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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jun 18, 2012 5:29 pm
por Bourne
Gostaria de ver essa tabela das montadoras. :?

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jun 18, 2012 7:19 pm
por Marechal-do-ar
Sterrius escreveu:mesmo errado um pouco pra cima ou pra baixo produtos como creme dental e comida tinham que ter imposto quase 0 pq são itens de necessidade básica.

Tais impostos se muito não deviam passar de 10%.
Comida é quase 0, to com preguiça de procurar pasta dental...
Andre Correa escreveu:Aqui em Portugal, itens de 1ª necessidade tem imposto (IVA) de 6%. Os outros escalões são de 13% e 23%. O IVA é o único imposto que pagamos quando compramos um produto em lojas nacionais (com algumas excepções, como automóveis, etc).

[009]
Aqui nós temos uma porrada de imposto, e a cobrança deles é confusa, tem lucro real ou presumido, no presumido assumesse que o lucro é 32% do faturamento, algumas taxas também ficam mais baixas, ai na prática os impostos são um percentual do faturamento, tem também o simples que junta um monte de imposto em um só cobrado a partir do faturamento, no lucro real tem imposto que é percentual do faturamento e imposto que é percentual do lucro, e nos dois casos, uma porrada deles, individualmente as taxas não são altas.

O que na Europa vocês chamam de "IVA" aqui é chamado de ICMS e é um imposto estadual cobrado no Estado de origem, exceto para importações, energia e petróleo que são cobrados no destino, para produtos industrializados ainda tem o IPI, geralmente com taxas mais altas, esse IPI realmente mata... E nos dois casos a taxa é um percentual do valor de venda, quer dizer, cai sobre o faturamento da empresa.

Para empresas que compram e rebendem, ou compram transformam e revendem elas podem abater o que foi pago das matérias primas do que será pago pelo produto final, nem sempre as alicotas batem ai a empresa fica chupando dedo... Tem também uma tal de substituição tributária onde só é pago na última venda mas eu não sei bem como funciona.

Em cima do faturamento se não me engano ainda tem PIS, COFINS e ISS.

Sobre o lucro tem o IRPJ (famoso imposto de renda) e CSLL, somando os dois a taxa é menor do que a média em outros países, e não há impostos sobre o que os acionistas ganham.

Ah, tem mais um porrada de impostos e contribuições caso a empresa tenha funcionários que aumentam o custo desses, mas fica pra próxima.

E quanto aos problemas dessa estrutura:
1) Muito complicada!

2) As taxas não são muito altas, mas tem muitas em cima do faturamento, o que deixa o valor muito maior do que parece além de muitos efeitos colaterais.

3) Um dos efeitos colaterais é que se torna muito mais lucrativo aumentar a margem de lucro do que vender mais, para um produto que custou 80 é mais lucrativo vender um a 120 do que dois a 100 cada.

4) Toda essa taxação prejudica os produtos mais industrializados, se torna caro subir os níveis, por diferentes motivos a cada nível o produto fica mais caro e em especial o IPI tem taxas muito altas.

5) Incentiva Estados que tenham o monopólio de alguns produtos a cobrar mais ICMS.



Mas claro, os produtos não são caros só pelo imposto, no caso das empresas que pagam pelo faturamento as taxas ficam as vezes entre 5% e 20%, as margens de lucro também são muito altas, ta, a estrutura incentiva isso (as taxas de juro também e também... Bem... Um monte de coisas por aqui...) mas tem muita ganância em cima também, o pior é quando esses mesmos empresários que tem margens de lucro absurdas reclamam dos impostos, na verdade "reclamar" não é um verbo apropriado já que na verdade eles só são um bando de caras de pau botando a culpa em outro, se fosse feita uma reforma deixando a estrutura mais anh... inteligente (podíamos unificar ICMS/ISS, acabar com o IPI, matar todos os outros impostos exceto IRPJ e aumentar a alícota desse, tirando a possibilidade de lucro presumido, ficando mais parecido com outros países) muitos desses que reclamam quebrariam ou perderiam lucro, por outro lado fabricar no Brasil ficaria mais viável e a industria brasileira se desenvolveria...


No caso específico da industria automobilistica fica mais dificil prever as consequências, apesar de estar no topo da cadeia produtiva é um setor muito privilegiado pelo governo e não sofre muitos dos males que o resto da industria sofre.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jun 18, 2012 9:24 pm
por Bourne
Esse é o estudo canalha sobre a bolsa família. Realizado por um pesquisador chamado João Mello que tem como qualidades um doutorado em Stanford e são da PUC-Rio. Uma tal de Laura Chioda trabalha em um banquinho chamado World Bank e se formou uma universidade de fundo de quintal chamada Princeton. Gente desqualificada. [005]



Malditos pesquisadores golpistas!!!! Reinaldo Azevedo pode nos salvar. :x :x :x
17/06/2012 às 8:51
Pesquisadores da PUC-RJ dizem que Bolsa Família reduziu criminalidade em SP! Pesquisa do Tio Rei informa: esse estudo é uma cascata autoevidente! Mas posso provar!

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... so-provar/

O jornal O Globo traz uma reportagem com informações que estão naquela categoria que chamo estupefaciente. Não recrimino a reportagem, não, mas a bobajada produzida por pesquisadores da PUC-RJ, que não resiste a cinco minutos de reflexão. Leiam o que informa Alessandra Duarte e Sérgio Roxo (em vermelho). Volto em seguida:
*
A redução da desigualdade com o Bolsa Família está chegando aos números da violência. Levantamento inédito feito na cidade de São Paulo por pesquisadores da PUC-Rio mostra que a expansão do programa na cidade foi responsável pela queda de 21% da criminalidade lá, devido principalmente à diminuição da desigualdade, diz a pesquisa. É o primeiro estudo a mostrar esse efeito do programa na violência.

Em 2008, o Bolsa Família, que até ali atendia a famílias com adolescentes até 15 anos, passou a incluir famílias com jovens de 16 e 17 anos. Feito pelos pesquisadores João Manoel Pinho de Mello, Laura Chioda e Rodrigo Soares para o Banco Mundial, o estudo comparou, de 2006 a 2009, o número de registros de ocorrência de vários crimes - roubos, assaltos, atos de vandalismo, crimes violentos (lesão corporal dolosa, estupro e homicídio), crimes ligados a drogas e contra menores -, nas áreas de cerca de 900 escolas públicas, antes e depois dessa expansão.

“Comparamos os índices de criminalidade antes e depois de 2008 nas áreas de escolas com ensino médio com maior e menor proporção de alunos beneficiários de 16 e 17 anos. Nas áreas das escolas com mais beneficiários de 16 e 17 anos, e que, logo, foi onde houve maior expansão do programa em 2008, houve queda maior. Pelos cálculos que fizemos, essa expansão do programa foi responsável por 21% do total da queda da criminalidade nesse período na cidade, que, segundo as estatísticas da polícia de São Paulo, foi de 63% para taxas de homicídio”, explica João Manoel Pinho de Mello.

O motivo principal, dizem os autores, foi a queda da desigualdade causada pelo aumento da renda das famílias beneficiadas- Há muitas explicações de estudos que ligam queda da desigualdade à queda da violência: uma, mais sociológica, é que diminui a insatisfação social; outra, econômica, é que o ganho relativo com ações ilegais diminui - completa Rodrigo Soares. - Outra razão é que muda a interação social dos jovens ao terem de frequentar a escola e conviver mais com gente que estuda.

Reforma policial ajudou a reduzir crimes
Apesar de estudarem no bairro que já foi tido como um dos mais violentos do mundo, os alunos da Escola Estadual José Lins do Rego, no Jardim Ângela, periferia de São Paulo - com 1.765 alunos, dos quais 126 beneficiários do Bolsa Família -, dizem que os assaltos e brigas de gangues, por exemplo, estão no passado. “Os usuários de drogas entravam na escola o tempo todo”,conta Ana Clara da Silva, de 17 anos, aluna do ensino médio. “Antes, você estava dando aula e tinha gente vigiando pela janela”, diz a diretora Rosângela Karam.

Um dos principais pesquisadores do país sobre Bolsa Família, Rodolfo Hoffmann, professor de Economia da Unicamp, elogia o estudo da PUC-Rio: “Há ali evidências de que a expansão do programa contribuiu para reduzir principalmente os crimes com motivação econômica”, diz. “De 20% a 25% da redução da desigualdade no país podem ser atribuídos ao programa; mas há mais fatores, como maior valor real do salário mínimo e maior escolaridade”.

Professora da Pós-Graduação em Economia da PUC-SP, Rosa Maria Marques também lembra que a redução de desigualdade não pode ser atribuída apenas ao Bolsa Família: “Também houve aumento do emprego e da renda da população. E creio que a mudança na interação social dos jovens beneficiados contou muito.” Do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, o professor Ignácio Cano concorda com a relação entre redução da desigualdade e queda da violência: “Muitos estudos comparando dados internacionais já apontaram que onde cai desigualdade cai criminalidade.”

Mas são as outras razões para a criminalidade que chamam a atenção de Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. Misse destaca que a violência na capital paulista vem caindo por outros motivos desde o fim dos anos 1990:

“O estudo cobre bem os índices no entorno das escolas. Mas não controla as outras variáveis que interferem na queda de criminalidade. Em São Paulo, a violência vem caindo por pelo menos quatro fatores: reforma da polícia nos anos 2000; política de encarceramento maciça; falta de conflito entre quadrilhas devido ao monopólio de uma organização criminosa; e queda na taxa de jovens (maioria entre vítimas e autores de crimes), pelo menor crescimento vegetativo.” Para Misse, a influência do programa não foi pela desigualdade: “É um erro supor que só pobres fornecem agentes para o crime; a maioria dos presos é pobre, mas a maioria dos pobres não é criminosa. Creio que, no caso do Bolsa Família, o que mais afetou a violência foi a criação de outra perspectiva para esses jovens, que passaram a ter de estudar.”

Voltei
Há tempos não lia tanta bobagem. O único que diz aí coisa com coisa, com algumas ressalvas, é Michel Misse. O resto é o besteirol de sempre, que associa pobreza a violência. O índice de homicídios em São Paulo vem caindo de forma consistente há mais de 12 anos. O estado está em antepenúltimo lugar no ranking de homicídios por 100 mil habitantes; a capital, proporcionalmente, é a que menos mata no país.

O Mapa da Violência desmente esse estudo de maneira vexaminosa, assombrosa. E não com estudozinho focado na escola X ou Y, não, mas com dados objetivos. Leiam trecho de um post deste blog de 14 de dezembro do ano passado (em azul):

Nesta quarta, foi divulgado o Mapa da Violência com dados de 11 anos, de 2000 a 2010. Pois é… Em 2000, a cidade de São Paulo tinha 64 mortos por 100 mil habitantes, segundo o mapa. Em 2010, apenas 13 - uma queda de 80%. No outro extremo, Salvador tinha 12,9 naquele ano; em 2010, saltou para 55,5 mortos por cem mil: um crescimento de 330,2%…
(…)
O Brasil teve 49.932 homicídios no ano de 2010. De acordo com o Mapa da Violência divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari com informações dos ministério da Saúde e da Justiça, a taxa de homicídios no ano passado ficou em 26, 2 mortes para 100.000 habitantes. O número significa uma pequena redução em relação a 2009, quando a taxa foi de 27 mortes. Mas a taxa é superior à de conflitos armados em países como o Afeganistão, a Somália, ou o Sudão. Qualquer taxa acima de 10 mortes por 100.000 pessoas é considerada epidêmica por organismos internacionais. Uma epidemia que, no Brasil, tirou 1 milhão de vidas nos últimos 30 anos.

O maior índice de homicídios é o de Alagoas, com 66, 8 mortes por 100.000 habitantes. Em seguida, vêm o Espírito Santo (50, 1), Pará (45, 9), Pernambuco (38,8) e Amapá (38,7). Os menores números são os de Santa Catarina (12,9), Piauí (13,7), São Paulo (13,9), Minas Gerais (18,1), Rio Grande do Sul (19,3) e Acre (19,6). Entre as capitais, Maceió é a que tem o maior número de homicídios por habitante. São Paulo possui a menor taxa. A trajetória da capital paulista, aliás, chama a atenção: em 2000, a cidade tinha a 4ª maior taxa entre as capitais. De lá para cá, o índice de homicídios no município caiu cerca de 80%.

“A grande novidade é que há um processo de nivelamento nacional da violência que não existia dez anos atrás. Há dez anos, ela estava concentrada nas regiões metropolitanas. Agora se espalhou. As taxas dos sete estados que em 2000 eram os líderes de violencia caíram, e os sete que tinha as taxas menores subiram”, diz Julio Jacobo, coordenador da pesquisa.

Aumento
Uma análise em perspectiva mostra um aumento da violência nas regiões Norte e Nordeste: entre 2000 e 2010, o número de homicídios mais do que quadruplicou no Pará, na Bahia e no Maranhão. A maior queda se deu em São Paulo, que registrou uma redução de 63, 2% no número de homicídios durante a década passada, mesmo com o aumento populacional. O Rio de Janeiro também teve uma diminuição expressiva, de 42,4%, no período.

A pesquisa mostra que os números da violência têm se estabilizado nas capitais, enquanto a criminalidade avança nas cidades menores. Em 2010, a maior taxa de homicídios ficou com a cidade de Simões Filho (BA): o índice chegou a 146, 4 assassinatos por 100.000 pessoas. De acordo com o levantamento, três causas contribuíram para essa mudança de perfil: a desconcentração econômica do país, o aumento do investimento em segurança nas grandes cidades e a melhoria nos sistemas de captação de dados sobre crimes nos pequenos municípios.

Retomo
Usar o Bolsa Família para explicar a queda de violência em São Paulo é a mais nova farsa influente. A anterior era atribuir a queda à campanha do desarmamento. Pergunto aos iluminados: por que, então, a campanha do desarmamento não produziu os mesmos efeitos no resto do Brasil? Por que, então, houve, na média, aumento da violência no Norte e Nordeste, embora sejam as regiões mais beneficiadas pelo Bolsa Família? A verdade é bem outra. No dia 12 de janeiro, o Globo dava uma notícia relevante. Segue em preto, com comentários em azul.

Estados brasileiros que prenderam mais registraram menos homicídios. Levantamento feito pelo GLOBO com base nos dados do Sistema Nacional de Informação Penitenciária (InfoPen) do Ministério da Justiça e do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari, revela que as unidades da Federação em que há menos presos por homicídio do que a média nacional viram, na década passada, a taxa de assassinatos aumentar 16 vezes mais em comparação aos estados com população carcerária maior.

Em 12 estados do grupo que tem menos presos houve aumento no número de assassinatos, incluindo a Bahia, que teve uma explosão no índice de homicídios, passando de 9,4 por 100 mil habitantes para 37,7 por 100 mil habitantes entre 2000 e 2010. Alagoas, o estado mais violento do Brasil, também tem menos presos pelo crime do que a média nacional. Lá, em dez anos, o índice de assassinatos subiu de 25,6 para 66,8 por 100 mil habitantes.
Já havia chamado a atenção de vocês para o caso da Bahia, onde a elevação do índice de homicídios é assustadora. O Mapa da Violência, diga-se, evidencia que essa é uma realidade de quase todos os estados nordestinos. Mais um mito caiu: aquele segundo o qual o baixo crescimento econômico induz a violência. O Nordeste cresceu mais do que a média do Brasil nos últimos anos e muito mais do que a própria média histórica.

A única exceção no quadro é o Rio de Janeiro. Segundo os dados do InfoPen, o estado tem o menor número de presos por assassinatos do Brasil e, ainda assim, conseguiu reduzir o número de homicídios de 51 para 26,2 por 100 mil habitantes.
O dado precisa ser visto com cuidado. Havia no estado, como se tornou público, um problema de subnotificação. Mas isso é o menos relevante agora. Bem ou mal, o Rio decidiu enfrentar o crime organizado. O índice é ainda brutal. Se quiser chegar ao número que a ONU considera aceitável, terá de prender mais.

Na outra ponta, em cinco dos 14 estados com mais presos (Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Roraima e Pernambuco, além do Distrito Federal) houve queda nas taxas de assassinatos. O estado que mais reduziu o crime é São Paulo. Passou de 42,2 para 13,9 homicídios por 100 mi habitantes. Em outros dois (Rondônia e Acre), os indicadores mantiveram-se estáveis.
Bem, os dados estão aí. Pode-se tentar entendê-los; pode-se ignorá-los, como, vocês verão, farão um “especialista” e uma representante do governo. No caso dela, pesam certamente dois fatores: a ideologia e a zona do conforto.

A taxa de detentos cumprindo pena por homicídios simples, qualificado e latrocínio no Brasil é de 36,9 presos por 100 mil habitantes. Em 13 estados as populações carcerárias de homicidas estão abaixo desse total. Na média, os assassinatos nesses estados cresceram 62,9% na década passada ante 3,8% dos 14 estados que têm mais detentos.
Alguma dúvida sobe o que vai acima?

Alguém precisa contar aos tais pesquisadores da PUC-RJ que, assim como não se deve oferecer polícia a quem precisa do Bolsa Família, não se deve conter com Bolsa Família quem precisa de polícia. E uma recomendação final: parem com esse preconceito asqueroso contra pobre, sob o pretexto da benevolência social. Se pobreza induzisse violência, ninguém conseguiria botar o nariz fora da porta. Nem os pesquisadores da PUC…

Por Reinaldo Azevedo
Resposta do João Mello (é veridica) :mrgreen:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid= ... iZWI&pli=1

Currículo do homem.
https://sites.google.com/site/joaompdem ... -portugues

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 10:35 am
por LeandroGCard
Quando alguns (eu incluído) comentavam que os juros básicos no Brasil precisavam baixar e o real ser desvalorizado, sempre havia uma gritaria de que isso faria explodir a inflação. Agora aí está, os juros mais baixos da história e o dólar nas alturas, e a inflação com um comportamento totalmente descolado destes dois fatores.

O que acham agora das duas décadas perdidas (de FHC a Lula) praticando juros estratosféricos e tentando manter o real valorizado, que nos levaram à deficiência crônica de investimentos e a uma dívida interna de quase dois trilhões de reais, quando fica claro que todo este sacrifício (e o que ainda vamos ter que fazer até pagar esta dívida e podermos voltar a investir seriamente) foi para nada?
Inflação semanal desacelera em todas as capitais pesquisadas

Desaceleração foi mais acentuada no Recife, onde a taxa passou de 0,75% na primeira quadrissemana, para 0,33% na segunda, diz FGV

19 de junho de 2012


Notícia - Wladimir D'Andrade, da Agência Estado


SÃO PAULO - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou em todas as sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na quadrissemana fechada em 15 de junho. O IPC-S da segunda quadrissemana do mês ficou em 0,28%, ante 0,43% registrado na leitura anterior.

A desaceleração mais acentuada ocorreu no Recife, onde a taxa passou de 0,75% na primeira quadrissemana, encerrada em 7 de junho, para 0,33% na segunda. No Rio de Janeiro, o IPC-S passou de 0,40% para 0,26% no mesmo período. Em Belo Horizonte, recuou de 0,35% para 0,13%. Em São Paulo, a inflação foi de 0,26%, ante 0,39% na leitura anterior.

Em Salvador, a taxa atingiu 0,61%, ante 0,77% na primeira quadrissemana de junho. Em Brasília, o IPC-S passou de 0,42% para 0,33%. E em Porto Alegre foi de 0,22% na primeira quadrissemana para 0,16% na leitura anunciada nesta terça-feira pela FGV.

A próxima divulgação dos resultados regionais do IPC-S ocorrerá no dia 26.
Leandro G. Card

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 10:57 am
por Bourne
Digamos que a estrutura financeira a atuação das instituições sempre foi da defesa das taxas de juros altas e baixo crédito. Apesar de documentos e análises dizerem que era problema de poupança ou culpa da inadimplência parecem não proceder. Tanto que em países com níveis de poupança mais baixas e estruturas mais frágeis que o Brasil foram e são menores.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 3:05 pm
por Andre Correa
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 3:20 pm
por NettoBR
:shock: :shock: Até mais pra vocês, vou passar uns 8 dias em New York comprando uns brinquedos legais economizando 6.800 dilmas... 8-]

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 3:55 pm
por tflash
Aqui em Portugal, o Macbook pro está a 2349 euros. Em Espanha custa 2.279. Eu acho que está caro! Quer dizer que aí no Brasil tem gente que dá o equivalente a 5000 euros por um Macbook? :shock: :shock: :shock: Por esse preço dá para comprar isto por estas bandas que não são exemplo para ninguém.

http://store.apple.com/pt/configure/MD771PO/A

Realmente, por esse preço eu ia aos EUA sem pensar duas vezes. Tem um amigo meu que tem o de 17 polegadas da versão anterior. É bom, eu gosto mas não vale os 12099 reais que pagam aí. Apesar de a Apple dizer o contrário, os Apple não são perfeitos, são só um bocado mais perfeitos que os outros.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 4:21 pm
por Bourne
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Aqui se andar de carroça a preço de honda civic no Chile. Ainda dizem que é um ótimo negócio. Antes tinha iPhone vendido no país em que era mais barato comprar a passagem para Nova York, passar uma semana e comprar o iPhone por lá. Porém tinha fila na frente da loja in Brazil.

Ainda vou arranjar algum congresso na Europa ou EUA para comprar minhas coisas de eletrônicas e brinquedos diversos. Pena que não dá para trazer um Civic na mala.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 5:22 pm
por tflash
Aqui o que nos salva são as regras da comunidade europeia e a própria marca que sabe que a clientela-tipo vai toda buscar ao estrangeiro se valer muito a pena.

Isso acontece aqui em produtos menores. Segundo uma conversa de um amigo meu que andou a comprar uns artigos para casa (peças com assinatura de designer). Aqui custavam uns 300 euros e na Alemanha custavam 50 ou coisa parecida. A loja é que entendeu que o tipo de clientes que tinha pagavam um preço alto. Graças a Deus que temos a Amazon UK e outras no espaço comunitário. Caso contrário era como aí ou pior. O código genético continua em pleno funcionamento. :mrgreen:

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jun 19, 2012 6:30 pm
por Sterrius
Bem não posso dizer que a internet tem me salvado muito também tflash. Principalmente no que se diz a informatica.

Mas andam ja querendo fechar as portas pra isso!

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Jun 20, 2012 9:56 am
por marcelo l.
Bourne escreveu:Esse é o estudo canalha sobre a bolsa família. Realizado por um pesquisador chamado João Mello que tem como qualidades um doutorado em Stanford e são da PUC-Rio. Uma tal de Laura Chioda trabalha em um banquinho chamado World Bank e se formou uma universidade de fundo de quintal chamada Princeton. Gente desqualificada. [005]



Malditos pesquisadores golpistas!!!! Reinaldo Azevedo pode nos salvar. :x :x :x
17/06/2012 às 8:51
Pesquisadores da PUC-RJ dizem que Bolsa Família reduziu criminalidade em SP! Pesquisa do Tio Rei informa: esse estudo é uma cascata autoevidente! Mas posso provar!

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... so-provar/

O jornal O Globo traz uma reportagem com informações que estão naquela categoria que chamo estupefaciente. Não recrimino a reportagem, não, mas a bobajada produzida por pesquisadores da PUC-RJ, que não resiste a cinco minutos de reflexão. Leiam o que informa Alessandra Duarte e Sérgio Roxo (em vermelho). Volto em seguida:
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A redução da desigualdade com o Bolsa Família está chegando aos números da violência. Levantamento inédito feito na cidade de São Paulo por pesquisadores da PUC-Rio mostra que a expansão do programa na cidade foi responsável pela queda de 21% da criminalidade lá, devido principalmente à diminuição da desigualdade, diz a pesquisa. É o primeiro estudo a mostrar esse efeito do programa na violência.

Em 2008, o Bolsa Família, que até ali atendia a famílias com adolescentes até 15 anos, passou a incluir famílias com jovens de 16 e 17 anos. Feito pelos pesquisadores João Manoel Pinho de Mello, Laura Chioda e Rodrigo Soares para o Banco Mundial, o estudo comparou, de 2006 a 2009, o número de registros de ocorrência de vários crimes - roubos, assaltos, atos de vandalismo, crimes violentos (lesão corporal dolosa, estupro e homicídio), crimes ligados a drogas e contra menores -, nas áreas de cerca de 900 escolas públicas, antes e depois dessa expansão.

“Comparamos os índices de criminalidade antes e depois de 2008 nas áreas de escolas com ensino médio com maior e menor proporção de alunos beneficiários de 16 e 17 anos. Nas áreas das escolas com mais beneficiários de 16 e 17 anos, e que, logo, foi onde houve maior expansão do programa em 2008, houve queda maior. Pelos cálculos que fizemos, essa expansão do programa foi responsável por 21% do total da queda da criminalidade nesse período na cidade, que, segundo as estatísticas da polícia de São Paulo, foi de 63% para taxas de homicídio”, explica João Manoel Pinho de Mello.

O motivo principal, dizem os autores, foi a queda da desigualdade causada pelo aumento da renda das famílias beneficiadas- Há muitas explicações de estudos que ligam queda da desigualdade à queda da violência: uma, mais sociológica, é que diminui a insatisfação social; outra, econômica, é que o ganho relativo com ações ilegais diminui - completa Rodrigo Soares. - Outra razão é que muda a interação social dos jovens ao terem de frequentar a escola e conviver mais com gente que estuda.

Reforma policial ajudou a reduzir crimes
Apesar de estudarem no bairro que já foi tido como um dos mais violentos do mundo, os alunos da Escola Estadual José Lins do Rego, no Jardim Ângela, periferia de São Paulo - com 1.765 alunos, dos quais 126 beneficiários do Bolsa Família -, dizem que os assaltos e brigas de gangues, por exemplo, estão no passado. “Os usuários de drogas entravam na escola o tempo todo”,conta Ana Clara da Silva, de 17 anos, aluna do ensino médio. “Antes, você estava dando aula e tinha gente vigiando pela janela”, diz a diretora Rosângela Karam.

Um dos principais pesquisadores do país sobre Bolsa Família, Rodolfo Hoffmann, professor de Economia da Unicamp, elogia o estudo da PUC-Rio: “Há ali evidências de que a expansão do programa contribuiu para reduzir principalmente os crimes com motivação econômica”, diz. “De 20% a 25% da redução da desigualdade no país podem ser atribuídos ao programa; mas há mais fatores, como maior valor real do salário mínimo e maior escolaridade”.

Professora da Pós-Graduação em Economia da PUC-SP, Rosa Maria Marques também lembra que a redução de desigualdade não pode ser atribuída apenas ao Bolsa Família: “Também houve aumento do emprego e da renda da população. E creio que a mudança na interação social dos jovens beneficiados contou muito.” Do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, o professor Ignácio Cano concorda com a relação entre redução da desigualdade e queda da violência: “Muitos estudos comparando dados internacionais já apontaram que onde cai desigualdade cai criminalidade.”

Mas são as outras razões para a criminalidade que chamam a atenção de Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. Misse destaca que a violência na capital paulista vem caindo por outros motivos desde o fim dos anos 1990:

“O estudo cobre bem os índices no entorno das escolas. Mas não controla as outras variáveis que interferem na queda de criminalidade. Em São Paulo, a violência vem caindo por pelo menos quatro fatores: reforma da polícia nos anos 2000; política de encarceramento maciça; falta de conflito entre quadrilhas devido ao monopólio de uma organização criminosa; e queda na taxa de jovens (maioria entre vítimas e autores de crimes), pelo menor crescimento vegetativo.” Para Misse, a influência do programa não foi pela desigualdade: “É um erro supor que só pobres fornecem agentes para o crime; a maioria dos presos é pobre, mas a maioria dos pobres não é criminosa. Creio que, no caso do Bolsa Família, o que mais afetou a violência foi a criação de outra perspectiva para esses jovens, que passaram a ter de estudar.”

Voltei
Há tempos não lia tanta bobagem. O único que diz aí coisa com coisa, com algumas ressalvas, é Michel Misse. O resto é o besteirol de sempre, que associa pobreza a violência. O índice de homicídios em São Paulo vem caindo de forma consistente há mais de 12 anos. O estado está em antepenúltimo lugar no ranking de homicídios por 100 mil habitantes; a capital, proporcionalmente, é a que menos mata no país.

O Mapa da Violência desmente esse estudo de maneira vexaminosa, assombrosa. E não com estudozinho focado na escola X ou Y, não, mas com dados objetivos. Leiam trecho de um post deste blog de 14 de dezembro do ano passado (em azul):

Nesta quarta, foi divulgado o Mapa da Violência com dados de 11 anos, de 2000 a 2010. Pois é… Em 2000, a cidade de São Paulo tinha 64 mortos por 100 mil habitantes, segundo o mapa. Em 2010, apenas 13 - uma queda de 80%. No outro extremo, Salvador tinha 12,9 naquele ano; em 2010, saltou para 55,5 mortos por cem mil: um crescimento de 330,2%…
(…)
O Brasil teve 49.932 homicídios no ano de 2010. De acordo com o Mapa da Violência divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari com informações dos ministério da Saúde e da Justiça, a taxa de homicídios no ano passado ficou em 26, 2 mortes para 100.000 habitantes. O número significa uma pequena redução em relação a 2009, quando a taxa foi de 27 mortes. Mas a taxa é superior à de conflitos armados em países como o Afeganistão, a Somália, ou o Sudão. Qualquer taxa acima de 10 mortes por 100.000 pessoas é considerada epidêmica por organismos internacionais. Uma epidemia que, no Brasil, tirou 1 milhão de vidas nos últimos 30 anos.

O maior índice de homicídios é o de Alagoas, com 66, 8 mortes por 100.000 habitantes. Em seguida, vêm o Espírito Santo (50, 1), Pará (45, 9), Pernambuco (38,8) e Amapá (38,7). Os menores números são os de Santa Catarina (12,9), Piauí (13,7), São Paulo (13,9), Minas Gerais (18,1), Rio Grande do Sul (19,3) e Acre (19,6). Entre as capitais, Maceió é a que tem o maior número de homicídios por habitante. São Paulo possui a menor taxa. A trajetória da capital paulista, aliás, chama a atenção: em 2000, a cidade tinha a 4ª maior taxa entre as capitais. De lá para cá, o índice de homicídios no município caiu cerca de 80%.

“A grande novidade é que há um processo de nivelamento nacional da violência que não existia dez anos atrás. Há dez anos, ela estava concentrada nas regiões metropolitanas. Agora se espalhou. As taxas dos sete estados que em 2000 eram os líderes de violencia caíram, e os sete que tinha as taxas menores subiram”, diz Julio Jacobo, coordenador da pesquisa.

Aumento
Uma análise em perspectiva mostra um aumento da violência nas regiões Norte e Nordeste: entre 2000 e 2010, o número de homicídios mais do que quadruplicou no Pará, na Bahia e no Maranhão. A maior queda se deu em São Paulo, que registrou uma redução de 63, 2% no número de homicídios durante a década passada, mesmo com o aumento populacional. O Rio de Janeiro também teve uma diminuição expressiva, de 42,4%, no período.

A pesquisa mostra que os números da violência têm se estabilizado nas capitais, enquanto a criminalidade avança nas cidades menores. Em 2010, a maior taxa de homicídios ficou com a cidade de Simões Filho (BA): o índice chegou a 146, 4 assassinatos por 100.000 pessoas. De acordo com o levantamento, três causas contribuíram para essa mudança de perfil: a desconcentração econômica do país, o aumento do investimento em segurança nas grandes cidades e a melhoria nos sistemas de captação de dados sobre crimes nos pequenos municípios.

Retomo
Usar o Bolsa Família para explicar a queda de violência em São Paulo é a mais nova farsa influente. A anterior era atribuir a queda à campanha do desarmamento. Pergunto aos iluminados: por que, então, a campanha do desarmamento não produziu os mesmos efeitos no resto do Brasil? Por que, então, houve, na média, aumento da violência no Norte e Nordeste, embora sejam as regiões mais beneficiadas pelo Bolsa Família? A verdade é bem outra. No dia 12 de janeiro, o Globo dava uma notícia relevante. Segue em preto, com comentários em azul.

Estados brasileiros que prenderam mais registraram menos homicídios. Levantamento feito pelo GLOBO com base nos dados do Sistema Nacional de Informação Penitenciária (InfoPen) do Ministério da Justiça e do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari, revela que as unidades da Federação em que há menos presos por homicídio do que a média nacional viram, na década passada, a taxa de assassinatos aumentar 16 vezes mais em comparação aos estados com população carcerária maior.

Em 12 estados do grupo que tem menos presos houve aumento no número de assassinatos, incluindo a Bahia, que teve uma explosão no índice de homicídios, passando de 9,4 por 100 mil habitantes para 37,7 por 100 mil habitantes entre 2000 e 2010. Alagoas, o estado mais violento do Brasil, também tem menos presos pelo crime do que a média nacional. Lá, em dez anos, o índice de assassinatos subiu de 25,6 para 66,8 por 100 mil habitantes.
Já havia chamado a atenção de vocês para o caso da Bahia, onde a elevação do índice de homicídios é assustadora. O Mapa da Violência, diga-se, evidencia que essa é uma realidade de quase todos os estados nordestinos. Mais um mito caiu: aquele segundo o qual o baixo crescimento econômico induz a violência. O Nordeste cresceu mais do que a média do Brasil nos últimos anos e muito mais do que a própria média histórica.

A única exceção no quadro é o Rio de Janeiro. Segundo os dados do InfoPen, o estado tem o menor número de presos por assassinatos do Brasil e, ainda assim, conseguiu reduzir o número de homicídios de 51 para 26,2 por 100 mil habitantes.
O dado precisa ser visto com cuidado. Havia no estado, como se tornou público, um problema de subnotificação. Mas isso é o menos relevante agora. Bem ou mal, o Rio decidiu enfrentar o crime organizado. O índice é ainda brutal. Se quiser chegar ao número que a ONU considera aceitável, terá de prender mais.

Na outra ponta, em cinco dos 14 estados com mais presos (Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Roraima e Pernambuco, além do Distrito Federal) houve queda nas taxas de assassinatos. O estado que mais reduziu o crime é São Paulo. Passou de 42,2 para 13,9 homicídios por 100 mi habitantes. Em outros dois (Rondônia e Acre), os indicadores mantiveram-se estáveis.
Bem, os dados estão aí. Pode-se tentar entendê-los; pode-se ignorá-los, como, vocês verão, farão um “especialista” e uma representante do governo. No caso dela, pesam certamente dois fatores: a ideologia e a zona do conforto.

A taxa de detentos cumprindo pena por homicídios simples, qualificado e latrocínio no Brasil é de 36,9 presos por 100 mil habitantes. Em 13 estados as populações carcerárias de homicidas estão abaixo desse total. Na média, os assassinatos nesses estados cresceram 62,9% na década passada ante 3,8% dos 14 estados que têm mais detentos.
Alguma dúvida sobe o que vai acima?

Alguém precisa contar aos tais pesquisadores da PUC-RJ que, assim como não se deve oferecer polícia a quem precisa do Bolsa Família, não se deve conter com Bolsa Família quem precisa de polícia. E uma recomendação final: parem com esse preconceito asqueroso contra pobre, sob o pretexto da benevolência social. Se pobreza induzisse violência, ninguém conseguiria botar o nariz fora da porta. Nem os pesquisadores da PUC…

Por Reinaldo Azevedo
Resposta do João Mello (é veridica) :mrgreen:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid= ... iZWI&pli=1

Currículo do homem.
https://sites.google.com/site/joaompdem ... -portugues
E a briga continua. Vai longe, mas agora dá para ver como se alinha as pessoas, mesmo alguns conhecidos.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Jun 20, 2012 10:12 am
por Bourne
Está divertida. Lembra ate´um meio ex-membro do fórum quando defendia o governo Lula. :lol:

A mensagem importante do texto é estatizaram os liberais. :shock:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/puc/

20/06/2012 às 7:43
Economistas liberais foram direta ou indiretamente estatizados ou cooptados pelo petismo. Até eles, quando contestados, respondem: “Seu, seu… antipetista!” É a caça às bruxas como parte da construção da hegemonia!
Queridos, mais um texto longo, mas acho que necessário. Sei que vocês não se assustam com isso. Sem ofender ninguém! Se acharem pertinente, bola pra frente para que o jogo continue. Sim, este blogueiro mixuruca volta à questão do binômio “Bolsa Família-redução da violência” e ao economista PhD por Stanford

Vocês acompanharam a “Batalha de Itararé” entre Reinaldo Azevedo e o professor João Manoel Pinho de Mello, da PUC-RJ, um dos autores de um estudo que atribui ao Bolsa Família — especificamente à sua extensão aos jovens de 16 e 17 anos — responsabilidade considerável na queda dos índices de violência na cidade de São Paulo. Escrevi um primeiro e despretensioso post a respeito na manhã de domingo. Contestei e critiquei as conclusões, mas não ofendi os pesquisadores. Uma das coisas boas da Internet é isto: o leitor pode verificar no ato, se quiser, que falo a verdade. Pra quê? João Manoel respondeu com impressionante violência e arrogância à minha crítica, exibindo as suas credenciais. Eu era, afinal, um reles blogueiro, e ele PhD por Stanford. Como eu ousava? Publiquei seu texto e respondi.

É claro que há pessoas considerando que eu estou errado, e ele certo! Publiquei comentários com essa avaliação. Mas boas figuras das ciências matemáticas, das ciências humanas e das ciências econômicas que avaliam que suas conclusões são ou precipitadas ou erradas mesmo. No curso deste texto, é quase forçoso que alguns argumentos sejam repisados, mas farei de tudo para evitar. Sabem por quê? Porque o objeto deste post é outro. O objeto deste post é demonstrar que boa parte dos nossos liberais foi estatizada ou cooptada pelo manto protetor do estado. Tornaram-se presas — alegres e saltitantes, na maioria das vezes — da construção da hegemonia petista. E não sou eu a dizê-lo, não, viu, João Manoel!? São os petistas; os que estão no comando da festa.

Vamos ver. Em nenhum momento — de novo: os textos estão disponíveis — atribuí a João Manoel e a seus amigos filiação partidária, desvio esquerdista ou alinhamento ideológico com o petismo. Nada! Zero! O professor respondeu, no entanto, como se eu o tivesse feito, e boa parte de seu texto agressivo, malcriado e pedante — o que denota uma espantosa insegurança sobre suas próprias conclusões — busca demonstrar que não tem fundamento a acusação de que ele seja petista ou de esquerda. Ocorre que eu jamais o acusei disso. Como prova dos noves de suas eventuais boas intenções — liberais? Sei lá eu… —, lembra que o Banco Mundial financia a pesquisa — como se não fosse o Banco Mundial justamente uma das instituições fascinadas por programas como o Bolsa Família… Tudo nos conformes e nada a estranhar.

Vamos ver. É claro que as conclusões que considero — e não só eu — erradas de seu estudo virarão peça publicitária do petismo. Não se pode, claro!, atribuir a responsabilidade a João Manoel por isso. Não é porque alguém pode fazer eventual mau uso da verdade e da ciência que se vai deixar de dizer a verdade e praticar ciência. No caso do estudo, malgrado os esforços que quero crer honestos, não se produziram nem uma coisa nem outra. Ora, poderíamos ter ficado nesse terreno, e assim se faz o debate intelectual no mundo livre. Mas não! João Manoel, como quem abrisse um pacote de bombons (disse ele) e decidisse comê-los todos, achou que poderia me esmagar com concupiscência e fúria. E se deu obviamente mal. Empanturrou-se com sua arrogância.

Não podendo explicar por que a violência teria caído em São Paulo em razão do Bolsa Família — embora a cidade, proporcionalmente, tenha menos beneficiários do programa do que a maioria das outras capitais —, mas crescido na maior parte das capitais e dos estados, restou-lhe uma saída um pouco vexaminosa: afinal, ponderou, quem poderia assegurar que, sem o programa, ela não teria crescido ainda mais? É uma pergunta, sabe qualquer cientista, irrespondível no campo da ciência ao menos. O estudo de João Manoel é tão ruim, mas tão ruim — e isso nada tem a ver com a econometria, mas com o “econômetra” — que ele chegou à sua conclusão, disse, com base em dados da diminuição da violência no entorno de onde moravam os jovens atendidos pelo Bolsa Família. Uma simples consulta à Polícia Militar e à Policia Civil informariam que os jovens infratores praticam seus delitos longe das comunidades nas quais moram. Toda a sua complexa ciência — e sua estupenda arrogância — é anulada por sua ignorância de causa. Ele acabou achando na pesquisa aquilo que queria encontrar.

Consultem, se quiserem, a página 25 do Mapa da Violência. Entre 2007 e 2010, o índice de homicídios CRESCEU nos 7 estados da Região Norte, em 8 dos 9 estados da Região Nordeste (exceção feita a Pernambuco), em 2 dos 3 estados da Região Sul (menos RS) e em três das quatro unidades da federação do Centro-Oeste (a exceção é MS). Houve queda nos quatro Estados do Sudeste. Em sua resposta, que buscava escoicear (os economistas amigos do comedor de bombons consultem o dicionário antes de me ofender), não esclarecer, João Manoel tentou alegar fatores específicos que teriam elevado a violência em “alguns estados” do Nordeste. Como vocês viram, o índice de homicídios cresceu entre 2007 e 2010 em 20 das 27 unidades da federação. E o resultado não será diferente se vocês pesquisarem as regiões metropolitanas.

Sua saída foi dizer: “Eu sou PhD por Stanford, e você é só um blogueiro”. Sim, sim! Ele é um PhD por Stanford, e eu sou só um blogueiro. Não obstante isso, a violência cresceu em 20 dos 27 estados no período por ele estudado e na esmagadora maioria das regiões metropolitanas. Eu sou, como diria Drummond, “essa coisa quase que maldita”, e ele é aquele portento, mas o fato é que os jovens infratores praticam seus crime bem longe de casa, o que, lamento, joga não a econometria, mas as conclusões do “econômetra” no lixo. Ainda que ele “trabalhe duro”, como li num dos blogs que tratam do assunto. A propósito: não o chamei de preguiçoso — sua carta quilométrica a este reles blogueiro prova que é esforçado. Eu chamei seu estudo de equivocado — sim, de “bobajada” também.

Antes que prossiga, quero aqui, em tom até um tanto jocoso, embora o assunto seja sério, acusar um comportamento tolinho de alguns de seus amigos. No fundo, perguntam como pode um jornalista se atrever a questionar um PhD. Sem que eu faça também um estudo econométrico, dizem, estou proibido de contestá-lo. Ulalá! Ainda que eu fosse PhD em alguma coisa — e há muito não vejo no Brasil e no mundo gente argumentando com essa arma —, não seria o caso de brincar de luta de espadas, não é? Não faço isso, não! Esse comportamento não evidencia amor à ciência, mas pouca disposição para o debate e para o contraditório. Não é recente — e não dará para discutir o tema neste post — a tendência de certas correntes da economia de se considerar uma espécie de ciência das ciências, capazes de substituir a ideologia, a moral, a ética e, como se pode ver, se preciso, até a própria matemática. Afinal, são cientistas! Sei… Gente mais aguda do que João Manoel chegou a achar que um filósofo poderia ser um bom tirano. Deu merda, claro! Não chegou ainda a vez dos economistas…

Estatização dos liberais
Um dia estas coisas terão de ser contadas com mais vagar, detalhes etc. Que fique para a academia. Aponto um fenômeno que me parece estar em curso. Quem sabe um historiador das ideias se interesse por isso. Há muito tempo os chamados economistas, vá lá, “liberais” vivem às turras com seus adversários desenvolvimentistas — ou que nome tenham seus sucedâneos. As divergências são muitas e se manifestam em vários campos. Uns preferem menos estado, outros mais; uns acham bobagem proteger a indústria nacional, outros consideram questão de sobrevivência; uns acreditam em políticas sociais focadas nos que estão em situação mais vulnerável, deixando que os mais aquinhoados pela sorte cuidem de si mesmos; os outros defendem políticas sociais universalistas; uns acham que ajuste fiscal induz crescimento, os outros acham que ele pode contribuir para afundar ainda mais os países; uns estão mais próximos do mercado financeiro (a PUC do Rio fornece farta mão de obra para esse setor da economia), outros preferem o mundo da produção… Faço aqui generalizações só para caracterizar minimamente os campos. Eu tendo até a me idenificar mais com o primeiro grupo. É até possível que João Manoel esteja nele, não sei.

Vejam que curioso: o petismo sempre foi avesso, como sabem, aos tais liberais — que a turma chegou a chamar de “neoliberais”. A eles são atribuídas as maiores atrocidades econômicas e políticas, como a… privatização de estatais, por exemplo, que fez um bem imenso ao Brasil. Muito bem: há uma corrente desse, vá lá, “liberalismo” que é fascinada pela crítica ao desperdício do estado com políticas sociais universalistas — que atendam a todos — e que é obcecada justamente pelo gasto social focado, direcionado aos mais vulneráveis. As esquerdas e o petismo sempre foram duros críticos desses programas. Não por acaso, em 2003, enquanto tentava criar o Fome Zero, Lula chamava as bolsas criadas no governo FHC (depois reunidas no Bolsa Família) de “esmola”. Dizia que o pobre que recebia o benefício ficava preguiçoso e não “plantava macaxeira”. Já escrevi a respeito, reproduzindo trecho daquele discurso.

O PT, obviamente, mudou ao chegar ao poder (já havia feito a conversão um pouco antes). No segundo mandato de Lula e agora, no governo Dilma, os liberais perderam um pouco de influência. Mas é evidente que os petistas adotaram parte do seu receituário (EU ME REFIRO APENAS À ECONOMIA), no que fez muito bem, diga-se. Aquela vertente dos “economistas da pobreza”, que defendem os gastos sociais focados, viu em programas como o Bolsa Família e o ProUni se não a realização de suas utopias, ao menos a aplicação de algumas de suas mais caras teorias. E passaram a gerar uma frenética massa crítica, atribuindo ao programa virtudes verdadeiramente fabulosas.

A título de ilustração, lembro que ajudaram a definir, por exemplo, com o patrocínio do governo, o novo perfil das classes sociais no Brasil — que já teria 54% da população na classe média. Merecem essa denominação famílias com renda per capita entre R$ 300 e R$ 1000. E há subgrupos, assim: a baixa classe média, entre R$ 300 e R$ 440; a média, entre R$ R$ 441 a R$ 640; e a alta classe média, entre R$ 641 e R$ 1.020. A classe alta tem dois grupos: um com renda familiar per capita entre R$ 1.0210 e R$ 2.480, e outro acima de R$ 2.480. Descobri que a minha empregada é da classe média alta. Alguns porteiros e o zelador do meu prédio são da classe alta… alta!!! Onde vocês acham que mora a “classe média” com renda per capita de… R$ 300? Mas quero voltar ao leito.

Alguns desses nossos liberais acabaram caindo de encantos por esse estado — e, por óbvio, por esse governo — que, sob o pretexto de “focar os gastos sociais”, passou a promover proselitismo político-ideológico com recursos públicos. Afinal, o Bolsa Família, na gestão petista, se teve o condão de reduzir a pobreza extrema — já o vinha fazendo antes, é bom notar —, tornou-se também uma máquina de propaganda eleitoral. Criticá-lo se tornou um anátema entre os ditos “esquerdistas” do PT e, como se nota, entre os “liberais estatizados”. No caso em tela, é bom lembrar, nem mesmo entrei no mérito do programa, como sugere João Manoel. Eu me limitei a contestar a conclusão do seu estudo. Ela não é ruim porque contraria o senso comum. A ciência frequentemente faz isso. É ruim porque se dá na contramão de fatos absolutamente verificáveis, evidentes, escancarados. Ao tentar explicar como chegou ao resultado, vimos que a econometria estava sendo torturada pelo “econômetra“.

João Manoel certamente não é petista, mas se comportou como um petralha. Quando não tinha mais argumentos, resolveu acusar o meu “antipetismo” como evidência de meu olhar distorcido. Posts abaixo, há uma reportagem do G1 em que o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, afirma que a aliança do PT com Paulo Maluf “não é uma tragédia” porque o que é importa e ver quem tem a “hegemonia” da aliança e do processo político. E a hegemonia, ele deixa claro, é do PT. Por conta dela e desde que mantida, qualquer aliança é possível.

Em nome dessa mesma hegemonia, os petistas cooptaram parcela considerável dos economistas que se dizem liberais. Até porque, e isto é apenas um fato, boa parte deles trabalha, direta ou indiretamente, para o mercado financeiro, que não tem razões para brigar com o lulo-petismo. Não estou demonizando ninguém, não. Só estou evidenciando que essa tal hegemonia implica também a tentativa de asfixia do processo político e a satanização da divergência, coisa que não interessa a alguns economistas.

Começo com ele, termino com ele: não vendo melhor maneira de me atacar, João Manoel me chamou, como é mesmo, de “arrogante”, “blogueiro” e… antipetista!!!

Texto publicado originalmente às 7h

Por Reinaldo Azevedo
Tags: Bolsa Família, violência

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Jun 20, 2012 12:56 pm
por marcelo l.
Bourne escreveu:Está divertida. Lembra ate´um meio ex-membro do fórum quando defendia o governo Lula. :lol:

A mensagem importante do texto é estatizaram os liberais. :shock:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/puc/

20/06/2012 às 7:43
Economistas liberais foram direta ou indiretamente estatizados ou cooptados pelo petismo. Até eles, quando contestados, respondem: “Seu, seu… antipetista!” É a caça às bruxas como parte da construção da hegemonia!
Queridos, mais um texto longo, mas acho que necessário. Sei que vocês não se assustam com isso. Sem ofender ninguém! Se acharem pertinente, bola pra frente para que o jogo continue. Sim, este blogueiro mixuruca volta à questão do binômio “Bolsa Família-redução da violência” e ao economista PhD por Stanford

Vocês acompanharam a “Batalha de Itararé” entre Reinaldo Azevedo e o professor João Manoel Pinho de Mello, da PUC-RJ, um dos autores de um estudo que atribui ao Bolsa Família — especificamente à sua extensão aos jovens de 16 e 17 anos — responsabilidade considerável na queda dos índices de violência na cidade de São Paulo. Escrevi um primeiro e despretensioso post a respeito na manhã de domingo. Contestei e critiquei as conclusões, mas não ofendi os pesquisadores. Uma das coisas boas da Internet é isto: o leitor pode verificar no ato, se quiser, que falo a verdade. Pra quê? João Manoel respondeu com impressionante violência e arrogância à minha crítica, exibindo as suas credenciais. Eu era, afinal, um reles blogueiro, e ele PhD por Stanford. Como eu ousava? Publiquei seu texto e respondi.

É claro que há pessoas considerando que eu estou errado, e ele certo! Publiquei comentários com essa avaliação. Mas boas figuras das ciências matemáticas, das ciências humanas e das ciências econômicas que avaliam que suas conclusões são ou precipitadas ou erradas mesmo. No curso deste texto, é quase forçoso que alguns argumentos sejam repisados, mas farei de tudo para evitar. Sabem por quê? Porque o objeto deste post é outro. O objeto deste post é demonstrar que boa parte dos nossos liberais foi estatizada ou cooptada pelo manto protetor do estado. Tornaram-se presas — alegres e saltitantes, na maioria das vezes — da construção da hegemonia petista. E não sou eu a dizê-lo, não, viu, João Manoel!? São os petistas; os que estão no comando da festa.

Vamos ver. Em nenhum momento — de novo: os textos estão disponíveis — atribuí a João Manoel e a seus amigos filiação partidária, desvio esquerdista ou alinhamento ideológico com o petismo. Nada! Zero! O professor respondeu, no entanto, como se eu o tivesse feito, e boa parte de seu texto agressivo, malcriado e pedante — o que denota uma espantosa insegurança sobre suas próprias conclusões — busca demonstrar que não tem fundamento a acusação de que ele seja petista ou de esquerda. Ocorre que eu jamais o acusei disso. Como prova dos noves de suas eventuais boas intenções — liberais? Sei lá eu… —, lembra que o Banco Mundial financia a pesquisa — como se não fosse o Banco Mundial justamente uma das instituições fascinadas por programas como o Bolsa Família… Tudo nos conformes e nada a estranhar.

Vamos ver. É claro que as conclusões que considero — e não só eu — erradas de seu estudo virarão peça publicitária do petismo. Não se pode, claro!, atribuir a responsabilidade a João Manoel por isso. Não é porque alguém pode fazer eventual mau uso da verdade e da ciência que se vai deixar de dizer a verdade e praticar ciência. No caso do estudo, malgrado os esforços que quero crer honestos, não se produziram nem uma coisa nem outra. Ora, poderíamos ter ficado nesse terreno, e assim se faz o debate intelectual no mundo livre. Mas não! João Manoel, como quem abrisse um pacote de bombons (disse ele) e decidisse comê-los todos, achou que poderia me esmagar com concupiscência e fúria. E se deu obviamente mal. Empanturrou-se com sua arrogância.

Não podendo explicar por que a violência teria caído em São Paulo em razão do Bolsa Família — embora a cidade, proporcionalmente, tenha menos beneficiários do programa do que a maioria das outras capitais —, mas crescido na maior parte das capitais e dos estados, restou-lhe uma saída um pouco vexaminosa: afinal, ponderou, quem poderia assegurar que, sem o programa, ela não teria crescido ainda mais? É uma pergunta, sabe qualquer cientista, irrespondível no campo da ciência ao menos. O estudo de João Manoel é tão ruim, mas tão ruim — e isso nada tem a ver com a econometria, mas com o “econômetra” — que ele chegou à sua conclusão, disse, com base em dados da diminuição da violência no entorno de onde moravam os jovens atendidos pelo Bolsa Família. Uma simples consulta à Polícia Militar e à Policia Civil informariam que os jovens infratores praticam seus delitos longe das comunidades nas quais moram. Toda a sua complexa ciência — e sua estupenda arrogância — é anulada por sua ignorância de causa. Ele acabou achando na pesquisa aquilo que queria encontrar.

Consultem, se quiserem, a página 25 do Mapa da Violência. Entre 2007 e 2010, o índice de homicídios CRESCEU nos 7 estados da Região Norte, em 8 dos 9 estados da Região Nordeste (exceção feita a Pernambuco), em 2 dos 3 estados da Região Sul (menos RS) e em três das quatro unidades da federação do Centro-Oeste (a exceção é MS). Houve queda nos quatro Estados do Sudeste. Em sua resposta, que buscava escoicear (os economistas amigos do comedor de bombons consultem o dicionário antes de me ofender), não esclarecer, João Manoel tentou alegar fatores específicos que teriam elevado a violência em “alguns estados” do Nordeste. Como vocês viram, o índice de homicídios cresceu entre 2007 e 2010 em 20 das 27 unidades da federação. E o resultado não será diferente se vocês pesquisarem as regiões metropolitanas.

Sua saída foi dizer: “Eu sou PhD por Stanford, e você é só um blogueiro”. Sim, sim! Ele é um PhD por Stanford, e eu sou só um blogueiro. Não obstante isso, a violência cresceu em 20 dos 27 estados no período por ele estudado e na esmagadora maioria das regiões metropolitanas. Eu sou, como diria Drummond, “essa coisa quase que maldita”, e ele é aquele portento, mas o fato é que os jovens infratores praticam seus crime bem longe de casa, o que, lamento, joga não a econometria, mas as conclusões do “econômetra” no lixo. Ainda que ele “trabalhe duro”, como li num dos blogs que tratam do assunto. A propósito: não o chamei de preguiçoso — sua carta quilométrica a este reles blogueiro prova que é esforçado. Eu chamei seu estudo de equivocado — sim, de “bobajada” também.

Antes que prossiga, quero aqui, em tom até um tanto jocoso, embora o assunto seja sério, acusar um comportamento tolinho de alguns de seus amigos. No fundo, perguntam como pode um jornalista se atrever a questionar um PhD. Sem que eu faça também um estudo econométrico, dizem, estou proibido de contestá-lo. Ulalá! Ainda que eu fosse PhD em alguma coisa — e há muito não vejo no Brasil e no mundo gente argumentando com essa arma —, não seria o caso de brincar de luta de espadas, não é? Não faço isso, não! Esse comportamento não evidencia amor à ciência, mas pouca disposição para o debate e para o contraditório. Não é recente — e não dará para discutir o tema neste post — a tendência de certas correntes da economia de se considerar uma espécie de ciência das ciências, capazes de substituir a ideologia, a moral, a ética e, como se pode ver, se preciso, até a própria matemática. Afinal, são cientistas! Sei… Gente mais aguda do que João Manoel chegou a achar que um filósofo poderia ser um bom tirano. Deu merda, claro! Não chegou ainda a vez dos economistas…

Estatização dos liberais
Um dia estas coisas terão de ser contadas com mais vagar, detalhes etc. Que fique para a academia. Aponto um fenômeno que me parece estar em curso. Quem sabe um historiador das ideias se interesse por isso. Há muito tempo os chamados economistas, vá lá, “liberais” vivem às turras com seus adversários desenvolvimentistas — ou que nome tenham seus sucedâneos. As divergências são muitas e se manifestam em vários campos. Uns preferem menos estado, outros mais; uns acham bobagem proteger a indústria nacional, outros consideram questão de sobrevivência; uns acreditam em políticas sociais focadas nos que estão em situação mais vulnerável, deixando que os mais aquinhoados pela sorte cuidem de si mesmos; os outros defendem políticas sociais universalistas; uns acham que ajuste fiscal induz crescimento, os outros acham que ele pode contribuir para afundar ainda mais os países; uns estão mais próximos do mercado financeiro (a PUC do Rio fornece farta mão de obra para esse setor da economia), outros preferem o mundo da produção… Faço aqui generalizações só para caracterizar minimamente os campos. Eu tendo até a me idenificar mais com o primeiro grupo. É até possível que João Manoel esteja nele, não sei.

Vejam que curioso: o petismo sempre foi avesso, como sabem, aos tais liberais — que a turma chegou a chamar de “neoliberais”. A eles são atribuídas as maiores atrocidades econômicas e políticas, como a… privatização de estatais, por exemplo, que fez um bem imenso ao Brasil. Muito bem: há uma corrente desse, vá lá, “liberalismo” que é fascinada pela crítica ao desperdício do estado com políticas sociais universalistas — que atendam a todos — e que é obcecada justamente pelo gasto social focado, direcionado aos mais vulneráveis. As esquerdas e o petismo sempre foram duros críticos desses programas. Não por acaso, em 2003, enquanto tentava criar o Fome Zero, Lula chamava as bolsas criadas no governo FHC (depois reunidas no Bolsa Família) de “esmola”. Dizia que o pobre que recebia o benefício ficava preguiçoso e não “plantava macaxeira”. Já escrevi a respeito, reproduzindo trecho daquele discurso.

O PT, obviamente, mudou ao chegar ao poder (já havia feito a conversão um pouco antes). No segundo mandato de Lula e agora, no governo Dilma, os liberais perderam um pouco de influência. Mas é evidente que os petistas adotaram parte do seu receituário (EU ME REFIRO APENAS À ECONOMIA), no que fez muito bem, diga-se. Aquela vertente dos “economistas da pobreza”, que defendem os gastos sociais focados, viu em programas como o Bolsa Família e o ProUni se não a realização de suas utopias, ao menos a aplicação de algumas de suas mais caras teorias. E passaram a gerar uma frenética massa crítica, atribuindo ao programa virtudes verdadeiramente fabulosas.

A título de ilustração, lembro que ajudaram a definir, por exemplo, com o patrocínio do governo, o novo perfil das classes sociais no Brasil — que já teria 54% da população na classe média. Merecem essa denominação famílias com renda per capita entre R$ 300 e R$ 1000. E há subgrupos, assim: a baixa classe média, entre R$ 300 e R$ 440; a média, entre R$ R$ 441 a R$ 640; e a alta classe média, entre R$ 641 e R$ 1.020. A classe alta tem dois grupos: um com renda familiar per capita entre R$ 1.0210 e R$ 2.480, e outro acima de R$ 2.480. Descobri que a minha empregada é da classe média alta. Alguns porteiros e o zelador do meu prédio são da classe alta… alta!!! Onde vocês acham que mora a “classe média” com renda per capita de… R$ 300? Mas quero voltar ao leito.

Alguns desses nossos liberais acabaram caindo de encantos por esse estado — e, por óbvio, por esse governo — que, sob o pretexto de “focar os gastos sociais”, passou a promover proselitismo político-ideológico com recursos públicos. Afinal, o Bolsa Família, na gestão petista, se teve o condão de reduzir a pobreza extrema — já o vinha fazendo antes, é bom notar —, tornou-se também uma máquina de propaganda eleitoral. Criticá-lo se tornou um anátema entre os ditos “esquerdistas” do PT e, como se nota, entre os “liberais estatizados”. No caso em tela, é bom lembrar, nem mesmo entrei no mérito do programa, como sugere João Manoel. Eu me limitei a contestar a conclusão do seu estudo. Ela não é ruim porque contraria o senso comum. A ciência frequentemente faz isso. É ruim porque se dá na contramão de fatos absolutamente verificáveis, evidentes, escancarados. Ao tentar explicar como chegou ao resultado, vimos que a econometria estava sendo torturada pelo “econômetra“.

João Manoel certamente não é petista, mas se comportou como um petralha. Quando não tinha mais argumentos, resolveu acusar o meu “antipetismo” como evidência de meu olhar distorcido. Posts abaixo, há uma reportagem do G1 em que o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, afirma que a aliança do PT com Paulo Maluf “não é uma tragédia” porque o que é importa e ver quem tem a “hegemonia” da aliança e do processo político. E a hegemonia, ele deixa claro, é do PT. Por conta dela e desde que mantida, qualquer aliança é possível.

Em nome dessa mesma hegemonia, os petistas cooptaram parcela considerável dos economistas que se dizem liberais. Até porque, e isto é apenas um fato, boa parte deles trabalha, direta ou indiretamente, para o mercado financeiro, que não tem razões para brigar com o lulo-petismo. Não estou demonizando ninguém, não. Só estou evidenciando que essa tal hegemonia implica também a tentativa de asfixia do processo político e a satanização da divergência, coisa que não interessa a alguns economistas.

Começo com ele, termino com ele: não vendo melhor maneira de me atacar, João Manoel me chamou, como é mesmo, de “arrogante”, “blogueiro” e… antipetista!!!

Texto publicado originalmente às 7h

Por Reinaldo Azevedo
Tags: Bolsa Família, violência
Só resta para ele politizar, por que ele entrou em uma discussão muito ruim, era um paper para discussão, ele quis politizar a coisa com todos argumentos possíveis, agora só restou desencavar o argumento que o governo estatizou os economistas, critica essa que se fazia ao Gudin e o Simosen, ou seja, voltamos aos anos 1970.

Claro que ele pode estar copiando o Rick Santorum e os conservadores americanos...http://us-intellectual-history.blogspot ... ue-of.html

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Jun 20, 2012 2:52 pm
por LeandroGCard
Reportagem totalmente ideológica, que sequer se dá ao trabalho de verificar os números.

Os investimentos estatais no Brasil não são exagerados, eles são muito menores do que deveriam ser devido às carências naturais de um país em desenvolvimento, à má administração dos recursos, ao custo da dívida interna e à eleição de outras prioridades para o gasto estatal (principalmente os programas sociais).

Além disso investimentos em infra-estrutura, energia, etc... são muito elevados, tem rentabilidade muito baixa e prazo de retorno muito alto, constituindo áreas de baixa eficiência para o investimento privado. Por outro lado eles alavancam o crescimento econômico e por esta via a arrecadação do próprio governo, tendo portanto uma alavancagem indireta que os torna muito interessantes para o investimento estatal.

O que poderia sufocar a iniciativa privada seria o investimento do governo em bens de consumo, e serviços em geral (menos segurança, saúde, educação e certas áreas dos trasportes) indo desde imóveis a automóveis e de lazer a manicure, passando por alimentos, vestuário, viagens e tudo o mais que as pessoas compram e o comércio negocia no dia-à-dia. Mas não me consta que o governo brasileiro esteja fazendo investimentos diretos em nenhum destes setores.

Já Copa do Mundo e Olimpíadas sim, são desperdícios realmente bastante grandes.

Modelo de investimentos estatais no Brasil dá sinais de desgaste, diz 'NYT'

Reportagem cita dificuldades do governo em gerenciar projetos de infraestrutura, além de perigo de sufocamento do setor privado.

Notícia Estadão - Economia - 20/06/12

O modelo de investimentos estatais, com sua grande influência nos rumos da economia brasileira, dá sinais de desgaste, afirma reportagem desta quarta-feira do International Herald Tribune, a versão internacional do New York Times.

Fontes ouvidas pela reportagem dizem que a grande influência desses investimentos gera dependência econômica da mão estatal, pode sufocar o setor privado e provoca excessos: tantos projetos são difíceis de serem administrados simultaneamente, gerando atrasos, aumento de custos e problemas relacionados à mão de obra.

"Numa demonstração da grande influência do governo brasileiro em quase todas as áreas importantes da economia, a presidente Dilma Rousseff está acelerando uma série de projetos de estímulo pelo país, na tentativa de enfrentar a desaceleração econômica", diz a reportagem.

Dependência?

"Mas, num eco do debate sobre gastos estatais na Europa e nos EUA, a ação de Rousseff está provocando ceticismo. Alguns temem que o Brasil esteja ficando muito dependente nos gastos estatais para amenizar os altos e baixos de sua economia baseada em commodities, enquanto outros temem que isso sufoque o setor privado, algo que pode reduzir o crescimento no longo prazo."

O texto cita o papel do BNDES e sua participação em quase 200 empresas brasileiras (contra 95 há uma década) e projetos ligados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e à Copa do Mundo de 2014.

A reportagem do NYT aponta que "vários projetos de infraestrutura foram aprovados ao mesmo tempo, de estádios a hidrelétricas". Com isso, a alocação de recursos ficou difícil de ser gerenciada. "Atrasos e excessos de gastos, parcialmente derivados de falta de mão de obra, afetaram o projeto de US$ 4 bilhões de transposição do rio São Francisco", segue o texto.

Ao mesmo tempo, porém, o jornal aponta que tanto o governo como empresas estatais, como a Petrobras, defendem o modelo como um "catalisador" para a criação de empregos e a redução da desigualdade no Brasil.

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Leandro G. Card