UM MBT NACIONAL

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: UM MBT NACIONAL

#2686 Mensagem por knigh7 » Dom Jul 31, 2022 12:40 pm

FCarvalho escreveu: Dom Jul 31, 2022 12:30 pm
knigh7 escreveu: Dom Jul 31, 2022 12:24 pm Não é o ideal, mas as nossas necessidades de blindados são relativamente grandes para o nosso orçamento. E acredito que não dê para diminuir o total.
Nas minhas continhas de padaria, são em torno de 432 CC considerando os RCC,RCB, AMAN, ESA, EscLogEB e CIBld.
Pode até parecer muito, e de fato é, se levarmos em consideração apenas e tão somente a vizinhança.
Mas como eu costumo dizer, nós não estamos sós no mundo.
Mas aí tem os IFVs e unidades de apoio (morteiro, ambulância, antiaérea, comunicações, comando, lança´pontes, etc . A conta vai chegar próxima a mil. E não podemos diminuir. 2 Brigadas Blindadas é o mínimo. As 4 Brigadas de Cavalaria Mecanizadas não deveriam ser reduzidas pois além de participarem no TO precisamos de ter algumas para a proteção do resto do território nacional e precisamos que componham a reserva.

Obs: os active protection system (APS) podem ser caros. Mas como bem escreveu o Nicholas Drummond, estão se mostrando no conflito na Ucrânia que são essenciais. Um Exército adversário pode não ter ATGM em grande quantidade, mas pode receber mais de estoques de algum aliado.




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gabriel219
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Re: UM MBT NACIONAL

#2687 Mensagem por gabriel219 » Dom Jul 31, 2022 3:03 pm

@knigh7, colocar simplesmente um canhão num IFV e achar que ele faça papel de MBT não vale nem a tentativa do custo.

Por enormes motivos, não é barato. APS não salva tudo, contra APFSDS de grande calibre, o máximo que fará é reduzir em 50% sua capacidade de penetraçâo. Com 10%, qualquer APFSDS que nem precisa ser moderno já é capaz de arregaçar um Sabrah da vida.

Vamos ter o paradoxo que pagar "barato" num IFV travesti para ele ser abatido por um SK-105 ou TAM da vida que dispare um APFSDS.

Os Venezuelanos utilizam 3BM42 Mango e já querem modificar os tubos para adquirir 3BM60. Não há APS no mundo que faça um IFV qualquer resistir a isso.

Ainda há questões de mobilidade, logística, entre outros.

Há razões claras pra ninguém no mundo optar por IFV com canhão achando que é um MBT.

Se não tem grana pra pagar USD 11 mi num K2 no preço oferecido a Polônia, que pague USD 3 milhões num M1A1 com motor MTU 883.




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knigh7
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Re: UM MBT NACIONAL

#2688 Mensagem por knigh7 » Dom Jul 31, 2022 4:29 pm

O canhão RUAG CTG 120mm/50L com pressão de disparo de até 7.400 Bar...
(do datasheet da Ruag sobre o canhão)

Imagem


já está integrado ao CV90. O Marcos Caffe, representante da BAE no Brasil, no simpósio promovido pelo EB explicou que isso foi possível porque os CV90 mais modernos vêm com suspensão ativa.

O fabricante do canhão 120mm/L45 do Centauro II cita que tem a mesma pressão dos canhões de 120mm dos MBTs modernos. Aquela pressão de 8.200 bar de fato eu fiquei em dúvida e questionei, não obstante tivesse em 3 fontes diferentes. E permaneço cético. O problema foi que vc rebateu com uma pressão baixa com base no seu achismo. Não sei se a torre com o canhão do Centauro II já está integrada num chassis de um IFV. Mas como ele dispara num veículo de 30 toneladas, não será difícil num outro IFV adaptado moderno que talvez já tenha também suspensão ativa.

No tocante a proteção, o ASCOD 2 e o CV90, este desde a penúltima versão, suporta disparos em volta do carro de munições de até 30 mm x 173 APFSDS-T (ambos IFVs oferecem proteção cinética STANAG 4569 nível 6):
Imagem

Do ASCOD2 (há várias fontes):
https://www.armyrecognition.com/united_ ... _data.html

Tornar a parte frontal especialmente a torre mais resistente para um CC baseado neles não deve ser problema.

Por falar em suspensão ativa em IFV, ela beneficiou bastante no desempenho do CV90. O Caffe citou alguns benefícios lá.




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gabriel219
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Re: UM MBT NACIONAL

#2689 Mensagem por gabriel219 » Dom Jul 31, 2022 10:23 pm

A Rheinmetal acabou de desenvolver a nova versão do L/55 para poder suportar uma pressão de 710 MPa, ou seja, 7100 Bars, então a RUAG já tinha um canhão que dispara a 720 MPa e ninguém quis adotar este em carros de combate, não te parece estranho, @knigh7?

Esse canhão da RUAG existe a décadas e munições 120 mm que ultrapassam a barreira dos 620 MPa foram surgir anos depois do surgimento desse canhão, como a SHARD, K279A1/DM73, M829A4, entre outras, que operam entre 672-710 MPa. Isso tudo motivou o EUA a desenvolver o canhão M256A1, os Sul Coreanos o CN08, que agora os Alemães estão indo de L/55A1 com o que compartilharam aos Sul Coreanos. Também posso citar o MG253, que foi desenvolvido com um sistema de recuo superior e foi selecionado pelos Turcos para o Sabra e já existia o canhão da RUAG nessa época.

Então vamos tentar recaptular:

Todos agora - "agora" leia-se 2015-2025 - para desenvolver canhões capazes de performar 710 MPa e disparar munições novas, porém a RUAG já tem um a anos que supostamente opera em 720 MPa, desenvolvido numa época em que no máximo operavam munições até 580 MPa, porém ninguém quis adotar esse canhão em seus carros de combate, mas sim desenvolver novos para propelir munições mais potentes no mesmo calibre. Isso não te parece estranho?

Esse canhão foi desenvolvido na década de 90, junto com o CN120-26 do Leclerc e o canhão L/55 ainda iria estrear, junto com a DM53A1, até a M829A3 nem existia naquela época.

STANAG nível 6 é insuficiente para a missão de um carro de combate. O que adiantaria disparar uma boa munição se não suporta disparo de outro carro de combate?




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Re: UM MBT NACIONAL

#2690 Mensagem por knigh7 » Dom Jul 31, 2022 10:46 pm

gabriel219 escreveu: Dom Jul 31, 2022 10:23 pm A Rheinmetal acabou de desenvolver a nova versão do L/55 para poder suportar uma pressão de 710 MPa, ou seja, 7100 Bars, então a RUAG já tinha um canhão que dispara a 720 MPa e ninguém quis adotar este em carros de combate, não te parece estranho, @knigh7?

Esse canhão da RUAG existe a décadas e munições 120 mm que ultrapassam a barreira dos 620 MPa foram surgir anos depois do surgimento desse canhão, como a SHARD, K279A1/DM73, M829A4, entre outras, que operam entre 672-710 MPa. Isso tudo motivou o EUA a desenvolver o canhão M256A1, os Sul Coreanos o CN08, que agora os Alemães estão indo de L/55A1 com o que compartilharam aos Sul Coreanos. Também posso citar o MG253, que foi desenvolvido com um sistema de recuo superior e foi selecionado pelos Turcos para o Sabra e já existia o canhão da RUAG nessa época.

Então vamos tentar recaptular:

Todos agora - "agora" leia-se 2015-2025 - para desenvolver canhões capazes de performar 710 MPa e disparar munições novas, porém a RUAG já tem um a anos que supostamente opera em 720 MPa, desenvolvido numa época em que no máximo operavam munições até 650 MPa, como a OFL 120F2 e a DM63, porém ninguém quis adotar esse canhão em seus carros de combate, mas sim desenvolver novos para propelir munições mais potentes no mesmo calibre. Isso não te parece estranho?
A RUAG é uma empresa que tem tradição na área, está divulgando por escrito e se alguém quiser refutá-la vai precisar do canhão. De resto não passa de achismo.
gabriel219 escreveu: Dom Jul 31, 2022 10:23 pm STANAG nível 6 é insuficiente para a missão de um carro de combate. O que adiantaria disparar uma boa munição se não suporta disparo de outro carro de combate?
Em especial a parte frontal do chassis do CV90120 há espaço para acrescentar blindagem. E em volta de toda a torre. No chassiS do ASCOD 2 também. Mas quanto à torre HITFACT II 120/L45 não sei dizer. Mas vou pesquisar.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2691 Mensagem por gabriel219 » Dom Jul 31, 2022 11:15 pm

@knigh7 e a RUAG tem que provar com um vídeo de que seu canhão é capaz de operar sob estresse a 720 MPa. Se ninguém comprou esse canhão ao invés de passar anos desenvolvendo outros - o CN08 levou quase uma década - é de no mínimo estranhar.

Quanto a blindagem, um IFV é desenhado para ser uma caixa, pois um dos itens principais é o espaço interno para os sistemas embarcados e a infantaria embarcada, algo que um MBT dispensa. Não existe no mundo blindagem modular desenhada pra IFV capaz de resistir a disparo de um MBT, inclusive 105 mm.

Existia uma especulação do Puma resistir a APFSDS de um MBT antiquado na parte frontal, porém se provou falsa anos depois.

Mesmo que desenvolva uma blindagem capaz de fazer isso, terá que remodelar totalmente um IFV para que a blindagem não cause problemas na transmissão e suspensão da viatura, que obviamente estaria desequilibrada com um peso extra que não deveria estar ali.

Ai vem a questão: e o custo disso? Sim exatamente e essa é a razão para Sabrahs, Griffins, Sprud-SDM1, Type 15 e Kaplan-MT serem usados em missões específicas, sejam para equipar Brigadas de Infantaria que possui capacidade de ser aerotransportada (Griffin e Sprud-SDM1), operar em montanhas ou operações anfíbias (Type 15) ou mesmo operar entre as ilhas ou rápidos contra-ataques em operações anfíbias do inimigo, além de transporte rápido entre ilhas (Kaplan-MT e Sabrah). Todos foram desenhados pra missões específicas e são muito bons nisso, porém nenhuma delas é operar como um MBT e nem enfrentar outros MBT, no máximo o Sabrah, porém fica a dúvida se é possível infiltrar MBTs nas ilhas das Filipinas, somente o Type 15 e olhe lá, o Type 15, Sprud e Griffin ainda são ao menos MGS/SPG desenhados para a função, diferente do Sabrah que é a adaptação.

Aqui não somos ilhas e não pretendermos ter VDV ou coisa do tipo. Poder de fogo alto com mobilidade estratégica pode ficar muito bem com as Bda Cav Mec e seus futuros Centauro II, o terreno não é nem um pouco favorável para justificar a troca de carros de combate por IFV pesadamente blindados, com uma pressão sob o solo muito maior do que um MBT e que ainda continuará insuficiente em blindagem para canhões que hoje existem aqui, como o de um TAM.

Mesmo que um IFV desse tipo custe USD 5 milhões, por esse custo conseguimos dois M1A1-SA, se colocar um pouco mais dá pra colocar MTU-883 e APS.

Um sistema APS custa entre USD 1.6-4 milhões, dependendo do modelo. Um Trophy chegou a ser listado por USD 1.8 mi e um Iron Fist - que considero superior ao Trophy - por USD 2 mi.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2692 Mensagem por gabriel219 » Seg Ago 01, 2022 12:24 pm

Voltando ao caso "IFV com canhão para nossos vizinhos bastam", não, não bastam. Se considerar as munições disparadas de acordo com os últimos dados, aqui temos a Venezuela havia adquirido um grande lote de projéteis 3BM42 Mango, que é o suficiente pra arrebentar qualquer IFV mais foda do planeta e, segundo algumas informações, os Venezuelanos estavam procurando atualizações para o T-72B1, inclusive sua peça para operar munições melhores. A Argentina tem o TAM que dispara M735A1, Isso por se só já arrebenta o Sabrah duas vezes e estavam tentando produzir munições 105 mm mais modernas e atualizar os canhões FMK, vi fontes citarem que os Argentinos estavam operando uma versão da M426, porém não acho isso provável, além dos SK-105, que operam munição diferente, exportada da Hirtenberger. Também existe a Bolívia e pelo que pude pesquisar, os SK-105 ainda estão até que em condições boas de operação, também armados com munições da Hirtenberger, especialmente a MLE 57. O Brasil faz parte dos poucos países da AL que não operam APFSDS nos seus MBTs, devido a uma escolha tola pelos 1A5 surrados e não 2A4 bem menos surrados.

Os demais países, fica questionável quanto a questões operacionais de seus "CCs", especialmente o T-55, porém isso será até quando? Com a AL cada vez mais avermelhada, é provável que nos próximos anos veremos uma corrida atrás de estoques Russos e talvez até Chineses tentem se aventurar aqui. O Peru recusou uma oferta baixíssima por T-72B e VT-4 a um tempo atrás, sonhando com T-90S, porém será que vai ser assim nos próximos anos? Uruguai? Bolívia? Chile, por motivos óbvios, não conta nesse caso, nem a Colômbia e os demais países que não fazemos fronteira. A Guiana pode surpreender, devido a ameaça da Venezuela e ter um potencial de ter o maior PIB per capita da AL devido as reservas de petróleo descobertas e que, inclusive, a Petrobrás deve participar.

Os Potenciais carros de combate que penso que podem aparecer aqui nas próximas décadas:

:arrow: VT-4: é um MBT que custa aproximadamente USD 2-4 milhões - chegou a ser oferecido pra Tailândia por menos de USD 1 milhão, então os Chineses podem muito bem oferecer o VT-4 a preço de fábrica afim de explorar obras de infraestrutura na AL - e é bem acessível a vários países por aqui. Apesar de ser um MBT um tanto quanto questionável quanto a sua mobilidade, já que o motor parece ser uma merda, é uma ameaça colossal a um IFV querendo ser MBT devido ao seu canhão disparando a 125-IIM ou a BTA4, além do sistema de controle de fogo moderno, é o suficiente para arrebentar uns três IFVs. Não se se o VT-4 pode disparar a DTC-125/125-III, que é a munição dos Type 96B e Type 99A, que é uma versão Chinesa da 3BM60;

:arrow: T-72BX: deverá ser mais comum na AL, na minha opinião. Além da Venezuela estar operando e pretender moderniza-lo, já foi oferecido ao Peru e dizem também ter sido para o Uruguai. O T-72B3, modelo antigo, custa cerca de USD 1.8 milhão e os Russos possui quase uma dezena de milhar em estoque, então tem muito MBT para ofertar no mercado externo, modernizado. O T-72B3 pode disparar 3BM60, que já é um certo perigo para MBTs modernos, quem dirá um IFV travestido;

:arrow: T-62M: sim, ele mesmo! Os Russos possuem milhares de T-62 na reserva, estimado ser agora cerca de 3 mil. É um MBT bem antiquado, mas decente para ser operado na AL, especialmente a última versão modelo 2019, que conta com sistema de controle de fogo com mira térmica de 2ª geração e uma reforma no canhão, disparando munição 3BM-21M , que é o penetrador da munição Lekalo transferida para 115 mm. Ainda existem outros estoques, como os do Egito, que operam munição de origem inglesa, a BD/36-2. A Mecar oferece a M1150, que utiliza o mesmo penetrador da munição 105 mm deles para 115 mm. Não sei o custo dessa versão, mas deve ser ridiculamente baixo, algo que o Uruguai poderia operar.

Esses são os mais prováveis, porém com menções honrosas a M60 modernizado, T-55 também modernizado - especialmente os Egípcios - ou sobra de material Europeu, já que muita coisa nova está sendo adquirida por aquelas bandas. Outra probabilidade são SPGs, como ZTL-11, M1128 e assim por diante, especialmente em substituição dos vários EE-9. A Colômbia já desistiu de modernizar os EE-9 e é provável que tentem buscar os M1128, já que possuem um bom nível de "comunalidade" com os seus LAVs, apesar disso não ser uma ameaça direta a nós. A janela em que devem haver trocas de MBTs na AL deverá ser entre 2025-2035 e nesses anos já teremos escolhido nosso MBT e provavelmente já estaremos operando o mesmo.

Também tem aquela questão de "NCW, nós veríamos primeiro, então não precisa se preocupar com blindagem contra APFSDS" e isso é falso, a guerra da Ucrânia está ai para comprovar, especialmente aquele vídeo de um T-64BV contra um T-72B3 Russo. Os Russos tinham um drone e localizaram o T-64BV, porém este ainda conseguiu realizar três disparos contra o T-72, acertando um ou dois disparos, porém a blindagem do T-72 resistiu - dá pra notar uma explosão em um dos acertos, o que provavelmente foi a Relitk ou a Kontakt-5, já que não se sabe se era B3 ou B3M - e o mesmo conseguiu contra-atacar o T-64BV, deixando-o imobilizado. Nesse caso, os Russos viram primeiro, porém quem disparou primeiro foi o Ucraniano. Se isso ocorre com um Sabrah, já era, o primeiro acerto e o carro, no mínimo, será incapaz de operar, o segundo acerto fará ele explodir, isso com munições ultrapassadas, como a M735A1, primeira geração de APFSDS Americano para canhões 105 mm.

Como eu disse no outro post, se a ideia é gastar USD 4-5 milhões num Sabrah, melhor ir atrás de adquirir M1A1SA, com o que sobrar em relação ao Sabrah, trocar o motor para o MTU 883 e adquirir APS financiado com os Israelenses. Se querem NOS PAGAR para vender Guarani com Remax pra Argentina, quem dirá fornecer APS para o M1A1. Aliás, o motor e a transmissão utilizado no Merkava MkIV, fabricado sob licença pela L3 em parceria com a GD, são os mesmos oferecidos para o "Diesel Powered Abrams", GD883 que é o MTU 883 e a RENK RK 325. Sem a AGT-1500, o Abrams tem uma manutenção a um custo similar a outros MBTs Ocidentais. O M1A1SA está na margem de erro para operar em pontes classe 60 e se excluir a blindagem de DU dele, que é o que realmente pesa nesse blindado, trocando por um conjunto de ERA + APS, ele consegue ficar abaixo das 60 toneladas e ainda terá uma blindagem o suficiente para enfrentar MBTs atuais e futuros, diferente de um Sabrah.

É o ideal? Não, prefiro que o EB realize um esforço igual a Polônia fez de tentar financiar a compra de um K2 e seus derivados, além de um IFV da própria Coréia do Sul, a ponto de ficar "mastigável" em termos orçamentários, mas Sabrah não é nem de perto uma solução boa.

Todos esses fatores precisam ser levados em consideração, já que o substituto do Leopard 1A5BR - e os demais, claro - irá operar aqui por, no mínimo, 50 anos! Pensar no que precisamos de MBT olhando a vizinhança como está HOJE é um erro grosseiro e mesmo assim considerando o que os vizinhos tem hoje já é o suficiente para arrebentar um Sabrah com canhão, APS e tudo mais dentro dele, por um motivo muito simples: ele não é um MBT e nem foi desenhado pra ser um.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2693 Mensagem por knigh7 » Seg Ago 01, 2022 1:35 pm

gabriel219 escreveu: Dom Jul 31, 2022 11:15 pm @knigh7 e a RUAG tem que provar com um vídeo de que seu canhão é capaz de operar sob estresse a 720 MPa. Se ninguém comprou esse canhão ao invés de passar anos desenvolvendo outros - o CN08 levou quase uma década - é de no mínimo estranhar.

E quando os outros fabricantes provam em vídeo a pressão máxima do canhão? Mas vi que vc aceita os outros. Vc está com birra com a hipótese de um CC partindo de um IFV.
(Fui quotar mas acabou clicando no "thanks")




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Re: UM MBT NACIONAL

#2694 Mensagem por gabriel219 » Seg Ago 01, 2022 2:43 pm

knigh7 escreveu: Seg Ago 01, 2022 1:35 pm E quando os outros fabricantes provam em vídeo a pressão máxima do canhão? Mas vi que vc aceita os outros. Vc está com birra com a hipótese de um CC partindo de um IFV.
(Fui quotar mas acabou clicando no "thanks")
Vários outros mostram alguém colocando uma DM63, K279A1 e outros projéteis de altíssima pressão, é o que mais se tem, aliás o CN-08 tem isso, com a Hyundai provando que o canhão e o sistema de carregamento é capaz de operar a DM53, algo que é indisponível em outros sistemas de carregamento automático . Mas a "birra" com CC partindo de IFV não é o canhão, é a blindagem, custo e mobilidade, esses são os principais problemas quanto a esse conceito para servir como um MBT. Esse tipo de viatura para uma tropa aerotransportada - não necessariamente aerolançada, como é o caso do Sprud - ou para uma tropa anfíbia, em minha opinião, é muito superior a um MBT, eu gosto muito desse conceito para o CFN. Se tivéssemos mais grana, um blindado desse tipo para Brigada de Montanha, Pantanal e Selva seria muito interessante, especialmente quanto a combates em áreas mais urbanas ou em regiões do Pantanal fronteiriças a Bolívia, a lagarta seria superior ao Centauro II, por exemplo, porém para operar como um MBT.

O que me faz ter a prática certeza de que esse canhão da RUAG não opera em 720 MPa são dois motivos, sendo um deles já exposto acima, o que basicamente se resume a um canhão operando 280 MPas acima de outros canhões da mesma época (década de 1990) sem que houvesse munição com esse tipo de pressão existente e nem se quer haviam requisitos pra isso na época, o que a OTAN possuía arrebentava qualquer coisa Soviética na época com facilidade. O segundo é um pouco mais técnico, a própria estrutura do canhão.

Uma coisa que aprendi bem em relação a canhões de alta pressão de baixo recuo é que o sistema de absorvição de recuo diminui a capacidade de pressão que pode ser operada na câmara interna e essa conclusão foi bem trabalhada, por exemplo, no XM360.

Esse canhão foi desenvolvido no conceito do MCS, para operar num veículo entre 20-35 toneladas e a ideia do MCS hoje foi exportada para o MPF. Esse canhão possuía um sistema de mitigação de recuo bem elaborado e que permitia ele ter desempenho o suficiente para disparar uma M829A3 semelhante ao primeiro M256 do Abrams. De acordo com as simulações iniciais, as pressões seriam constantes, como é no M256, porém não foi exatamente isso, já que havia uma overpressure a partir de algo entre o quinto ao sétimo disparo da munição, além da própria dissipação dentro do sistema de recuo.

A partir daí, a ideia inicial do EUA de desenvolver um canhão único novo, passou a ser desenvolver um canhão para viaturas leves e um para viaturas pesadas, que este último, no caso, seria o XM360E1, que removia esse sistema de recuo, reforçando a câmara e o sistema de reparo para se ater a operar de forma constante e sem que haja risco de overpressure. Aliás, esse é o canhão a ser especulado no que está sendo chamado de "XM2 Abrams". O XM360E1 possui basicamente a mesma peça do XM360, inclusive com o Muzzlebrake, que teve um desempenho muito bom.

Aliás no EUA é muito comum você não ver sendo utilizado o termo MPa mas sim SMP, que significa "Safe Maximum Pressure". Na época dos testes do M256 para operação do que era até então a M829E3, tiveram que elevar em testes o SMP em 7590 Bars, algumas vezes chegando até 1060 MPa para testar, apesar da munição final, a M829A3, ter uma pressão bem inferior a isso, é um conceito que eles possuem para testes via SMP que daria um texto extremamente longo e nem tudo é liberado em público. O SMP do M256 de operação chegou a 155 KSi, o que dá pra lá de 1062 MPa "nominal", considerando o conceito de SMP, porém sabemos que não é esse o MPa em termos de pressão citado e divulgado pela fabricante da peça.

Eles chegam a esses valores aumentando o propelente da munição, utilizando o penetrador e ver até aonde vai, mas não é número que possa se relacionar com número de operação. Algumas fontes citam entre 600-640 MPa a cada disparo de uma M829A3, considerando a pressão oficial da M829A2 de 565 MPa e a comparação de desempenho entre ambas, inclusive tamanho do penetrador, tipo de propelente e entre outros. Não existe número oficial para operação do M256A1 e nem do M829A3, talvez nos próximos anos com a total substituição pela M829A4.

E isso é extremamente importante para o futuro, devido a novas munições contra novas ameaças.

Porém, mais uma vez, o problema de IFVs com canhão como MBTs não é o canhão, esse canhão da RUAG manda boa parte dos MBTs existentes pro saco, especialmente os de segunda geração e talvez alguns de terceira geração, ainda mais os da AL, que basicamente são maioria de segunda geração, mas o problema específico é quanto a blindagem, mobilidade e manutenção. Não existe blindagem de IFV que bata de frente com um MBT e o desenvolvimento de algo desse tipo seria extremamente caro, além de trazer problemas enormes para a sua mobilidade, já que não é uma viatura desenhada pra operar com 50 toneladas - o próprio Puma, que é o IFV mais pesado atualmente, podendo chegar ao peso de um 1A5, tem problemas de operação nas 40-43 toneladas, raramente operando nesse peso, imagine adicionar mais 10-7 toneladas e imagine isso pra um ASCOD, que tem peso máximo de operação em 30 toneladas - e ai vai a manutenção com sua transmissão, motor e especialmente a suspensão. Se manter nas 30-35 toneladas, vai ser macetado por MBT de segunda e terceira geração e, dependendo de qual seja, até por MBT de primeira geração.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2695 Mensagem por FCarvalho » Seg Ago 01, 2022 3:49 pm

knigh7 escreveu: Dom Jul 31, 2022 12:40 pm
FCarvalho escreveu: Dom Jul 31, 2022 12:30 pm Nas minhas continhas de padaria, são em torno de 432 CC considerando os RCC,RCB, AMAN, ESA, EscLogEB e CIBld.
Pode até parecer muito, e de fato é, se levarmos em consideração apenas e tão somente a vizinhança.
Mas como eu costumo dizer, nós não estamos sós no mundo.
Mas aí tem os IFVs e unidades de apoio (morteiro, ambulância, antiaérea, comunicações, comando, lança´pontes, etc . A conta vai chegar próxima a mil. E não podemos diminuir. 2 Brigadas Blindadas é o mínimo. As 4 Brigadas de Cavalaria Mecanizadas não deveriam ser reduzidas pois além de participarem no TO precisamos de ter algumas para a proteção do resto do território nacional e precisamos que componham a reserva.
Obs: os active protection system (APS) podem ser caros. Mas como bem escreveu o Nicholas Drummond, estão se mostrando no conflito na Ucrânia que são essenciais. Um Exército adversário pode não ter ATGM em grande quantidade, mas pode receber mais de estoques de algum aliado.
Diminuir eu creio ser muito difícil, já que dessas 432 unidades, quase uma centena estaria voltada apenas para uso das escolas de formação e do CIBld. Ou seja, operacional mesmo seriam apenas pouco mais de três centenas de veículos.

E sim, o problema nosso não é nem a quantidade de CC mas a de VBE que também são necessários comprar junto com a nova VBC CC e de preferência usando o mesmo conjunto motriz e chassi. Considerando, como eu disse no outro post, unidades de inf\cav blda e artilharia, são pouco mais de 850 veículos bldos, e isto porque eu fiz uma conta de muito boa vontade olhando o que os manuais dizem, coisa que o EB não obedece, neste aspecto, os números que compra.

De qualquer forma, isto de termos quase mil unidades de veículos bldos novos para comprar é ao mesmo tempo um problema e uma dádiva, se for usado corretamente na hora de negociar a sua aquisição. Mas este não é exatamente um negócio fácil de resolver. Seria talvez se dependesse somente do EB, e mais ninguém. Mas existem muitos dedos, até demais, sobre esta decisão.

A ver.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2696 Mensagem por knigh7 » Ter Ago 02, 2022 12:36 am

Revendo o 2º dia de apresentação do representante da BAE no Brasil (o Caffe) no CSTM 2021 apresentou o CV90120 com canhão Rheinmetall 120mm/L47, e não com o RUAG CTG:

A primeira menção do canhão é aos 6 min. Depois volta ao chassis do CV90 e outras versões, retornando ao CV90120 posteriormente.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2697 Mensagem por gabriel219 » Ter Ago 02, 2022 1:25 am

knigh7 escreveu: Ter Ago 02, 2022 12:36 am Revendo o 2º dia de apresentação do representante da BAE no Brasil (o Caffe) no CSTM 2021 apresentou o CV90120 com canhão Rheinmetall 120mm/L47, e não com o RUAG CTG:

A primeira menção do canhão é aos 6 min. Depois volta ao chassis do CV90 e outras versões, retornando ao CV90120 posteriormente.
Só falta agora ter blindagem e aguentar rodar 12 horas sem ter que parar na oficina devido ao excesso de peso.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2698 Mensagem por FCarvalho » Seg Ago 08, 2022 7:09 pm

https://caiafamaster.com.br/wp-content/uploads/2022/07/B325e05h.jpg

KF 51 PANTHER X T-14 ARMATA: UMA COMPARAÇÃO INEVITÁVEL
O veículo alemão faz amplo emprego de telas digitais de fácil operação, fusão de dados, conectividade de alta velocidade e nuvem de combate (network) para a operação e integração de drones e suas informações e/ou guiamento e controle de munições suicidas.

https://caiafamaster.com.br/kf-51-panth ... nevitavel/

Na torcida para quem sabe um dia ver um desses por aqui mostrando in loco do que ele realmente é capaz em terras tupiniquins.

O CIBld que se prepare. :mrgreen: :twisted:




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Re: UM MBT NACIONAL

#2699 Mensagem por FCarvalho » Seg Set 05, 2022 1:17 pm





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Re: UM MBT NACIONAL

#2700 Mensagem por FCarvalho » Seg Set 05, 2022 1:22 pm

Blindados na invasão da Ucrânia – Onde estão as maravilhas tecnológicas “MADE IN RUSSIA”?
Por Redação Tecnologia & Defesa -mar 1, 2022

https://tecnodefesa.com.br/blindados-na ... in-russia/




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