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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Ter Jul 10, 2012 6:28 pm
por Clermont
Lealdade tem dono?

Ateneia Feijó - Blog do Noblat - 10.07.12.

Dilma é leal a quem, ao Lula ou ao Brasil? Profissionais da área psicológica (em voga no campo político) costumam afirmar que uma pessoa tem de ser fiel a si mesma para saber a quem dedicar sua lealdade.

Pelo seu perfil, ela colocaria o Brasil em primeiro lugar. Quer dizer, enquanto considerar a atuação de Lula como a melhor para o país, certamente será leal a ele. E se mudar de juízo? Não precisará trapacear, bastará lançar mão de uma cartada honesta: a sinceridade.

Por enquanto, publicamente, Dilma e Lula não diferem em ideologia. Apenas em estilo de governar. Mas nada têm em comum na forma de se expressarem. Quem não constatou ainda? A matéria de Demétrio Weber e Luiza Damé, no O Globo deste último domingo, expõe essas diferenças com palavras e números. Literalmente.

Quer ver? A presidente fez 266 discursos, pronunciamentos e declarações públicas em 18 meses de governo. Nos quais, usou a palavra “Brasil” 2.867 vezes. “Desenvolvimento”, 844 vezes; “mulher”, 763. “Lula”? Trezentos e uma.
Só para registrar. “PT” e “PMDB” ela citou duas vezes cada. “MST”, somente uma.

Já os temas que predominaram foram: crescimento econômico, enfrentamento da crise financeira internacional e inclusão social. Com destaque para erradicação da miséria, melhoria da educação e da saúde.

Sem culto a personalidade, Dilma agrada em particular quando inclui o esforço dos próprios brasileiros nas conquistas sociais. Quando parece mais preocupada com o país do que, por exemplo, em propagar o refrão lulista “nós contra eles”.

Outra coisa. No momento, uma comissão da verdade revolve os subterrâneos da ditadura, de onde emerge de fato (não mais como propaganda eleitoral) a história da jovem guerrilheira. E daí? Talvez o embaraço de Dilma para se expressar oralmente seja uma sequela da tortura.

A impressão é que devido ao acúmulo de experiências e informações, somado a um raciocínio muito rápido, ela tenha dificuldade de verbalizar seu pensamento. De sintetizá-lo oralmente. Ou seja, continua misteriosa.

Não lhe falta inteligência (pelo contrário) para saber que foi usada pelo ex-presidente quando a lançou como sua sucessora. Ele precisava dela. Então... Lula é quem lhe deve!

Aí entra a lealdade de novo. Dilma mostrou coragem e do que era capaz para defender suas ideias na juventude. Agora, adulta e amadurecida, após um aprendizado fora de série, o que imagina e pretende como projeto para o Brasil? A quem pertence a lealdade da verdadeira Dilma Rousseff?

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 2:23 am
por Rodrigoiano
Bomba: Veja engavetou entrevista com Arruda para proteger Demóstenes

Grampo revela parceria entre a revista, o bicheiro Cachoeira e o senador Demóstenes; “O Policarpo ajudou”, disse Cachoeira; ex-governador do DF, José Roberto Arruda, falou a Veja em setembro de 2010, às vésperas da eleição presidencial, e acusou Demóstenes de lhe pedir favores; nada foi publicado

10 de Julho de 2012 às 22:25

(...)

Fonte: Brasil 247

http://www.brasil247.com/pt/247/midiate ... stenes.htm

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 12:27 pm
por GustavoB
rodrigo escreveu:
Eu li este post uma dez vezes para acreditar, o Rodrigo elogiando um politico do PT?
Eu discordo da ideologia da Dilma, mas é a presidente da república mais honesta desde 1985. E honestidade é o bem mais raro e precioso na política brasileira. Uma pessoa que apanha em consequência de seu radicalismo aprende muito.
Lutou pelo que acreditava ser melhor para o seu país. Se fôssemos levar a seus termos poderíamos dizer então que você também apanhou (ou tem de apanhar).

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 1:11 pm
por Clermont
Lições ao senador Demóstenes.

Merval Pereira, O Globo- 11.07.12.

Precisar, não precisava, mas o caso dos catadores de papelão em São Paulo, Rejaniel Santos e Sandra Domingues, que encontraram R$ 20 mil em sacos plásticos atrás de uma árvore próxima ao viaduto onde dormem e procuraram a polícia para devolver o dinheiro, faz um contraponto poderoso ao senador Demóstenes Torres, que deve ser cassado hoje pelo Senado.

Não era preciso uma contraposição tão escandalosa, que coloca dois pobres trabalhadores na escala mais baixa da sociedade a dar lições de moral a um senador da República, já que as gravações que incriminaram Demóstenes falam por si.

Mas, no Brasil, um gesto como esse ainda é tratado como fato anormal, dá primeira página de jornal, e periga os catadores honestos serem criticados pela “burrice” que fizeram.

Parece o caso de uma amiga que, exilada nos anos 70 do século passado na Suécia, se espantou com a foto na primeira página de um jornal de um rato que aparecera na cidade. Fatos inusitados na pequena cidade sueca daquele tempo e hoje no Brasil.

Imediatamente, ambos entregaram o dinheiro à polícia. “A minha mãe me ensinou que não devo roubar”, explicou candidamente Rejaniel Santos. “E que devia contar à polícia se visse alguém roubando.”

Já o quase ex-senador Demóstenes Torres encontrou uma maneira mais adequada a estes tempos de moral complacente para se explicar a seus colegas: disse da tribuna do Senado que mentir não é quebra de decoro.

Como um experiente promotor, Demóstenes Torres agarrou-se a duas estratégias na sua defesa. Do ponto de vista jurídico, alega que as gravações em que foi apanhado em flagrante não tinham autorização da Justiça, pois a Polícia Federal investigava o bicheiro Carlinhos Cachoeira e apanhou o senador com a boca na botija de maneira indireta.

É possível que o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, o experiente Kakay, consiga anular no Supremo a legalidade das gravações, mas será impossível apagar da memória dos senadores e, sobretudo, da opinião pública as conversas que ouviram.

No plano político, tentou em vão o apoio de seus pares para não ser julgado pela Comissão de Ética e foi condenado por unanimidade.

Um dos pontos levantados contra ele foi justamente o fato de ter mentido a seus pares, negando um relacionamento com o bicheiro que, ao final, ficou comprovado.

Nos últimos dias, Demóstenes Torres subiu à tribuna do Senado sete vezes seguidas, diante de um plenário praticamente vazio, para tentar a última defesa.

Jogou sempre no aspecto emocional, tentando transformar-se em uma vítima do sistema político. Essa estratégia de vitimização, ele já tentara logo no início do processo, quando disse, a certa altura, “Eu não sou mais o Demóstenes”.

Na ocasião, ouvi o psicanalista Joel Birman, que viu na frase a revelação de uma personalidade psicologicamente quebrada, como se dissesse “Eu não sei mais quem é o Demóstenes”.

Na sua defesa da tribuna, Demóstenes Torres continua confirmando que o personagem que ele criou para si próprio não era uma mentira, ele incorporou esse personagem e acreditava nele.

Podia acusar com veemência seus colegas senadores apanhados em desvios, como o senador Renan Calheiros, enquanto mantinha o relacionamento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira porque, como todo psicopata, não misturava as personalidades, analisou Birman. Ele vestiu uma máscara, e ela acabou se colando em seu corpo.

Outro que parece ter duas personalidades é o prefeito petista de Palmas, no Tocantins, Raul Filho, flagrado em uma conversa comprometedora com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que tem o hábito de gravar seus encontros.

O prefeito, sentado naquele sofazinho do gabinete do bicheiro, foi abrindo propostas de parceria em seu futuro governo e não podia imaginar que, dentro do ar-condicionado, havia uma câmera filmadora.

Foi por isso que ele, num ato falho típico, disse que teve a “infelicidade” de ser gravado, em mais um comentário próprio dos tempos aéticos que vivemos na política.

O mais grave dessa sucessão de envolvimentos de políticos com o bicheiro é a constatação de que o crime organizado já estava tomando conta da política nacional.

Depois de ouvir os delegados da Polícia Federal que trabalharam na investigação, o senador Pedro Taques, do PDT de Mato Grosso, disse que o bicheiro Carlinhos Cachoeira já estava no terceiro estágio do crime organizado, buscando negócios legais.

Oriundo do Ministério Público, assim como Demóstenes, o senador Taques tem experiência de acompanhar esse tipo de ação criminosa e não estava fazendo um comentário leviano.

As investigações revelaram com uma profusão de detalhes as ligações de Cachoeira com praticamente todos os níveis de poder da República, sendo que tinha no bolso do colete pelo menos um senador — Demóstenes Torres, ex-DEM de Goiás, que um dos delegados classificou como o braço político da organização — e dois deputados federais — Carlos Leréia, do PSDB, e Sandes Júnior, do PP, ambos de Goiás.

Além do Congresso, o bicheiro tinha influência importante sobre pelo menos dois governadores, o tucano Marconi Perillo (Goiás) e o petista Agnelo Queiroz (Brasília).

A atuação do mafioso não se limitava a Goiás, seu estado natal, ou ao Centro-Oeste, como quis fazer crer num primeiro momento o relator petista, tentando circunscrever as investigações ao interesse de setores de seu partido.

Seu império se espalhava por todo o país, e há ainda a se provar sua participação na empreiteira Delta, de quem parece ser um sócio oculto.

Mais do que o depoimento do dono da Delta, Fernando Cavendish, que acabou sendo convocado pela CPI, as investigações sobre as contas da empreiteira é que darão a real dimensão dos crimes praticados.

A cassação do senador Demóstenes é apenas uma etapa dessa investigação.

Isso se o Senado ainda se der ao respeito.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 2:19 pm
por Rodrigoiano
O Senado (Poder Legislativo) fez sua parte. Espero que o Conselho Nacional do Ministério Público averigue a legalidade e conveniência do ex-senador Demóstenes continuar em cargo relevantíssimo que é de procurador de justiça do MPGO. Espero que o Poder Judiuciário também faça, igualmente se respeitando o direito a ampla defesa. Particularmente, acredito que o STJ e o STF punam - se ficar comprovado - os envolvidos no Caso Cachoeira. Tenho receio - e por isso frisei os tribunais acima - do TRF-1, particularmente, do des. Tourinho. Data máxima vênia, discordo das últimas decisões deste juiz, particularmente, tentar liberar o principalacusado, sob o argumento de ser apenas contravenção. E as supostas corrupções ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, envolvimento de autoridades, de policiais, ameaças do grupo a autoridades. Crimes graves para supostamente, sustentar a contravenção. Enfim, a sociedade acompanha com esperança a diminuição dacorrupção no país...

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11/07/2012 13h24 - Atualizado em 11/07/2012 14h05

Senador Demóstenes Torres é cassado e fica inelegível até 2027

Foram 56 votos pela cassação, 19 contra e 5 abstenções. Voto foi secreto.
Ele foi acusado de usar mandato para favorecer bicheiro Carlos Cachoeira.

Iara Lemos e Fabiano Costa
Do G1, em Brasília

(...)

http://g1.globo.com/politica/noticia/20 ... orres.html

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 4:02 pm
por Clermont
Senador Demóstenes Torres é cassado e fica inelegível até 2027

Foram 56 votos pela cassação, 19 contra e 5 abstenções.
Será que vamos ficar sabendo quem foram os "19" e quem foram os "5"?

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 4:08 pm
por wagnerm25
Clermont escreveu:
Senador Demóstenes Torres é cassado e fica inelegível até 2027

Foram 56 votos pela cassação, 19 contra e 5 abstenções.
Será que vamos ficar sabendo quem foram os "19" e quem foram os "5"?
E o suplente parece que também é cheio de rolo. Ex-cunhado do Cachoeira.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 4:41 pm
por rodrigo
Se fôssemos levar a seus termos poderíamos dizer então que você também apanhou (ou tem de apanhar).
Todos temos.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 8:37 pm
por NettoBR
MPE-TO: 39 candidatos podem ser impugnados por analfabetismo
11 de julho de 2012 • 17h09


O Ministério Público Eleitoral (MPE) do Tocantins pediu a impugnação de 47 registros de candidaturas na comarca de Colinas do Tocantins, no norte do Estado. Dentre esses casos, 39 são justificados pelo fato de os candidatos não comprovarem que são alfabetizados.

O promotor responsável pelos pedidos, Guilherme Goseling, solicitou à Justiça intimação para que os candidatos comprovem escolaridade em até 72 horas. Caso não cumpram a solicitação, eles serão submetidos a uma prova individual, até o início de agosto.

No exame, os concorrentes terão de provar que sabem ler e escrever, sob pena de serem automaticamente retirados da disputa eleitoral. "O registro de candidatura depende dessa aprovação. Caso eles não consigam provar que são alfabetizados, serão retirados. Candidato precisa saber ler e escrever. Se não souber pelo menos isso, serão apenas fantoches", completou o promotor.

O órgão também pediu a cassação do registro de candidatura do prefeito de Colinas, José Santana Neto (PT). Segundo o MPE, o prefeito cometeu abuso de poder político por ter pintado veículos e placas indicativas do município nas cores do partido. Se ele for eleito antes do julgamento, o ministério requer a cassação de seu mandato. O MPE ainda propôs o indeferimento do registro de quatro coligações por não preencherem o mínimo legal de 30% de cada sexo.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2 ... tismo.html

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qua Jul 11, 2012 9:03 pm
por NettoBR
Presidente do STF libera divulgação de salários de servidores na internet
11/07/2012 - 17h43

Brasília – Os salários dos servidores públicos federais dos Três Poderes podem ser divulgados enquanto a Justiça não toma uma decisão final. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, atendeu pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e suspendeu as liminares que proibiam a publicação dos rendimentos dos funcionários na internet antes do fim do julgamento dos processos sobre o tema.

Segundo Ayres Britto, a remuneração dos agentes públicos representa informação de interesse público e está relacionada a dois direitos fundamentais da Constituição: o acesso à informação pública e a transparência da atuação da administração. “Para além da simples publicidade do agir de toda a administração pública, [esse princípio] propicia o controle da atividade estatal até mesmo pelos cidadãos”, escreveu o ministro na decisão.

Para o presidente do Supremo, as decisões judiciais que impediram a divulgação dos salários dos servidores vão contra esses princípios constitucionais e provocam dano à ordem pública. Com a decisão, estão suspensas liminares da 22ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal que acolheu pedido da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) de suspender a publicação dos rendimentos enquanto o assunto estiver sob análise da Justiça.

A AGU tinha recorrido no fim da semana passada, mas o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, desembargador Mário César Ribeiro, manteve as liminares na segunda-feira (9). Para justificar a publicação dos salários, Ayres Britto lembrou que o próprio Supremo havia considerado legítima a divulgação dos rendimentos dos servidores municipais de São Paulo na internet.

Britto também ressaltou que, em maio deste ano, o Supremo decidiu divulgar a remuneração dos ministros e de todos os servidores (ativos, inativos e pensionistas), em obediência à Lei de Acesso à Informação.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... a-internet

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qui Jul 12, 2012 10:35 am
por NettoBR
FHC recebe prêmio da Biblioteca do Congresso dos EUA por produção acadêmica
11/07/2012 | 13h52min

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se disse "preocupado" com o que vê como uma dissolução das visões partidárias no Brasil e no mundo, resumindo as agremiações a meras siglas, em meio à disputa para a formação de alianças nas eleições municipais deste ano.

Para FHC, falta debate no país e firmeza nas posições políticas dos partidos.

"Agora cada um vai buscar maximizar suas chances eleitorais, sem se preocupar muito com o que vai acontecer depois, e muito menos se há choques entre as visões dos partidos, mesmo porque essas visões estão se diluindo de uma maneira preocupante", disse o ex-presidente.

"Os partidos estão crescentemente sendo só siglas. Qual é o conteúdo por trás? Qual sua posição programática? Qual a divisão real? Em certos momentos, vai ter, mas muitas vezes o partido não as expressa mais."
FHC conversou ontem com correspondentes brasileiros em Washington, horas antes de receber o Prêmio Kluge -- reconhecimento à sua produção acadêmica pelo qual recebeu US$ 1 milhão da Biblioteca do Congresso dos EUA.

Na delegação de tucanos que o acompanhou para a homenagem na noite passada, eram esperados o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o ex-senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE).
Indagado sobre o interesse de seu PSDB em uma aproximação com o PSB no nível nacional, após atritos entre esse último e o PT, afirmou que a atual costura de alianças não baliza passos futuros.

"Depende das circunstâncias", afirmou. "A política brasileira, nessa hora de eleição municipal, é muito local; a vocação nacional dos nossos partidos desaparece."

O presidente negou, porém, que o que vê como "dissolução da visão partidária" prejudique o ato de fazer oposição no Brasil, afirmando que "oposição não se faz a partir de uma sigla, mas de uma posição política".
O que falta, afirmou, é debate político. "O exemplo que eu dou é o petróleo. Que se discutiu da lei do petróleo? A distribuição de royalties que ainda não existem. O modelo foi discutido? Não."

ECONOMIA

Fernando Henrique criticou ainda a atual política industrial, por erguer barreiras vistas como protecionistas sem investir na produtividade, e refutou a ideia defendida pelo governo Dilma de que o país é vítima de uma "guerra cambial" alimentada pelas economias avançadas.
"Não resolve. Em vez de incentivar o aumento da produtividade, você protege a baixa produtividade."

O tucano ainda aproveitou para alfinetar seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, por paralisar as reformas para aumentar a produtividade, dizendo que ele "soube velejar" nos bons ventos mas "não aperfeiçoou os motores".
Segundo FHC, as reformas -- inclusive no sistema tributário -- precisarão ser feitas: "Já está se vendo uma ilha ao longe, precisamos tomar cuidado e começar a desviar".
Mas o ex-presidente, de forma geral, destacou a estabilidade do Brasil na crise mundial e o processo até ela.

"Nunca tivemos política fiscal que levasse à asfixia da economia. Levamos muito tempo consolidando a estabilização, mas não tivemos crise social, crise política", afirmou, criticando a abrupta austeridade na Europa e, sobretudo, na Alemanha.

Fonte: http://www.paraiba.com.br/2012/07/11/36 ... -academica

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Qui Jul 12, 2012 12:26 pm
por Clermont
Para não ser esfolado, Senado esfola Demóstenes.

Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 12.07.12.

“É carta jogada a cassação do mandato e dos direitos políticos do senador Demóstenes Torres (sem partido-Goiás), acusado de ser sócio do bicheiro Carlinhos Cachoeira na exploração de jogos de azar. O que ainda não está certo é se a punição será aplicada a Demóstenes antes do recesso do Congresso, daqui a dois meses, ou depois do recesso.” (Abertura de artigo meu aqui publicado no último dia 10 de maio).

A punição foi aplicada antes do recesso do Congresso, que terá início no próximo dia 18. O placar não surpreendeu ninguém: Demóstenes acabou cassado por 56 votos contra 19 e cinco abstenções. São 81 senadores. Um não votou. Metade mais um deles bastariam para subtrair o mandato de Demóstenes e seus direitos políticos até 2027.

Ao longo dos seus 186 anos de história, o Senado só puniu com a pena máxima dois senadores. Luiz Estevão de Oliveira (PMDB-DF), amigo do ex-presidente Fernando Collor, empresário da área da construção civil, perdeu o mandato e os direitos políticos sob a acusação de ter desviado dinheiro público destinado a uma obra da Justiça do Trabalho em São Paulo.

Um senador faltou ao julgamento de Luiz Estevão em junho de 2000. O placar que interrompeu sua curta trajetória política no Distrito Federal foi parecido com o que abateu Demóstenes: 52 votos contra 18 e 10 abstenções. Abster-se é igual a votar a favor da absolvição. Luiz Estevão conseguiu 28 votos para escapar. Demóstenes, 24.

Os senadores mais experientes calculam que exista entre eles um núcleo duro de 20 a 30 colegas refratário a cassar mandatos. Não importa que crimes possam ser imputados aos acusados. Os duros não querem saber de cassações - alguns por piedade, outros por receio de que um dia precisem da piedade alheia.

Um monte de razões explica a cassação de Demóstenes. E a principal não foi sua ligação com Cachoeira, preso desde fevereiro último depois de investigado durante mais de três anos pela Polícia Federal. Quantos senadores não têm um Cachoeira para chamar de seu? Era preciso dar uma satisfação à sociedade.

E essa foi, sim, a principal razão para se cassar o mandato e os direitos políticos de Demóstenes. "Queremos desfilar de cabeça erguida por aí, com o bótom de senador na lapela e sem passar por constrangimentos", explica um senador que pediu para não ser identificado. Como escapar de apertos absolvendo Demóstenes?

Outra razão para cassá-lo: quase todos os senadores se solidarizaram publicamente com Demóstenes quando ele pela primeira vez assomou à tribuna do Senado para jurar que era inocente. Conhecia, sim, Cachoeira - quem não o conhecia em Goiás? Admitia que era seu amigo. Mas dele não recebera favores. Nem a ele prestara favores.

A enxurrada de conversas grampeadas entre Cachoeira e Demóstenes desmentiu o discurso e deixou os senadores com a cara no chão. Muitos votos foram movidos à raiva. Contra Demóstenes pesou ainda o seu passado de político nada solidário com eventuais dificuldades enfrentadas por seus pares.

A imagem de justiceiro incorruptível foi construída por Demóstenes à custa de muita pancada desferida nos que conviviam com ele. O episódio que melhor ilustra seu temperamento inflexível teve como personagem Carlos Wilson Campos, ex-governador de Pernambuco, um político ameno e de muitos amigos.

Carlos Wilson sofria de câncer quando foi chamado a depor no Congresso sobre irregularidades na empresa que presidira por dois anos - a Infraero. Amigos dele pediram a Demóstenes para deixá-lo em paz. "Ele virá depor nem que seja para morrer aqui", respondeu o senador.

De José Sarney, presidente do Senado pela terceira vez, se poderá dizer tudo - menos que seja uma pessoa inclinada a resolver no tapa as diferenças com desafetos. Em dezembro último, Demóstenes provocou-o com expressões ásperas. Nervoso, Sarney abandonou a cadeira de presidente e de dedo em riste caminhou na direção de Demóstenes na lateral direita do plenário.

O esquentado senador Fernando Collor (PTB-AL) meteu-se entre os dois para evitar o pior. A certa altura do bate-boca, Sarney baixou o tom da voz e disse a Demóstenes: "Quem sabe de sua vida é Cachoeira". Até ali, fora Cachoeira, quem sabia da vida de Demóstenes era a Polícia Federal.

Houve senador que considerou arrogante o discurso feito por Demóstenes durante a sessão que lhe custou o mandato. Não foi arrogante. Foi altivo. Demóstenes tinha a certeza de que seria cassado. Era um morto-vivo. Quis deixar a política sem renunciar ao comportamento que sempre foi uma de suas marcas.

Sarney ainda não acabara de anunciar o resultado da votação quando Demóstenes, com passos largos, já abandonava o plenário.

O Senado esfolou Demóstenes para não ser esfolado.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Jul 13, 2012 12:13 pm
por Clermont
Os sem-voto.

Merval Pereira, O Globo - 13.07.12.
"Eu não vou expor você, cara. Fui eu que te pus na suplência, essa secretaria, fui eu, você sabe muito bem disso. Então, para que eu vou te expor?"
Carlinhos Cachoeira, em conversa gravada pela PF com Wilder Morais (DEM-GO), suplente que assume a vaga de Demóstenes Torres no Senado.

O caso do suplente do ex-senador Demóstenes Torres, que já chega ao Senado tendo que explicar seu relacionamento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a ocultação de empresas em sua declaração de bens ao TSE, traz novamente à discussão um dos graves problemas da política brasileira.

Em qualquer reforma política que se faça, a definição do suplente de senador tem lugar destacado, pois, de um tempo para cá, ficou cada vez mais comum os suplentes assumirem o cargo, tendo havido ocasião, na legislatura anterior, em que nada menos que 1/3 das 81 vagas foi ocupado no mesmo momento por suplentes que não receberam um único voto dos eleitores.

Neste momento, com a chegada do empresário goiano Wilder de Morais, do DEM, a bancada atual do Senado contará com nada menos que 16 suplentes no exercício do mandato.

Cinco substituem senadores que viraram ministros de Dilma (como Edison Lobão, Gleisi Hoffmann, Garibaldi Alves, Crivella) e secretário estadual, caso de João Alberto, no Maranhão.

Outros sete em substituição aos que renunciaram, como Joaquim Roriz, para não ser cassado; e os outros seis para assumir governos estaduais e TCE, no caso de Marisa Serrano, no Mato Grosso do Sul.

Dois substituem senadores que morreram: Itamar Franco e Eliseu Resende, e outros dois, os que perderam mandato: Expedito Júnior (cassado pela Justiça Eleitoral em 2007) e Demóstenes Torres ontem.

Nos próximos dias, Valdir Raupp, presidente do PMDB, vai se afastar por quatro meses para cuidar da campanha, e aí teremos 17 senadores sem voto no exercício da senatoria.

Há casos de todos os tipos. Desde empresários que financiam as campanhas em troca de alguns momentos de glória até os que colocam parentes na suplência.

Bom exemplo de empresário que vira político sem receber um voto é Wellington Salgado, que reapareceu para o grande público justamente na cassação de Demóstenes Torres. Usando a prerrogativa de ter sido senador, circulava nos bastidores do Senado pedindo votos contra a cassação.

Ele faz parte da família que é proprietária da rede de ensino superior Universo (Universidade Salgado de Oliveira), que começou em São Gonçalo, no Estado do Rio, e hoje está instalada em 11 cidades do país e financiou a campanha de Hélio Costa, exercendo o mandato enquanto Costa era ministro das Comunicações no governo Lula.

Na parte familiar, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, tem como primeira suplente sua mulher, Sandra Backsmann Braga. Na atual legislatura, Edison Lobão Filho, do PMDB do Maranhão, está senador, enquanto o pai, Edison Lobão, está ministro de Minas e Energia, e Ivo Cassol, do PR de Rondônia, tem o pai, Reditário Cassol, de suplente.

Há também diversos exemplos de acordos políticos, sendo o mais polêmico o que envolveu o ex-senador Saturnino Braga e o ex- ministro do Trabalho Carlos Lupi.

Os dois combinaram dividir o mandato, mas Saturnino, tendo saído do PDT, decidiu continuar seu mandato pelo PT, sentindo-se liberado do acordo.

Outra questão mal resolvida na prática política brasileira é a da declaração de bens dos candidatos. A maioria prefere parecer aos olhos do eleitorado como pessoa sem grandes posses, e os gastos de campanha também são escamoteados, enquanto nos Estados Unidos o peso do dinheiro é tão grande na campanha eleitoral que uma das maneiras de revelar a força de uma candidatura é anunciar quanto arrecadou em doações.

Paradoxalmente, candidatos endinheirados podem ser afastados da disputa por falta de votos, como aconteceu em 2008, do lado democrata, com o advogado John Edwards, e, do lado republicano, com o ex-governador Mitt Romney, que colocou nada menos do que US$ 35 milhões do próprio bolso na campanha frustrada.

Hoje, Romney é o candidato republicano à sucessão de Obama e está conseguindo uma arrecadação de campanha maior do que a do presidente no cargo, o que é um dos indicadores da força de sua candidatura junto ao eleitorado republicano.

No Rio, temos o caso emblemático do ex-prefeito Cesar Maia, que se apresentou como candidato a vereador declarando não ter qualquer bem. A explicação oficial é que distribuiu seus bens entre a família ao fazer 65 anos.

O suplente de Demóstenes é um dos empresários mais ricos de Goiás e foi o segundo maior doador da sua campanha em 2010, mas omitiu boa parte de seus bens na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Foi colocado na chapa por interferência do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que também o colocou na Secretaria de Infraestrutura do governador de Goiás, Marconi Perillo, fatos hoje comprovados devido à gravação de uma conversa telefônica entre os dois feita pela Polícia Federal, em que o empresário Wilder Morais agradece a Cachoeira tê-lo colocado na política.

A conversa tem como pano de fundo um desentendimento entre os dois devido ao envolvimento da então mulher do empresário, Andressa, com o bicheiro. Os dois hoje estão juntos, e Wilder virou senador.

Um dos pontos de maior apelo popular nas propostas de reforma política é a definição de suplente de senador, devido ao verdadeiro escândalo que foi, na última legislatura, quase 1/3 do Senado ter sido ocupado por suplentes sem votos.

O suplente substitui o titular em caso de afastamento temporário para ocupar outro cargo ou de licença superior a 120 dias, e sucede a ele nos casos em que se afasta definitivamente.

Há propostas que estabelecem que o suplente substitui o titular, mas não sucede a ele, ou seja, só assumiria o cargo em caso de afastamento temporário do titular, não assumindo na ocorrência de afastamento definitivo.

Nesse caso, haveria novas eleições, exceto faltando menos de 60 dias para a eleição regular, quando o suplente assumiria a cadeira até o fim do mandato.

Há também proposta que estabelece que o suplente de senador será o deputado federal mais votado do mesmo partido, e outra ainda que determina que o candidato a senador derrotado com maior votação será o suplente.

Mas o assunto voltou para as gavetas da burocracia do Congresso, e não há previsão de ser retomado.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Jul 13, 2012 2:26 pm
por NettoBR
Para que serve um ex-presidente?
Moisés Naím

A velha piada é que os ex-presidentes são como os vasos chineses: sabemos que são valiosos, mas ninguém sabe o que fazer com eles.

Alguns, como Bill Clinton, mantêm uma atividade frenética; outros, como Vladimir Putin, dão um jeito de nunca deixar o poder, e ainda outros, como Álvaro Uribe, brigam com seu sucessor.
Alguns ganham prêmios mundiais e outros intervêm de modo inoportuno nas eleições de outros países.

Nos últimos dias, os dois mais famosos ex-presidentes brasileiros estiveram na arena pública mundial. O contraste entre suas atuações não poderia ter sido mais extremo.
Fernando Henrique Cardoso recebeu o prêmio mais importante do mundo como cientista social: o Prêmio Kluge, outorgado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
O prêmio tem um processo de indicação e seleção tão ou mais rigoroso que o Nobel, e seu valor --US$ 1 milhão-- é superior.

Quase ao mesmo tempo, Lula aparecia por videoconferência na reunião do Foro de São Paulo em Caracas.

Ele disse: "Apenas com a liderança de Chávez é que o povo realmente vem tendo conquistas extraordinárias. As classes populares nunca foram tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade.
Essas conquistas devem ser preservadas e consolidadas. Chávez, conte comigo, conte com o PT, conte com a solidariedade e o apoio de cada militante de esquerda, de cada democrata e de cada latino-americano.
Tua vitória será nossa vitória".

É perfeitamente legítimo que Lula expresse seu afeto e admiração por Hugo Chávez.
Os afetos --como o amor-- são cegos e merecem respeito.
Mas não é legítimo que Lula intervenha na campanha de outro país. Isso os democratas não fazem.
E Lula sabe disso. E já o tinha feito antes, quando, na véspera de um referendo importantíssimo na Venezuela, irrompeu no processo, afirmando que Chávez era o melhor presidente que o país tinha tido nos últimos cem anos.

Tampouco é legítimo distorcer a realidade venezuelana, como Lula fez --especialmente a realidade dos pobres. Chávez vem tendo um efeito devastador sobre a Venezuela, e os pobres são suas principais vítimas.

São eles que pagam as consequências de viver em um dos países mais inflacionários do mundo, são eles que são obrigados a virar-se com um salário real que caiu para o nível que tinha em 1966.

São eles que não conseguem trabalho a menos que seja no setor público e sob a condição de demonstrarem constantemente sua adoração e fidelidade ao "comandante".

São eles que veem seus filhos e filhas assassinados (o índice é dos mais altos do mundo. Não é de estranhar, portanto, que nas últimas eleições legislativas mais de metade dos votos tenha sido contra Chávez.

Na Venezuela, é impossível alcançar essa porcentagem sem milhões de votos dos mais pobres --que, segundo Lula, estão melhor que nunca.

Nesse sentido, não seria má ideia que Lula aprendesse um pouco com o FHC cientista social, que não permite que os afetos lhe enevoem o juízo.
E com o FHC político, que não intervém de maneira abusiva nas eleições de outros países.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/mo ... ente.shtml

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Jul 13, 2012 9:34 pm
por Viktor Reznov
NettoBR escreveu: FHC conversou ontem com correspondentes brasileiros em Washington, horas antes de receber o Prêmio Kluge -- reconhecimento à sua produção acadêmica pelo qual recebeu US$ 1 milhão da Biblioteca do Congresso dos EUA.
Isso me tem cara de ser prêmio por serviços prestados. :? Afinal nós sabemos muito bem como nosso querido THC queria desmantelar compeltamente as nossas forças armadas e convertê-las em forças policiais pra combate ao narcotráfico e só.