembrança de que eram filhos de Israel.[19] Uma revolução, portanto, duplamente sui generis, pois além de estar em oposição à uma suposta corrente histórica, tinha como objetivo principal assegurar aos judeus o direito universalmente reconhecido a todos os povos de se organizar nacionalmente dentro das fronteiras territoriais de um Estado que lhes garantisse segurança e autodeterminação. Portanto, uma revolução que transformasse os judeus em um povo “normal”, uma nação vivendo e atuando em meio às outras nações...

[1] Cf. Shlaim, Avi, “A Muralha de Ferro”, Editora Fissus.
[2] Cf. Beny Morris, “Um muro se fecha sobre Israel”, In: Jornal Estado de São Paulo 01/01/2009.
[3] Esta visão é expressa de forma dramática por B. Morris na antológica entrevista por ele concedida a Ari Shavit, publicada, no jornal israelense Ha´aretz em 08/01/04.
[4] Infelizmente, este é o caso de Benny Morris. Outrora um corajoso ativista contra a ocupação israelense e um crítico lúcido da história de Israel, sua conversão para a doutrina da “guerra de civilizações” conferiu o característico tom exasperante e apocalíptico aos seus escritos, que geralmente justificam toda a política de Israel como “autodefesa”.
[5] É bom lembrar que ainda em 2004 a “Iniciativa de Genebra”, uma iniciativa não oficial articulada por lideranças políticas de ambos os lados e que propõe uma solução concreta para todos os temas fundamentais do conflito ( fronteiras, Jerusalém, refugiados e segurança ), alcançou 40% de apoio dentro de Israel, em pleno governo de Ariel Sharon, o que, segundo Dov Weiglass, amigo e confidente político do ex-primeiro ministro, teria sido uma das razões principais para que ele lançasse seu plano de retirada unilateral de Gaza, um diversionismo político para consolidar as posições israelenses na Cisjordânia e congelar o processo de paz “até que os palestinos se comportassem como finlandeses”... Cf. Wiglass, D., Haaretz 08/10/2004.
[6] Safatle, V. “O verdadeiro alvo”, publicado na revista eletrônica “Trópico”. Ver http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/3051,1.shl. Trata-se de um artigo cujo grande mérito é expor de forma muito clara e lúcida algumas das problemáticas centrais que envolvem o conflito israelense-palestino. No presente texto, discordarei de algumas das teses de V. Safatle.
[7] Comunidade Judia da Palestina pré-Estado de Israel.
[8] Esta denominação para referir-se somente aos árabes da Palestina é obviamente anacrônica para este período, daí as aspas.
[9] Como é bem sabido, após a derrota da Rebelião Árabe frente aos ingleses, Al-Husseini seria calorosamente recebido na Alemanha por Hitler, que lhe confiaria o comando das SS muçulmanas na Bósnia-Herzegovina, com o qual praticaria notórios massacres e crimes de guerra. Para a participação da liderança árabe-palestina na “solução final nazista”, ver Alan M. Dershowitz -- Hudson New York, 21/08/09 ).
[10] A possibilidade de um Estado binacional foi defendida antes da criação do Estado de Israel pelo chamado “sionismo classista”, de orientação marxista e que, na época, possuía um grande peso político. Também intelectuais judeus ligados à Universidade Hebraica de Jerusalém, pertencentes ao grupo Brit Shalom, militaram por esta solução, a qual, todavia, estava inviabilizada desde o início pela quase inexistência de grupos árabes que apoiassem uma solução deste tipo. Para a esmagadora maioria das lideranças árabes-palestinas da época, os judeus não deveriam ter qualquer tipo de soberania sobre nenhuma parte da terra em disputa.
[11] A maioria judaica no Estado de Israel seria posteriormente reforçada pelas sucessivas expulsões de judeus dos países árabes, que se seguiram à guerra de 1948. Grande parte desses refugiados seguiu para Israel e foi absorvida, com imenso esforço coletivo e superando-se grandes dificuldades, como cidadãos no novo Estado.
[12] Tal fato, que em si é inegável, não isenta Israel da sua parcela de responsabilidade sobre a Nakba.
[13] “Um erro a se lamentar por gerações”, Ben-Gurion teria dito posteriormente. As razões para a não realização da ofensiva militar sobre Gaza e Cisjordânia em 1949 foi, provavelmente, além do medo de uma intervenção britânica a favor dos árabes, a convicção de Ben Gurion de que não se reproduziriam nessas áreas uma debandada geral da população árabe. Cf. Shlaim, Avi., “A Muralha de Ferro”, p.p. 67-93.
[14]Ao contrário do que afirma V. Safatle no artigo supracitado. Ele o faz, entretanto, por um bom motivo, o de criticar a hipóstase deste conflito através de grandes narrativas maniqueístas e demonizadoras produzidas por ambos os lados. Vale citá-lo. “Melhor seria assumir o conflito por aquilo que ele é: não um conflito de civilizações, uma reedição das cruzadas ou uma luta do bem contra o mal radical, mas um conflito territorial que assumiu proporções que nunca deveria ter assumido ( grifo meu )”. Eu poderia assinar embaixo, mas a questão de fundo permanece: por que este conflito, e justamente este em meio a tantos outros similares ( alguns, inclusive, muito mais violentos ), adquiriu uma tal proporção apocalíptica? A esta questão fulcral, somente através da qual, a meu ver, podemos entender por que, para citar novamente o Autor, “não há hoje assunto ao mesmo tempo mais urgente e mais bloqueado do que o conflito palestino”, V. Safatle não nos fornece em seu artigo uma resposta satisfatória.
[15] O fato de que a própria identidade palestina se definiu historicamente em oposição ao “sionismo” ( devidamente demonizado ) tem dificultado um reconhecimento efetivo, para além de concessões territoriais de ordem tática ou pragmática, da legitimidade histórica dos direitos da nação israelense. Alguns analistas atribuem a recusa de Arafat em Camp David ao fato de que ele teria ficado refém de uma mitologia nacional da qual ele foi a um só tempo um dos principais construtores e símbolos. Ver. Bem-Ami, S. “Qual és el futuro de Israel”, e Demant, P., “O fracasso das negociações de paz Israel-Palestina”, In: “Israel-Palestin: a construção de paz de uma perspectiva global”, orgs. Gilberto Dupas e Tullo Vigevani.
[16] Como corretamente Moshe Sharret já sustentava contra Bem-Gurion na década de 1950. Cf. Shlaim,A., op., cit., p.p. 139-190.
[17] Neste contexto, os Acordos de Oslo adquirem uma importância simbólica duradoura, para além de seu fracasso momentâneo, pois consistiram na primeira vez que os representantes de ambos os povos reconheceram oficialmente a legitimidade dos direitos nacionais de seus adversários. Entretanto, seria um grande erro pensar que este reconhecimento oficial, por si só, é capaz de encerrar a questão do ponto de vista simbólico, visto tratar-se de um acordo político entre lideranças que, isoladamente, é incapaz de alterar as narrativas básicas de ambas as nações a respeito do “outro”, como ficaria evidente nos fatídicos anos que se seguiriam.
[18] Ao contrário do que à época se pensava sobre as revolução socialista que, entretanto, na visão da esquerda sionista, eram ambas a uma só tempo convergentes e indissociáveis. Cf., Ben~Gurion, D., “Os imperativos da Revolução Judaica”, In: “O judeu e a modernidade”, organizado por Jacob Guinsburg, Editor Perspectiva.
[19] A notar que as comunidades judias religiosas, em sua grande maioria não sionistas, eram vistas pela ampla maioria do movimento sionista como resquícios do passado, isto é, formas de convivência comunitária destinadas pela História à desaparição...




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2888 Mensagem por FOXTROT » Qui Ago 19, 2010 11:54 am

Povo pacifico esses israelitas, não?
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Israel impede acesso de palestinos a 17% da Faixa de Gaza, segundo a ONU
19 de agosto de 2010

Israel impede o acesso de palestinos a 17% do território e águas territoriais da Faixa de Gaza, que inclui zonas de cultivo e pesca, segundo um relatório divulgado hoje pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).
"Nos últimos dez anos, as forças de defesa de Israel restringiram progressivamente o acesso dos palestinos a terras cultiváveis em Gaza assim como a zonas de pesca ao longo de sua costa", informou o relatório, apresentado na capital da faixa.

O documento foi elaborado para conhecer o alcance de todas as restrições israelenses ao território.

Baseado em mais de 100 entrevistas e em dados de diferentes fontes, o texto afirma que, apelando a necessidades de segurança, desde 2008 o Exército israelense impede que palestinos entrem em zonas fronteiriças, que, às vezes, se estendem até 1.500 metros dentro do território palestino.

Na zona litorânea, as restrições só permitem aos pescadores trabalhar até um limite de 4,5 quilômetros, e Israel impede o acesso a 85% das águas territoriais às quais têm direito, segundo os Acordos de Oslo.

Cerca de 178 mil pessoas são afetadas diretamente pelas restrições, que dificultam a capacidade de milhares de famílias de ter acesso a uma vida digna por meio do cultivo de suas terras.

O Exército israelense, segundo o dossiê, costuma fazer disparos de advertências a qualquer palestino que viola as restrições e entre nas zonas proibidas, o que causou a morte de pelo menos 22 pessoas e ferimentos em outras 146 desde janeiro de 2009, quando terminou a ofensiva em Gaza.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2889 Mensagem por FOXTROT » Qui Ago 19, 2010 3:57 pm

Vou me permitir não opinar sobre esse comentário.
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Ex-soldado israelense diz que teria o prazer de matar árabes
19 de agosto de 2010


Eden Abergil, a ex-sargento israelense que publicou no Facebook fotos humilhantes de palestinos, afirmou hoje em sua conta nessa rede social que "gostaria de matar árabes, inclusive despedaçá-los".

Longe de se retratar após a polêmica gerada pela difusão das fotos, nas quais posa sorridente ao lado de palestinos algemados e com os olhos vendados, Abergil diz que "não se arrepende" e que "na guerra, não há regras", informa a edição digital do diário israelense Yedioth Ahronoth. "Odeio os árabes, desejo-lhes todo o pior", disse a ex-militar, que provocou críticas dentro e fora de Israel pela frieza e insensibilidade de suas fotos.

Na rede social, a israelense ganhou simpatizantes, que criaram comunidades de apoio a ela. Mas também houve críticos, que fizeram o mesmo. A exibição das fotos da ex-soldado foi duramente criticada pelo Exército israelense que, segundo ela mesma, tomou a decisão de degradá-la e não chamá-la a servir na reserva.

Os militares asseguram que este comportamento é um caso isolado e que "não representa os valores do Exército de Israel". No entanto, a ONG israelense Shovrim Shtika (Rompendo o Silêncio), integrada por soldados israelenses na ativa e aposentados, divulgou na terça-feira fotografias de outros militares retratando-se com detidos ou mortos palestinos para ressaltar que não se trata de uma exceção, mas de algo comum entre os que servem nos territórios palestinos. "Muita gente tem milhares de fotos, mas só uma pequena parte aparece publicada. Transformamos Eden (Abergil) em bode expiatório, quando o que deveríamos fazer é lidar com a regra", declarou à agência Efe Yehuda Shaul, diretor da organização.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2890 Mensagem por P44 » Sex Ago 20, 2010 9:55 am

ao menos á que louvar a honestidade, diz em voz alta o que todos eles pensam




Triste sina ter nascido português 👎
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2891 Mensagem por marcelo l. » Sex Ago 20, 2010 2:00 pm

Depois de 30 anos começou a patrulhar o mar morto

http://allofjo.net/web/?c=117&a=24280




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2892 Mensagem por marcelo l. » Sex Ago 20, 2010 6:13 pm

Fazia tempo em termos é uma boa notícia de tem muita mulher bonita no miss Israel...mas, 65% são soldados, isso que é militarização da sociedade.


http://www.pageantopolis.com/national/israel_2010-.htm

Imagem
Servia com essa aqui brincando...




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2893 Mensagem por suntsé » Sex Ago 20, 2010 6:46 pm

marcelo l. escreveu:Fazia tempo em termos é uma boa notícia de tem muita mulher bonita no miss Israel...mas, 65% são soldados, isso que é militarização da sociedade.


http://www.pageantopolis.com/national/israel_2010-.htm

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Servia com essa aqui brincando...
O Exército Israelence o o Russo são as forças com o maior numero de gatinhas que ja vi.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2894 Mensagem por FOXTROT » Sex Ago 20, 2010 7:29 pm

Eu com ela, nem me importaria em perguntar qual a sua nacionalidade :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: e se ela quiser tirar fotos, não tem problema, se publicá-las melhor ainda :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Saudações




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#2895 Mensagem por marcelo l. » Dom Ago 22, 2010 9:14 am

The King's Torah


http://www.haaretz.com/print-edition/op ... m-1.309438

First, the daily lesson: "A soldier who takes part in the war against us, but does so only because he is forced to by threats, is an absolute villain .... We are referring to any sort of participation in the war: a combat soldier, a support soldier, civilian assistance or any form of encouragement and support." And: "Even if civilians are tied up or imprisoned and have no choice but to stay and serve as hostages, it is possible to kill them."

Also: "In discussions on the killing of infants and children ... it is reasonable to harm children if it is clear they will grow up to harm us. Under such circumstances they should be the ones targeted." And finally: "There is no need to discuss the question of who is and is not innocent, just as when we are defending against evil we do not hesitate to strike at limbs that were not actually used in actions against us."

These are quotes from the book "The King's Torah" ("Torat Hamelech" ) by rabbis Yitzhak Shapira and Yosef Elitzur; it was published by Hamercaz Hatorani, near Od Yosef Hai Yeshiva. Many important rabbis have supported the two rabbis, and these quotes are part of the reason they are being investigated for suspected incitement and racism. Their refusal to be questioned allegedly was based on the fact that no one should be questioned or tried for his opinion.

In essence, their refusal places the law of the Torah above the law of the state. Rabbi Dov Lior, who backed the book, explained his opposition to their being interrogated as follows: "The harassment of the rabbis because of their halakhic views stands in direct opposition to the principles of freedom of religion and expression that are accepted by the state." Indeed, is it possible to accuse someone of hating gentiles? In a Jewish state?

Nothing new, so far. Fundamentalist rabbis have approved murder, attacks on Arabs and their property, the illegal takeover of land, racist segregation between Ashkenazi and Mizrahi female pupils, and have ignored (at least ) the murder of a prime minister. After all, the source of authority of those same rabbis, the book of books, is full of hair-raising descriptions of the vengeance exacted by the Children of Israel on the peoples of this land.

As for the humanity of "the Lord thy God am a jealous God, visiting the iniquity of the fathers upon the children, and upon the third and upon the fourth generation of them that hate Me," killer of the Egyptian firstborn, we can hold a seminar or two. Thumbing their noses at the law of the state is not an invention by Lior or similar rabbis. As far as disrespecting the law is concerned, Lior is an excellent pupil of Rabbi Moshe Levinger. Only naivete or pretending can explain the surprise at the spitting in the face of the police as they try to investigate the rabbis who provided a wall of defense to abomination.

What is new is that these are no longer "hilltop rabbis," "wild weeds" or "fence hoppers" who are turning their backs on the instructions of great rabbinical figures and the law. They and their supporters are transforming zealous fundamentalism and the shameful "The King's Torah "into the mainstream.

After all, what were the critics upset about? Not the content of the book some say they oppose ("of course I don't support it" ), but rather the state's audacity to undermine the freedom of expression of the source. No religious protest movement stood against the content; no one wrote a text to counter this Jewish Wahhabism. Suddenly, that same community that sanctifies rabbinical hierarchy, the absolute obedience to the rabbis, is shocked by this affront to freedom of expression.

But these fundamentalists, responsible for the training of tens of thousands of yeshiva students who become soldiers, wash their hands when their followers and students carry out the rabbis' orders. No rabbi has been tried for an illegal act by a civilian or soldier because of his teachings. After all, they are only tutors, and then "permission has been granted." In "properly functioning" states like Saudi Arabia or Egypt it has long been understood that the responsibility of a religious figure is no less than that of a terrorist. They arrest and imprison, exile or silence in different ways the preachers who raised generations of murderous zealots. Turkey removes from the military anyone who expresses excessive religious fervor.

In Israel, on the other hand, former chief military rabbi Avihai Rontzki initiated a meeting of intelligence soldiers with Rabbi Lior, the backbone of "The King's Torah." The following was said about the Israel Defense Forces' ethics code: "When there is a conflict between orders based on the ethics code and a halakhic instruction, of course one must follow halakha" - Jewish law. It's not incitement that's dangerous, but rather its transformation into the accepted and central form of discourse.




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