MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceram: 21 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2746 Mensagem por Bourne » Qui Jun 07, 2012 5:05 am

Iria postar no tópico sobre notícias políticas. Mas lá ninguém liga e está eclipsada pelas discussões intestinas. :(

Nova presidente do IPEA.

Tadinho do José Luis Oreiro, o presuntinho, tinha certeza de que seria o escolhido. Está chorando até agora. :lol:

Para mim foi a melhor escolha. A mulher Vanessa Petrelli é soda.
Política| 04/06/2012 | Copyleft
Envie para um amigo Versão para Impressão

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=20270

O mundo imaginário da sucessão do Ipea
Com a saída de Marcio Pochmann, que concorrerá a prefeitura de Campinas, abriu-se a disputa para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Imprensa entrou no jogo como parte interessada. E acabou saindo mal na fita. Trama relatada por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico inverteu regra de bom senso lógico: se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos.
Saul Leblon
Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado. Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em caráter definitivo.

A trama pode continuar indefinidamente. Nada disso corresponde aos fatos, mas tudo foi registrado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico. Se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos. A desconexão com a realidade ultrapassa a linha do ridículo.

A presidência do Ipea é um cargo concorrido. A sucessão de Pochmann é notícia desde que este professor da Unicamp anunciou a disposição de disputar a prefeitura de Campinas pelo PT. Em sua gestão, o Instituto ampliou o raio de atuação, abriu-se para áreas além da economia, aumentou o leque de trabalhos e passou a assessorar não apenas o governo federal, mas também administrações estaduais e municipais, além de fornecer subsídios a entidades da sociedade civil e aos poderes Legislativo e Judiciário. Com pouco mais de seiscentos pesquisadores, o Ipea é uma das maiores instituições de pesquisa na América Latina. Possui uma representação em Caracas e em breve terá outras na Argentina e no Paraguai.

Sucessão de vetos
A imprensa entrou no jogo, comprando informação por metro e vendendo por quilo.

O repórter João Villaverde, do Valor Econômico (29 de maio) apurou o seguinte sobre a secessão no Instituto:

“Os três nomes indicados por Pochmann (Vanessa Petrelli, Leda Paulani e Jorge Abrahão) não entusiasmaram Dilma, que já decidiu também negar a candidatura a [Ricardo] Paes de Barros, apoiada pelo ministro Moreira Franco. (...) Dilma comunicou a Moreira Franco na semana passada que prefere Paes de Barros na SAE, e não na presidência do Ipea. Além disso, Pochmann vetou o nome de Paes de Barros”.

Faltou Villaverde explicar como um funcionário de segundo escalão como Pochmann pode impor veto a um ministro e à presidenta da República.

O jornalista praticamente nomeou o sucessor. Trata-se do professor da UnB, José Luís Oreiro. Quem lê a reportagem do Valor fica sabendo que o economista era o candidato preferido das seguintes lideranças: Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Henrique Eduardo Alves, Lindbergh Farias (PT-RJ), além do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e do vice-presidente da República, Michel Temer.

Lindbergh contestou a informação. “Meu candidato é o candidato de Marcio Pochmann”, disse o senador no final de semana.

Zerando o placar
Dois dias depois, o repórter Raymundo Costa, do mesmo jornal, vendo que não havia fumacinha branca em canto algum, zera o placar. Em primeira mão, ele noticia que:

“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (...) será presidido interinamente até o ministro (...) Wellington Moreira Franco, indicar um titular para o cargo. A atual diretora de Estudos de Políticas Econômicas do Instituto, Vanessa Petrelli Corrêa, será a interina. Ela foi indicada pelo economista Marcio Pochmann”.

Mas Moreira Franco já não havia escolhido um nome, que fora “vetado” por Pochmann? E Vanessa Petrelli não é aquela que “não entusiasmara” Dilma?

Mais adiante, Costa relata:

“Na véspera, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, telefonou para Moreira para perguntar se ele tinha um nome para indicar. Moreira respondeu que sim. Não havia indicado, para não precipitar os acontecimentos, enquanto Pochmann prepara sua desincompatibilização para concorrer em outubro”. E o ministro teria completado: “Não tive nenhum problema em nomear a indicação do Marcio”.

O caso passou a se assemelhar a um filme policial com trama rocambolesca, nos quais a certa altura não se sabe mais quem matou e quem morreu. Moreira Franco, que indicara Paes de Barros agora diz à ministra Gleisi Hoffmann que não indicou ninguém “para não precipitar os acontecimentos”. Quem apurou errado, Villaverde ou Raymundo Costa?

O gozado é que em 14 de fevereiro de 2011, há um ano e meio, o jornal O Estado de São Paulo, em uma matéria intitulada “Ministro decide tirar Pochmann do Ipea”, contava o que se segue:

“O ministro (...) Moreira Franco, vai tirar o economista Márcio Pochmann do comando do Ipea. (...) Moreira Franco, apurou ontem o Estado, ainda está conversando com assessores para definir os nomes da nova diretoria”.

Agora ficou confuso. Se Moreira Franco buscava nomes em fevereiro do ano passado, como agora a imprensa informa que ele não quer “precipitar os acontecimentos”?

Asas à imaginação
Apurar notícias, ser enredado por boatos e noticiar algo a ser desmentido no dia seguinte compõem o cotidiano de um repórter. Isso se exacerba num centro de variados interesses como Brasília. Mas não é preciso exagerar. A jornalista Rosana Hessel, no Correio Brasiliense de 28 de maio, resolveu dar asas à imaginação:

“O objetivo de Dilma é colocar no lugar de Pochmann um técnico que consiga recuperar a imagem antiga do órgão, independente e respeitado pelas pesquisas que realiza. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Instituto chegou a ser chamado por vários economistas de máquina de propaganda. Hoje, encontra críticos dentro do próprio governo. Em abril de 2011, por exemplo, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, desqualificou um estudo do Ipea que denunciava o passo lento das obras de ampliação dos aeroportos nas cidades que sediarão a Copa de 2014, mostrando que pelo ritmo das obras apenas 4 dos 12 aeroportos ficariam prontos”.

Em um parágrafo, Rosana desmente a si mesma. Primeiro diz que o Ipea deixou de ser “independente e respeitado” e virou uma “máquina de propaganda” do governo. Na frase seguinte fala que o ministro Gilberto Carvalho desqualificou um estudo do Ipea”. Se é chapa-branca, por que um ministro ataca o órgão?

Rosana Hessel fecha a matéria com chave de ouro: “A presidente quer indicar pessoa com perfil técnico e sem aspirações políticas”. Perfil técnico e sem aspirações políticas era a mais perfeita tradução de economista Dilma Rousseff ao ser nomeada ministra das Minas e Energia, em 2003.

O que tais matérias demonstram? Entre outras coisas que quando jornalistas se prestam a ser portadores de recados de lobistas, difusores de boatos e escritores de ficção, quem perde é o jornalismo. E cá entre nós, a atividade não anda em seus melhores dias no Brasil.

Em tempo: a economista Vanessa Petrelli, indicação de Marcio Pochmann, é a nova presidenta do Ipea.




Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2747 Mensagem por marcelo l. » Qui Jun 07, 2012 8:55 pm

http://mansueto.wordpress.com/2012/06/0 ... s-em-2011/

Custo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES: R$ 22,8 bilhões em 2011.
07/06/2012 por mansueto
Há um longo debate no Brasil sobre o custo dos aportes do Tesouro ao BNDES. Apenas para lembrar, no início de 2008, o saldo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES era de menos de R$ 10 bilhões e, no início deste ano, esse saldo havia crescido para R$ 311 bilhões (pegue essa estatística na tabela da Dívida Líquida do Setor Público publicada pelo Banco Central).



cont...




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60791
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6410 vezes
Contato:

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2748 Mensagem por Túlio » Qui Jun 07, 2012 9:28 pm

CREDO!!! :shock: :shock: :shock: :shock:

Li o texto todo e os comentários. Que zona, hein?

Do jeito que vai, talvez em breve comecemos a debater se a primeira palavra do título deste tópico não deveria der mudada para "foi"...




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

Napoleão Bonaparte
Avatar do usuário
Andre Correa
Sênior
Sênior
Mensagens: 4891
Registrado em: Qui Out 08, 2009 10:30 pm
Agradeceram: 241 vezes
Contato:

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2749 Mensagem por Andre Correa » Qui Jun 07, 2012 9:43 pm

Túlio escreveu:CREDO!!! :shock: :shock: :shock: :shock:

Li o texto todo e os comentários. Que zona, hein?

Do jeito que vai, talvez em breve comecemos a debater se a primeira palavra do título deste tópico não deveria der mudada para "foi"...
Estava agora a pensar no mesmo... :shock: :shock:

:lol:




Audaces Fortuna Iuvat
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceram: 21 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2750 Mensagem por Bourne » Qui Jun 07, 2012 10:51 pm

MINTIRA!!!! Tudo intriga da PIG e dos Neocons. :lol: :lol: :lol:




Avatar do usuário
JT8D
Sênior
Sênior
Mensagens: 1164
Registrado em: Sex Mai 04, 2007 1:29 pm
Agradeceram: 100 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2751 Mensagem por JT8D » Qui Jun 07, 2012 11:04 pm

Bourne escreveu:MINTIRA!!!! Tudo intriga da PIG e dos Neocons. :lol: :lol: :lol:
Não sei o que é pior, os neocons ou os neocoms (não simpatizo com ambos).

[]´s,

JT




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceram: 812 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2752 Mensagem por LeandroGCard » Sex Jun 08, 2012 9:05 am

marcelo l. escreveu:http://mansueto.wordpress.com/2012/06/0 ... s-em-2011/

Custo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES: R$ 22,8 bilhões em 2011.
07/06/2012 por mansueto
Há um longo debate no Brasil sobre o custo dos aportes do Tesouro ao BNDES. Apenas para lembrar, no início de 2008, o saldo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES era de menos de R$ 10 bilhões e, no início deste ano, esse saldo havia crescido para R$ 311 bilhões (pegue essa estatística na tabela da Dívida Líquida do Setor Público publicada pelo Banco Central).



cont...
O Autor do artigo descarta o efeito dos empréstimos do BNDES no aumento da arrecadação, mas este parâmetro não pode ser colocado de lado tão facilmente.

Se os empréstimos do BNDES forem de fato aplicados em investimentos produtivos que gerarem crescimento e aumento da arrecadação, isso pode no médio/longo prazo mais do que compensar os custos financeiros. O problema é quando se misturam na mesma carteira investimentos em usinas hidrélétricas e fábricas (que geram retorno monetário e crescimento econômico) com escolas públicas ou esgotos em favelas, que apesar de importantes para o bem-estar da população não geram retorno mensurável diretamente. Se este último tipo de empréstimo se torna importante na carteira do BNDES aí sim os custos precisam ser calculados como menciona o artigo, para verificar se está realmente valendo à pena usar o BNDES para financiar este tipo de obra ou se seria menhor buscar outras formas de fazer isso. Uma sugestão seria criar um novo banco dedicado aos investimentos em necessidades sociais (nos moldes do Banco Mundial) e deixar o BNDES para financiar apenas investimentios produtivos.


Além disso, é preciso manter em mente que o alto valor dos juros pagos pelo governo nos seus principais papéis já é em si uma distorção grave da economia brasileira, e parece que agora o governo finalmente acordou para isso e trabalha para eliminar o problema. Com a SELIC em 12% ou mais e as taxas do BNDES em 6% o custo financeiro é realmente muito alto, mas agora a SELIC já está em 8,5% e se formos aplicar os níveis usados em países sérios deverá recuar ainda mais. Aí este custo financeiro do BNDES pode até desaparecer, restando apenas o efeito benéfico da eliminação das taxas de risco (o governo passaria a funcionar como um estabilizador entre os recursos privados e os tomadores de empréstimos no setor produtivo).


Leandro G. Card




Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2753 Mensagem por marcelo l. » Sex Jun 08, 2012 10:50 am

LeandroGCard escreveu:
marcelo l. escreveu:http://mansueto.wordpress.com/2012/06/0 ... s-em-2011/

Custo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES: R$ 22,8 bilhões em 2011.
07/06/2012 por mansueto
Há um longo debate no Brasil sobre o custo dos aportes do Tesouro ao BNDES. Apenas para lembrar, no início de 2008, o saldo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES era de menos de R$ 10 bilhões e, no início deste ano, esse saldo havia crescido para R$ 311 bilhões (pegue essa estatística na tabela da Dívida Líquida do Setor Público publicada pelo Banco Central).



cont...
O Autor do artigo descarta o efeito dos empréstimos do BNDES no aumento da arrecadação, mas este parâmetro não pode ser colocado de lado tão facilmente.

Se os empréstimos do BNDES forem de fato aplicados em investimentos produtivos que gerarem crescimento e aumento da arrecadação, isso pode no médio/longo prazo mais do que compensar os custos financeiros. O problema é quando se misturam na mesma carteira investimentos em usinas hidrélétricas e fábricas (que geram retorno monetário e crescimento econômico) com escolas públicas ou esgotos em favelas, que apesar de importantes para o bem-estar da população não geram retorno mensurável diretamente. Se este último tipo de empréstimo se torna importante na carteira do BNDES aí sim os custos precisam ser calculados como menciona o artigo, para verificar se está realmente valendo à pena usar o BNDES para financiar este tipo de obra ou se seria menhor buscar outras formas de fazer isso. Uma sugestão seria criar um novo banco dedicado aos investimentos em necessidades sociais (nos moldes do Banco Mundial) e deixar o BNDES para financiar apenas investimentios produtivos.


Além disso, é preciso manter em mente que o alto valor dos juros pagos pelo governo nos seus principais papéis já é em si uma distorção grave da economia brasileira, e parece que agora o governo finalmente acordou para isso e trabalha para eliminar o problema. Com a SELIC em 12% ou mais e as taxas do BNDES em 6% o custo financeiro é realmente muito alto, mas agora a SELIC já está em 8,5% e se formos aplicar os níveis usados em países sérios deverá recuar ainda mais. Aí este custo financeiro do BNDES pode até desaparecer, restando apenas o efeito benéfico da eliminação das taxas de risco (o governo passaria a funcionar como um estabilizador entre os recursos privados e os tomadores de empréstimos no setor produtivo).


Leandro G. Card
É um bom ponto de vista, o governo atacou a distorção da SELIC isso é correto, mas pensando de outro lado os efeitos na dívida podem ser menores por que grande parte da dívida é atrelada a outros "mecanismos", a projeção do estoque nesses papéis deveria chegar em 22% do total, mesmo quando a SELIC estava por volta de 12% era mais barata que o seu "resgate" que as outras modalidades.

Talvez seja uma das razões que os efeitos da queda da SELIC ainda não serem sentidos na ponta dos investimentos, e existir uma deterioração do quadro quando olhamos sem o "bolsa casa", a capacidade brasileira em investimentos em infra-estrutura cai ano a ano e a produtividade brasileira acompanha a curva (figura de linguagem).

O que se observa que o modelo escolhido empréstimos via BNDES para acima da capacidade do banco e com aportes do Tesouro Nacional, gera essa "ineficiência", mesmo com a entrada de novos tributos, toda a grande obra já calcula o retorno - vc consegue ver os números de Belo Monte ou das rodovias mesmo na imprensa em alguns casos quando contestado.

O problema dos 20 bi em termos de transparência da conta pública é informar corretamente qual é a verdadeira taxa de retorno e custos para nação do modelo de financiamento de investimentos privado/público e quais são as reais contrapartidas e empenho futuros dados pela sociedade.

Edit: hoje a FSP fez uma matéria encima do texto do Mansueto...e tem um gráfico...

Imagem




Editado pela última vez por marcelo l. em Sex Jun 08, 2012 11:24 am, em um total de 2 vezes.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Vitor
Sênior
Sênior
Mensagens: 1109
Registrado em: Sáb Mai 09, 2009 11:43 pm

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2754 Mensagem por Vitor » Sex Jun 08, 2012 11:02 am

LeandroGCard escreveu:
marcelo l. escreveu:http://mansueto.wordpress.com/2012/06/0 ... s-em-2011/

Custo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES: R$ 22,8 bilhões em 2011.
07/06/2012 por mansueto
Há um longo debate no Brasil sobre o custo dos aportes do Tesouro ao BNDES. Apenas para lembrar, no início de 2008, o saldo dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES era de menos de R$ 10 bilhões e, no início deste ano, esse saldo havia crescido para R$ 311 bilhões (pegue essa estatística na tabela da Dívida Líquida do Setor Público publicada pelo Banco Central).



cont...
O Autor do artigo descarta o efeito dos empréstimos do BNDES no aumento da arrecadação, mas este parâmetro não pode ser colocado de lado tão facilmente.

Se os empréstimos do BNDES forem de fato aplicados em investimentos produtivos que gerarem crescimento e aumento da arrecadação, isso pode no médio/longo prazo mais do que compensar os custos financeiros. O problema é quando se misturam na mesma carteira investimentos em usinas hidrélétricas e fábricas (que geram retorno monetário e crescimento econômico) com escolas públicas ou esgotos em favelas, que apesar de importantes para o bem-estar da população não geram retorno mensurável diretamente. Se este último tipo de empréstimo se torna importante na carteira do BNDES aí sim os custos precisam ser calculados como menciona o artigo, para verificar se está realmente valendo à pena usar o BNDES para financiar este tipo de obra ou se seria menhor buscar outras formas de fazer isso. Uma sugestão seria criar um novo banco dedicado aos investimentos em necessidades sociais (nos moldes do Banco Mundial) e deixar o BNDES para financiar apenas investimentios produtivos.


Além disso, é preciso manter em mente que o alto valor dos juros pagos pelo governo nos seus principais papéis já é em si uma distorção grave da economia brasileira, e parece que agora o governo finalmente acordou para isso e trabalha para eliminar o problema. Com a SELIC em 12% ou mais e as taxas do BNDES em 6% o custo financeiro é realmente muito alto, mas agora a SELIC já está em 8,5% e se formos aplicar os níveis usados em países sérios deverá recuar ainda mais. Aí este custo financeiro do BNDES pode até desaparecer, restando apenas o efeito benéfico da eliminação das taxas de risco (o governo passaria a funcionar como um estabilizador entre os recursos privados e os tomadores de empréstimos no setor produtivo).


Leandro G. Card
Não existe nada de sério em ter taxas de juros baixas por decreto. Cria toda uma distorção e falsos sinais sobre os reais níveis de poupança, e consequentemente ciclos econômicos. Para haver crédito barato de verdade, é preciso antes poupar.

E como os brasileiros atualmente estão se endividando mais do que poupando, não faz sentido baixar os juros. Se algo se torna mais escasso, é preciso subir para atrair, mostrar que vale a pena poupar.




NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceram: 812 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2755 Mensagem por LeandroGCard » Sex Jun 08, 2012 11:22 am

Vitor escreveu:Não existe nada de sério em ter taxas de juros baixas por decreto. Cria toda uma distorção e falsos sinais sobre os reais níveis de poupança, e consequentemente ciclos econômicos. Para haver crédito barato de verdade, é preciso antes poupar.

E como os brasileiros atualmente estão se endividando mais do que poupando, não faz sentido baixar os juros. Se algo se torna mais escasso, é preciso subir para atrair, mostrar que vale a pena poupar.
Vitor,

Os brasileiros tem um nível total de endividamento que está entre os menores do mundo, o problema é o custo deste endividamento, que é muito alto por conta dos spreads bancários. As taxas de spread no Brasil são absurdas, os valores de juros para qualquer investimento é relativamente baixo (tente entrar em qualquer banco e aplicar em um investimento que lhe garanta mais do que 8 ou 8,5% ao ano) mas os dos empréstimos é altíssimo (os juros para financiamento de imóveis, sempre um dos mais baixos do mercado, começam em 9,5% nos bancos privados, mas qualquer outro financiamento vai te cobrar taxas muito, muito maiores, chegando a mais de 100%). Isso mostra que o sistema já está completamente distorcido, e não existe possíbilidade de corrigir isso pela via do mercado se o governo continuar pagando taxas básicas elevadas. Ou o governo reduz o quanto ele paga ao mercado ou os bancos nem se darão ao trabalho de pensar em emprestar para o restante da sociedade por juros menores, e neste ambiente falar em lei de oferta e procura no mercado de crédito é menos realista que ficção científica.

Não falta dinheiro para investimentos no Brasil, o problema é que ele está praticamente todo imobilizado em papéis do governo que pagam juros altos ao mesmo tempo em que tem a máxima segurança, e o sistema absorve volumes enormes de recursos apenas para se refinanciar neste nível de juros (com juros muito menores os países europeus estão quebrando um atrás do outro!!!). Este verdadeiro buraco-negro de recursos tem que ser eliminado para que a economia possa funcionar de forma mais natural, como você mesmo prega.


Leandro G. Card




Vitor
Sênior
Sênior
Mensagens: 1109
Registrado em: Sáb Mai 09, 2009 11:43 pm

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2756 Mensagem por Vitor » Sex Jun 08, 2012 12:25 pm

LeandroGCard escreveu:
Vitor escreveu:Não existe nada de sério em ter taxas de juros baixas por decreto. Cria toda uma distorção e falsos sinais sobre os reais níveis de poupança, e consequentemente ciclos econômicos. Para haver crédito barato de verdade, é preciso antes poupar.

E como os brasileiros atualmente estão se endividando mais do que poupando, não faz sentido baixar os juros. Se algo se torna mais escasso, é preciso subir para atrair, mostrar que vale a pena poupar.
Vitor,

Os brasileiros tem um nível total de endividamento que está entre os menores do mundo, o problema é o custo deste endividamento, que é muito alto por conta dos spreads bancários. As taxas de spread no Brasil são absurdas, os valores de juros para qualquer investimento é relativamente baixo (tente entrar em qualquer banco e aplicar em um investimento que lhe garanta mais do que 8 ou 8,5% ao ano) mas os dos empréstimos é altíssimo (os juros para financiamento de imóveis, sempre um dos mais baixos do mercado, começam em 9,5% nos bancos privados, mas qualquer outro financiamento vai te cobrar taxas muito, muito maiores, chegando a mais de 100%). Isso mostra que o sistema já está completamente distorcido, e não existe possíbilidade de corrigir isso pela via do mercado se o governo continuar pagando taxas básicas elevadas. Ou o governo reduz o quanto ele paga ao mercado ou os bancos nem se darão ao trabalho de pensar em emprestar para o restante da sociedade por juros menores, e neste ambiente falar em lei de oferta e procura no mercado de crédito é menos realista que ficção científica.

Não falta dinheiro para investimentos no Brasil, o problema é que ele está praticamente todo imobilizado em papéis do governo que pagam juros altos ao mesmo tempo em que tem a máxima segurança, e o sistema absorve volumes enormes de recursos apenas para se refinanciar neste nível de juros (com juros muito menores os países europeus estão quebrando um atrás do outro!!!). Este verdadeiro buraco-negro de recursos tem que ser eliminado para que a economia possa funcionar de forma mais natural, como você mesmo prega.


Leandro G. Card
Ou seja, redução drástica do estado, o que vai causar uma frenesi de gente reclamando de "reformas neoliberais" e surtando pq os burocratas de Brasília vão ter uma influência menor na economia. Enquanto houver a mentalidade platônica de grandes líderes e sábios tecnocratas, vai continuar tudo na mesma.




NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceram: 812 vezes

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2757 Mensagem por LeandroGCard » Sex Jun 08, 2012 12:44 pm

Vitor escreveu:Ou seja, redução drástica do estado, o que vai causar uma frenesi de gente reclamando de "reformas neoliberais" e surtando pq os burocratas de Brasília vão ter uma influência menor na economia. Enquanto houver a mentalidade platônica de grandes líderes e sábios tecnocratas, vai continuar tudo na mesma.
Não sei se a redução drástica do estado é solução para alguma coisa em algum lugar do mundo, os países que fizeram isso depois se arrebentaram do mesmo jeito e hoje tem muita gente arrependida. Já países que sequer se preocuparam com isso (como as repúblicas nórdicas) apresentam desempenho sistematicamente bom, bem acima da média dos que tentaram reduzir o tamanho e a influência do estado, tanto nos tempos de bonanza quanto nos de crise. Acho que esta charla de lutar por um estado cada vez menor menor logo logo vai sair de moda, se já não saiu.

Agora outra coisa completamente diferente é a demanda por um estado EFICIENTE. Tanto o estado quanto a iniciativa privada no fundo são feitos por pessoas, e o portanto em princípio podem ambos ser controlados por regras similares para garantir a eficiência dos serviços prestados e/ou bens produzidos. A questão de identificar estas regras e lutar para que sejam aplicadas tem mostrado ser bem mais útil do que a luta pla pura e simples redução do estado (esta insistência nas virtudes da redução do estado aliás serve o mais das vezes como cortina de fumaça para desculpar as próprias ineficiências do estado e mascarar as da iniciativa privada).

Se para ser mais eficiente o estado deve ser menor isso tem que ser definido pela avaliação do seu funcionamento, do que ele consome e do que ele oferece em troca. Mas pode até ser que se descubra que o estado deve aumentar e não diminuir, dependendo de como ele vai funcionar. O importante é que em qualquer caso ELE TEM QUE FUNCIONAR O MELHOR POSSÍVEL pelo gasto envolvido na sua manutenção.


Leandro G. Card




Vitor
Sênior
Sênior
Mensagens: 1109
Registrado em: Sáb Mai 09, 2009 11:43 pm

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2758 Mensagem por Vitor » Sex Jun 08, 2012 4:16 pm

LeandroGCard escreveu:
Vitor escreveu:Ou seja, redução drástica do estado, o que vai causar uma frenesi de gente reclamando de "reformas neoliberais" e surtando pq os burocratas de Brasília vão ter uma influência menor na economia. Enquanto houver a mentalidade platônica de grandes líderes e sábios tecnocratas, vai continuar tudo na mesma.
Não sei se a redução drástica do estado é solução para alguma coisa em algum lugar do mundo, os países que fizeram isso depois se arrebentaram do mesmo jeito e hoje tem muita gente arrependida. Já países que sequer se preocuparam com isso (como as repúblicas nórdicas) apresentam desempenho sistematicamente bom, bem acima da média dos que tentaram reduzir o tamanho e a influência do estado, tanto nos tempos de bonanza quanto nos de crise. Acho que esta charla de lutar por um estado cada vez menor menor logo logo vai sair de moda, se já não saiu.

Agora outra coisa completamente diferente é a demanda por um estado EFICIENTE. Tanto o estado quanto a iniciativa privada no fundo são feitos por pessoas, e o portanto em princípio podem ambos ser controlados por regras similares para garantir a eficiência dos serviços prestados e/ou bens produzidos. A questão de identificar estas regras e lutar para que sejam aplicadas tem mostrado ser bem mais útil do que a luta pla pura e simples redução do estado (esta insistência nas virtudes da redução do estado aliás serve o mais das vezes como cortina de fumaça para desculpar as próprias ineficiências do estado e mascarar as da iniciativa privada).

Se para ser mais eficiente o estado deve ser menor isso tem que ser definido pela avaliação do seu funcionamento, do que ele consome e do que ele oferece em troca. Mas pode até ser que se descubra que o estado deve aumentar e não diminuir, dependendo de como ele vai funcionar. O importante é que em qualquer caso ELE TEM QUE FUNCIONAR O MELHOR POSSÍVEL pelo gasto envolvido na sua manutenção.


Leandro G. Card
Que países que tem um estado verdadeiramente mínimo se arrependeram? Que eu saiba as Ilhas Cayman, Singapura, Suíça e Lichenstein vão muito bem.

Um estado não pode ter regras similares a iniciativa privada pois teria seu monopólio de força essencial violado. Eu não posso deixar de pagar imposto se acho o serviço horrível.

Não acha que os soviéticos tentaram de todos os modos serem eficientes? Mas não há como quando se tem um cálculo econômico totalmente distorcido. O estado tende a ser menos ineficiente a medida que é mais descentralizado. O nosso modelo que concentra quase tudo em Brasília é um dos piores possíveis e mais engessados de obter alguma melhoria real.

Agora vivemos num mundo orwelliano, onde quase todos os setores da economia tem milhares e mais milhares de páginas de regulamentação, todo dia algum deputado propõe uma lei querendo regulamentar o dedo mindinho da parafuseta, e de algum jeito o estado é mais mínimo que no passado? O burocrata tem incentivo para criar dificuldades, pois assim justifica sua função, a gente vê isso na Receita que todo mês modifica pequenas regras só pra enlouquecer os contadores das empresas.

Me mostre um único país que desfez mais regras e leis do que criou.

Um estado não consegue ser eficiente sem ser mínimo, afinal se é eficiente, não precisa devorar 40% da riqueza do país ou se endividar loucamente.

Obviamente, a única coisa que consegue ser exemplar no estado é a receita, que permite que todo o resto tenha dinheiro o bastante para desperdiçar a vontade.

http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 5806,0.htm




NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60791
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6410 vezes
Contato:

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2759 Mensagem por Túlio » Sex Jun 08, 2012 8:15 pm

Cada um acredita no que quiser. Pessoalmente acho que se chutarmos o Estado para escanteio e resolvermos que TUDO deve ficar nas mãos da inciativa privada teremos buenas razões para amargo arrependimento.

Mas como disse, cada um acredita no que quiser... 8-]




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

Napoleão Bonaparte
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60791
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6410 vezes
Contato:

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2760 Mensagem por Túlio » Sex Jun 08, 2012 8:18 pm

Bourne escreveu:Iria postar no tópico sobre notícias políticas. Mas lá ninguém liga e está eclipsada pelas discussões intestinas. :(

Tens ampla razão. Isso começa a ser corrigido HOJE! Falar de política é interessante, até por ser indissociavelmente ligado à Defesa, já fazer proselitismo partidário cultivando flames não nos interessa.




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

Napoleão Bonaparte
Responder