Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Moderador: Conselho de Moderação
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
É Delmar, pior é q também acho q esse será o desenrolar do processo...
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Delmar, você fez um comentário curto, conciso e objetivo...Zelaya chapelón...babau ! Já foi !
Abraços
Abraços
- delmar
- Sênior
- Mensagens: 5251
- Registrado em: Qui Jun 16, 2005 10:24 pm
- Localização: porto alegre
- Agradeceram: 504 vezes
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
O que deveria haver por parte da oposição de Honduras era uma união no sentido de lançar, nas próximas eleições, um candidato comprometido em transformar a sociedade hondurenha. Com a presença de observadores internacionais a eleição deverá ter mais transparência. Atenção, isto não significa eleger um representante do Chaves ou do PSOL. Significa não eleger um Sarney da vida por lá, que só vai pensar nos companheiros e na parentela.Nukualofa77 escreveu:É Delmar, pior é q também acho q esse será o desenrolar do processo...
saudações
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
- Edu Lopes
- Sênior
- Mensagens: 4549
- Registrado em: Qui Abr 26, 2007 2:18 pm
- Localização: Brasil / Rio de Janeiro / RJ
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Chavito e suas trapalhadas...
Honduras expulsa diplomatas venezuelanos
O governo interino de Honduras ordenou, nesta terça-feira, a saída dos diplomatas venezuelanos do país dentro de 72 horas.
A vice-ministra das relações Exteriores do governo interino hondurenho, Martha Lorena Alvarado, disse que a medida foi tomada “porque o governo venezuelano fez ameaças às nossas Forças Armadas, se intrometeu em assuntos exclusivamente hondurenhos e desrespeitou nossa soberania”.
A chancelaria de Honduras também deve retirar seus funcionários de Caracas.
Os diplomatas venezuelanos em Tegucigalpa, no entanto, afirmaram que irão ignorar o prazo para se retirarem, por “não reconhecerem” o governo interino de Honduras.
“Nós não reconhecemos o governo de Roberto Micheletti. É um governo de fato, golpista, apoiado por armas”, afirmou o encarregado de negócios, Uriel Vargas, em uma entrevista coletiva em frente à embaixada venezuelana em Tegucigalpa, de acordo com a rede de televisão Telesur.
De acordo com o colaborador da BBC Mundo em Honduras, Eric Lemus, no entanto, Vargas e outro funcionário são as únicas pessoas que continuam trabalhando na embaixada, já que o governo venezuelano iniciou a retirada do pessoal de sua missão diplomática no país há uma semana.
Reações internacionais
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, tem sido um dos maiores críticos do governo interino de Honduras.
Chávez pediu para que os Estados Unidos pressionem mais o governo liderado por Roberto Micheletti retirando os militares americanos da base que o país possui em Honduras.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton disse na segunda-feira que Honduras poderia enfrentar o que chamou de graves consequências se o governo interino não acatasse os pedidos internacionais pela volta do presidente deposto, Manuel Zelaya.
Os Estados Unidos já suspenderam US$ 16,5 milhões em ajuda militar e podem suspender outros US$ 200 milhões em empréstimos multilaterais.
Nesta terça-feira a União Europeia disse estar estudando “formas diferentes” de pressionar pelo diálogo entre as duas partes. No dia anterior, o bloco, que condenou a tomada de poder, anunciou o congelamento de mais de US$ 90 milhões em ajuda para Honduras.
Nenhum país reconheceu o governo interino de Honduras e tanto os Estados Unidos como a ONU e a OEA afirmaram reconhecer Zelaya como o presidente legítimo do país.
Volta?
Ocorreram protestos nesta terça-feira na capital de Honduras, Tegucigalpa, em favor de Zelaya.
Muitos países consideram Zelaya o líder legítimo de Honduras.
O presidente deposto, que se encontra na Nicarágua, disse que deve tentar voltar ao país já a partir desta quarta-feira, apesar de Micheletti ter dito que ele será preso se pisar em solo hondurenho.
Líderes do protesto que reuniu cerca de 200 pessoas nesta terça-feira disseram acreditar que Zelaya voltará ao país na sexta-feira.
Simpatizantes de Zelaya planejam uma greve geral para quinta-feira e sexta-feira.
Zelaya foi deposto e expulso de Honduras no último dia 28 de junho. Uma tentativa de retornar ao país no início de julho fracassou depois que as autoridades bloquearam a pista de pouso do aeroporto de Tegucigalpa.
A crise política eclodiu depois que Zelaya tentou fazer uma consulta pública para perguntar se os hondurenhos apoiavam suas medidas para mudar a Constituição.
A oposição era contra a proposta de Zelaya de acabar com o atual limite de apenas um mandato por presidente, o que poderia abrir caminho para uma reeleição do atual presidente deposto.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... s_rc.shtml
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Concordo, só q acho q é indispensável uma nova constituinte para revisar e modificar a Constituição hondurenha moldada pela "filosofia política" do Estado de Segurança Nacional das décadas de 60/70. Está mais do q evidente q ele perpetua o despotismo e corrupção nas FA's hondurenhas. No entanto, sejamos sensatos, não há santos nesse caso; tanto Zelaya poderia de fato implantar uma política "bolivariana chavista" no país quanto romperia com o statu quo q privilegia o mando das FA's na política, ou seja, de fato as FA's hondurenhas atuam independentes do poder civil e, pior q isso, são um poder paralelo e, muito pior q isso, a força política q realmente chancela a política em úiltima instância, ou seja, sem o apoio das FA's nada feito...delmar escreveu:O que deveria haver por parte da oposição de Honduras era uma união no sentido de lançar, nas próximas eleições, um candidato comprometido em transformar a sociedade hondurenha. Com a presença de observadores internacionais a eleição deverá ter mais transparência. Atenção, isto não significa eleger um representante do Chaves ou do PSOL. Significa não eleger um Sarney da vida por lá, que só vai pensar nos companheiros e na parentela.Nukualofa77 escreveu:É Delmar, pior é q também acho q esse será o desenrolar do processo...
saudações
Enfim, acho q as perspectivas não são nem um pouco otimistas para os hondurenhos: Zelaya não voltará ao poder, para o "bem" ou para o "mal", muito menos os militares deixaram de se intrometerem na política... Na real Honduras nunca passará de um pseudo-democracia enquanto os milicos tiverem ingerência na política do país... e para isso é preciso mudar a Constituição... sendo assim, imagine: um novo governo é eleito (se forem marcadas novas eleições) e propõe modificar a Carta Magna, e aí, o q acontecerá? se voltará ao ponto de partida novamente?...
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
http://www.washingtontimes.com/news/200 ... h-missing/
The video from a camera inside the Honduran central bank purports to show Enrique Flores Lanza, chief of staff to Honduran President Manuel Zelaya, withdrawing more than $2 million in cash days before the president was ousted in a coup.
The video from a camera inside the Honduran central bank purports to show Enrique Flores Lanza, chief of staff to Honduran President Manuel Zelaya, withdrawing more than $2 million in cash days before the president was ousted in a coup.
NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Esse vídeo, distribuído pelo NOVO governo, prova o q? aparece o cara puxando um carrinho com dois volumes em um corredor e? Se fosse a OEA ou outra organização independente auditando teria credibilidade, agora, esse governicho golpista usará todos os subterfúgios para se justificar...
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Bem, obedecer a constituição do país se enquandra em subterfúgio?
NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
A discussão sobre essa pseudo-constituição já foi feita. Minha opinião a respeito está no meu penúltimo post...
- Edu Lopes
- Sênior
- Mensagens: 4549
- Registrado em: Qui Abr 26, 2007 2:18 pm
- Localização: Brasil / Rio de Janeiro / RJ
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Honduras é a segunda Colômbia de Chávez
Demétrio Magnoli
Honduras, em si mesma, não tem importância econômica e perdeu uma efêmera relevância estratégica desde o encerramento da Revolução Sandinista, na Nicarágua, há duas décadas. Mas no pequeno país se joga a sorte do projeto de expansão da "revolução bolivariana" de Hugo Chávez.
No Parque Central de Tegucigalpa ergue-se a estátua equestre de Francisco Morazán, herói nacional hondurenho e líder da República da América Central, o Estado de inspiração bolivariana que unificou, entre 1823 e 1840, quase todo o istmo centro-americano. O Morazán histórico era um liberal e tinha nos EUA o modelo para sua República federalista. Contudo Eduardo Galeano e Gabriel García Márquez, artesãos de uma mitologia latino-americanista, incorporaram-no a um panteão lendário de personagens anti-imperialistas. Chávez, por sua vez, enxergou na Honduras de Manuel Zelaya a oportunidade para restaurar a República da América Central como uma das peças de seu almejado bloco antiamericano.
A República da América Central desmoronou sob os efeitos do conflito oligárquico entre liberais e conservadores. As duas correntes coagularam-se em Honduras como os Partidos Liberal (PLH) e Nacional (PNH), que configuraram um duopólio e governaram o país durante quase todo o século 20, numa dinâmica interrompida apenas por ciclos de regimes militares. O último desses ciclos se encerrou pela elaboração de uma Constituição que, expressando um consenso entre os dois partidos, estabilizou a democracia oligárquica hondurenha.
A Constituição de 1982 é um documento curioso. Vazada em linguagem democrática, ela assegura a hegemonia do duopólio partidário e a alternância de poder entre o PLH e o PNH. Para evitar a ascensão de um caudilho subordina a realização de consultas populares à aprovação de uma maioria de dois terços do Congresso. O ferrolho completa-se com os artigos 373, que só permite emendas constitucionais pelo voto de dois terços dos parlamentares, e 374, que define o mandato único presidencial de quatro anos como cláusula pétrea. Adicionalmente, o artigo 42 prevê a punição de perda de cidadania pelo crime de "incitar o continuísmo ou a reeleição" presidencial, o artigo 239 determina a "cessação" imediata das funções públicas de quem "proponha a reforma" da cláusula do mandato presidencial único e o artigo 272 consigna, entre as funções das Forças Armadas, a defesa da alternância na presidência. Zelaya, um integrante da elite do PLH, rico criador de gado e comerciante de madeira, elegeu-se em 2005 e sonhou elevar-se a caudilho. A sua pretensão envolveu Honduras no turbilhão da "revolução bolivariana".
Zelaya não se permitiria sonhar, não fosse o chavismo. Mas o candidato a caudilho alinhou Honduras à Aliança Bolivariana das Américas (Alba), o bloco geopolítico liderado por Chávez, incorporou o país à Petrocaribe, um sistema de fornecimento de petróleo a preços subsidiados pela estatal petrolífera venezuelana, e, quando perdia apoio popular, lançou-se à aventura de reformar a Constituição por meio de um referendo. Em Honduras o presidente é pouco mais que um funcionário administrativo da elite política liberal-conservadora. A deposição de Zelaya, por um golpe militar apoiado pelo Congresso e pela Corte Suprema, evidenciou a força do consenso oligárquico num país cuja legislação não prevê o instrumento do impeachment.
A condenação consensual do golpe esconde a divergência de fundo entre as condutas dos EUA e da Venezuela. A Carta Democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA), instituída como plataforma para a reinvenção da organização pan-americana no pós-guerra fria, determina a suspensão da participação de Estados que sofrem ruptura da ordem democrática. Em consonância com ela, Washington votou pela suspensão de Honduras. O gesto de coerência com os princípios da democracia inscreve-se na política de preservação da OEA como ponte entre os EUA e a América Latina e estabelece parâmetros a serem aplicados também nos casos de Cuba e, eventualmente, da própria Venezuela. Mas o governo Obama não cortou o tratado comercial bilateral com Honduras. Ele pressiona por um acordo entre Zelaya e o governo de facto que propicie a realização de eleições e afaste o intento continuísta.
Chávez precisa de um outro desfecho da crise: a reinstalação incondicional de Zelaya na presidência e uma ruptura política que o eleve à condição de caudilho. Antes do golpe, o venezuelano providenciou as cédulas para o referendo hondurenho, que havia sido declarado ilegal pela Corte Suprema. Depois, coordenou a tentativa frustrada de retorno de Zelaya, em avião cedido pela Venezuela. Agora, dirige indiretamente os confrontos entre os apoiadores do presidente deposto e as forças do governo de facto no território de Honduras. Diversos indícios sugerem que militantes chavistas ingressam em Honduras, através da Nicarágua de Daniel Ortega, um firme aliado do chavismo.
As iniciativas ousadas de Chávez no teatro hondurenho não refletem o avanço, mas o impasse da "revolução bolivariana" que se desenhou com o fracasso na Colômbia. Há pouco mais de um ano, o desfecho da crise dos reféns na selva colombiana destruiu o projeto chavista de alcançar o reconhecimento internacional das Farc como força beligerante. Hoje, por uma das proverbiais ironias da História, a recessão econômica global corta as rendas petrolíferas que possibilitaram a projeção regional da influência da Venezuela. Na América Central, Honduras tendia a abandonar a Alba após o final do mandato de Zelaya, reduzindo o bloco a uma Cuba que ruma sem leme para o desconhecido e à Nicarágua do governo impopular e autoritário de Ortega.
A "revolução bolivariana", como toda revolução, só tem as alternativas de se expandir ou de estagnar e morrer. Chávez não pode admitir uma segunda Colômbia. Por isso precisa cobrir o cavalo de Morazán com a bandeira da Alba.
Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP. E-mail: demetrio.magnoli@terra.com.br
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6981,0.php
Demétrio Magnoli
Honduras, em si mesma, não tem importância econômica e perdeu uma efêmera relevância estratégica desde o encerramento da Revolução Sandinista, na Nicarágua, há duas décadas. Mas no pequeno país se joga a sorte do projeto de expansão da "revolução bolivariana" de Hugo Chávez.
No Parque Central de Tegucigalpa ergue-se a estátua equestre de Francisco Morazán, herói nacional hondurenho e líder da República da América Central, o Estado de inspiração bolivariana que unificou, entre 1823 e 1840, quase todo o istmo centro-americano. O Morazán histórico era um liberal e tinha nos EUA o modelo para sua República federalista. Contudo Eduardo Galeano e Gabriel García Márquez, artesãos de uma mitologia latino-americanista, incorporaram-no a um panteão lendário de personagens anti-imperialistas. Chávez, por sua vez, enxergou na Honduras de Manuel Zelaya a oportunidade para restaurar a República da América Central como uma das peças de seu almejado bloco antiamericano.
A República da América Central desmoronou sob os efeitos do conflito oligárquico entre liberais e conservadores. As duas correntes coagularam-se em Honduras como os Partidos Liberal (PLH) e Nacional (PNH), que configuraram um duopólio e governaram o país durante quase todo o século 20, numa dinâmica interrompida apenas por ciclos de regimes militares. O último desses ciclos se encerrou pela elaboração de uma Constituição que, expressando um consenso entre os dois partidos, estabilizou a democracia oligárquica hondurenha.
A Constituição de 1982 é um documento curioso. Vazada em linguagem democrática, ela assegura a hegemonia do duopólio partidário e a alternância de poder entre o PLH e o PNH. Para evitar a ascensão de um caudilho subordina a realização de consultas populares à aprovação de uma maioria de dois terços do Congresso. O ferrolho completa-se com os artigos 373, que só permite emendas constitucionais pelo voto de dois terços dos parlamentares, e 374, que define o mandato único presidencial de quatro anos como cláusula pétrea. Adicionalmente, o artigo 42 prevê a punição de perda de cidadania pelo crime de "incitar o continuísmo ou a reeleição" presidencial, o artigo 239 determina a "cessação" imediata das funções públicas de quem "proponha a reforma" da cláusula do mandato presidencial único e o artigo 272 consigna, entre as funções das Forças Armadas, a defesa da alternância na presidência. Zelaya, um integrante da elite do PLH, rico criador de gado e comerciante de madeira, elegeu-se em 2005 e sonhou elevar-se a caudilho. A sua pretensão envolveu Honduras no turbilhão da "revolução bolivariana".
Zelaya não se permitiria sonhar, não fosse o chavismo. Mas o candidato a caudilho alinhou Honduras à Aliança Bolivariana das Américas (Alba), o bloco geopolítico liderado por Chávez, incorporou o país à Petrocaribe, um sistema de fornecimento de petróleo a preços subsidiados pela estatal petrolífera venezuelana, e, quando perdia apoio popular, lançou-se à aventura de reformar a Constituição por meio de um referendo. Em Honduras o presidente é pouco mais que um funcionário administrativo da elite política liberal-conservadora. A deposição de Zelaya, por um golpe militar apoiado pelo Congresso e pela Corte Suprema, evidenciou a força do consenso oligárquico num país cuja legislação não prevê o instrumento do impeachment.
A condenação consensual do golpe esconde a divergência de fundo entre as condutas dos EUA e da Venezuela. A Carta Democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA), instituída como plataforma para a reinvenção da organização pan-americana no pós-guerra fria, determina a suspensão da participação de Estados que sofrem ruptura da ordem democrática. Em consonância com ela, Washington votou pela suspensão de Honduras. O gesto de coerência com os princípios da democracia inscreve-se na política de preservação da OEA como ponte entre os EUA e a América Latina e estabelece parâmetros a serem aplicados também nos casos de Cuba e, eventualmente, da própria Venezuela. Mas o governo Obama não cortou o tratado comercial bilateral com Honduras. Ele pressiona por um acordo entre Zelaya e o governo de facto que propicie a realização de eleições e afaste o intento continuísta.
Chávez precisa de um outro desfecho da crise: a reinstalação incondicional de Zelaya na presidência e uma ruptura política que o eleve à condição de caudilho. Antes do golpe, o venezuelano providenciou as cédulas para o referendo hondurenho, que havia sido declarado ilegal pela Corte Suprema. Depois, coordenou a tentativa frustrada de retorno de Zelaya, em avião cedido pela Venezuela. Agora, dirige indiretamente os confrontos entre os apoiadores do presidente deposto e as forças do governo de facto no território de Honduras. Diversos indícios sugerem que militantes chavistas ingressam em Honduras, através da Nicarágua de Daniel Ortega, um firme aliado do chavismo.
As iniciativas ousadas de Chávez no teatro hondurenho não refletem o avanço, mas o impasse da "revolução bolivariana" que se desenhou com o fracasso na Colômbia. Há pouco mais de um ano, o desfecho da crise dos reféns na selva colombiana destruiu o projeto chavista de alcançar o reconhecimento internacional das Farc como força beligerante. Hoje, por uma das proverbiais ironias da História, a recessão econômica global corta as rendas petrolíferas que possibilitaram a projeção regional da influência da Venezuela. Na América Central, Honduras tendia a abandonar a Alba após o final do mandato de Zelaya, reduzindo o bloco a uma Cuba que ruma sem leme para o desconhecido e à Nicarágua do governo impopular e autoritário de Ortega.
A "revolução bolivariana", como toda revolução, só tem as alternativas de se expandir ou de estagnar e morrer. Chávez não pode admitir uma segunda Colômbia. Por isso precisa cobrir o cavalo de Morazán com a bandeira da Alba.
Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP. E-mail: demetrio.magnoli@terra.com.br
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6981,0.php
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Dois pesos e duas medidas. Críticos do intervencionismo americano, russo, chinês ou europeu acham bonita essa intervenção de Chavez em Honduras. A casa está caindo aos poucos, com o casal K na Argentina. O zacarias da Bolívia sumiu, e o do Equador também.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
-
- Sênior
- Mensagens: 1375
- Registrado em: Sáb Abr 01, 2006 9:41 pm
- Localização: Brasília-DF.
- Agradeceram: 76 vezes
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
Desista, meu caro. Já fiz até o be-a-bá do ocorrido e das leis. O pessoal lê, entende e finge que não viu nada. A diversão é ver as acrobacias mentais que fazem para fugir dos fatos.Vitor escreveu:Bem, obedecer a constituição do país se enquandra em subterfúgio?
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55171
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceram: 2406 vezes
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
deve ser o único país do mundo que tem golpe de estado inscrito na constituição
Triste sina ter nascido português
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61292
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceram: 6578 vezes
- Contato:
Re: Presidente de Honduras é derrubado por golpe militar
A "revolução bolivariana", como toda revolução, só tem as alternativas de se expandir ou de estagnar e morrer. Chávez não pode admitir uma segunda Colômbia. Por isso precisa cobrir o cavalo de Morazán com a bandeira da Alba.
A casa está caindo aos poucos, com o casal K na Argentina. O zacarias da Bolívia sumiu, e o do Equador também.
É isso o que interessa: está desabando a casinha lá deles...heheheheheheheh
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)