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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 11:59 am
por tflash
Concordo consigo J. Ricardo. Só estava a afirmar que nessa altura, aqui em Portugal não ligaram às agências de rating e investiu-se em força no Brasil.

Não esquecer que talvez metade dos portugueses tem laços familiares no Brasil. Para um norte-americano há América latina, para um tuga há América latina e Brasil.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 12:01 pm
por Paisano
J.Ricardo escreveu:Off topic: Paisano, qual a relação entre o BOTAFOGO e o Uruguai???



devidamente editado!!! :oops:
A causa del Loco Abreu, la hinchada del Botafogo es Uruguay en la Copa América. 8-]

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 12:39 pm
por ferrol
tflash escreveu:A ideia de que os estados é que são culpados é absurda e esta desclassificação é o maior exemplo. O que é que aconteceu em Portugal para o rating descer para lixo?

Se Portugal adoptou e está a cumprir tudo e mais alguma coisa, se não tem um historial de ficar a dever e se está a aumentar a competitividade e as exportações, como é que o rating cai 4 pontos? Foi da fase da lua ou talvez porque vai emitir divida (emissão que está programada). Outra pergunta. Porque é que a procura por dívida portuguesa costuma dobrar a oferta?

Isto para mim é apenas viciação de mercado para dar lucro a especuladores. Já está a correr um processo aqui contra as agências de rating. Elas não estão acima da lei apesar de não haver muito a fazer.
http://www.eleconomista.es/renta-fija/n ... asura.html
"La rebaja refleja nuestra visión de que el comunicado con las conclusiones del Consejo Europeo del pasado 24 y 25 de marzo confirma nuestras expectativas de que la reestructuración de la deuda puede ser una condición de acceso a los fondos del Mecanismo de Estabilidad Europea (ESM) y de que la deuda pública senior estará subordinada a los préstamos del ESM", explica la agencia, que considera que estas circunstancias van en detrimento de los acreedores comerciales de los países de la UE.
Esta é a contestación á dúbida. Por unha banda se estima que Portugal vai reestructura-la súa débeda para ser beneficiario dos fondos europeos do mecanismo de estabilidade... por outra banda, esa débeda pasará a ser dependente deses fondos unha vez sexan acadados.

Eso quere dicir que a débeda portuguesa estará subordinada á vontade europea (Francia e Alemaña, fundamentalmente) de prestarlle os fondos suficientes para paga-la débeda preexistente. Se sabemos que no caso grego a reestructuración implica un "default" controlado do país, é pois de supor que Portugal vai camiño de poder necesitar (ou non) un rescate semellante ó grego dentro dalgún tempo.

Esa incerteza é a que castigan os mercados, que piden en cada subasta de bonos portugueses unha maior cantidade de xuros para mercar esa débeda. Polo tanto S&P só reflexa o que o mercado di a través do resultado das subastas dos séus bonos...

Polo tanto, da igual o que Portugal faga para sair da recesión, se o mercado dubida das posibilidades de pago, entón o rating baixará. É a oferta e demanda. Ti me vendes a túa débeda a un prezo, se penso que non ma podes reembolsar cando chegue o séu vencemento, lóxicamente pedireite máis xuros para asumir maior risco de impago. Esas fluctuacións son as que reflexan os ratings de S&P, Moody's ou Fitch.

As axencias de rating só lle poñen números e letras ós acontecementos do mercado. Logo é inútil que Europa se invente unha nova axencia allea ás americanas, porque se fai as cousas ben, deberá a seguir reflexando as tendencias dos mercados. E a tendencia actual do mercado é a de crer que Portugal caerá coma Grecia... Se esa suposta axencia europea de clasificación fai as cousas mal e non reflexa a realidade do mercado, entón os inversores non farán caso das súas recomendacións e seguirán mirando ás clasificacións das axencias norteamericanas.

O malo do caso é a febleza do sistema monetario europeo. Que dúas economías tan pequenas coma a de Grecia e Portugal en relación co total dos 27, poñan a Europa ó borde da bancarrota é moi significativo de que algo se fixo mal no miolo da Unión, que ó fin quería ser sobre todo monetaria e que nin eso vai poder ser a este paso. Unha mágoa.

Saúdos.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 1:04 pm
por cabeça de martelo

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 1:07 pm
por tflash
Então é mais fácil desistir e declarar falência.

Se o aumento de juros condiciona a nossa capacidade de pagar e isso faz aumentar mais ainda os juros, o melhor é mesmo abrir falência e dar razão às agências de rating, transferindo as perdas para o especulador. Já que somos lixo, vamos pagar para quê?

Eu gostava de ver um governante a dizer isso e ver qual será a reacção dos mercados. O pior é o resto. Já não quero saber. Se a ONU consegue mandar ajuda humanitária para o meio de África, melhor manda para um país com infraestruturas como as portuguesas. Não adianta trabalhar. Já estou por tudo!!!! :evil: :evil: :evil: :evil:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 1:59 pm
por J.Ricardo
tflash escreveu:Concordo consigo J. Ricardo. Só estava a afirmar que nessa altura, aqui em Portugal não ligaram às agências de rating e investiu-se em força no Brasil.

Não esquecer que talvez metade dos portugueses tem laços familiares no Brasil. Para um norte-americano há América latina, para um tuga há América latina e Brasil.
[009]

Inclusive minha filhinha tem sangue português, aliás é uma legítima brasileirinha, ali tem sangue italiano, austriaco e espanhol de minha parte e sangue lusitano e africano por parte de minha esposa! A gatinha é uma linda salada de frutas genética!!! :D

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 2:14 pm
por cabeça de martelo

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jul 07, 2011 8:03 pm
por soultrain
tflash escreveu:Concordo consigo J. Ricardo. Só estava a afirmar que nessa altura, aqui em Portugal não ligaram às agências de rating e investiu-se em força no Brasil.

Não esquecer que talvez metade dos portugueses tem laços familiares no Brasil. Para um norte-americano há América latina, para um tuga há América latina e Brasil.
Trabalhei numa empresa que perdeu tudo no Brasil da época, foi à falência graças ás politicas do FHC, perdi o emprego.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Jul 08, 2011 4:04 am
por tflash
http://www.ionline.pt/conteudo/135039-c ... -tribunal-

omissão Europeia. Agências de rating podem vir a responder em tribunal
por Carlos Ferreira Madeira, Publicado em 07 de Julho de 2011 | Actualizado há 17 horas

Durão Barroso ameaça avançar com a criação de uma agência europeia de rating e fala de nova legislação para pedir indemnizações em "casos graves"


A descida do rating de Portugal, decretada na terça-feira pela agência Moody?s, foi a gota de água...
NELSON D?AIRES/KAMERAPHOTO

A Comissão Europeia pretende criar legislação para que as agências de rating possam responder em tribunal pelas suas avaliações de risco, permitindo que os ofendidos peçam indemnizações.

A ameaça é real e foi ontem expressa pelo presidente da Comissão Europeia, que reagiu violentamente à decisão da agência de rating Moody''s cortar a avaliação de risco de Portugal quatro níveis. "Estamos a analisar, por exemplo, a responsabilidade civil das agências", disse Durão Barroso. "E a planear medidas para melhorar a metodologia e a transparência do rating da dívida soberana, para reduzir a excessiva confiança das instituições financeiras na notação de crédito, diminuir os conflitos de interesses e introduzir maior concorrência", avançou o líder da Comissão.

Violenta foi também a reacção do ministro germânico das Finanças, Wolfgang Schäuble, perante a "injustificada" decisão da Moody''s: "Temos de acabar com o oligopólio das agências de rating."

Uma das hipóteses em cima da mesa é a criação de uma agência de rating europeia, discutida desde a crise financeira de 2007. "Sei que existem desenvolvimentos possíveis quanto à constituição de uma agência de rating com origem na Europa", disse ontem Durão Barroso. "Parece estranho que não exista uma única agência de rating na Europa, o que pode demonstrar a existência de um viés nos mercados quando se trata de avaliar assuntos específicos europeus."

Por coincidência ou não, a decisão da agência Moody''s baixar a avaliação do risco de Portugal para o nível do "lixo", na terça-feira, surgiu 24 horas depois de a Comissão Europeia ter publicado os resultados da sua consulta pública sobre a regulação das agências de rating. O documento demonstra que governos, empresas e reguladores europeus estão de acordo: as agências de rating devem poder ser responsabilizadas em tribunal no caso de haver uma "negligência grosseira" ou "intenção dolosa".

Esta é uma "lacuna na actual legislação" da Europa, que "deverá ser corrigida para incluir a actividade das agências no "quadro jurídico da responsabilidade civil", ou seja, para que "os ofendidos possam ter o direito de pedir indemnizações", afirma ao i uma fonte diplomática em Bruxelas.

Segundo o documento da Comissão Europeia, "parece haver um apoio generalizado - com a notável excepção das próprias agências de rating - à noção de que deverá ser possível interpor uma acção civil, quer para os casos de ratings solicitados, quer para os não solicitados, embora a possibilidade deva ser reservada apenas para os casos graves". Paralelamente, "existe muito pouco apoio à introdução do conceito de rating incorrecto", lê-se no documento.

O mercado da avaliação de risco de crédito é dominado (95%) por três agências norte-americanas: a Fitch, a Moody''s e a Standard & Poor''s. A acção destas agências tem implicações directas nos Estados soberanos e nos investidores. E não é por acaso. Os governos são os maiores emissores de dívida e os melhores clientes dos mercados de capitais, responsáveis por 62% das obrigações emitidas nem 2009, segundo a agência Moody''s.

Uma das maiores críticas dirigidas às agências de rating resulta do potencial conflito de interesses nas suas actividade: são pagas pelos investidores para avaliar terceiros. O que os governos podem fazer é regular as suas actividades, como fazem no caso dos bancos. A acreditar em Barroso, é isso que vai ser feito.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Jul 08, 2011 8:10 am
por akivrx78
Fed revela empréstimos milionários a grandes bancos de Wall Street

(AFP) – Há 21 horas

NUEVA YORK, EUA — O Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed, banco central) revelou na quarta-feira dados sobre os empréstimos de emergência outorgados aos grandes bancos de Wall Street durante a crise financeira de 2008, todos milionários e a taxas de juros muito baixas.

Segundo o informado, o Goldman Sachs pediu emprestado mais de 53 bilhões de dólares graças a um programa de créditos de emergência do Fed que durou de março a dezembro de 2008 e que permitia aos bancos pedir emprestado a taxas muito baixas por até 28 dias.

Outros grandes beneficiários do programa foram RBS Securities, a sede americana do Royal Bank da Escócia, que pediu cerca de 70 bilhões de dólares, e o suíço UBS Securities, que recebeu mais de 56 bilhões.

No dia 10 de dezembro de 2008, o Goldman obteve seu maior empréstimo individual sob este programa, de 15 bilhões a taxas de juros de 1,16%. Mais tarde neste mesmo mês pediu emprestado a taxas ainda mais baixas, de 0,01%.

O Fed publicou os dados sobre seu programa de empréstimos de emergência após uma demanda amparada na Lei de Liberdade de Informação apresentada pela Bloomberg News. Os bancos de Wall Street realizaram uma longa batalha legal para evitar a divulgação destes dados.

Copyright © 2011 AFP. Todos os direitos reservados.

http://www.google.com/hostednews/afp/ar ... 8fc70d.811

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Jul 08, 2011 3:52 pm
por P44
Mais um sinal óbvio da decadência americana

http://exame.abril.com.br/tecnologia/ci ... ado-decola

De agora em diante os EUA vão PAGAR á Rússia para que transporte os seus astronautas [003]

Só continua a haver dinheiro para as guerras...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Jul 08, 2011 4:01 pm
por Paisano
Não é a Grécia. É o capitalismo, estúpido!

Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=20567
Atilio Boron

As mídias, as consultorias, os economistas, os bancos de investimentos, os presidentes dos bancos centrais, os ministros de fazenda, os governantes não fazem outra coisa que falar da “crise grega”. Ante tal vozerio mal intencionado, é oportuno parafrasear um exemplo da campanha de Bill Clinton para dizer e insistir que a crise é do capitalismo, não da Grécia. Que este país é um dos elos mais frágeis da cadeia imperialista e que é por causa dele que ali ocorre a eclosão das contradições, ora corroendo-o irremediavelmente.

O alarme dos capitalistas, sem dúvida justificado, é que a queda da Grécia pode arrastar outros países como Espanha, Irlanda, Portugal e comprometer seriamente a estabilidade econômica e política das principais potências da União Europeia.Segundo informa a imprensa financeira internacional, representante dos interesses da “comunidade de negócios” (leia-se: os gigantescos oligopólios que controlam a economia mundial), a resistência popular às brutais medidas de austeridade propostas pelo ex-presidente da Internacional Socialista e atual primeiro ministro grego, Georgios Andreas Papandreu, ameaçam jogar pela janela todos os esforços até agora realizados para amenizar a crise.

A aflição se espalha no patronato frente às dificuldades com que tropeça Atenas para impor as brutais políticas exigidas por seus supostos salvadores. Com toda razão e justiça, os trabalhadores não querem ser responsabilizados por uma crise provocada pelos jogadores das finanças, e a ameaça de uma explosão social, que poderia reverberar por toda a Europa, tem paralisado as lideranças governamentais grega e europeia. A injeção de fundos outorgada pelo Banco Central Europeu, o FMI e os principais países da zona do euro não têm feito nada a não ser agravar a crise e fomentar os movimentos especulativos do capital financeiro.

O resultado mais visível tem sido acrescentar a exposição dos bancos europeus ao que já aparece como uma inevitável moratória grega. São conhecidas as receitas do FMI, do BM e do Banco Central Europeu: redução de salários e aposentadorias, demissões massivas de funcionários públicos, privatização de empresas estatais e desregulamentação dos mercados para atrair investimentos.

Elas têm surtido os mesmos efeitos sofridos por vários países da América Latina, notoriamente a Argentina. Pareceria que o curso dos acontecimentos na Grécia se encaminha para uma estrondosa queda como a que os argentinos conheceram em dezembro de 2001. Deixando de lado algumas óbvias diferenças, há demasiadas semelhanças que abonam este prognóstico. O projeto econômico é o mesmo, o neoliberalismo e suas políticas de choque; os atores principais são os mesmos, o FMI e os cães de guarda do imperialismo em escala global; os ganhadores são os mesmos, o capital concentrado e especialmente a banca e as finanças; os perdedores são também os mesmos, os assalariados, os trabalhadores e os setores populares; e a resistência social a essas políticas tem a mesma força que soube ter na Argentina.

É difícil imaginar um soft landing, uma aterrissagem suave, desta crise. O previsível e mais provável é precisamente o contrário, tal como ocorreu no país sul-americano. Claro que, diferentemente da crise argentina, a grega está destinada a ter um impacto global incomparavelmente maior. Por isso o mundo dos negócios contempla com horror o possível “contágio” da crise e seus devastadores efeitos entre os países do capitalismo metropolitano. Estima-se que a dívida pública grega alcança os 486 bilhões de dólares e que representa uns 165% do PIB do país. Mas tal coisa ocorre numa região, a “eurozona”, onde o endividamento já ascende os 120% do PIB dos países, com casos como o da Alemanha, (com cerca de 143%), França (188%) e Grã Bretanha (398%).

Não deve ser esquecido, além disso, que a dívida pública dos Estados Unidos já alcança 100% de seu PIB. Em uma palavra: o coração do capitalismo global está gravemente adoecido. Por contraposição, a dívida pública chinesa em relação ao seu gigantesco PIB é de apenas 7%, a da Coreia do Sul 25% e a do Vietnã 34%.

Há um momento em que a economia, que sempre é política, se transforma em matemática e os números cantam. E a melodia que entoam diz que aqueles países estão na beira de um abismo e que sua situação é insustentável. A dívida grega – exitosamente dissimulada em sua gestação e desenvolvida graças ao conchavo criminoso de interesses entre o governo conservador grego de Kostas Karamanlis e o banco de investimento favorito da Casa Branca, Goldman Sachs – foi financiada por muitos bancos, principalmente na Alemanha e, em menor medida, França.

Agora são credores de papéis de uma dívida que a qualificadora de riscos Standard & Poor’s (S&P) classificou com a pior nota do mundo, CCC, isto é, tem crédito sobre um devedor insolvente e que não tem condições de pagar. Em igual ou pior posição se encontra o ultraneoliberal Banco Central Europeu, razão pela qual um ‘calote’ grego teria conseqüências cataclísmicas para este verdadeiro ministro das finanças da União Europeia, situado à margem de qualquer controle democrático.

As perdas que originaria a bancarrota grega não só comprometeriam os bancos expostos, mas também os dos países com problemas, como Espanha, Irlanda, Itália e Portugal, que teriam de suportar juros mais elevados que os atuais para equilibrar suas deterioradas finanças.

Não é preciso muito esforço para imaginar o que sucederia se os gregos suspendessem unilateralmente os pagamentos, cujo primeiro impacto se daria na linha de flutuação da nave européia, a Alemanha. Os problemas da crise grega (e europeia) são de origem estrutural. Não se devem a erros ou a percalços inesperados senão que expressam a classe de resultados previsíveis e esperados quando a especulação e o parasitismo rentista assumem o posto de comando do processo de acumulação de capital.

Por isso, no fragor da Grande Depressão dos anos 30, John Maynard Keynes recomendava, em sua célebre Teoria Geral da Ocupação, Juros e o Dinheiro, praticar a eutanásia do rentista como condição indispensável para garantir o crescimento econômico e reduzir as flutuações cíclicas endêmicas no capitalismo.

Seu conselho não foi considerado e hoje são aqueles setores os que se apropriaram da hegemonia capitalista, com as consequências por todos conhecidas. Comentando sobre esta crise, Istvan Meszaros dizia há poucos dias que “uma crise estrutural requer soluções estruturais”, algo que quem está administrando a crise rechaça terminantemente. Pretendem curar um doente em estado gravíssimo com aspirinas.

É o capitalismo que está em crise e para sair dela torna-se imprescindível sair do capitalismo, superar o quanto antes um sistema perverso que conduz a humanidade ao holocausto em meio a enormes sofrimentos e uma depredação meio-ambiental sem precedentes. Por isso, a mal chamada “crise grega” não é assim; é, em lugar disso, o sintoma mais agudo da crise geral do capitalismo, essa que os meios de comunicação da burguesia e do imperialismo asseguram há três anos que já está em vias de superação, apesar de as coisas estarem cada vez pior.

O povo grego, com sua firme resistência, demonstra estar disposto a acabar com um sistema que já é inviável não no longo, mas no médio prazo. Há que acompanhá-lo em sua luta e organizar a solidariedade internacional para tratar de evitar a feroz repressão de que é objeto, método predileto do capital para solucionar os problemas que cria sua exorbitante voracidade. Talvez a Grécia – que há mais de 2.500 anos inventou a filosofia, a democracia, o teatro, a tragédia e tantas outras coisas – possa voltar-se sobre seus foros e inventar a revolução anticapitalista do século 21. A humanidade lhe estaria profundamente agradecida.

Atilio Borón é doutor em Ciência Política por Harvard e professor da Universidade de Buenos Aires (http://www.correiocidadania.com.br)

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sáb Jul 09, 2011 8:32 am
por cabeça de martelo

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Dom Jul 10, 2011 7:46 am
por Penguin
Países europeus redescobrem a pobreza
Em apenas três anos, a taxa de desemprego é recorde, renda da população desaba e número de pobres aumenta no Velho Continente
09 de julho de 2011 | 21h 15



Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo

GENEBRA - No momento em que o Lehman Brothers faliu, em setembro de 2008, governos europeus se apressaram em declarar que não havia chance de que o Velho Continente fosse afetado. Três anos depois, não só a crise ainda não foi superada como a Europa redescobre seus pobres. Em apenas três anos, dados oficiais mostram que o desemprego é recorde, a renda principalmente da população na periferia do continente desabou e o número de pobres aumenta.

Segundo pesquisadores, essa é a primeira vez desde o pós-guerra que a Europa registra um aumento real no número de pobres, pelo menos na parte Ocidental do bloco. A classificação de pobre usado na Europa não é a mesma da ONU, que colocou a taxa de miséria em uma renda de US$ 1,25 por dia. Na Europa, a taxa varia dependendo do país e é estabelecida com base num salário que mantenha uma família de forma adequada.

Nas últimas semanas, estudos publicados pela União Europeia (UE), pelos governos nacionais e entidades de pesquisa revelam o que já vem sendo chamado de "nova pobreza". Centenas de empresas fecharam as portas. Mas foram os cortes drásticos nos investimentos dos governos que aprofundou ainda mais a recessão social.

Portugal

O desemprego oficial em Portugal atinge 12,5%, a maior taxa em 30 anos. Estão inscritos nos centros de empregos do país, para obter ajuda social, 600 mil portugueses. Mas, com os novos cortes de gastos, apenas metade tem direito a algum tipo de seguro social de 528,56 por mês. O desempregado português tinha uma renda mínima garantida por três anos. Com o pacote de austeridade, a ajuda será limitada a 18 meses. A partir do sexto mês, o cidadão terá o benefício cortado em 10%.

Hoje, um quinto dos portugueses vive com menos de 360 por mês - cerca de R$ 800, não muito distante do salário mínimo brasileiro. No total, esse universo abrange quase 2 milhões de pessoas. Uma fatia de 4% não tem condições financeiras para fazer uma refeição a cada dois dias com carne ou peixe. Os dados oficiais da UE apontam que o risco de pobreza em Portugal, que em 2008 atingia 18% da população, hoje já é de 23%.

Espanha

A expansão da pobreza também é uma realidade para os espanhóis. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística da Espanha, 800 mil pessoas a mais passaram à situação de exclusão social severa desde 2007. Hoje, a pobreza relativa chega a 20,8% da população, quase 10 milhões de espanhóis. O desemprego passou de pouco mais de 11% em 2008 para 21% em 2011. Diante das dificuldades em voltar a trabalhar, 500 mil pessoas sequer recebem mais a ajuda social do Estado.

Grécia

A crise na Grécia foi sentida de forma ainda mais forte e fez o país perder dez anos pelo menos em seu progresso social. Em um índice estabelecido pela UE para determinar a disparidade social dentro do bloco, os números desde 2007 mostram uma queda importante na renda grega. Pelo índice, o número 100 é considerado como a média da UE. Em 2008, a Grécia estava com 94 pontos, abaixo já da média do bloco. Apenas três anos depois, a taxa caiu para 89, situação equivalente ao que estava nos anos 90. O índice ainda mostra que a renda de um grego é hoje metade do que ganha um norueguês. Em 2011, um terço dos gregos ganhava menos de 470 por mês.

Irlanda

A queda da renda do irlandês também é evidente. Entre 2008 e 2009, a renda semanal foi reduzida em 12%, para 796. Segundo o Escritório Central de Estatística, 25% das famílias estavam com pelo menos uma de suas contas atrasadas. Em 2008, esse número era de apenas 10%.

Para especialistas, o que mais preocupa é a falta de perspectiva de melhora na situação da periferia da Europa. Para Sha Zukang, vice-secretário-geral da ONU, o desemprego na Europa voltará às taxas de 2007 apenas em 2015. O brasileiro Otaviano Canuto, vice-presidente do Banco Mundial para o combate à pobreza, também aponta um cenário pouco animador para a Europa nos próximos anos. "Veremos um crescimento apenas modesto da economia europeia por algum tempo ainda", alertou Canuto, em declarações ao Estado.

"O número de pessoas abaixo da linha da pobreza aumentará em 2011 e talvez por alguns anos mais", alertou o professor de Economia da Universidade de Barcelona, González Calvet.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Dom Jul 10, 2011 1:10 pm
por PRick
A socialização mundial avança. Um livre mercado sem barreira leva inevitavelmente a uma diminuição drástica das diferenças mundiais entre as economias e nos padrões de vida. Além disso, temos novos centros de acumulação do capital.

Tinha falado isso aqui um ano atrás, o mundo atual é dos grandes países, com grandes mercados e/ou grandes quantidades de riquezas naturais. Os pequenos terão grandes dificuldades se não acharem nichos de mercados ou não viverem à sombra de um dos grandes.

O padrão de endividamento não pode continuar a ser sustentado, o que vai implicar em perdas significativas do PIB, nas verdade, o que vai desaparecer é a alavancagem artificial dos PIB´s, o galho é que junto com ela, uma parte de PIB real também será perdida.

E como será esse novo mundo? A China terá pelo menos três vezes o tamanho da economia dos EUA, a Índia pelo menos o dobro. O Brasil vai chegar a 2/3 da Economia dos EUA. O que será decisivo é o conjunto mercado interno, riquezas e desenvolvimento. Essas serão as 04 maiores economias do Planeta já na metade do século. A Rússia deverá ser a quinta, disputando com alguns outros países.

Não estarei vivo para ver isso, mas pelo menos verei este novo cenário se consolidando.

[]´s