Para quem acha a CPMI do Congresso parcial, vejam a CPI da Assembléia Legislativa de Goiás, de maioria tucana. Cpi do Cachoeira, que não aprova a convocação do...Cachoeira!
Nem de Marconi, nem de Bordoni. Mas aprovaram quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos adversários Iris Rezende (Pmdb) e Paulo Garcia (Pt), atual prefeito de Goiânia e candidato a reeleição!
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3.07.2012 | 10:53 | POLÍTICA
CPI do Cachoeira se recusa a ouvir Cachoeira
Redação
Por três votos a dois foi recusada na manhã desta terça-feira (3) a presença do suspeito de contravenção Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, para depor na CPI da Assembleia Legislativa que investiga possível envolvimento de autoridades e políticos goianos com a contravenção e o crime organizado, e, ainda, a atuação das empresas Delta e Gerplan no Estado. O presidente da CPI do Cachoeira na Assembleia Legislativa, o deputado Hélio de Souza (DEM), o relator Talles Barreto (PTB), e o deputado-membro Tulio Isac (PSDB), da base aliada do governo, votaram contra. O vice-presidente da CPI Mauro Rubem (PT) e o deputado Daniel Vilela (PMDB), da bancada da oposição, votaram a favor.
Também foi rejeitado por três votos a dois requerimento que convida o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), o jornalista Luiz Carlos Bordoni e o deputado federal Armando Vergílio (PSD) para deporem na CPI. Ainda foram rejeitados os convites para as procuradoras de Justiça Ivana Farina e Laura Maria Ferreira Bueno, e para os promotores de Justiça Saulo de Castro, Eduardo Abdon Moura, Abrão Amisy Neto e Humberto Machado de Oliveira.
Foram aprovados requerimentos solicitando o comparecimento à Comissão de Fábio Passaglia; Alcino de Sousa; o presidente da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agesp), Edemundo Dias Oliveira; o procurador do Estado Marcelo Siqueira; os delegados da Polícia Civil Leandro Pinheiro Fonseca Pereira, Rosivaldo Linhares Rosa e André Soares Veloso; e o ex-presidente da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agesp), Edilson de Brito.
Paulo Garcia e Iris Rezende
Foi aprovado, por três votos a dois, requerimento que pede a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de SMS do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e do ex-prefeito da Capital Iris Rezende Machado (PMDB).
Cairo Freitas
Sobre a reunião que participou na casa do vereador Santana Gomes (PSD) a pedido do ex-vereador Wladmir Garcêz, para conversar com vereadores sobre críticas em relação à administração municipal, como no caso das obras do Parque Mutirama, Cairo Freitas afirmou que não sabia que Carlos Cachoeira estaria presente e que não conversou com o contraventor.
O deputado Talles Barreto (PTB) pediu a Cairo de Freitas explicações sobre gravação na qual o vereador Santana Gomes afirma que a Warre Engenharia seria vencedora de licitação para realizar as obras de engenharia do Mutirama, antes do procedimento ser realizado. Freitas afirma que a licitação foi realizada antes de assumir a chefia de gabinete do prefeito Paulo Garcia. Freitas explicou também a Talles que não tem conhecimento sobre questão relacionada a depósito de lixo de Goiânia.
Gilberto Ferro
Em depoimento na CPI, o delegado de Polícia Civil, Gilberto Ferro, afirmou que não está sendo investigado na operação Monte Carlo e que apenas foi citado por duas vezes nas gravações da Polícia Federal. Ele frisou que foi citado nas gravações por ter comandado operações de apreensão de máquinas caça-níqueis. “Nas gravações, diziam que tomariam as máquinas de volta a qualquer preço, o que não ocorreu”, declarou o delegado.
Ele também disse que a apreensão de máquinas de jogos de azar é um procedimento complicado que faz a polícia perder muito tempo. "O caça-níquel é um câncer de delegacias, principalmente porque não tem onde guardar. Depois da apreensão, tem de esperar a perícia". O delegado explicou, porém, que, em toda e qualquer denúncia que recebeu sobre exploração de jogos de azar, tomou as devidas providências.
Hylo Marques
O delegado Hylo Marques admitiu que conhece Carlos Cachoeira desde 1991, pois são da mesma cidade, Anápolis. Disse que sabia das atividades dele, mas afirmou que não tinha ligação com o empresário, e que não tinha apelido de "Bigodinho", conforme é citado em gravações. "Ese foi um apelido dado por eles", afirma.
Hylo Marques declara que também conhece Lenine desde 2009, mas também não tinha ligação com o integrante do grupo de Cachoeira. Segundo o delegado, seu conhecimento com o contador do empresário da contravenção aconteceu porque Lenine transitava pela cidade de Águas Lindas, onde era titular.
Marques confirmou que esteve na sede da empresa Delta em Goiânia. Segundo ele, o objetivo era encontrar o empresário Carlinhos Cachoeira, para negociar a implantação de um empreendimento imobiliário em lote de sua propriedade na cidade de Águas Lindas.
O delegado Hylo Marques explica que a retirada de máquinas de jogos de azar da delegacia de Águas Lindas, conforme mostra gravação da Polícia Federal (PF), foi realizada por ordem da Justiça. De acordo com Marques, as máquinas foram levadas para a Ação Social da prefeitura do município.
Hylo Marques afirmou ao deputado Tulio Isac (PSDB) que não possui rádio Nextel doado por Carlos Cachoeira e que é poprietário de uma fazenda de 107 alqueires no município de Pilar de Goiás, mas esta não se encontra registrada em seu nome.
As terras teriam sido adquiridas com dinheiro obtido por meio de trabalho realizado em garimpo. Ele diz também ser sócio-proprietário de uma pedreira na cidade de Caldas Novas.
Marques afirma ainda que Cachoeira nunca lhe pediu nada e nunca recebeu dinheiro do empresário da contravenção. Ele nega também que tenha patrimônio avaliado em R$ 5 milhões, conforme consta em antiga declaração de Imposto de Renda da década de 1990, quando foi candidato a prefeito do município de Campos Verdes.
O deputado Mauro Rubem (PT) elogiou a postura do delegado de ter sido o único representante da Polícia Civil até agora ouvido pela Comissão que admitiu que conhece Carlos Cachoeira.
Por volta das 13h25, o presidente em exercício Mauro Rubem (PT) encerrou a reunião da CPI. A próxima sessão fica convocada para a próxima quinta-feira, 5, às 8 horas, no Auditório Solon Amaral.
O presidente Helio de Sousa (DEM) teve de se ausentar da reunião desta terça-feira, 3, por causa de problemas de saúde.
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