Santiago escreveu:Sobre o novo relatório final, com a nova "metodologia" colorida de apresentação:
http://panoramaglobal-estrategia.blogspot.com/
QUARTA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2010
F-X2
A FAB não apresentou um relatório conclusivo, mas preparou uma planilha onde os pontos altos e baixos de cada avião era representado por cores (azul, amarelo e vermelho). O Alto Comando da Aeronáutica não endossou um cheque em branco para a COPAC.
Os quatro-estrelas colocaram um bocado de azul na linha do F/A-18E/F, considerado a pior proposta em termos de transferência de tecnologia.
tornando-o a primeira escolha da Força. Em função desse ponto, Jobim devolveu o documento, pedindo que fosse refeito dentro dos parâmetros da Estratégia Nacional de Defesa, que privilegia o repotenciamento da indústria nacional.
A posição do Alto Comando embasa-se na enorme desconfiança entre os pilotos da FAB sobre projetos não prontos, um efeito colateral do Programa AMX, desenvolvido entre Itália e Brasil na década de 1980. Originalmente, a participação brasileira deveria custar US$ 800 milhões em valores de 1986. O preço saltou para US$ 3 bilhões. Houve apenas um ganho significativo para a Embraer nesse processo, o acesso ao uso de comandos eletrônicos (conhecido no jargão aeronáutico como fly by wire). Em compensação, a introdução do aparelho, um avião de ataque subsônico, causou um impacto considerável sobre o orçamento e a operacionalidade da Força.
Não há dúvidas sobre as vantagens técnicas do Rafale, mas o fator custo interfere, e muito, no processo. Os pacotes de preços mostrados pela Folha, no entanto, apresentam distorções. O Gripen NG não tem armamento incluído, o que falseia a comparação.
Os valores limpos para as células são de US$ 50 milhões para o caça da SAAB, US$ 55 milhões para o Super Hornet e € 54 milhões para o avião francês. Com manutenção os valores sobem para US$ 70 milhões, US$ 80 milhões e € 74 milhões, respectivamente.
Há um porém: os suecos não podem garantir esses valores com apenas uma encomenda de 36 aviões e não transmitem confiança quando afirmam que vão adquirir um lote de 30 aparelhos se o Brasil confirmar a aquisição. Isso é visto com muita desconfiança no Palácio do Planalto, que preferia um sinal mais claro de Estocolmo, como uma opção prévia firmada antes da conclusão do projeto F-X2. Ou seja: o NG é visto como algo meio esotérico dentro da Aeronáutica e no meio político.
O programa corre o risco de melar e talvez vejamos mais compras de oportunidade num futuro próximo.
POSTADO POR
PEDRO PAULO REZENDE ÀS 11:13
05/01/2010 - 13h12
Brasil atinge, em 2009, o pior saldo comercial da história com os EUA
BRASÍLIA - O Brasil alcançou um recorde negativo no comércio com os Estados Unidos em 2009, segundo as estatísticas da balança comercial brasileira divulgadas ontem. As importações do país com origem nos EUA foram US$ 4,44 bilhões maiores que as exportações do Brasil aos americanos.
O enorme saldo negativo alarmou o governo, que, agora, anuncia a determinação de fazer dos EUA uma prioridade da política de comércio exterior. Para isso, as autoridades brasileiras querem aproveitar a oferta do governo Obama, de um tratado de comércio e investimentos.
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Vamos investir muito no mercado americano neste ano, a queda foi muito grande " , reconheceu o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, ao anunciar os resultados da balança comercial, com uma queda, nas vendas brasileiras aos EUA, de 23% em dezembro e de 42,4% em todo ano, quando comparadas com igual período de 2008.
A queda foi mais pronunciada nas exportações de manufaturados de alto valor agregado, como aviões, autopeças, motores e compressores, além de calçados. No ano passado, o resultado total do comércio entre o Brasil e o mundo ficou abaixo do saldo de 2008, mas acima das previsões iniciais do mercado.
As exportações superaram em US$ 24,6 bilhões as importações, saldo apenas 1,4% abaixo do registrado no ano anterior, bem acima dos US$ 17 bilhões previstos no início de 2009.
A China, que importou quase US$ 20 bilhões em 2009, foi o único dos mercados importantes para o Brasil a aumentar as compras de produtos brasileiros: aumento de 57% só em dezembro (em relação a dezembro do ano anterior), e de 23% na média diária do ano, comparada com a de 2008.
O país passou os EUA como maior mercado para o Brasil, e, com este resultado, confirmou outra tendência que preocupa os especialistas: a perda progressiva de importância das importações de manufaturados em relação às vendas de básicos, absorvidos pelo mercado chinês. Em comparação com 2008, o comércio exterior brasileiro sofreu, em 2009, um tombo de 23,6%, com a queda das importações para três quartos do valor do ano anterior e redução de 22% nas exportações.
" Não temos ilusão de recuperar os níveis de 2008, mas acreditamos ser possível recuperar parte dessa queda " , disse Barral. Ele prevê um aumento de 10% das exportações em 2010, para US$ 168 milhões. Barral afirma que, apesar da queda, as vendas de manufaturados vêm se recuperando gradualmente, desde o início de 2009.
As exportações de produtos industrializados caíram mais fortemente que o total, 26,4%, principalmente devido à redução nas vendas dos produtos de maior valor, os manufaturados, que encolheram 27%. Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, os dados oficiais não captam toda a deterioração no valor agregado das exportações brasileiras, já que produtos industrializados, como etanol, açúcar refinado, celulose e suco de laranja, que entram nas estatísticas como manufaturados, são commodities, produtos indiferenciados, mais vulneráveis à competição e oscilações de preço no mercado global.
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Hoje, apenas 15% das exportações brasileiras são manufaturados de alto valor agregado; os outros 85% são quase totalmente commodities " , diz Augusto de Castro. Barral confirma a preocupação com a perda de fôlego dos manufaturados, e atribui a situação, em grande parte, à perda de competitividade em preço dos produtos brasileiros, devido à valorização do real em relação ao dólar, e aos custos sobre exportadores, como a cobrança indevida de impostos que não são restituídos, especialmente pelos governos estaduais.
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Em 2010, as exportações de manufaturados só vão se recuperar se conseguirmos recuperar mercados nos EUA e na América Latina " , insistiu Barral.
Na América Latina e Caribe, a queda nas exportações chegou a 32%. Barral não atribui a queda de 31% nas vendas à Argentina às medidas protecionistas do governo Cristina Kirchner que, segundo disse ao Valor, representam 14% do comércio com o país.
As medidas foram abrandadas no fim do ano, quando as autoridades argentinas falaram em reduzir a lista de produtos submetidos à licença prévia. A redução nas vendas de manufaturados está ligada à retração nas economias que servem de mercado ao Brasil, somada ao avanço de países asiáticos, com a perda de competitividade dos produtos brasileiros.
Barral criticou os governos estaduais pela retenção de créditos pelos impostos cobrados indevidamente dos exportadores. Segundo Barral, a União deve regulamentar, em breve, medidas do mecanismo de drawback, que isentam na origem os impostos dos insumos da produção, e negocia com os governos estaduais a extensão, para os Estados, de mecanismos como o drawback verde amarelo, que isenta de imposto insumos das indústrias voltadas à exportação.
Uma das prioridades brasileiras será desonerar as exportações para garantir preços competitivos, garante Barral, que costuma encontrar resistências no próprio governo para a eliminação de impostos. O governo se esforçará para divulgar mecanismos já existentes, que deixam de ser usados pelos exportadores por falta de informação, comunicou.
(Sergio Leo | Valor)