Crise Econômica Mundial

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PRick

Re: Crise Econômica Mundial

#2746 Mensagem por PRick » Qui Jun 30, 2011 1:21 pm

P44 escreveu:Eu dizia 50 anos, mas é mais que óbvio, com a decadência acelerada dos EUA, que esse dia vai chegar mais cedo.
Os estudos baseados nas projeções e na realidade da década passada, apontavam para 2050, depois, para 2030, depois para 2025. Por um simples motivo, a queda da diferença está maior, e continua aumentando a velocidade com que a diferença está caindo.

Isso se dá não só pela diferença entre o crescimento do PIB dos dois países, mas também pela desvalorização do Dólar frente as outras moedas do mundo.

Mas me espanta a previsão do FMI para 2016, nem eu acredito nela pelos dados que estão disponíveis, agora 2020 é data bem possível mesmo. Isso falando em PIB Nominal ou Bruto, pode ser que o PIB PPP a ultrapassagem seja antes.

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Re: Crise Econômica Mundial

#2747 Mensagem por akivrx78 » Qui Jun 30, 2011 2:25 pm

Contra inflação e desigualdade, China amplia isenção do imposto de renda
Atualizado em 30 de junho, 2011 - 13:03 (Brasília) 16:03 GMT

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O governo chinês acredita que medida ajudará a reduzir a desigualdade e os efeitos da inflação

O governo da China anunciou nesta quinta-feira uma elevação no teto de rendimento dos contribuintes que não são obrigados a pagar imposto de renda, em uma tentativa de ajudar os mais pobres a enfrentar os efeitos da inflação e diminuir a desigualdade no país.

Até agora, os chineses que ganhavam até 2 mil yuans (quase R$ 485) por mês estavam isentos do imposto. Com as novas medidas, estão isentos os chineses que ganham até 3,5 mil yuans (cerca de US$ 849) por mês.
Impostos

Com a medida, pouco menos de 8% dos trabalhadores assalariados chineses submetidos à lei de imposto de renda continuarão sendo obrigados a pagar o tributo. Calcula-se que cerca de 60 milhões de pessoas fiquem isentas, diminuindo seus encargos financeiros.

A lei de imposto de renda na China abrange apenas trabalhadores urbanos. Os rurais estão submetidos a outro regime de tributação.

Aniversário do partido

A medida foi anunciada na véspera do aniversário de 90 anos do Partido Comunista Chinês.

O comitê do Congresso Nacional do Povo informou que o aumento do limite era “necessário e oportuno” e vai reduzir a carga tributária entre os chineses de baixa renda, colaborando para diminuir a desigualdade social.

O governo da China tinha assumido o compromisso de diminuir a diferença entre a população pobre, que é maioria, e a elite urbana, que lucrou com os anos de rápido crescimento econômico no país.

Também pesou na decisão o aumento da inflação, influenciada pela elevação do preço dos alimentos. No mês passado, a inflação no país atingiu o seu nível mais alto em quase três anos.

As autoridades chinesas já tinham prometido ajudar os trabalhadores com salários mais baixos, que são os mais atingidos pela inflação.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_fn.shtml




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Re: Crise Econômica Mundial

#2748 Mensagem por akivrx78 » Qui Jun 30, 2011 2:37 pm

Alta de impostos para milionários trava negociações nos EUA

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Washington, 30 jun (Prensa Latina) A alta dos impostos aos milionários e às empresas petrolíferas para reduzir o déficit do país é hoje a principal trava que enfrentam negociadores democratas e o presidente Barack Obama em suas conversas com os republicanos.

Depois de sua viagem a Iowa, na terça-feira, como parte de seu plano de reeleição e de insistir que a recuperação econômica dos Estados Unidos é um problema "a longo prazo", Obama dedicou suas declarações ontem na Casa Branca ao tema dos impostos.

O assunto torna-se controverso, pois líderes republicanos insistem em que não aceitarão nenhum acordo de redução de déficit que passe pelo aumento de impostos.

O presidente pronunciou-se por terminar com as vantagens desfrutadas pelos multimilionários, companhias petrolíferas, gestores de fundos de alto risco e proprietários de aviões corporativos.

Sustentou que seria difícil para a oposição dizer que as vantagens fiscais para os que desfrutam de aviões corporativos são tão importantes que não vão se sentar à mesa e buscar um acordo.

O presidente considera que caso não se consiga um ponto de contato nas negociações sobre o déficit e a alta da dívida pública, o país enfrentará uma situação crítica e imprevisível.

Esta situação unida ao tema do emprego mantém em alerta a Casa Branca, envolvida em uma séria disputa com os republicanos.

A respeito, a Clinton Global Initiative assinalou, nesta quarta-feira, que se os bancos emprestassem os dois trilhões de dólares que guardam em numerário, se poderiam intensificar os programas de capacitação e se apoiaria a criação de três milhões de empregos, com o que a recuperação econômica seria bem mais forte.

O próprio ex-presidente William Clinton considera que o país tem potencial para criar três milhões de empregos, com o que se reduziria a atual taxa de 9,1 por cento quase a metade.

Os desencontros entre democratas e republicanos sobre o tema coincidem com a publicação de um relatório do Fundo Monetário Internacional alertando sobre "graves consequências" dentro e fora dos Estados Unidos se o Congresso não aumentar o limite da dívida federal.

Espera-se que na semana prossigam as aproximações sobre o problema da dívida pública e do déficit fiscal, ainda que até agora nenhuma das partes parece disposta a ceder em suas posições.

http://www.prensa-latina.cu/index.php?o ... 5&Itemid=1




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Re: Crise Econômica Mundial

#2749 Mensagem por Túlio » Qui Jun 30, 2011 2:58 pm

Certíssimo o OBRAHMA. A vingar isso, se eu fosse ianque votaria nele.

Tá, mas qual o meu interesse? Bueno, a despeito do que possam pregar os ideólogos PRICK, PEPÊ e MONSIEUR, na base do 'LA GARANTIA SOY YO!', um tombo feio dos EUA não vai ser nenhuma 'marolinha' aqui não. Vai ser a primeira vez que o PT vai encarar uma conjuntura igual OU PIOR que as que FFHH teve de enfrentar. E sem reservas (as treasuries terão virado pó diante do default). Pior ainda, talvez dessa vez sequer haja alguém disposto a nos emprestar dezenas de bi em troca da assinatura do adicional ao TNP... 8-]




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Re: Crise Econômica Mundial

#2750 Mensagem por Sterrius » Qui Jun 30, 2011 4:38 pm

E sem reservas (as treasuries terão virado pó diante do default).


Do jeito que vc fala até parece que queimar dolar sera mais lucrativo que mante-lo pq assim libera espaço. :lol: :lol:

O Dolar num default desvaloriza mas não espere perder todo seu valor. A economia americana mesmo que perca metade de seu valor do dia pra noite ainda faria o dolar ser uma moeda relativamente forte a nivel mundial e ainda seria uma moeda util.

E vc ta esquecendo que desde 2009 o Governo anda trocando os dolares das reservas por outras moedas. Em 1º de janeiro de 2010 o dolar era 80% das reservas, hoje ja deve ser menos.

E tb tem o detalhe que esse é um barco onde todo mundo esta. Não tem fuga, caindo o dolar cai o euro também que vai cair o resto em sequencia.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2751 Mensagem por Túlio » Qui Jun 30, 2011 4:41 pm

É menos sim, só uns 200 e poucos bilhões em pouco mais de 300. Tens razão, estamos BEM! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2752 Mensagem por Paisano » Qui Jun 30, 2011 6:00 pm

Brasil deveria comprar títulos de Portugal, diz Pimentel

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias ... 4026,0.htm
Segundo ministro, relação entre países é imperial e Brasil deveria se empenhar em ajudar economia portuguesa

SÃO PAULO - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse nesta quinta-feira, 30, em almoço com empresários da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, em São Paulo, que é favorável à compra de títulos da dívida portuguesa pelo Brasil.

Questionado pelos empresários sobre como o Brasil poderia ajudar Portugal neste momento de crise financeira, Pimentel disse que o Brasil tem um papel mais ativo na busca de uma solução para aquele país. "Somos países irmãos e há razões políticas que devem se sobrepor", justificou o ministro.

Apesar da defesa, Pimentel deixou claro que estava emitindo a opinião "pessoal de um ministro de Estado" e que isso não significava uma decisão de governo. Porém, reiterou o desejo de que o Brasil ajude Portugal. "Acho que a relação com Portugal é imperial e o Brasil tem que se empenhar nesta crise", reforçou.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2753 Mensagem por Túlio » Qui Jun 30, 2011 6:07 pm

Como assim 'Imperial'? Eles finalmente se arresorveram a voltar ao seio do Império? :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2754 Mensagem por PRick » Qui Jun 30, 2011 6:33 pm

Sterrius escreveu:
E sem reservas (as treasuries terão virado pó diante do default).


Do jeito que vc fala até parece que queimar dolar sera mais lucrativo que mante-lo pq assim libera espaço. :lol: :lol:

O Dolar num default desvaloriza mas não espere perder todo seu valor. A economia americana mesmo que perca metade de seu valor do dia pra noite ainda faria o dolar ser uma moeda relativamente forte a nivel mundial e ainda seria uma moeda util.

E vc ta esquecendo que desde 2009 o Governo anda trocando os dolares das reservas por outras moedas. Em 1º de janeiro de 2010 o dolar era 80% das reservas, hoje ja deve ser menos.

E tb tem o detalhe que esse é um barco onde todo mundo esta. Não tem fuga, caindo o dolar cai o euro também que vai cair o resto em sequencia.

Estão comprando ouro também, por sinal, todo mundo anda comprando ouro. Melhor, todo mundo que tem reservas. :mrgreen: :mrgreen:

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Re: Crise Econômica Mundial

#2755 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Jun 30, 2011 6:34 pm

Vou ficar sem 50% do subsidio de natal e agora isto... :shock: :twisted: :lol:

Ok, falem com o Pzito, acho que ele aceita, desde que não seja um Português a mandar nisto tudo.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Crise Econômica Mundial

#2756 Mensagem por Túlio » Qui Jun 30, 2011 7:10 pm

Se for o PINTO COELHO ele aceita sim...SIEG HEIL, pá!!! :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2757 Mensagem por FoxTroop » Qui Jun 30, 2011 8:06 pm

PRick escreveu:
Sterrius escreveu:

Do jeito que vc fala até parece que queimar dolar sera mais lucrativo que mante-lo pq assim libera espaço. :lol: :lol:

O Dolar num default desvaloriza mas não espere perder todo seu valor. A economia americana mesmo que perca metade de seu valor do dia pra noite ainda faria o dolar ser uma moeda relativamente forte a nivel mundial e ainda seria uma moeda util.

E vc ta esquecendo que desde 2009 o Governo anda trocando os dolares das reservas por outras moedas. Em 1º de janeiro de 2010 o dolar era 80% das reservas, hoje ja deve ser menos.

E tb tem o detalhe que esse é um barco onde todo mundo esta. Não tem fuga, caindo o dolar cai o euro também que vai cair o resto em sequencia.

Estão comprando ouro também, por sinal, todo mundo anda comprando ouro. Melhor, todo mundo que tem reservas. :mrgreen: :mrgreen:

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Ouro?!!!! Vejam lá bem é se não é tungsténio banhado :twisted: :twisted:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2758 Mensagem por Túlio » Qui Jun 30, 2011 8:24 pm

Ainda vais atrás das viagens do PRICK... :roll: :roll: :roll: :roll:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2759 Mensagem por PRick » Qui Jun 30, 2011 8:45 pm

Túlio escreveu:Ainda vais atrás das viagens do PRICK... :roll: :roll: :roll: :roll:

8-] 8-] 8-] 8-]
19/05 16:43 CET
Matéria-prima - Mercados - Ouro

A procura mundial de ouro vai continuar forte ao longo deste ano. É o que diz o Conselho Mundial do Ouro, organismo que supervisiona o comércio do precioso metal. Isto numa altura em que a cotação da onça se mantém próxima de máximos históricos.

O preço do ouro subiu cerca de 50% no último ano e meio. Segundo os analistas, a subida vai continuar, mas com menos força.

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Ouro atinge os 1500 dólares por onça

20/04 17:00 CET
Economia - Finanças - Inflação - Ouro

Outras Notícias

O ouro atingiu, pela primeira vez na história, a marca dos 1500 dólares por onça.

O precioso metal continua a afirmar-se como valor refúgio e subiu já 5% este mês, em parte devido ao clima de instabilidade no mundo árabe e aos problemas com as dívidas soberanas na zona euro.

O ouro tornou-se, nos últimos anos, num fenómeno de investimento, com fundos especializados, o que ajudou estas subidas.

Em apenas quatro anos, o preço da onça quase duplicou, dos 833 dólares de 2007 até aos 1500 atingidos esta quarta-feira.


As recentes dúvidas sobre a dívida norte-americana, com a revisão das perspetivas da Standard & Poors, dão ainda mais força ao outo, como explica o analista Martin Hennecke: “Se a dívida dos Estados Unidos é posta em questão, onde é que os investidores procuram refúgio? Não vão certamente guardar o dinheiro debaixo do colchão, por isso o ouro é cada vez mais visto como uma proteção contra o risco das dívidas soberanas e contra a inflação, a nível global.

Os outros metais preciosos seguiram a tendência. A prata atingiu um novo máximo de 31 anos, acima dos 44,5. As cotações da prata são as que têm crescido mais, este ano, em termos de metais preciosos.

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Re: Crise Econômica Mundial

#2760 Mensagem por Bourne » Qui Jun 30, 2011 8:46 pm

Atendendo pedidos do Túlio deixei o Bad Company e escrevi um texto bacana :mrgreen:

Com a liberdade na movimentação de capitais, risco país no chão e taxa selic subindo o resultado será valorização do real. É uma facada no setor produtivo,nem tanto para as grandes que dão um jeito de lucrar, mas para as pequenas que sofrem para competir internacionalmente.

Por que os juros sobem? Por quer a política monetária adotada pelo país e BC desde da crise cambial de 1998/1999 é o regime de metas de inflação. Na época estava na moda e países importantes como Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia provavam que funcionava para controlar a inflação. A construção do modelo é simples: estabelece uma meta de inflação dentro de um período (não necessariamente um ano) e o principal instrumento de controle a taxa de juros. Dentro do pensamento de quem montou isso as mudanças na taxa de juros não afetam a economia real no longo prazo e, portanto, as mudanças de agora só afetam a demanda. A taxa de câmbio também não é afetada pela taxa de juros no longo prazo por que é determinada pela produtividade e medida em termos reais. O negócio era tão famoso que o FMI tinha a política de indicar o regime de metas de inflação como a melhor solução para controlar a inflação nos países em que auxiliava.

O problema é que o regime de metas de inflação é que deixa refém a política monetária em perseguir uma meta de inflação. Ao mesmo tempo que não prevê efeitos sobre a economia real e a possibilidade de criar bolhas e ataques especulativos. Criticas que cresceram depois da crise de 2007/2008. Uma outra crítica é que não funciona em que autores mostram que nos anos 1990 a inflação caiu no mundo inteiro. Não apenas nos nos países que adotaram o regime de metas de inflação. Por isso que dois dos mais importantes bancos centrais do mundo não seguem esse modelo: norte-americano Federal Reserve e Banco Central Europeu.

A discussão hoje no mundo civilizado é como controlar a inflação, sem criar olhas especulativas, proporcionar crescimento econômico e bem-estar a população que o formato atual do regime de metas não cumpre. Nos tempos atuais uma dos novos ramos da economia considerada fronteira é introduzir elementos psicológicos, biológicos e institucionais em qualquer campo, especialmente na área financeira e de como controlar a inflação. Aquela imagem construída na década de 1990 dos "chicagoboys" esqueçam, passaram para a história. Tanto que um dos grandes centros de estudos desse tipo de visão virou a Universidade de Chicago. É lindo ver os caras que ajudaram a montar a estrutura da década de 1990 declararem hoje "acho que estavamos errado, precisamos mudar". O mais legal ainda ver gente de todas as vertentes ortodoxas e heterodoxas conversando e tendo como linha comum a necessidade de mudar. Observo que centros norte-ameicanos (Chicago e California, por exemplo), Austrália, Cambridge na Inglaterra e tantos outros contruindo novos caminhos. No Brasil, a discussão é fraca, medo de ousar, como sempre vai chegar atrasado.

Nos outros países que adotaram o regime de metas as diferenças fundamentais em relação ao Brasil são três. A primeira construiram um arranjo institucional que permite influencia do setor produtivo nas desições sobre a política monetária. Ou seja, pensam também na influência sobre nível de emprego, crescimento econômico, competividade do controle da inflação. A segunda é que eles medem a inflação de forma diferente buscando os elementos que realmente representam a alta de preço provocada pelo desencontro entre capacidade produtiva e demanda. Assim, retira da cesta de bens que representam a inflação produtos em entre-safra ou que sofreram por problemas climáticos, como também, tarifas públicas entre outros. Por fim, que o período da meta de inflação é maior para identificar o período de um ciclo produtivo completo e que a inflação pode ser identificada, frequentemente com tempos maiores que um ano.

No Brasil, o COPON que decide sobre o aumento da selic é basicamene formado por banqueiros extremamente conservadores que seguem os interesses do mercado financeiro. A opinião do setor produtivo (trabalhadores e empresários) é sumariamente ignorada. Muitas vezes de pessoas de dentro do governo que não concordam com as medidas. Isso ocorreu na segunda gestão FHC e a primeira do Lula. Aliás, a primeira gestão Lula foi extremamente conservadora enquanto tinha como comandante Palocci e Meirelles que endureceram a política monetária de FHC. Teve bons resultados sim, mas não mudou nada. O inicio da mudança ocorreu quando Palloci caiu e Dilma assumiu a Casa Civil, seguido da crise de 2007/2008, que começou a permitir que uma linha do governo contra a política do BC ganhasse força tendo como um dos atores principais o Mantega. A eleição de Dilma o Palocci até tentou voltar, masnão conseguiu. A visão do grupo do Mantega prevaleceu e prevalece. Sem mudanças radicais, mas não é o mesmo de 2003/2004.

A valorização do real frente o dólar não é apenas um efeito da boa gestão da economia brasileira e da decadência do grande satã. De um lado, a taxa de juros no Brasil é uma aberração em boa parte por culpa do COPON que atrai capital externo pelos ganhos fáceis, a maior exportação atrair mais dólarese investimentos produtivos. Como o país não possui barreiras a entrada de cpaitais internacionais e estratégia para evitar que os dólares sejam internacionalizados ocorre a valorização. O controle de capitais por impostos e outras imposições ocorre, mas é muito timido. A estratégia para não internalizar os dólares ainda engatinha que consistiria em medidas como deixar que as empresas nacionais mantenham contas no exterior para receber por exportações. O BC comprar dólares e aumentar reservas é para tentar evitar variações na cotação, pois não tem como alterar a cotação devido a movimentação de capitais e altas taxas de juros. As reservas servem sim para servirem como investimentos no exterior e viabilizarem maior estabilidade financeira.

De outro, as variações de liquidez global com valorização e desvalorização do dólar no mercado mundial é normal e o movimento recorrente desde a década de 1980. Nesse cenário a missão dos emergentes é buscar estabilidade e viabilizar o crescimento. Por isso que adquirem dólares no mercado internacional e buscam exportar, principalmente para os Estados Unidos. Uma forma de viabilizar o fomento da própria industria. Os norte-americanos aceitam importar e aceitam que os emergentes comprem seus títulos. Não por acaso a maior área de livre comércio do mundo é a APEC que tem entre os membros China, Rússia, Coreia, Japão, Estados Unidos, Austrália entre outros. É um circuito construido ao longo do tempo, mas não é linear e é muito volátil. O que os membros, especialmente emergentes, é criar políticas para se proteger das variações, ataques especulativos e efeitos deletérios como valorização cambial. Não há como mudar o cenário. O que faz é se adaptar. Por exemplo, a China tem uma política explicita de controle Ode capitais, redução da variação do câmbio e investimento no exterior. A reserva em si não é tão importante, mas sim os efeitos reais na estrutura produtiva e como podem alavancar a economia.

Uma economia que tem câmbio valorizado tende a não ser mudado ao natural. Por que permite maior nível de consumo da população e maior bem estar. Assim, as pressões institucionais para mudar a política cambial ou monetária permitindo que leve com a barriga até estourar. Por exemplo, a crise cambial de 1998/1999 no Brasil foi resultado de empurrar com a barriga uma solução duradoura que deveria ser adotada em 1995. É uma inércia dentro do comodismo que não permite ver o desastre se aproximando. Diferente do atual governo Dilma que tem gente que vê que vai dar problema e tenta mudar, lento quase parando, mas tenta.




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