GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
rafafoz
Avançado
Avançado
Mensagens: 414
Registrado em: Ter Nov 04, 2008 1:09 pm
Localização: Brasil
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 4 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2686 Mensagem por rafafoz » Dom Set 05, 2010 2:34 pm

Antes devemos obter tecnologia, depois que pudermos produzir pelo menos caças, navios, mísseis, submarinos, etc. aqui. Ai poderemos pensar mais a frente.

Para ver como são as coisas, antes era contra a Bomba, hoje já tenho outra opinião...




“melhor seria viver sozinho, mas isso não é possível: precisamos do poder de todos para proteger o de cada um e dos outros” (Francis Wolff)
Avatar do usuário
Junker
Sênior
Sênior
Mensagens: 1214
Registrado em: Sex Jan 19, 2007 3:47 pm

Re: GEOPOLÍTICA

#2687 Mensagem por Junker » Dom Set 05, 2010 9:07 pm

Interessantíssimo depoimento:
Gaúcho que conheceu Saddam fala sobre Oriente Médio (1)
3 de setembro de 2010

O que Tutikian diz sobre figuras históricas do Oriente Médio:

Imagem

Xá Reza Pahlevi (1919-1980), soberano do Irã
“Eu achava ele encantador, um homem muito culto, educado na Suíça. A princesa Ashraf, irmã gêmea dele e eminência parda da monarquia, negociou com Stalin a desocupação do Irã pelos soviéticos. Ela estava refugiada em Roma, atravessou a fronteira e foi negociar com Stalin em Moscou. Voltou com um casaco de vison que Stalin deu para ela. Eu acompanhei a princesa quando ela esteve no Brasil, em agosto de 1979.”

Imagem

Aiatolás Ali Khamenei e Ali Rafsanjani, líderes da República Islâmica do Irã
“O aiatolá Khamenei é assistido pelo imã oculto (entidade mística do Islã xiita). O imã oculto é equivalente ao nosso Divino Espírito Santo. É difícil dar uma palavra quando a pessoa decide tudo com a presença do imã oculto. Se o imã oculto diz que não é, não é. O Papa é assistido em questões de fé pelo Divino Espírito Santo. E aí não cabe discussão, é dogma. É por isso que o Papa é infalível. O aiatolá também é infalível, mas também sobre assuntos terrenos.”

Saddam Hussein (1937-2006), ditador do Iraque
“O grande inimigo do Irã teocrático era Saddam Hussein. Ele era laico, ainda que nos últimos tempos tenha acrescentado a inscrição ‘Deus é grande’ à bandeira republicana. Também pregava a unidade árabe e sunita contra a própria maioria xiita iraquiana. Os Estados Unidos acabaram com Saddam.”

Rei Hussein (1935-1999), da Jordânia
“Excelente, ocidentalizado, com uma grande compreensão dos problemas entre cultura islâmica e cristã. Desempenhou um papel muito importante na questão palestina. Ele descendia do profeta Maomé. O tio dele é o legítimo dono do trono do Iraque, caso algum dia se queira restaurar a monarquia. Ele nos colocou em contato com Iasser Arafat para que nos ajudasse a negociar a libertação de brasileiros retidos no Iraque em setembro de 1990, depois da invasão do Kuweit por Saddam Hussein. Fui a Amã com Paulo Tarso (Paulo Tarso Flecha de Lima, então embaixador em Londres). A Jordânia fazia a ponte com o Iraque. Tanto que mudamos nossa embaixada durante a guerra (a primeira Guerra do Golfo, em 1991) de Bagdá para Amã.”

Iasser Arafat (1929-2004), líder da OLP e presidente da Autoridade Palestina
“Não era arrogante, mas parecia ansioso.”

Gaúcho que conheceu Saddam fala sobre Oriente Médio (2)
4 de setembro de 2010

Imagem

Leia a seguir trechos de entrevista do embaixador aposentado Sergio Tutikian sobre as relações entre o Brasil e o Iraque nos anos 1970 e 1980:

“Foi a Petrobras que descobriu petróleo no campo iraquiano de Majun, na fronteira com o Irã. Isso nos deu uma ajuda muito grande, porque era a época em que não tínhamos divisas e não produzíamos petróleo. Para compensar a Petrobras pela retirada dessa zona, que foi atacada pelo Irã durante a guerra Irã-Iraque, o Iraque baixou o preço do petróleo para nós. Em vez de pagar cerca de US$ 18, pagávamos US$ 13 pelo barril. Houve uma negociação, que acompanhei como ministro conselheiro em Bagdá, e o resultado foi muito favorável para nós. Chegamos a importar nesse momento 700 mil barris por dia. Consumíamos 1 milhão de barris. O Iraque respondeu por 70% do consumo do Brasil na época. Não foi a guerra que provocou a saída da Petrobras, mas a quantidade de petróleo era tal que o governo iraquiano achou que devia tomar conta. Por isso, os iraquianos retiraram a concessão e compensaram pagando. O Brasil dependia do Iraque em termos de petróleo. Em função da guerra, o abastecimento de petróleo iraquiano entrou em colapso, e só não entramos em colapso também porque a Arábia Saudita, o Kuweit e os emirados do Golfo Pérsico assumiram o fornecimento aos compradores do Iraque. A Arábia Saudita e os outros Estados do Golfo queriam que Irã e Iraque se arrebentassem. Os sauditas são capazes de aumentar, de um dia para o outro, a produção de petróleo de 3 milhões de barris por dia para 10 milhões. São o único país capaz de fazer isso. Isso provocou um desespero, Figueiredo (presidente João Figueiredo) ficou de cabelo em pé. Geisel e Figueiredo foram muito pragmáticos, se engajaram ao lado do Iraque, forneceram armas.”

“Vendemos 150 mil Passats aos iraquianos. Foram pagos com petróleo através de caminhões cisternas. Os Passats eram vendidos à Alemanha. Isso evitou desemprego em São Paulo, as fábricas estavam na iminência de despedir todo mundo, era uma coisa horrível. Os carros brasileiros não estavam aptos a serem exportados. Collor (o presidente Fernando Collor) tinha razão, não tinham resistência. Não era questão de preço, e sim de qualidade. São países (os do Golfo Pérsico) que exigem ar-condicionado 24 horas por dia. Os carros não tinham motor suficiente para isso. A potência exigida para aquelas temperaturas da região teve de ser adaptada. Se você for comprar um carro velho, vão te dizer: ‘Esse é Passat Iraque’. Eram carros melhores, feitos para exportar para aquela zona.”

“O Brasil não tem interesse estratégico no Iraque hoje, embora supostamente tenha contratos pendentes. Funcionou em Genebra um comitê da ONU para obrigar o Iraque a pagar reparações de guerra referentes à Guerra Irã-Iraque e à primeira Guerra do Golfo. O Brasil tinha a receber. Indenizaram até um simples funcionário do Ministério das Relações Exteriores em quase US$ 1 milhão por ter perdido móveis e outros bens na invasão do Kuweit. Quem reclama hoje é a empreiteira Mendes Júnior, que estava no Iraque desde 1978, 1979 construindo estradas de ferro. Ela se diz muito prejudicada. O Iraque demonstrou por A mais B que não devia nada.”
http://wp.clicrbs.com.br/culturazh/2010 ... 3,1,1,,,13




Avatar do usuário
Francoorp
Sênior
Sênior
Mensagens: 3429
Registrado em: Seg Ago 24, 2009 9:06 am
Localização: Goiania-GO-Brasil, Voltei!!
Contato:

Re: GEOPOLÍTICA

#2688 Mensagem por Francoorp » Dom Set 05, 2010 11:28 pm

Parece que cansaram de fazer somente inimigos e decidiram fazer alguns amigos pelo mundo, mas não vejo somente boas intenções por parte da senhora ai da telinha, notar a cara que faz ao final do vídeo:





As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

Imagem http://francoorp.blogspot.com/
Carlos Mathias

Re: GEOPOLÍTICA

#2689 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Set 05, 2010 11:46 pm

Cara, eu admiro o povo americano e o país que eles construíram através dos tempos.
Vejo realmente uma quantidade pontos em comum muito maior do que de desacordos e diferenças.
Temos um longo e próspero caminho à nossa frente, juntos como parceiros e amigos.

As diferenças que surgem não são suficientes para manchar essa amizade frutífera e duradoura.

Nos respeitando, um ao outro, seremos sempre amigos e parceiros.




Avatar do usuário
Bolovo
Sênior
Sênior
Mensagens: 28560
Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
Agradeceu: 547 vezes
Agradeceram: 442 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2690 Mensagem por Bolovo » Seg Set 06, 2010 12:09 am

Francoorp escreveu:Parece que cansaram de fazer somente inimigos e decidiram fazer alguns amigos pelo mundo, mas não vejo somente boas intenções por parte da senhora ai da telinha, notar a cara que faz ao final do vídeo:

É um video golpista!!! Quer derrubar o Lula e a Dilma!!! Ela quer que o Serra volte!!

MORTE AOS IANQUES!!!!!!!

[002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002] [002]





















































To brincando. É que o povo anda doido, levando as eleições a serio demais nas ultimas semanas.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Avatar do usuário
Boss
Sênior
Sênior
Mensagens: 4136
Registrado em: Ter Ago 10, 2010 11:26 pm
Agradeceu: 103 vezes
Agradeceram: 356 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2691 Mensagem por Boss » Seg Set 06, 2010 12:22 am

Li em alguns sites/blogs portugueses algumas propostas de uma "União Lusófona", uma união política / federação que englobaria todos os países que participam da CPLP.

Tem lá seu lado utópico e seus problemas, mas a idéia não é de um todo ruim...




REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2692 Mensagem por Marino » Seg Set 06, 2010 2:11 pm

VALOR ECONÔMICO –06/09/10
EUA apoiam países de olho em energia



O Departamento de Estado dos EUA está oferecendo treinamento e orientação a países que, acredita, serão exportadores emergentes de gás e petróleo na próxima década, num momento em que o crescimento econômico chinês intensifica a concorrência por recursos energéticos.



Os 11 países listados pela Iniciativa de Governança e Capacidade Energética do Departamento de Energia (EGCI, na sigla em inglês) - do Suriname a Papua Nova Guiné -, possuem cerca de 6 bilhões de barris em reservas identificadas de petróleo, e o equivalente a mais de 40 bilhões de barris de petróleo e gás natural em descobertas potenciais, segundo dados compilados pelo programa.



"Acho que teremos toda uma enxurrada de novos países produtores de petróleo", afirmou Amy Myers Jaffe, um estudioso de questões energéticas no Instituto Baker para Políticas Públicas, da Universidade Rice, em Houston. "Essa é uma área onde creio que o interesse dos EUA e o interesse das empresas americanas deve ser o mesmo. Ambos têm de competir com os chineses".



Um decréscimo nas fontes tradicionais de importações de petróleo tem sido agravado pelo investimento em recursos naturais feitos pela China, que recentemente eclipsou os EUA como maior consumidor de energia no planeta. A China foi responsável por mais de 10% da demanda mundial de petróleo no primeiro trimestre de 2010, de acordo com a EGCI.



O programa planeja, assim, ajudar esses governos a se prepararem para a produção de novas energias e a obter receitas para incentivar a estabilidade de suprimentos futuros.



"A maneira de garantir a segurança energética e a diversidade da oferta é ajudar os países fornecedores a entenderem como gerenciar suas riquezas e recursos e assegurar que não desestabilizem os mercados", disse David Goldwyn, coordenador de assuntos internacionais de energia do Departamento, em entrevista por telefone em Washington.



A produção de países listados no programa, como Sudão, Peru, Guiana, Vietnã e Timor-Leste, poderá ajudar a suprir o acréscimo de 6,8% na demanda de combustíveis líquidos primários, nos EUA, nos próximos 10 anos, segundo previsões do Departamento de Energia.



"Mesmo quando caminhamos rumo a uma economia de baixo carbono, os EUA ainda dependerão, num futuro previsível, de petróleo e gás, tanto de membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) como de fontes de fora da Opep", afirmou Goldwyn.



O suprimento de petróleo de países pertencentes à Opep totalizou 28,9 milhões de barris por dia. Já o suprimento por fontes externas à Opep somaram 49,9 milhões de barris diários em julho, segundo dados compilados pela agência de notícias Bloomberg.



"Historicamente, grande parte do suprimento de petróleo vem do México e da América Latina, e muitas dessas fontes estão em declínio agora", disse Jaffe. "Vamos receber menos [energia] de nosso continente e mais da África ocidental e central."



As importações chinesas de petróleo dobraram entre agosto de 2004 e julho deste ano, segundo dados da administração aduaneira chinesa. A África supriu 30% das importações chinesas de petróleo em 2008, informou o Departamento de Energia americano, citando o FACTS Global Energy.



Uganda, um dos países focados pelo programa de apoio dos EUA, tem pelo menos 2 bilhões de barris de reservas identificadas de petróleo, com recursos potenciais não descobertos possivelmente superiores a 6 bilhões de barris, segundo estimativas do Departamento de Estado.



"A entrada de empresas chinesas no setor petrolífero em Uganda é uma continuação da busca, pelo país, de petróleo na África", disse Goldwyn. "Nosso interesse é ajudar o governo de Uganda a compreender seu potencial de recursos" e otimizar sua exploração de petróleo.



Seychelles, um arquipélago no Oceano Índico, pode conter mais de 10 bilhões de barris de petróleo, suficientes para rivalizar com as reservas domésticas americanas, de acordo com estimativas do Departamento de Estado baseadas em dados publicados pelo setor. Quatro poços malsucedidos, no início da década de 80, provavelmente visaram a área errada dos reservatórios, segundo o departamento.



Os governos desses países podem se mostrar mais receptivos agora a algumas das ofertas de treinamento e consultoria dos EUA do que quando o petróleo subiu para um recorde de US$ 147 o barril, em 2008.



Em 2003-2008, o valor das áreas de exploração eram elevados e "medidas de transparência não eram tão fáceis de pôr em prática", afirmou Edward Morse, diretor de pesquisa com commodities do Credit Suisse Group, em Nova York. "O petróleo não está em US$ 10 [o barril], mas há um ambiente muito melhor para isso agora."



Libéria e Serra Leoa, ambos países que estão saindo de guerras civis, tem bilhões de barris de reservas potenciais de petróleo em águas profundas, ao largo de suas costas, e estão incluídos no programa de apoio dos EUA.



"Ao engajar antecipadamente os novos produtores na exploração de recursos, acreditamos que podemos fazer a diferença, ajudando-os a compreender o conceito de valor relacionado com a exploração de recursos e a fazer com evitem os problemas que a Nigéria tem enfrentado", afirmou Goldwyn.



Ele deu assessoria sobre medidas para aumentar a transparência à Nigéria, o maior produtor africano de petróleo, na posição de presidente da Goldwyn International Strategies, uma empresa de consultoria.



No ano passado, a Nigéria foi classificada na posição 130 entre 180 países segundo o índice mundial de percepção da corrupção da Transparência Internacional, uma organização não governamental sediada em Berlim.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 28 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2693 Mensagem por Enlil » Seg Set 06, 2010 2:28 pm

Atualizado em 6 de setembro, 2010 - 10:35 (Brasília) 13:35 GMT

Aposta do Brasil na África esbarra em concorrentes e críticas

Pablo Uchoa
Enviado especial da BBC Brasil a Angola e Moçambique

Alvo de intensos esforços diplomáticos, comerciais e de cooperação durante a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, a África tornou-se um exemplo de como o Brasil é capaz de ampliar sua presença no mundo.

Mas o continente vem demonstrando também que o Brasil enfrenta obstáculos no caminho para se tornar uma potência emergente, e que ainda precisa vencer desafios como a presença de concorrentes como a China, por exemplo.

O governo brasileiro acredita que a presença na África é importante para garantir espaço entre futuros países consumidores, uma vez que cada vez mais nações africanas vêm deixando para trás histórias de conflito e combatendo a pobreza.

O presidente Lula gosta de lembrar que, desde janeiro de 2003, visitou 27 países africanos, "mais que todos os presidentes da História do Brasil juntos".

"A África deixou de ser um continente problema e está cada vez mais se tornando um continente de oportunidades", afirmou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, resumindo um pensamento que o próprio Lula e seu chanceler, Celso Amorim, costumam repetir.

O valor das relações comerciais entre Brasil e África, que era de US$ 5 bilhões ao final de 2002, mais que quintuplicou em 2008, quando chegou a US$ 26 bilhões.

Os efeitos da recente crise econômica reduziram este volume para US$ 17 bilhões em 2009, mas até julho deste ano o intercâmbio havia superado os US$ 11,5 bilhões.

Entre 2002 e 2008, as exportações cresceram 340% e três quartos delas foram de itens manufaturados.

Os números refletem o dinamismo com que o setor privado brasileiro tem se expandido no continente. Empresas como Odebrecht, Vale e Camargo Correa competem agressivamente com concorrentes por mercados.

Desafio

A segunda maior frente de trabalho da Odebrecht, que tem operações em 27 países africanos, está em Angola. Depois de quase quatro décadas de guerra de independência e civil, o país vem crescendo a uma taxa média anual de 13% desde o fim dos conflitos, em 2002.

O governo angolano prometeu construir até 2012 um milhão de casas para a população de mais baixa renda, e empresas como a Odebrecht, que já tem uma presença de três décadas no país, têm agarrado as oportunidades.

Mas por vezes a presença brasileira encontra concorrentes fortes. O principal deles é a China, que tem se inserido fortemente no mercado africano em busca de recursos naturais para alimentar seu crescimento econômico.

Estima-se que o banco chinês de desenvolvimento tenha investido cerca de US$ 10 bilhões na última década em projetos em Angola - país que é o terceiro maior produtor de petróleo da África.

O valor é mais que o triplo da linha de crédito que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizou até agora em linhas de crédito em Angola.

Em Moçambique, os US$ 2 bilhões que a mineradora Vale investe para começar a extrair carvão da mina de Moatize, a partir de janeiro de 2011, parecem pequenos diante dos US$ 15 bilhões que a China investirá no país nos próximos cinco anos - principalmente em projetos de infraestrutura.

Além disso, em 2006, a Vale perdeu para a concorrente chinesa a concessão de um projeto de extração de minério de ferro no Gabão. Comentando esse episódio recentemente na Tanzânia, Lula desafiou os concorrentes chineses e disse que a Vale, se tivesse sido escolhida, criaria mais empregos locais.

"Nada contra os meus amigos chineses. Mas a verdade é que às vezes eles ganham a mina e trazem todos, chineses, para trabalhar naquela mina e fica sem gerar oportunidade de trabalho para os trabalhadores do país", disse, defendendo a empresa brasileira.

Críticas

Empresas brasileiras, entretanto, vêm sendo alvo de críticas na região. Em Moçambique, a Camargo Correa está na berlinda devido a uma barragem, que segundo críticos seria construída sem que estudos de impacto ambiental tenham sido concluídos.

O projeto Mpanda Mkuwa, no valor de US$ 2 bilhões, erguerá uma represa no Rio Zambeze para gerar 2,7 mil megawatts de energia. Apesar de os estudos sobre o impacto na biodiversidade do local só ficarem prontos no fim do ano que vem, o governo moçambicano deu o sinal verde para o projeto no mês passado.

"Esta imagem de que as empresas brasileiras são mais éticas que as outras, por exemplo, as chinesas, é completamente falsa", diz o porta-voz da organização moçambicana Justiça Ambiental, Jeremias Filipe.

Apesar de culpar principalmente o governo de seu país, ele diz que o envolvimento de empresas brasileiras em projetos no interior de Moçambique já levou "uma pequena parte da população" a crer que "as empresas brasileiras são até piores em transparência e respeito aos direitos das comunidades que as empresas dos países desenvolvidos".

"O que se pede é que estes investimentos cumpram com padrões mais preconizados a nível internacional e que os investimentos, para que isso não afete a imagem que a África, que Moçambique tem do Brasil", diz o ativista.

Língua em comum

Menos polêmicos são os projetos de cooperação que o Brasil desenvolve na África. A chamada "diplomacia da generosidade" rende ao país prestígio e liderança em fóruns internacionais.

Segundo a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), para o biênio 2009-2010 estão previstos 150 projetos de cooperação na região, com um orçamento total de US$ 38 milhões.

De todo o volume de recursos alocados para projetos de cooperação técnica no continente, 74% estão nos países de língua portuguesa – para os quais o Brasil é uma espécie de "irmão maior", nas palavras do embaixador brasileiro em Moçambique, Antonio de Souza e Silva.

Um dos projetos de cooperação mais importantes do Brasil na África é o chamado Cotton 4, no qual o país transfere tecnologia para aperfeiçoar o algodão em quatro países pobres e altamente dependente das exportações desse produto (Benin, Burkina Fasso, Chade e Mali).

O projeto se tornou tão importante que até a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) passou a ter um representante no Mali para coordenar o projeto.

Com custo de US$ 4 milhões para o Brasil, o Cotton 4 permitiu que o governo brasileiro demonstrasse força, ao articular na Organização Mundial do Comércio (OMC) uma retaliação aos EUA por seu protecionismo ao algodão.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... e_ji.shtml




Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2694 Mensagem por Marino » Seg Set 06, 2010 4:35 pm

Plano Brasil:
Colômbia e China assinam acordos de cooperação militar
06/09/2010

A Colômbia e a China assinaram vários acordos de cooperação militar nesta segunda-feira para combater o narcotráfico e o tráfico de armas e de pessoas.

Os ministros da Defesa da Colômbia, Rodrigo Rivera, e da China, general Liang Guanglie, se reuniram em Bogotá e assinaram os acordos.

Trata-se da primeira visita à Colômbia de um ministro de Defesa da China, país que solicitou treinamento em tiro, mergulho de combate, sobrevivência e combate fluvial.

“Compartilhamos a visão de ambos os países em segurança e defesa, os desafios da Colômbia contra o narcotráfico e o terrorismo e a necessidade de ambos os países de articular esforços para enfrentar o crime internacional, especialmente o tráfico de drogas, o terrorismo, o tráfico de pessoas e o tráfico de armas”, disse Rivera.

Os dois ministros concordaram em aumentar os cursos de treinamento dos funcionários militares nos dois países.

“Vamos continuar nossa cooperação na formação do pessoal, e em diversas especialidades. E vamos continuar nossa cooperação na assistência militar”, declarou Liang.

A China ofereceu ajuda de 1 milhão de dólares à Colômbia para a compra de material logístico.

A visita de Liang é parte de uma turnê que inclui México e Brasil.

Fonte: Estadão




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Bender

Re: GEOPOLÍTICA

#2695 Mensagem por Bender » Seg Set 06, 2010 4:54 pm

Carlos Mathias escreveu:Cara, eu admiro o povo americano e o país que eles construíram através dos tempos.
Vejo realmente uma quantidade pontos em comum muito maior do que de desacordos e diferenças.
Temos um longo e próspero caminho à nossa frente, juntos como parceiros e amigos.

As diferenças que surgem não são suficientes para manchar essa amizade frutífera e duradoura.

Nos respeitando, um ao outro, seremos sempre amigos e parceiros.
Se a mensagem viesse de Vulcano:
Imagem

VIDA LONGA E PRÓSPERA! Diria Spock,e eu ficaria tranquilo e satisfeito.

Mas vindo dos Romulanos...

Grande Abraço! :mrgreen:




Avatar do usuário
Francoorp
Sênior
Sênior
Mensagens: 3429
Registrado em: Seg Ago 24, 2009 9:06 am
Localização: Goiania-GO-Brasil, Voltei!!
Contato:

Re: GEOPOLÍTICA

#2696 Mensagem por Francoorp » Seg Set 06, 2010 7:47 pm

Bender escreveu:
Carlos Mathias escreveu:Cara, eu admiro o povo americano e o país que eles construíram através dos tempos.
Vejo realmente uma quantidade pontos em comum muito maior do que de desacordos e diferenças.
Temos um longo e próspero caminho à nossa frente, juntos como parceiros e amigos.

As diferenças que surgem não são suficientes para manchar essa amizade frutífera e duradoura.

Nos respeitando, um ao outro, seremos sempre amigos e parceiros.
Se a mensagem viesse de Vulcano:
Imagem

VIDA LONGA E PRÓSPERA! Diria Spock,e eu ficaria tranquilo e satisfeito.

Mas vindo dos Romulanos...

Grande Abraço! :mrgreen:

Essa foi forte..hahahaha




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

Imagem http://francoorp.blogspot.com/
Carlos Mathias

Re: GEOPOLÍTICA

#2697 Mensagem por Carlos Mathias » Seg Set 06, 2010 8:53 pm

Mas vindo dos Romulanos...
Por isso mesmo, atente para o detalhe, sutil mas importante:
Nos respeitando, um ao outro, seremos sempre amigos e parceiros.
Desde que nos respeitem... :wink:




Avatar do usuário
suntsé
Sênior
Sênior
Mensagens: 3167
Registrado em: Sáb Mar 27, 2004 9:58 pm
Agradeceu: 232 vezes
Agradeceram: 154 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2698 Mensagem por suntsé » Seg Set 06, 2010 9:01 pm

Carlos Mathias escreveu:
Mas vindo dos Romulanos...
Por isso mesmo, atente para o detalhe, sutil mas importante:
Nos respeitando, um ao outro, seremos sempre amigos e parceiros.
Desde que nos respeitem... :wink:
Ainda bem que você explicou, eu estava pensando que o Mathias Death Vader tinha ficado de coração mole. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




Carlos Mathias

Re: GEOPOLÍTICA

#2699 Mensagem por Carlos Mathias » Seg Set 06, 2010 9:17 pm

Olha, uma coisa é o povo americano. Outra coisa é o governo deles.
Nunca fui mal tratado lá nos EUA, mas na Europa já fui vítima de preconceito. :?

Mas é eles lá e nós aqui. Vale prá todos isso. 8-]




Avatar do usuário
FOXTROT
Sênior
Sênior
Mensagens: 7654
Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
Localização: Caçapava do Sul/RS.
Agradeceu: 260 vezes
Agradeceram: 106 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2700 Mensagem por FOXTROT » Seg Set 06, 2010 9:26 pm

terra.com.br

Recusa da Síria a inspetores ameaça investigação nuclear--ONU
06 de setembro de 2010

A recusa da Síria em permitir que inspetores da ONU tenham acesso a um local onde poderia ter desenvolvido atividade nuclear põe em perigo as provas na investigação, disse a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Já são mais de dois anos desde que a agência recebeu acesso pela última vez ao local, bombardeado por Israel em 2007. A Síria, aliada do Irã, nega ter tido alguma vez um programa para o desenvolvimento de bombas nucleares.

"Com o tempo, alguma informação necessária pode se deteriorar ou se perder por completo", escreveu o chefe da AIEA, Yukiya Amano, em relatório confidencial obtido pela Reuters.

Relatórios da inteligência norte-americana sinalizam que o local, conhecido como al-Kibar ou Dair Alzour, era um incipiente reator nuclear desenhado pela Coreia do Norte para produzir combustível atômico.

Neste ano, a AIEA validou suspeitas de que ocorreram atividades atômicas ilícitas na instalação, afirmando que seus inspetores encontraram rastros de urânio em uma visita realizada em 2008.

"Os elementos do edifício e sua conectividade para esfriamento adequado são similares ao que poderíamos achar em uma instalação nuclear", afirmou o último relatório.

A agência deseja inspecionar novamente o local para obter amostras dos escombros removidos imediatamente após o ataque aéreo.

Amano instou a Síria a cooperar e criticou seu governo por não prover documentos relacionados o local de Dair Alzour, sobre o qual fez somente declarações "limitadas em detalhes".

Também reiterou seu chamado para que a AIEA tenha acesso a três outras instalações sírias sob controle militar, cujas aparências foram alteradas por jardins quando os funcionários da ONU solicitaram uma visita.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
Responder