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Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 8:43 am
por Penguin
OESP, 07/11/2011

EUA e Europa pressionam governo de Israel contra ataque-surpresa ao Irã

ONU debate esta semana relatório com detalhes inéditos sobre planos iranianos

Denise Chrispim Marin

Os EUA e países europeus pressionam Israel a desistir de qualquer plano de ataque a instalações nucleares do Irã. Diante de novas evidências sobre a natureza militar do programa iraniano, que serão divulgadas pela ONU esta semana, potências ocidentais insistiram ontem na adoção de sanções mais duras contra Teerã como alternativa a um ataque - cujas consequências seriam "irreparáveis" e "desestabilizadoras" no Oriente Médio.

Na semana passada, a imprensa israelense divulgou que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu está tentando persuadir seu gabinete a lançar um ataque-surpresa contra o Irã. Vozes de dentro do governo de Israel, incluindo o alto escalão do Exército e da inteligência, seriam contra a ofensiva.

Em meio ao crescimento do temor de uma ação israelense, a França alertou ontem para o risco de uma guerra. "Podemos ainda fortalecer as sanções para pressionar o Irã. Vamos continuar nesse caminho, pois uma intervenção pode criar uma situação totalmente desestabilizadora", afirmou ontem o chanceler de Paris, Alain Juppé. "Temos de fazer de tudo para evitar o irreparável", completou.

Essa linha de ação havia sido defendida pelos presidentes Nicolas Sarkozy, da França, e Barack Obama, dos EUA, no dia 3, em Cannes. No encontro bilateral, os dois concordaram com o aumento da pressão sobre o Irã.

A possibilidade de Israel atacar o Irã tem sido classificada oficialmente pela Casa Branca como "especulação". Mas, nos bastidores, há alto grau de preocupação. Uma autoridade de "alto escalão" de Washington disse à CNN em condição de anonimato que há uma "absoluta preocupação" em relação às intenções de Israel.

Segundo o jornal israelense Haaretz, o secretário de defesa dos EUA, Leon Panetta, visitou Israel em outubro com o objetivo de conseguir um compromisso de Netanyahu de não atacar o Irã sem o aval dos EUA. Panetta alertou o premiê e o ministro da defesa de Israel, Ehud Barak, que Washington "não quer surpresas". Mas Netanyahu e Barak foram evasivos com Panetta e não prometeram pedir a bênção dos EUA antes de uma eventual ação contra Teerã.

Em recente entrevista à rede de televisão CNN, Barak afirmou haver preferência no governo israelense pela solução diplomática. Mas, completou ele, nenhuma opção está excluída.

O presidente de Israel, Shimon Peres, afirmou na sexta-feira acreditar na possibilidade de seu país empregar a força militar contra o Irã. "Os serviços de inteligência de vários países estão olhando o relógio e alertando seus líderes sobre o fato de não restar muito tempo."

Nações Unidas

Esta semana, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deverá apresentar um relatório sobre o programa nuclear iraniano, no qual concluirá que existem crescentes indícios de que Teerã está de fato em busca da bomba. O documento deve trazer um grau de detalhamento inédito sobre o programa iraniano.

A agência internacional teria obtido imagens por satélite de um contêiner de aço em Parchin, na periferia de Teerã, onde ocorreriam testes atômicos longe da supervisão dos inspetores. Potências ocidentais esperam usar o novo documento da ONU para conseguir aprovar mais sanções contra Teerã no Conselho de Segurança.

No sábado, o chanceler do Irã, Ali Akbar Salehi, afirmou ser "desprovida de fundamento e de autenticidade" a vinculação entre os testes de mísseis e o programa nuclear do país.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 8:55 am
por Sávio Ricardo
Oque apenas uma desconfiança da existencia ou não do artefato não faz, heim?

EUA e Europa postergarem ou até mesmo recusarem uma guerra...

Poderosas Nukes...será que vamos aprender algo com isso?

:twisted:

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 8:57 am
por suntsé
Sávio Ricardo escreveu:Oque apenas uma desconfiança da existencia ou não do artefato não faz, heim?

EUA e Europa postergarem ou até mesmo recusarem uma guerra...

Poderosas Nukes...será que vamos aprender algo com isso?

:twisted:

Não! :lol:

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 9:04 am
por Sávio Ricardo
suntsé escreveu:
Sávio Ricardo escreveu:Oque apenas uma desconfiança da existencia ou não do artefato não faz, heim?

EUA e Europa postergarem ou até mesmo recusarem uma guerra...

Poderosas Nukes...será que vamos aprender algo com isso?

:twisted:

Não! :lol:
:cry: :cry: :cry:

Tanta sinceridade as vezes nos machuca.

:roll:
:twisted:

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 10:27 am
por jumentodonordeste
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

Foda a sabedoria de Suntsé.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 11:25 am
por FOXTROT
terra.com.br

Irã rejeita possíveis acusações da AIEA e ameaça de ataque militar
07 de novembro de 2011


Teerã, 7 Nov 2011 (AFP) -Teerã rebateu de maneira antecipada as possíveis acusações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) por seu programa nuclear e prometeu represálias contra Israel e Estados Unidos no caso de ataque militar contra seu território.
A hipótese de um ataque de Israel contra as instalações nucleares do Irã ganhou força nos últimos dias, alimentada por vazamentos para a imprensa sobre um debate que divide o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Nesta segunda-feira o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad declarou que Estados Unidos e Israel desejam atacar o Irã para combater a crescente influência da República Islâmica e advertiu contra qualquer agressão ao país, em uma entrevista ao jornal egípcio Al-Akhbar.

"O Irã aumentou suas capacidades e continua progredindo, e por esta razão é capaz de rivalizar com o mundo. Agora Israel e o Ocidente, em especial os Estados Unidos, temem as capacidades e o papel do Irã", disse Ahmadinejad.

"Buscam apoio internacional para suprimir a influência (do Irã). Os arrogantes devem saber que o Irã não permitirá esta agressão", completou.

O presidente israelense, Shimon Peres, considerado um "moderado" ao contrário do "falcão" Netanyahu, afirmou no domingo que "a possibilidade de um ataque militar contra o Irã parece mais próxima que a opção diplomática".

A Rússia advertiu nesta segunda-feira a Israel que um ataque contra o Irã seria um "erro muito grave" capaz de provocar mais conflitos e causar vítimas civis.

"Seria um erro muito grave com consequências imprevisíveis", disse o chanceler russo Serguei Lavrov.

"Não pode existir nenhuma solução militar para o problema nuclear iraniano, como não pode existir para nenhum outro problema do mundo contemporâneo", completou Lavrov.

A AIEA publicará na terça-feira um relatório sobre o programa nuclear iraniano.

Segundo fontes diplomáticas ocidentais, a AIEA deve publicar informações que respaldam as suspeitas sobre o caráter militar do programa nuclear iraniano, apesar dos desmentidos do governo de Teerã, que admite apenas objetivos civis.

Um importante religioso conservador iraniano, o aiatolá Ahmad Khatami, pediu nesta segunda-feira ao diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano, que não atue como um instrumento dos Estados Unidos contra o Irã.

"Se Amano atuar como um instrumento sem vontade nas mãos dos Estados Unidos, publicando mentiras e apresentando-as como documentos, a AIEA perderá a escassa reputação que resta", declarou Khatami em um discurso por ocasião do Aid (Festa do Sacrifício).

Khatami também fez um alerta a Estados Unidos e Israel sobre uma eventual ação militar contra o Irã.

"A época da superpotência americana terminou. O Irã é um país poderoso e, ante qualquer conspiração, responderá da mesma forma para que isto sirva de lição aos outros países", completou o religioso.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 11:54 am
por rodrigo
EUA e Europa pressionam governo de Israel contra ataque-surpresa ao Irã
Esse vai ser o ataque surpresa mais anunciado da história. Resta saber quem vai cansar primeiro, os israelenses na busca de uma forma inovadora que penetre nas defesas iranianas ou por quanto tempo o alerta total pode ser mantido pelo Irã.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 5:01 pm
por rodrigo
Russia: Israeli military strike on Iran would be a grave mistake

Sergei Lavrov says an attack would have unpredictable consequences; Russia is closest thing Iran has to a big power ally.

Russia's foreign minister warned on Monday that any military strike against Iran would be a grave mistake with unpredictable consequences.

Russia, the closest thing Iran has to a big power ally, is deeply opposed to any military action against the Islamic Republic, though Moscow has supported United Nations Security Council sanctions against Iran over its nuclear program.

The UN nuclear watchdog, the IAEA, is expected this week to issue its most detailed report yet on research in Iran seen as geared to developing atomic bombs. But the Security Council is not expected impose stiffer sanctions as a result.

Israeli media have been rife with speculation that Prime Minister Benjamin Netanyahu is working to secure cabinet consensus for an attack on Iranian nuclear installations.

"This would be a very serious mistake fraught with unpredictable consequences," Foreign Minister Sergei Lavrov said when asked about reports that Israel planned a military strike against Iran.

Lavrov said there could be no military resolution to the Iranian nuclear problem and said the conflicts in Iran's neighbors, Iraq and Afghanistan, had led to human suffering and high numbers of casualties.

A raid on Iran's nuclear facilities would be likely to provoke Tehran into hugely disruptive retaliatory measures in the Gulf that would sever shipping routes and disrupt the flow of oil and gas to export markets, political analysts believe.

Iran is already under four rounds of United Nations sanctions due to concerns about its nuclear program, which it says is entirely peaceful.

Washington is pushing for tighter measures after discovering what it says was an Iranian plot to kill the Saudi ambassador to the United States.

Russia has tried to push Tehran to disclose more details about its nuclear work to ease international concerns.

Senior Russian security officials accept that the West has legitimate concerns about the nuclear program though Moscow says there is no clear evidence that Iran is trying to make a nuclear bomb.

Any military strike against Iran would be likely to sour ties between the West and Russia, whose leader, Vladimir Putin, is almost certain to win a presidential election in March.

"There is no military solution to the Iranian nuclear problem as there is no military solution to any other problem in the modern world," said Lavrov, who has served as foreign minister since 2004.

"This is confirmed to us every day when we see how the problems of the conflicts around Iran are being resolved -- whether Iraq or Afghanistan or what is happening in other countries in the region. Military intervention only leads to many times more deaths and human suffering."

Lavrov added that talks between Britain, China, France, Russia, the United States, Germany and Iran should be resumed as soon as possible.

http://www.haaretz.com/news/diplomacy-d ... e-1.394209

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 6:51 pm
por FOXTROT
terra.com.br

Irã teve assessoria estrangeira no programa nuclear--diplomatas
07 de novembro de 2011


Um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve expressar a preocupação de que o Irã teria se beneficiado de assessoria estrangeira no desenvolvimento de tecnologias que podem ser usadas na produção de armas nucleares, disseram autoridades ocidentais na segunda-feira.
Teerã "está claramente tentando contatar cientistas nucleares mundo afora", disse um diplomata ocidental que trabalha na AIEA, em Viena, sugerindo que Teerã estaria abordando indivíduos, e não governos.

Outras fontes ocidentais fizeram relatos semelhantes, mas não está claro até que ponto houve ajuda estrangeira ao programa nuclear iraniano.

O jornal The Washington Post noticiou a assistência de especialistas internacionais ao Irã, incluindo a de um ex-cientista militar soviético, para superar obstáculos técnicos que impediam o país de dominar passos importantes da fabricação de armas atômicas.

O diplomata radicado em Viena disse que a preocupação com o envolvimento de técnicos estrangeiros deve estar refletida num importante relatório a ser divulgado nesta semana pela AIEA.

Mas o documento, que deve salientar as suspeitas envolvendo as ambições nucleares iranianas, provavelmente não citará os nomes dos especialistas envolvidos, acrescentou o diplomata.

O Irã nega as acusações de que estaria desenvolvendo secretamente um arsenal nuclear, e insiste que o objetivo do seu programa atômico é apenas gerar eletricidade com fins civis.

Mas Teerã no passado já escondeu atividades estratégicas da AIEA, e atualmente continua fazendo restrições às inspeções internacionais e recusando-se a abandonar atividades que possam ter finalidade nuclear. Por iniciativa dos EUA e de seus aliados, a ONU já impôs quatro rodadas de sanções a Teerã.

Analistas e diplomatas dizem que as potências ocidentais podem usar o relatório como argumento por mais sanções.

Em um relatório de maio, a AIEA já havia citado várias áreas de possível preocupação envolvendo dimensões nucleares do programa nuclear iraniano, incluindo experiências relevantes para o desenvolvimento de armas.

O texto não apresentou detalhes na época, mas o Post disse que essas experiências envolveram um cientista que havia sido ligado ao regime soviético e que foi abordado em meados da década de 1990 por Teerã para auxiliar no desenvolvimento e nos testes de um pacote de explosivos, que acabou sendo incorporado ao projeto iraniano de ogivas.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 7:34 pm
por epnetos300
Rússia alerta contra ação militar no Irã
segunda-feira, 7 de novembro de 2011 19:08 BRST
Por Reuters, reuters.com


Por Thomas Grove e Gleb Bryanski

MOSCOU/SÃO PETERSBURGO, Rússia (Reuters) - A Rússia e o Irã alertaram na segunda-feira o Ocidente a não empreender uma ação militar contra a República Islâmica, dizendo que um ataque contra o programa nuclear iraniano resultaria em vítimas civis e criaria novas ameaças à segurança global.

As declarações feitas separadamente pelos chanceleres Sergei Lavrov e Ali Akbar Salehi coincidem com especulações sobre um possível ataque israelense a instalações nucleares iranianas, às vésperas da divulgação de um novo relatório da ONU a respeito de possíveis aspectos militares do programa atômico do país.

Questionado numa entrevista coletiva em Moscou, Lavrov disse que um ataque israelense "seria um erro seríssimo, repleto de imprevisíveis consequências".

Em São Petersburgo, Salehi disse que o Irã "condena qualquer ameaça de ataque militar contra Estados independentes". Salehi foi à Rússia para uma reunião da Organização da Cooperação de Xangai, grupo regional dominado por Moscou e Pequim, e onde Teerã tem status de observador.

Também a Alemanha se manifestou contra a hipótese de uma ação militar contra o Irã. Para o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, isso poderia dar mais força política à República Islâmica, ao invés de debilitá-la.

"Alerto contra aventar a ideia de opções militares", disse Westerwelle ao jornal Hamburger Abendblatt. "Esses são debates (...) que fortalecem a liderança iraniana, ao invés de enfraquecê-la."

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) deve divulgar nesta semana um relatório que possivelmente acusará Teerã de tentar desenvolver a tecnologia necessária para a produção de armas nucleares.

A Rússia e a China já aceitaram, de forma relutante, quatro rodadas de sanções da ONU contra o programa nuclear iraniano, mas deixam claro que dificilmente admitiriam novas medidas.

Moscou propõe uma abordagem gradual para a suspensão das sanções, em troca de o Irã esclarecer as preocupações sobre seu programa atômico, que o país diz ser exclusivamente pacífico.

"Não há solução militar para o problema nuclear iraniano, como não há solução militar para nenhum outro problema no mundo moderno", disse Lavrov.

"Isso se confirma para nós a cada dia, quando vemos como os problemas dos conflitos em torno do Irã estão sendo resolvidos - seja no Iraque ou no Afeganistão, ou o que está acontecendo em outros países da região. A intervenção militar só leva a muitas vezes mais mortes e sofrimento humano."

Refletindo as preocupações na região, uma fonte do governo do Kuweit disse que esse país árabe não permitirá que seu território seja usado para o lançamento de ataques contra qualquer nação dos arredores. Em 2003, o Kuweit serviu de base para a invasão norte-americana no Iraque.

Horas depois das declarações de Lavrov, Salehi disse que "a experiência pregressa mostra que ações militares propositais e unilaterais por parte de certos países têm levado a instabilidade, ao assassinato de inocentes e ao surgimento de novas ameaças ao mundo."

A imprensa israelense tem especulado que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria buscando um consenso dentro do seu gabinete para atacar instalações nucleares do Irã.

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 8:13 pm
por DELTA22
07/11/2011 - 19h37 | Efe | Teerã
Irã pede que AIEA reveja publicação de informações falsas sobre programa nuclear
Aiatolá Khatami alertou sobre a gravidade de se divulgar documentos inventados sobre o país

O Irã pediu nesta segunda-feira (07/11) ao diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Yukiya Amato, que não perca seu prestígio com a publicação de documentos falsos elaborados pelos Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano, informou a Agência oficial Irna.

Em discurso no campus da Universidade de Teerã, por causa da festa muçulmana do sacrifício do cordeiro, o aiatolá Ahmad Khatami alertou Amato sobre a "gravidade" de divulgar "documentos inventados" contra o Irã.

Neste domingo (06), o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, culpou a AIEA por inventar acusações contra o Irã no relatório sobre seu programa nuclear que deve ser apresentado nesta terça-feira (08) e que, segundo afirmou, "não tem autenticidade e credibilidade técnica".

O relatório vai incluir novas revelações sobre possíveis atividades militares relacionadas às armas nucleares do Irã, conforme informaram fontes diplomáticas ocidentais em Viena.

As advertências do Irã surgiram em um momento em que os Governos dos EUA e de Israel ameaçaram atacar as instalações nucleares do país pela suposta intenção de fabricar bombas atômicas.

O Irã negou categoricamente que seu programa nuclear, que recebeu diversas sanções da ONU, além dos EUA e da União Europeia, tenha fins militares e afirmou que qualquer ataque de americanos e israelenses teria uma "resposta arrasadora".

Membro da Assembleia de Analistas Religiosos do Irã e um dos clérigos ultraconservadores mais radicais e perigosos do regime muçulmano xiita do país, Khatami citou a "Primavera Árabe" e a queda de vários ditadores nos últimos meses, o que define como um ano difícil para os EUA.

"Este ano foi o mais difícil para o inexperiente presidente Barack Obama e também para a história dos EUA, por causa da queda de suas cegas marionetes", declarou Khatami em referência à queda dos regimes ditatoriais de Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, Hosni Mubarak, no Egito, e Muammar Kadafi, na Líbia.

Para o aiatolá, os conflitos árabes, chamados por ele de "despertar islâmico", foram "inspirados na Revolução Islâmica do Irã de seu país", o que considera "natural que os EUA tentem criar um ambiente contra seu país e que utilizem, para isso, organizações internacionais", como a AIEA.

O Irã está submetido a quatro pacotes de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) devido ao seu programa nuclear, suspeito de ter fins militares, de acordo com os EUA e outros países, No entanto, o regime de Teerã afirma que seu projeto inclui objetivos civis.

Os EUA e a UE também aprovaram sanções a pessoas e empresas iranianas que supostamente estariam envolvidas com o programa nuclear do país e acusadas de violações aos Direitos Humanos.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/n ... lear.shtml

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 8:33 pm
por Clermont
ME SEGURA!

Por Uri Avnery - 7.11.11.

Todo mundo conhece a cena da escola: um menino pequeno discute com um menino maior. "Me segura," ele grita para os camaradas, "antes que eu quebre a cara dele!"

Nosso governo parece se comportar deste modo. Todo dia, através de todos os canais, ele grita que está partindo, a qualquer instante, para quebrar a cara do Irã.

O Irã está para produzir uma bomba nuclear. Não podemos permitir isto. Portanto, vamos bombardeá-los até virarem destroços.

Benjamin Netanyahu diz em cada um de seus incontáveis discursos, incluindo seu discurso de abertura na sessão de inverno do Knesset. O mesmo para Ehud Barak. Todo comentarista que se dê ao respeito (alguém já viu um que não se dê ao respeito?) escreve sobre isso. A mídia amplifica o som e a fúria.

O Haaretz ilustrou sua imagem da frente com fotos dos sete mais importantes ministros (os "Sete da Segurança") mostrando três deles a favor do ataque, quatro contra.

Um provérbio alemão diz, "Revoluções que são anunciadas de antemão, não ocorrem". O mesmo vale para guerras.

Assuntos nucleares são sujeitos a censura militar muito rígida. Muito, muito rígida em verdade.

Mesmo assim, o censor parece estar sorrindo benignamente. Deixem os meninos, incluíndo o primeiro-ministro e o ministro da defesa (o chefe do censor) brincarem com seus joguinhos.

O respeitado antigo chefe de longa data do Mossad, Meir Dagan, publicamente preveniu contra o ataque, descrevendo-o como "a mais estúpida idéia" que ele jamais ouviu. Ele explicou que considerava seu dever prevenir contra ele, em vista dos planos de Netanyahu e Barak.

Na quarta-feira, houve um crível dilúvio de vazamentos. Israel testou um míssil que pode lançar uma bomba nuclear a mais de 4.800 Km, além de você sabe onde. E nossa força aérea acabou de completar exercícios na Sardenha, numa distância maior do que você sabe onde. E na quinta-feira, o Comando da Frente Metropolitana manteve exercícios de treinamentos por toda a Grande Tel Aviv, com sirenes soando por toda parte. Tudo isto parece indicar que todo este "oba-oba" é um complô. Talvez para assuster e deter os iranianos. Talvez para empurrar os americanos para ações mais extremas. Talvez em coordenação com os americanos de antemão. (Fontes britânicas, também, vazaram que a Marinha Real está treinando para apoiar um ataque americano ao Irã.)

É uma velha tática israelense agir como se estivesse ficando doido ("O patrão ficou doido" é um grito de rotina em nossas feiras, para sugerir que o vendedor de frutas está vendendo com prejuízo) Não vamos mais dar ouvidos aos Estados Unidos. Vamos, apenas, bombardear, bombardear e bombardear.

Bem, vamos ser sérios por um momento.

Israel não atacará o Irã. Ponto.

Alguns podem pensar que eu estou rumando para o limbo. Não deveria eu, pelo menos, adicionar "provavelmente" ou "quase certamente"?

Não, não vou. Eu repito categoricamente: Israel NÃO atacará o Irã.

Desde a aventura de Suez em 1956, quando o presidente Dwight D. Eisenhower lançou um ultimato que parou sua ação, Israel nunca empreendeu qualquer operação militar significativa sem obter o consentimento americano de antemão.

Os Estados Unidos são o único apoiador confiável de Israel no mundo (ao lado, talvez, de Fiji, Micronésia, as Ilhas Marshall e Palau). Destruir este relacionamento significa cortar nossa linha vital. Para fazer isto, você tem de estar mais do que, apenas um pouco doido. Você tem de ser um louco desvairado.

E mais ainda, Israel não pode travar uma guerra sem ilimitado apoio americano, porque nossos aviões e nossas bombas vêm dos Estados Unidos. Durante uma guerra, precisamos de suprimentos, partes sobressalentes, muitos tipos de equipamento. Durante a Guerra do Yom Kippur, Henry Kissinger tinha um "trem aéreo" nos suprindo na hora certa. E esta guerra provavelmente parecerá um piquenique em comparação com uma guerra contra o Irã.

Vamos dar uma olhada no mapa.

Imagem

Isto, à propósito, sempre é recomendado antes de dar início a qualquer guerra.

A primeira característica que salta aos olhos é a estreiteza do Estreito de Hormuz, por onde, um em cada três barris dos suprimentos petrolíferos transportados pelo mar, flui. Quase toda a produção da Arábia Saudita, os Estados do Golfo, Iraque e Irã tem de passar por esta estreita linha.

"Estreito" é uma subestimação. A inteira largura desta via aquática é de cerca de 30 Km. Esta é quase a distância de Gaza até Beer Sheva, que foi atravessada, semana passada pelos primitivos foguetes da Jihad Islâmica.

Quando o primeiro avião israelense entrar no espaço aéreo iraniano, o estreito será fechado. A marinha iraniana está cheia de barcos lança-mísseis, mas eles não serão necessários. Mísseis baseados em terra serão o bastante.

O mundo já está cambaleando à beira de um abismo. A pequena Grécia está ameaçando cair e levar consigo grandes pedaços da economia mundial com ela. A eliminação de quase um quinto do suprimento de petróleo das indústrias nacionais levará a uma catástrofe difícil até de imaginar.

A abrir o estreito pela força exigirá uma grande operação militar (incluindo "colocar coturnos no terreno") que empalidecerá todas os infortúnios americanos no Iraque e Afeganistão. Poderão os Estados Unidos se permitirem isto? Poderá a OTAN? Israel, por si mesmo, não está na mesma liga.

Mas Israel estará muito envolvido na ação, ainda que apenas na ponta receptora.

Numa rara exibição de unidade, todos os chefes de serviços de Israel, incluindo os cabeças do Mossad e Shin Bet, estão publicamente opondo-se a idéia toda. Podemos apenas adivinhar por quê.

Eu não sei, sequer, se a operação é possível de todo. O Irã é um país muito grande, quase do tamanho do Alaska, e as instalações nucleares estão amplamente dispersas e em grande medida, subterrâneas. Mesmo com as bombas especiais de penetração profunda fornecidas pelos Estados Unidos, a operação poderá somente atrasar os esforços iranianos - tais como eles são - apenas por uns poucos meses. O preço pode ser alto demais para resultados tão magros.

E mais, é quase certo que no início de uma guerra, mísseis choverão sobre Israel - não só do Irã, mas também do Hezbollah e talves do Hamas. Não temos defesas adequadas para nossas cidades. A quantidade de morte e destruição será proibitiva.

Repentinamente, a mídia está cheia de histórias sobre nossos três submarinos, logo passando para cinco ou até mesmo seis, se os alemães forem compreensivos e generosos. É abertamente dito que estes nos darão as capacidades de um "segundo ataque" nuclear, se o Irã usar suas (ainda não-existentes) ogivas nucleares contra nós. Mas os iranianos podem também usar armas químicas e outras armas de destruição em massa.

E há o preço político. Há um monte de tensões no mundo islâmico. O Irã está longe de ser popular em muitas partes dele. Mas um assalto israelense contra um grande país muçulmano instantaneamente uniria sunitas e xiitas, do Egito e Turquia até o Paquistã e além. Israel poderia tornar-se uma aldeia numa selva em chamas.

Porém a conversa sobre guerra serve a muitos propósitos, incluindo os da política doméstica.

No último domingo, o movimento de protesto social irrompeu de novo. Após uma pausa de dois meses, uma massa de pessoas reuniu-se na Praça Rabin em Tel Aviv. Isto foi notável, porque neste mesmo dia, foguetes estavam chovendo em vilas próximas a Faixa de Gaza. Até agora, numa tal situação, manifestações sempre eram canceladas. Os problemas de segurança passam por cima de tudo o mais. Não desta vez.

Também, muitas pessoas acreditavan que a euforia do festival de Gilad Shalit tinha varrido o protesto da mente do público. Não varreu.

À propósito, algo notável aconteceu: a mídia, após alinhar-se com o movimento de protesto por meses, teve uma mudança de ânimo. Repentinamente, toda ela, incluindo o Haaretz, está metendo a faca nas suas costas. Como se por ordens, todos os jornais escreveram no dia seguinte que "mais de vinte mil" tomaram parte. Bem, eu estava lá e eu tenho alguma noção destas coisas. Haviam, pelo menos 100 mil pessoas lá, a maioria delas jovens. Eu mal podia mover-me.

O protesto não se consumiu por si mesmo, como garante a mídia. Longe disto. Mas qual método melhor para afastar as mentes das pessoas da justiça social do que falar sobre "perigo existencial"?

E mais, as reformas exigidas pelos manifestantes precisarão de dinheiro. Em vista da crise financeira mundial, o governo vigorosamente objeta a aumentar o orçamento público, por temor de prejudicar nosso índice de crédito.

Portanto, de onde poderia sair o dinheiro? Há apenas três fontes plausíveis: os assentamentos (quem se atreveria?), os ortodoxos (idem!) e o enorme orçamento militar.

Mas, à beira da mais crucial guerra em nossa história, quem tocaria nas forças armadas? Nós precisamos de cada shekel para comprar mais aviões, mais bombas, mais submarinos. Escolas e hospitais - ora essa! - tem de esperar.

Assim, Deus abençoe Mahmoud Ahmadinejad. Onde iríamos parar se não fosse ele?

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 8:51 pm
por Brasileiro
Em síntese:

O grande problema de Israel atacar o Irã é que, automaticamente, irá empurrar os EUA (e a OTAN) a mais um novo, desta vez inevitavelmente, grande conflito, dada a geopolítica do Golgo Pérsico.
Justamente num momento em que estes mesmos governos pretendem fechar a torneira dos gastos para evitar o pior.

As consequências sobre as políticas do resto do mundo islâmico em relação a Israel são imprevisíveis. Fica também relativizado o apoio americano a Israel, já que este poderá começar a ser visto como um 'culpado' pelo novo atoleiro econômico e militar.



abraços]

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 11:26 pm
por Brasileiro
Outro detalhe:

De Israel até o Irã é preciso primeiro passar sobre o território Sírio ou Jordaniano.

Como a missão é longa, provavelmente os caças israelenses terão de voar alto (+10.000 metros) e acompanhados por reabastecedores, por isso a não mais do que 900 km/h.

Para ter essa 'passagem', é preciso ou a aprovação/negligência desses países, ou então terá de enfrentá-los.

A Jordânia é bem capaz de ser comprada e sua força aérea fica quietinha. Mas a Síria está doida para encontrar um inimigo externo para justificar suas atrocidades e unir o seu povo.
Ambas forças aéreas são páreo leve para a aviação israelense. Mas a oposição delas torna completamente inviável a ida até o Irã, já que a velocidade reduzida a chance de combater, reabastecer, prosseguir, atacar o Irã e voltar é igual a zero. A não ser, claro, que sejam comprados.


abraços]

Re: Irã tem como se defender de Israel?

Enviado: Seg Nov 07, 2011 11:39 pm
por Bolovo
Calma que a Síria vai cair. Daí dá pra passear de avião por lá.