UM MBT NACIONAL

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: UM MBT NACIONAL

#2716 Mensagem por FCarvalho » Dom Out 02, 2022 12:01 am

Nas minhas contas de padaria, se for para comprar e receber bldos novos até 2040, ou seja, em mais 18 anos, considerando que eles comecem a chegar já em 2025, feitas toda a parte burocrática da seleção e compra de agora até 2024, temos 15 anos para receber 78 VBC Fuz e 65 VBC CC.
Isso dá 5 e 4 bldos por ano, respectivamente, até 2040.
Pode não parecer grandes coisa, mas se para os Leo 1A5 que se supões custará muito mais barato, imagine-se o EB tendo que botar a mão no bolso e tirar mais de 20 milhões de dólares por ano até 2040 para poder receber estes novos bldos.
A conta não bate.
Se a FAB arregou dos KC-390, e a duras penas só aguenta receber dois por ano, se muito, até 2036, imagina o EB com metade da instituição ainda no séc XX e a quase totalidade dos seus projetos ditos estratégicos atrasados e postergados ano a ano.
É sempre bom lembrar nestas horas o que aconteceu, e acontece, com o Guarani que foi para... 2041. :roll:




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Re: UM MBT NACIONAL

#2717 Mensagem por knigh7 » Dom Out 02, 2022 5:28 am

FCarvalho escreveu: Sáb Out 01, 2022 11:50 pm
knigh7 escreveu: Sáb Out 01, 2022 10:04 pm

É a dura realidade. O EB pretende ter então 4 pelotões de Carros de Combate com o Leo 1A5 modernizado e 5 pelotões com o novo CC. Provavelmente 1 ficará no CIBld e 8 nos RCCs, com cada regimento sendo dotado então de 2 pelotões. Até 2040.
hã... um pelotão CC não possui 4 bldos :?:
Se sim, não queres dizer Esquadrão ao ao invés de Pelotão :?:
Perdão, esquadrão. Foi um lapso (causado pelas cervejinhas...). Já corrigido.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2718 Mensagem por knigh7 » Dom Out 02, 2022 11:25 am

FCarvalho escreveu: Sáb Out 01, 2022 11:50 pm
Se a pretensão é usar um misto de CC novos e Leo 1A5 recauchutados, não vejo muita lógica nisso a não ser pela questão orçamentária.
Uma brigada pode ser dotada com os Leo 1A5 modernizado(com as peças de reposição das outras 160 viaturas que não serão modernizadas) e a outra brigada com os novos Carros de Combate que não terão problemas logísticos.

Nessas diretrizes publicadas no último Boletim do Exército percebe-se que o EB irá conduzir os programas de aquisição e modernização de blindados de forma bastante lenta (assim como com a VBC Cav 8x8 e com VBMT-LR 4X4 ) e isso por questões orçamentárias.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2719 Mensagem por FCarvalho » Ter Out 04, 2022 1:59 pm

knigh7 escreveu: Dom Out 02, 2022 11:25 am
FCarvalho escreveu: Sáb Out 01, 2022 11:50 pm Se a pretensão é usar um misto de CC novos e Leo 1A5 recauchutados, não vejo muita lógica nisso a não ser pela questão orçamentária.
Uma brigada pode ser dotada com os Leo 1A5 modernizado(com as peças de reposição das outras 160 viaturas que não serão modernizadas) e a outra brigada com os novos Carros de Combate que não terão problemas logísticos.
Nessas diretrizes publicadas no último Boletim do Exército percebe-se que o EB irá conduzir os programas de aquisição e modernização de blindados de forma bastante lenta (assim como com a VBC Cav 8x8 e com VBMT-LR 4X4 ) e isso por questões orçamentárias.
É até aceitável que a justificativa orçamentária explique os investimentos feitos a conta gotas nos novos meios, mas fazer isso também com um CC que deveria na prática ser aposentado em 2028, sinceramente, vejo como desperdício de dinheiro público. Cascavel idem.
Já que a grana é muito curta, invariavelmente, é preciso focar então no que é novo e poderá ser aproveitado nos próximos 30 a 40 anos, que é a expectativa de vida operacional que se espera destes novos bldos.
E se o EB consegue recursos para gastar em bldo velho, consegue também para investir em coisa melhor em outras áreas que precisam tanto quanto.
Não tem lógica nenhuma modernizar CC antigo ao mesmo tempo que recebe um novo.
Se os governos por aqui não dão a mínima para a situação material das forças armadas, bem, é melhor que os profissionais da área deixem bem claro que sem material novo e constante investimento em modernização não dá para defender este país de ninguém. Nem dele mesmo.
E se mesmo assim não derem trela, bom, vez em quando é sempre bom lembrar daquele botãozinho de último recursos e apertar o f...-se.
Quer ver o pessoal rapidinho se interessar por defesa... :?




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Re: UM MBT NACIONAL

#2720 Mensagem por Aim For The Top » Seg Out 10, 2022 10:33 pm

tá ai o tanque que o eb quer, completa tudo que aquele documento esquisito coloca e pesa 49 toneladas.





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Re: UM MBT NACIONAL

#2721 Mensagem por Viktor Reznov » Ter Out 11, 2022 12:12 am

Aim For The Top escreveu: Seg Out 10, 2022 10:33 pm tá ai o tanque que o eb quer, completa tudo que aquele documento esquisito coloca e pesa 49 toneladas.

O preço deve ser baratinho.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2722 Mensagem por FCarvalho » Qua Out 12, 2022 1:20 pm

Eu não me surpreenderia se o RFQ para a VBC CC que for emitido mais para frente seja diferente em alguns pontos importantes do conteúdo divulgado do ROB anteriormente.

O pessoal pode até sonhar com "Osório 2.0" mas sabe muito bem que a BID e indústria nacional tem zero interesse em bancar esse tipo de aventura. Já viram no que deu o programa das VBTP Guarani. Ninguém é trouxa. Pode-se dizer também que não é nem tanto por questão de superação de desafios técnicos e industriais, mas sobretudo pela já conhecidíssima situação de insolvência financeira das ffaa's e do inequívoco desprezo com que o tema Defesa é tratado pela classe política.

Ademais, quem é o doido que vai querer se meter em um cronograma de "produção" de 4 ou 5 CC por ano até 2040 :?: :? :oops:

Vamos ser honestos. O máximo que o EB vai conseguir com esse projeto da VBC CC é importar - sem reclamar - um CC pronto, e se muito, tendo a parte logística como off set, com algumas poucas coisas sendo feitas aqui mesmo em termos de apoio pós-venda do bldo.

Todo mundo com algum tutano na cabeça no EB sabe que os critérios de peso de combate do ROB são inalcançáveis em termos práticos para os bdos disponíveis hoje e no longo prazo no mercado internacional. Não tem como forçar o encaixe do que existe no mundo na realidade desejado pelos generais. É mais simples e lógico o contrário. Tanto que inventaram agora mais um grupo de trabalho para "procurar saber" o que já se sabe há muito tempo. Até por quem não acompanha e\ou se interessa pelo tema.

Enfim, não temos cacife financeiro, escala de produção e até mesmo demanda industrial para sustentar um lampejo de "produção nacional" da VBC CC, seja ele qual for.

Poderia até dizer que sinto muito por toda essa situação, mas, não vou dizer porque não sinto mesmo. F...-se.

Estamos na merda em que estamos por vontade e incompetência própria e mais que merecida.

Viva-se com isso.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2723 Mensagem por FCarvalho » Qua Nov 16, 2022 7:22 pm

Novo VT-4A1

Imagem

https://www.armyrecognition.com/defense ... power.html

Se não estou enganado, é o mesmo CC que foi mostrado à comitiva do EB na China em avaliação do ST-1BR.
Como disse no outro post do tópico da VBC CAV 8x8, os chineses não ficaram na demonstração apenas do seu bldo SR.
Tem muita coisa na China para se ver em termos de sistemas de defesa.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2724 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 19, 2022 1:38 pm





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Re: UM MBT NACIONAL

#2725 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 19, 2022 4:54 pm





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Re: UM MBT NACIONAL

#2726 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 19, 2022 4:58 pm





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Re: UM MBT NACIONAL

#2727 Mensagem por Viktor Reznov » Sáb Nov 19, 2022 11:24 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Nov 19, 2022 1:38 pm
Vamos esperar um pouco pra sabermos mais sobre o desempenho dele que, pelo o que ouvi falar, a Argélia pretende comprar vários desses em breve.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2728 Mensagem por FCarvalho » Seg Nov 21, 2022 1:15 pm

Temos tempo. A modernização dos Leo 1A5 vai levar mais uns 10 anos. E depois o EB começa a pensar em VBC CC e VBC FUZ.

Vai dar tempo mais que suficiente para os chinas aprenderem a lidar com o mercado de defesa no Brasil, ou comprar empresas nacionais suficientes para colocar um "made in Brazil" nos seus produtos, como outras já fazem por aqui.

Se conseguirem cobrir mais de 70% do ROB, e principalmente, do RTLI da VBC CC, vão ser candidatos fortíssimos nesta concorrência. Para o desespero de muitos aqui e lá fora.

Aliás, com toda essa demora que deve ser a escolha de um novo CC, até agora sem garantia nenhuma, é provável que os chinas até isso acontecer já tenham coisa melhor para oferecer. Se vão nos dispor, é outra conversa.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2729 Mensagem por FCarvalho » Qua Nov 30, 2022 8:18 pm

O link abaixo mostra os valores unitários do Altay Mk III turco para um lote de 100 unidades até 2026.
Aparentemente o preço do CC está diminuindo aos poucos de acordo com que a produção aumenta.



A ver qual será a proposta turca em uma eventual participação na VBC CC do exército.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2730 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 04, 2022 1:15 am



Embora pouco provável, mas mesmo assim factível, com a vitória do Centauro II no Brasil, e o investimento que se fará em termos industriais no país dentro deste projeto, não ficaria admirado se o EB optasse mais uma vez por aceitar participar da proposta italiana para o seu novo MBT, e quiçá IFV SL, que está sendo projetado para o exercito italiano.

O que me parece mais incômodo nesta situação, como cito na portaria que criou o GT da VBC CC e VBC FUZ é a busca por uma opção de um conceito de família de bldos que possa unir ambos modelos, algo que neste momento os italianos não tem ou podem oferecer. A não ser que o cronograma daqueles projetos sejam alterados, visto que a aquisição e as quantidades foram definidas naquela mesma portaria tendo em vista o ano de 2040.

Pela lógica, o EB pretende receber estes bldos até 2040 condicionando porém o seu recebimento as condições orçamentárias em tempo. Isto significa dizer que mesmo escolhendo um CC, a sua chegada as garagens dos RCC e RCB está limitada ao que o exército possa comprar ou não ano a ano. E nada mais.

Os projetos italianos só devem se tornar operacionais em 10 a 15 anos, algo ainda dentro do planejamento do EB, mas que compete com outras propostas de veículos já existentes, e prontos para entrega, como é o caso do K-2 sul coreano, cuja empresa tem se mostrado bastante agressiva em suas táticas de mercado. E tem funcionado bem, com os poloneses recebendo agora seus primeiros K-2PL pouco menos de um ano após a assinatura do contrato, com direito a linha de produção no país. É preciso citar também o novo IFV SL Redback recém lançado e que tem causado boa impressão no mercado.

Outro CC considerar é o projeto do Phanter alemão, que mesmo sendo um demonstrador de tecnologia está disposto no mercado e sendo oferecido para quem quiser, já tendo despertado interesse em vários clientes potenciais. A KMW já fez investimentos aqui, e possui também o IFV KF-41 Linx, um monstro de 40 ton extremamente capaz, e também caro. Estes bldos podem ser entregues no curto prazo e quiçá com desdobramentos na indústria nacional, uma vez que os alemães já tem uma planta industrial no sul do país.

Por fora eu consideraria a proposta do Bae Systems\SAAB CV-90 que possui versões IFV e MMBT com canhão de 120mm. A questão deste tipo de blindado não é tanto o peso ou a sua arquitetura, mas o preço, tendo em vista que o EB age como quem não tem segurança nenhuma no sentido de sustentar uma frota de veículos caros de comprar, e mais caros ainda de manter. E o conceito de MMBT talvez possa ser uma solução. Ou não.

De qualquer forma, a presença industrial da IDV e Leonardo irá aumentar no Brasil com a vinda do Centauro II, e não descartaria no médio e longo prazo, uma eventual oferta\compra das VBCI SuperAV, seja para o EB e\ou CFN. Tenho aqui pessoalmente para mim que os italianos já estão trabalhando nisso, ou mesmo podem até ter incluído uma ou duas cláusulas envolvendo tais veículos no contrato que será assinado dia 5 de dezembro como eventual off set ou tot em favor da parte brasileira.

A ver.




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