GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: GEOPOLÍTICA

#2671 Mensagem por marcelo l. » Seg Ago 30, 2010 10:36 pm

Falando em mudança a CIA está treinando o serviço secreto do Sudão...

http://blog.washingtonpost.com/spy-talk ... _as_o.html

Só o começo do texto:
O regime do Leste Africano não é apenas um pária internacional por seu histórico de genocídio na região ocidental de Darfur, que oficialmente Washington coloca-o como um Estado terrorista, em parte por sua guarida passado de radicais islâmicos, incluindo Osama bin Laden na década de 1990 .

Apesar disso, a CIA vai continuar a treinar e equipar os serviços de inteligência do Sudão, em nome da luta contra o terrorismo.

Cont...

Imagem

Depois alguma ONG fala que o Brasil não ajuda os EUA a isolar o regime sudanês :lol:




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA

#2672 Mensagem por Francoorp » Ter Ago 31, 2010 6:20 pm

E ainda tem gente que defende os Yankees até o ultimo respiro, dizendo as mesmas mentiras como se fossem verdade.... [004] neles!




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

Imagem http://francoorp.blogspot.com/
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Re: GEOPOLÍTICA

#2673 Mensagem por Marino » Qua Set 01, 2010 10:23 am

Plano Brasil
Brasil vai superar e França e Inglaterra em PIB, estima FGV
01/09/2010
Imagem

Francine De Lorenzo | Valor
A economia brasileira provavelmente superará, em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) de França e Inglaterra. A avaliação foi feita pelo presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carlos Ivan Simonsen Leal, nesta segunda-feira, durante a abertura do 7º Fórum de Economia realizado pela instituição.

No evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou que os países europeus deverão crescer apenas 1% neste ano, enquanto a perspectiva para o Brasil é de expansão de 7%.

Fonte: - O Globo




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Re: GEOPOLÍTICA

#2674 Mensagem por FOXTROT » Qua Set 01, 2010 10:41 am

É o Brasil assumindo o seu lugar de direito no mundo como potência, esperamos que cada vez mais, o povo tenha uma condição de vida melhor, de nada adianta o país crescer para uns e a desigualdade social aumentar.

Saudações




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Re: GEOPOLÍTICA

#2675 Mensagem por Sterrius » Qua Set 01, 2010 12:54 pm

A questão vai ser manter a posição quando as moedas europeias se valorizarem e o dolar desvalorizar.

Complicado mas nao impossivel, ainda mais crescendo acima da media dos europeus :wink:




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Re: GEOPOLÍTICA

#2676 Mensagem por Grifon » Qua Set 01, 2010 3:42 pm

Não sei se o texto é confiável



Do MP.net...
Argentina to increase defence budget by 50%

Defence minister Nilda Garré said the Argentine government would increase the defence budget in coming years from 0.9% to 1.5% of GDP to help overcome decades of divestment following the defeat in the (1982) Falklands war.

The extracts of her words are from a conference followed by a period of questions and answers with political science students at the Di Tella University.
Garré said that the contraction of the defence budget can be tracked to the “defeat in the Falklands war, social incompatibility with the military institutions following the war, military dictatorship and the 2001 collapse of the Argentine economy”.

The minister said these factors “most probably impeded a quicker recovery” of military spending that will be used in future budgets to improve military hardware, particularly with the development of a defence industry.

“The current 0.5% of GDP, will be sustainedly increased in coming years to reach 1.5% of GDP: in other words a 50% increase to modernize equipment particularly appealing to the development of a national defence industry”, pointed out Garré.

The minister also said Argentina will continue to be committed to world peace operations and emphasized the “excellent performance” of Argentine troops in Haiti and Cyprus, where they have been congratulated by United Nations.

Garré anticipated that Argentina is ready to begin applying “nuclear technology” in defence issues since it has rigorously complied with international rules against the proliferation of this kind of energy.
“Foreign Affairs, the Argentine Atomic Energy Commission and regulators have fully agreed to work in the development of nuclear propulsion engines which could be used in vessels or submersibles”, indicated Garré.
With this purpose the Atomic Energy commission has created a task force to work with the Ministry of Defence to begin outlining the project.Regarding regional affairs the Minister of Defence said that Unasur (Union of South American Nations) has managed the creation of “a peace zone” where “substantially stability exists” although admitting “some local conflicts must still be resolved”.

More specifically on the South American Defence Council, in the framework of Unasur, “it has been successful in several of these conflicts, actively working in the case of Colombia and Venezuela and the border incursion of Colombian troops into Ecuador”.-Finally she pointed out that Unasur must help in preserving the rich mineral resources of the region.

http://en.mercopress.com/2010/09/01/arg ... klands-war




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Re: GEOPOLÍTICA

#2677 Mensagem por Boss » Qui Set 02, 2010 12:24 am

Visto que eles investiam uma mixaria antes, aumentar 50% não é lá grande coisas.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2678 Mensagem por Sterrius » Qui Set 02, 2010 1:02 am

Deve-se ver em contrapartida com o PIB. Se é muito ou pouco depende da economia argentina.

Nao da pra pedir investimento americano no Brasil por exemplo! Seria 1/4 do PIB desse ano e metade do PIB do ano passado.

Eles tão subindo pra 1,5%. Basicamente a mesma margem de investimento que temos e os coloca no trecho de novo pelo menos pra manter o que possuem.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2679 Mensagem por Boss » Qui Set 02, 2010 2:27 am

Sim, claro. Digo que é pouco comparado a outros países da região que tem PIB equivalente/menor que a Argentina e gastam mais. Claro que aí já vai para a real necessidade de cada um, etc.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2680 Mensagem por Marino » Qui Set 02, 2010 11:59 am

Guerrilha é questão superada; economia é o foco, diz Santos
Sergio Leo, de Brasília
"O que mais interessa é a parte econômica. Essa questão das Farc é ultrapassada na Colômbia. Nossa agenda é outra", avisa o presidente recém-eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, ao receber o Valor, no fim da tarde de ontem, para comentar seus encontros com autoridades em Brasília.
A visita incluiu uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o brasileiro submeteu o colombiano a uma extensa explanação sobre os diferentes tipos de biocombustível. Santos contou ter informado a Lula do interesse de seu governo em obras de infra-estrutura para extração do carvão mineral colombiano para uso na indústria brasileira.
Santos disse querer uma "aliança" com o Brasil na pesquisa e produção de biocombustíveis e chegou a citar a Odebrecht como uma empresa que poderia colaborar com a Colômbia. Os dois países investirão US$ 50 milhões cada em projetos de cooperação na construção do cargueiro militar da Embraer, o KC-390, que deverá ter encomendas das Forças Armadas colombianas. "Seremos sócios e é possível que construamos algumas partes [do avião]. É um projeto de integração", comentou.
Questionado sobre os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos, até recentemente ministro da Defesa no governo Álvaro Uribe, confirma que há nome de autoridades brasileiras e personalidades políticas mencionados nos computadores apreendidos num acampamento da guerrilha, no Equador. "Sim, há brasileiros mencionados nos computadores [das Farc], mas não se esqueça que durante muitos anos as Farc foram autorizadas a ter contato com muita gente, no processo de paz", minimiza o presidente, que, nos anos 90, também manteve contatos com a guerrilha.
"É difícil distinguir nessas menções quem fazia o quê", comenta. "A menção é um fato, mas não implica nenhum tipo de ajuda."
Ao ouvir nomes de autoridades que a imprensa colombiana mencionou como sendo citados nas mensagens extraídas dos computadores das Farc, Santos se limita a lembrar que "há muitos nomes", que poderiam ter mantido contato com as Farc como parte do esforço de paz.
"Estamos no processo de entregar as informações [dos computadores] a todos", disse. "São informações que contêm toda uma história acumulada, de muitos anos, e têm de ser avaliadas no contexto correto", ressalvou. "O importante para mim neste momento é que todos se deem conta de que as Farc usam métodos terroristas, por isso os consideramos grupo terrorista e a única opção é a militar."
Santos conversou sobre o combate às Farc e se disse satisfeito com a atuação do Brasil, inclusive com as declarações do presidente Lula, ontem, de que "nada justifica o terrorismo" na luta política. "É uma mensagem bastante clara. Agradeci a ele", disse o colombiano, que também faz questão de citar declarações anteriores do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que receberia os guerrilheiros das Farc "a bala" se cruzassem a fronteira. "Mais não podemos pedir."
Santos disse que Lula nem mencionou, nas conversas, a questão da presença de militares americanos nas bases das Forças Armadas colombianas, alvo de críticas do governo brasileiro. "Foi uma grande tempestade num copo d " água", desdenhou, argumentando que não acredita que haveria críticas se os termos do acordo com os EUA tivessem sido divulgados desde o início. "Nada muda, a cooperação entre Colômbia e Estados Unidos será igual à de antes."
Com Lula, diz ele, os principais assuntos foram outros. "Para mim, foi surpreendente termos identificado tantos temas e tão rápido", conta. Um deles teria sido a cooperação para aplicar na Colômbia a experiência das escolas técnicas brasileiras. Outro, "tudo que tem a ver com biocombustível". Santos propôs "uma grande aliança" dos dois países em biocombustíveis.
"Por exemplo, uma empresa como a Odebrecht está produzindo etanol e pode ajudar-nos a desenvolver ainda mais toda a indústria de combustíveis, do etanol", exemplificou. Hoje, em São Paulo, Santos terá encontros com empresários com quem pretende discutir o tema. Vai também se encontrar com investidores interessados em financiar a construção de ferrovias e um porto para explorar o carvão metalúrgico do centro do país, para venda a clientes brasileiros.
Com Lula, o presidente colombiano firmou oito acordos, entre eles um para desenvolvimento e policiamento conjunto da região de fronteira. A Corporação Andina de Fomento (CAF) financiará com US$ 800 mil estudos para desenvolvimento econômico e social e controle e segurança na fronteira, informou Santos.
"Estamos semeando o que considero que pode ser uma colheita muito frutífera para os dois países", afirmou, sorridente. Entre os acordos assinados ontem pelos dois presidentes, está o de facilitação da mobilidade dos habitantes da fronteira entre os dois países, nas cidades de Tabatinga e Letícia.
Santos é evasivo quando consultado sobre a participação da Colômbia no Conselho de Defesa da Unasul, defendido pelo Brasil como maneira de lidar com os conflitos entre os vizinhos sul-americanos. A Colômbia se dispõe a participar de todos organismos regionais e multilaterais, "desde que não seja excludente", comenta.
Ele diz que, como ex-ministro de Comércio, sabe como vencer a resistência dos empresários colombianos à maior abertura para o Brasil. "Damos ao Brasil e à América Latina muita importancia. O que não quer dizer que esquecemos nossa grande cooperação com os Estados Unidos e com o Canadá, com quem acabamos de firmar acordo de livre comercio".
"Acreditamos na integração latino-americana", afirmou. "É a década da America Latina, tudo que os outros países estão buscando está aqui."




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Re: GEOPOLÍTICA

#2681 Mensagem por Sterrius » Qui Set 02, 2010 1:14 pm

pelo visto as relações Brasil e Colombia vao ficar bem aquecidas pelos proximos 4 anos. 8-]

Se tudo der muito certo quem sabe até parem de olhar pro norte um pouco 8-]




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Re: GEOPOLÍTICA

#2682 Mensagem por angelogalvao » Qui Set 02, 2010 4:14 pm

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... um=twitter


Por Clóvis Ribeiro Chaves Júnior

O Pico petrolífero e o governo alemão

Estudo militar adverte quanto a uma crise petrolífera potencialmente drástica
por Stefan Schultz [*]

Um estudo de um think tank militar alemão analisou como o "Pico petrolífero" pode mudar a economia global. A minuta do documento interno – divulgada na Internet – mostra pela primeira vez quão cuidadosamente o governo alemão tem considerado uma potencial crise energética.

A expressão "Pico petrolífero" é utilizada pelos peritos em energia para designar o ponto no tempo em que as reservas globais de petróleo ultrapassam o seu zénite e a produção começa gradualmente a declinar. Isto resultaria numa crise permanente da oferta – e o receio da mesma pode desencadear turbulência nos mercados de commodities e de acções.

tão é tão politicamente explosiva que se torna notável quando uma instituição como a Bundeswehr, as forças armadas alemãs, simplesmente utiliza a expressão "Pico petrolífero". Mas um estudo militar actualmente a circular na blogosfera alemã vai mais além.

O estudo é um produto do departamento de Análise Futura do Bundeswehr Transformation Center, um think tank cuja tarefa é fixar uma direcção para as forças armadas alemãs. A equipe de autores, dirigida pelo tenente-coronel Thomas Will, usa por vezes uma linguagem dramática para descrever as consequências de um esgotamento irreversível de matérias-primas. O estudo adverte de mudanças no equilíbrio global de poder, da formação de novos relacionamentos baseados na interdependência, de um declínio na importância dos países industriais do ocidente, do "colapso total dos mercados" e de crises políticas e económicas sérias.

O estudo, cuja autenticidade foi confirmada ao SPIEGEL ONLINE por fontes em círculos governamentais, não era destinado a publicação. O documento diz-se estar numa etapa de minuta e consistir unicamente de opiniões científicas, as quais ainda não foram editadas pelo Ministério da Defesa e outros corpos governamentais.

O autor principal, Will, recusou-se a comentar acerca do estudo. Permanece em dúvida se a Bundeswehr ou o governo alemão teriam consentido em publicar o documento na sua forma actual. Mas o estudo mostra quão intensamente o governo alemão está empenhado na questão do Pico petrolífero.

Actividades paralelas no Reino Unido

A fuga do documento tem paralelos com informações recentes do Reino Unido. Só na semana passada o jornal Guardian relatou que o British Department of Energy and Climate Change (DECC) está a manter secretos documentos que mostram como o governo britânico está muito mais preocupado acerca da crise de oferta do que ele quer admitir.

Segundo o Guardian, o DECC, o Banco da Inglaterra e o Ministério britânico da Defesa estão a trabalhar lado a lado com representantes da indústria para desenvolver um plano de crise destinado a tratar da possível escassez no abastecimento de energia. Investigações efectuadas por peritos em energia, apresentadas em workshops britânicos, foram vistas pelo SPIEGEL ONLINE. Uma porta-voz do DECC procurou reduzir a importância do processo, dizendo ao Guardian que as investigações eram "rotina" e não tinham implicações políticas.

O estudo das forças armadas alemãs pode não ter consequências políticas imediatas, mas mostra que o governo alemão teme que a escassez possa acontecer rapidamente.

Segundo o relatório alemão, havia "alguma probabilidade de que o Pico petrolífero ocorresse em torno do ano 2010 e que o impacto sobre a segurança seja expectável ser sentido 15 a 30 anos depois". A previsão da Budeswehr é consistente com a de cientistas bem conhecidos que assumem que ter a produção global de petróleo já ultrapassado o seu pico ou que o faça ainda este ano.

Fracassos do mercado e reacções em cadeia internacionais

Os impactos políticos e económicos do Pico petrolífero sobre a Alemanha foram agora estudados pela primeira vez em profundidade. O perito em petróleo bruto Steffen Bukold avaliou e resumiu as descobertas do estudo da Bundeswehr. Aqui está uma visão geral dos pontos centrais:

O petróleo determinará o poder: O Bundeswehr Transformation Center escreve que o petróleo tornar-se-á um factor decisivo na determinação de uma nova paisagem das relações internacionais: "A importância relativa dos países produtores de petróleo no sistema internacional está em crescimento. Estes países estão a utilizar as vantagens daí resultantes para expandir o âmbito das suas políticas interna e externa e estabelecerem-se como um novo ou renascente poder regional, ou em alguns casos mesmo como um poder global".

Aumento da importância dos exportadores de petróleo: Para os exportadores de petróleo, mais competição por recursos significará um aumento no número de países a competirem por favores junto aos países produtores. Para estes últimos isto abre uma janela de oportunidade a qual pode ser utilizada para implementar objectivos políticos, económicos ou ideológicos. Como esta janela de tempo só estará aberta por um período limitado, "isto podia resultar numa afirmação mais agressiva de interesses nacionais por parte dos países produtores de petróleo".

Política ao invés do mercado: O Bundeswehr Transformation Center espera que uma crise da oferta faça recuar a liberalização do mercado da energia. "A proporção de petróleo comerciada a nível global, o mercado do petróleo acessível livremente, diminuirá quando mais petróleo for comerciado através de contratos bi-nacionais", declara o estudo. No longo prazo, avança o estudo, o mercado global de petróleo só será capaz de seguir as leis do mercado livre num sentido restrito. "Acordos bilaterais, oferta condicionada e parceiros privilegiados, tal como visto antes das crises do petróleo da década de setenta, verificar-se-ão outra vez.

Fracassos do mercado: Os autores pintam um quadro negro das consequências resultantes da escassez de petróleo. Como o transporte de bens depende do petróleo bruto, o comércio internacional poderia ser sujeito a altas colossais."A escassez na oferta de bens vitais poderia ocorrer" em consequência, como por exemplo na oferta alimentar". O petróleo é utilizado directa ou indirectamente na produção de 95% de todos os bens industriais. Os choques de preço poderiam portanto ver-se em quase qualquer indústria em ao longo de todas as etapas da cadeia de oferta industrial. "No médio prazo o sistema económico global e todas as economias nacionais orientadas pelo mercado entrariam em colapso".

Retorno à economia planeada: Uma vez que virtualmente todos os sectores repousam fortemente sobre o petróleo, o Pico petrolífero podiam conduzir a um "fracasso parcial ou completo dos mercados", diz o estudo. "Uma alternativa concebível seria um racionamento governamental e a destinação de bens importantes ou o estabelecimento de programas de produção e outras medidas coercivas de curto prazo para em tempos de crise substituir mecanismos baseados no mercado".

Reacção global em cadeia: "Uma reestruturação dos abastecimentos de petróleo não será igualmente possível em todas as regiões antes do início do Pico petrolífero", diz o estudo. "É provável que um grande número de estado não estará em posição de fazer a tempo os necessários investimentos", ou com "suficiente magnitude". Se houvesse crashes económicos em algumas regiões do mundo, a Alemanha podia ser afectada. A Alemanha não escaparia às crises de outros países, porque ela está fortemente integrada na economia global.

Crise política de legitimidade: O estudo da Bundeswehr também levanta temores quanto à sobrevivência da própria democracia. Partes da população poderia compreender a reviravolta desencadeada pelo Pico petrolífero "como uma crise sistémica geral". Isto criaria "espaço para alternativas ideológicas e extremistas às formas existentes de governo". A fragmentação da populaçã afectada seria provável e podia "em casos extremos levar a conflito aberto".

Os cenários esboçados pelo Bundeswehr Transformation Center são drásticos. Ainda mais explosivas, politicamente, são as recomendações ao governo que os peritos em energia avançaram sobre estes cenários. Eles argumentam que "estados dependentes de importações de petróleo" serão forçados a "mostrar mais pragmatismo em relação a estados produtores de petróleo na sua política externa". As prioridades políticas terão de ser de alguma forma subordinadas, afirmam eles, à preocupação predominante de assegurar abastecimentos de energia.

Por exemplo: A Alemanha teria de ser mais flexível em relação aos objectivos da política externa da Rússia. Ela também teria de mostrar mais restrições na sua política externa em relação a Israel, para evitar alienar países árabes produtores de petróleo. O apoio incondicional a Israel e ao seu direito de existir actualmente é uma pedra fundamental da política externa alemã.

O relacionamento com a Rússia, em particular, é de importância fundamental para o acesso alemão ao petróleo e ao gás, diz o estudo. "Para a Alemanha, isto envolve um acto de equilibragem entre relações estáveis e privilegiadas com a Rússia e as sensibilidades dos vizinhos (da Alemanha) a Leste". Por outras palavras, a Alemanha, se quiser garantir a sua própria segurança energética, deveria ser acomodatícia em relação aos objectivos da política externa de Moscovo, mesmo se isto significar provocar riscos nas suas relações com a Polónia e outros estados do Leste europeu.

O Pico petrolífero também teria profundas consequências para a posição de Berlim em relação ao Médio Oriente, de acordo com o estudo. "Um reajustamento da política do Médio Oriente da Alemanha ... em favor de relações mais intensas com países produtores tais como o Irão e a Arábia Saudita, os quais têm as maiores reservas de petróleo convencional na região, pode implicar uma tensão na relações alemãs-israelenses, dependendo da intensidade da mudança política", escrevem os autores.

Quando contactado pelo SPIEGEL ONLINE, o Ministério da Defesa não quiz comentar o estudo.

Nassif, faço algumas anotações:

1 - nesse cenário fica patente o crescimento da importância geoestratégica do Brasil, com pré-sal e biocombustíveis;

2 - no estudo não se acredita que muitos países possam fazer uma transição energética suave, vez que: "Uma reestruturação dos abastecimentos de petróleo não será igualmente possível em todas as regiões antes do início do Pico petrolífero";

3 - haverá graves problemas de escassez de alimentos e quebra de cadeias industriais;

4 - nessa nova realidade, o pesadelo geostratégico norte-americano, a formação de um bloco entre Alemanha e Rússia, poderia ser uma resultante necessária;

5 - não sejamos tolos, portanto, de imaginar que o processo eleitoral no Brasil não esteja sendo acompanhado, pois nele se conflagram uma vertente política que pende timidamente para o nacionalismo econômico e outra neoliberal tardia, defensora da Petrobrax, circunstância que teria reflexos futuros no comportamento do país perante as mudanças previstas pelo exército alemão;

6 - provavelmente o processo eleitoral não está apenas sendo acompanhado....

Abraços cordiais.




Paz entre Nós, Guerra aos senhores!
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Re: GEOPOLÍTICA

#2683 Mensagem por Marino » Sex Set 03, 2010 10:43 am

Plano Brasil
DISSUASÃO, GARANTIA DE SOBREVIDA
03/09/2010

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Publicado no “O SUL” em 15 de maio de 2010

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior Para o Plano Brasil

DISSUASÃO, GARANTIA DE SOBREVIDA

Acreditar nas boas intenções de desarmamento pelas potências nucleares é até admissível. Acontece, elas sabem, se isto ocorrer o mundo viraria uma arena global sem precedentes. É paradoxal, mas, se os americanos não tivessem apelado para esta tecnologia de ponta, as perdas em marines nas ilhas japonesas teriam sido incalculáveis.

É fácil imaginar o destino da Europa no século passado sem uma OTAN nuclearizada: a descomunal máquina de guerra montada pela antiga URSS teria lançado seus tentáculos até o Atlântico Norte. Em verdade, a UE hoje, pela forma como se estruturou e graças aos arsenais francês e inglês, dispõe de um poder de dissuasão, impositivo pela sua projeção econômica, capaz de inibir qualquer veleidade proveniente da rediviva Rússia.

Já russos e chineses se toleram, por quê? E como os EUA lograriam conter uma invasão pela China? Só o exército chinês, em tempo de paz, soma mais de um milhão de homens! E se a Rússia decide, nesta hora, investir sobre a UE, França e Inglaterra poderiam esperar pelos yankees? Índia e Paquistão então podem até jurar que vão reduzir suas ogivas, porém hindus e muçulmanos sempre as terão escondidas com medo do grande dragão amarelo. Sobretudo os chineses são pupilos de Sun Tzu, para que pressionar sua testa de ferro, a superarmada Coréia do Norte, por uma fragilização frente ao Japão, justo a ponta de lança de Tio Sam na Ásia?

E Israel, sobreviveria o minúsculo país sem o desenvolvimento do seu projeto desestabilizador? Com certeza aquela nesga de terra, estrangulada que está entre o Mar Mediterrâneo e o mundo árabe, já teria sido varrida do mapa por uma sequiosa horda de tuaregues ululantes a brandir o sabre de Maomé. Poderão dizer que os judeus sempre venceram sem apelar para seus artefatos, mas, e se os sarracenos conseguissem um dia virar o jogo? Existe um ditado que diz ser a artilharia a última ratio regis, não existindo quem duvide do que será capaz o pequeno Davi para garantir a sobrevida de sua terra prometida.

Todavia, não se pode olvidar, a opinião pública mundial, refém de uma orquestração tendenciosa manipulada pelos “todo-poderosos”, como que sataniza a simples discussão do tema, máxime quando, a partir da era Bush, passou a sofrer insidiosa lavagem cerebral quanto à existência de um “eixo do mal”, acusado à revelia pelas mazelas e inseguranças do mundo civilizado. Acontece que o Iraque, aquele mesmo malvado inocentado pela ONU por não dispor de armas de destruição de massa, ainda assim não foi poupado pelos todo poderosos. Resultado: Coréia do Norte e Irã, que não são crédulos de carteirinha, colocaram suas barbas de molho e estão correndo atrás.

Mas, e o Brasil, como está encarando o País estes paradigmas e tabus insofismáveis? Nos idos da tropicália já se cantava: “é preciso estar atento e forte”. O porvir da nacionalidade depende da posse dos recursos da Amazônia e do pré-sal brasileiros e, de repente, esta vai ser questionada pelos senhores da guerra. Nesta hora, só um poder de indiscutível magnitude poderá nos garantir uma paz digna de sobrevida.

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

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Re: GEOPOLÍTICA

#2684 Mensagem por soultrain » Sex Set 03, 2010 7:45 pm

angelogalvao,

É par ver, quando entrei no DB,faz uns anitos, comecei esta discussão aqui, fui taxado de tolo... Não é que fique contente...

O pico está ai.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: GEOPOLÍTICA

#2685 Mensagem por suntsé » Sáb Set 04, 2010 11:27 am

soultrain escreveu:angelogalvao,

É par ver, quando entrei no DB,faz uns anitos, comecei esta discussão aqui, fui taxado de tolo... Não é que fique contente...

O pico está ai.
Quando eu falei que o Brasil deveria ficar de olho aberto, devido aos insteresses escusos de estrangeiros na amazónia, só faltaram me bater aqui no forum.




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