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Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Sáb Mai 31, 2008 2:56 pm
por EDSON
Interessante neste video, não só mostra a ação tatica em si mas tambem a estratégica.
No final se perceberem da para ver os americanos posicionarem uns sacos de areia. Hora, esta claro que eles não só vieram fazer uma operação de limpeza mas tambem vieram para ficar.
Isto é uma antiga estratégia romana que era usada para dominar seus inimigos, ou seja, se fortificar entre eles garantindo a não ocupação ( usado muito por César na Gálias). Não é só nos tiroteios que devemos estar ligados.
No geral isto simplifica pois se vc expulsa o inimigo e o mesmo volta algum tempo depois seu desgaste será menor. Ja por outro lado, se ele tem que tentar expulsa-lo do lugar isto lhe acarretara um desgaste maior privando ainda de sua logistica mais próxima e de possiveis recrutamentos entre os jovens do lugar.
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qui Jun 05, 2008 7:36 pm
por EDSON
03/06/2008
"Gostaria de ter os membros do Taleban como meus soldados", diz presidente do Afeganistão
Suzanne Koelbl e Ullrich Fichtner
O presidente Hamid Karzai tem sido criticado por não fazer o suficiente para deter a corrupção no Afeganistão. Ele fala ao Spiegel sobre os laços das forças de coalizão com os senhores de guerra, rumores sobre a influência da sua família e por que ele acredita que acordos sujos às vezes são necessários.
Spiegel - Senhor presidente, muito foi escrito sobre os fracassos da comunidade internacional no Afeganistão. Uma boa parte da chamada insurgência no Sul e no Leste do seu país, contudo, parece ser um protesto contra o governo e uma elite corrupta. Não seria exagero falar de um ressurgimento do Taleban. Não é verdade que muitos afegãos estão entrando para o Taleban apenas porque não o consideram corrupto?
Hamid Karzai - Eu discordo. Isso é absolutamente errado.
Spiegel - Alguns afegãos dizem que o próprio presidente está nomeando altas autoridades em Cabul e nas províncias e alimentando a insurgência com essas decisões pessoais. Há verdade nisso?
Karzai - A governança melhorou imensamente no Afeganistão. Pela primeira vez em seis anos, o orçamento afegão tornou-se transparente, não há mais fundos secretos. Antes, os governadores faziam o que queriam. Agora, há uma exigência de relatório e alguns ex-governadores criminosos ou corruptos agora estão na prisão, como o ex-governador da província de Baghdis. É claro que o país precisa de mais tempo, mas os problemas que temos no Sul e no Leste não são por causa da má governança.
O presidente afegão Hamid Karzai acredita que acordo sujos às vezes são necessários
Spiegel - Então, quais são as razões pela situação difícil?
Karzai - Há muita interferência do exterior. A parte Sul do país sempre foi o centro da atividade do Taleban; eles vieram de lá. E há também traços da batalha de décadas dos mujahedeen. Todos esses são fatores.
Spiegel - Alguns de seus assessores mais próximos são suspeitos de roubar terras, contrabandear drogas e ter milícias ilegais, entre eles governadores respeitados e o chefe de polícia. O seu advogado-geral, Abdul Jabar Sabet, acaba de citar alguns deles, inclusive o governador de Nangarhar. Por que vocês ainda protegem essas pessoas?
Karzai - Não estou protegendo ninguém. Estamos tentando governar o Afeganistão e trazer paz e estabilidade. Eu conheço os problemas da polícia. A comunidade internacional finalmente concordou, depois de dois anos de negociações muito intensas e raivosas, que a polícia é um problema e, no meio de 2007, começou a trabalhar conosco. Os postos de policiamento nas estradas, por exemplo, foram desenvolvidos durante os anos da invasão soviética, uma época em que o país não tinha lei, e cada comandante local estabelecia seu próprio posto de policiamento para coletar dinheiro.
Spiegel - Nos tempos do Taleban não havia nenhum posto de policiamento.
Karzai - Esse foi o melhor aspecto do Taleban. Eles fizeram muitas coisas erradas, mas também fizeram algumas coisas corretas. Eu queria ter os membros do Taleban como meus soldados. Gostaria que estivessem servindo a mim e não às pessoas no Paquistão ou outros. Quando voltamos ao Afeganistão, a comunidade internacional trouxe de volta todas as pessoas que tinham dado as costas ao Taleban...
Spiegel - ... o senhor quer dizer os comandantes brutais que combateram na guerra civil ...
Karzai - ... que então se tornaram parceiros dos aliados estrangeiros e agora ainda são pagos por eles por seu apoio. Não é sempre fácil encontrar uma forma que permita o funcionamento da administração da Afeganistão.
Spiegel - Acordos sujos ainda são necessários para a estabilidade do Afeganistão?
Karzai - Absolutamente necessários, porque não temos o poder de resolver esses problemas de outras formas. O que você quer? Guerra? Deixe-me dar-lhe um exemplo. Queríamos prender um senhor de guerra realmente terrível, mas não podíamos fazer isso porque está sendo protegido por um país em particular. Descobrimos que recebia US$ 30.000 por mês para manter sua lealdade. Eles até usavam seus soldados como guardas...
Spiegel - Parece a história do comandante Nasir Mohammed no Badakshan, uma província onde os soldados alemães estão estacionados.
Karzai - Não quero dar nome do país porque pode prejudicar um amigo próximo e aliado. Há, contudo muitos outros países que contratam milícias afegãs e seus líderes. Então só posso trabalhar onde posso agir, e sempre preciso calcular o que acontecerá antes de fazer qualquer coisa.
Spiegel - Há uma lista de traficantes, contrabandistas de alto nível e de uma série de figuras importantes. Alguns são seus assessores e alguns até fazem parte do seu gabinete. Por que não vemos o julgamento de uma única pessoa proeminente?
Karzai - Essa lista é um mito. Eu nunca recebi tal lista. Eu pedi a comunidade internacional que a entregasse para mim, mas nunca foi apresentada.
Spiegel - O seu ex-ministro do interior, Ali Ahmad Jalali, dizia ter a lista.
Karzai - Então você tem que procurar nos arquivos do Ministério do Interior. Também é incorreto o que você diz: muitos traficantes foram levados à justiça. Por que está dizendo que Jalalai tem essa lista?
Spiegel - Por que certa vez ele disse publicamente que a tinha. O senhor está duvidando da sua credibilidade porque ele foi um dos ministros envolvidos no escândalo de corrupção em torno da apropriação de terras para construção em Cabul?
Karzai - Alguns membros da comunidade internacional estão fortemente conectados com elementos corruptos e os usam como fonte. Deixe-me contar outro caso: um de nossos aliados na coalizão deu a um comandante em outra parte do país terras e dinheiro por sua lealdade. Devo levá-lo à justiça? Devo levar Jalali a julgamento?
Spiegel - Por que não?
Karzai - Você não pode esperar que a gente puna um afegão que passou a vida toda neste país, que sofreu, sacrificou sua família, deu sangue pelo país por ter cometido um pequeno crime ou uma pequena corrupção. E depois a pessoa que morou fora por muito tempo e voltou com a comunidade internacional e saqueou o país fica solta? Isso não pode acontecer.
Spiegel - Desde que se tornou presidente, sua família tornou-se altamente bem-sucedida nos negócios e na política. Seu irmão Mahmoud Karzai atualmente é diretor de uma fábrica de cimento em Pul-i-Khumri, no Nordeste, que faz inveja a muitos competidores. Dois outros irmãos, Qayum e Ahmed Wali, são políticos poderosos na região Sul do país. Muitos dizem que nenhuma decisão pode ser feita sem aprovação dos Karzai. Há um grão de verdade nisso?
Karzai - Isso é realmente tudo lixo. Ahmed Wali foi acusado de tráfico de drogas. Eu investiguei profundamente todas as acusações e, é claro, nenhuma delas é verdadeira. Mahmoud foi empresário por alguns anos nos EUA; tem até passaporte americano. Ele fez muito sucesso e muito dinheiro lá e voltou quando os EUA vieram para Afeganistão. Agora, ele se tornou diretor de uma fábrica, e não há nada de errado nisso.
Spiegel - E também é diretor de um grande grupo de investidores que está fazendo negócios no Afeganistão. Ajuda ser parente próximo do presidente?
Karzai - Pelo contrário. Isso torna as coisas mais complicadas para eles porque eu torno as coisas difíceis, extremamente difíceis. Isso se aplica a Mahmoud também. Ele é muito vigiado, não só por mim, mas também pelos ministros, a quem eu instruí de observá-lo de perto. O mesmo acontece para Ahmat Wali: essas histórias de estar envolvido com o tráfico de drogas emergiram em 2004 depois das eleições presidenciais. A história apareceu no "The New York Times". Imediatamente, liguei para o embaixador americano, para a inteligência americana, os britânicos, os europeus. Liguei para eles cinco vezes, e eles disseram: "Senhor presidente, são rumores, provavelmente propaganda." Ninguém apresentou nenhuma evidência, nada.
Spiegel - O Sul é o centro do tráfico de drogas. Será possível que Ahmed Wali Karzai, um dos políticos mais influentes em Candahar, que chefia o conselho da província, não tenha a menor idéia do que está acontecendo?
Karzai - Sim, é muito possível. Nossa família é influente nessa parte do país há 300 anos. Eu sou presidente hoje, mas não tenho a menor idéia de quem está envolvido em drogas lá. Além disso, o tráfico de drogas não é um problema apenas do Afeganistão. A maior parte do dinheiro vai para a máfia internacional e não para os afegãos.
Spiegel - O senhor negocia regularmente com representantes do Taleban -como Wakil Ahmed Muttawakil, ex-ministro de relações exteriores do Taleban, ou Mullah Saif, ex-embaixador do Taleban no Paquistão- mas até agora sem resultados. E ainda assim vemos novos ataques suicidas quase todos os dias.
Karzai - As negociações não estão progredindo na forma que gostaríamos. Mas continuaremos. Os membros do Taleban que fazem parte da Al Qaeda de forma alguma devem ter permissão de voltar. Mas os que entraram para o Taleban por medo ou por necessidade são filhos nativos da Afeganistão e são bem vindos de volta em seu país.
Spiegel - Acredita-se que o senhor concorrerá a um segundo mandato em 2009. Por que o senhor acha que seria o melhor presidente?
Karzai - Não digo que sou o melhor. Espero que esse país tenha em breve a oportunidade de encontrar pessoas melhores que eu. Ainda assim, eu tenho um legado que gostaria de deixar para trás: o de um governo democrático. Eu também venho buscando alternativas, meu próprio substituto.
Spiegel - Ser presidente da Afeganistão é um papel quase impossível. Como o senhor consegue permanecer perpetuamente otimista?
Karzai - Acredito ter governado este país muito bem. Sim, fizemos erros. Eu não estava na situação para resolver problemas como corrupção e impunidade. Isso estava além do meu poder e além do tempo de que dispunha. Entretanto, salvamos este país de outra guerra civil e as pessoas da fome. E as mesmas pessoas que lutaram umas contra as outras nas ruas de Cabul agora estão sentadas no Parlamento. A bandeira do Afeganistão está em todo mundo. Há novas estradas, e os primeiros alunos receberam seus diplomas da Universidade de Cabul há poucos dias. Isso é maravilhoso!
Spiegel Online - Senhor presidente, agradecemos a entrevista.
Tradução: Deborah Weinberg
Visite o site do Der Spiegel
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Seg Jun 09, 2008 9:49 am
por EDSON
09/06/2008 - 09h22
Militares portugueses são feridos em ataque no Afeganistão
Lisboa, 9 jun (Lusa) - Dois militares portugueses ficaram levemente feridos após o ataque de rebeldes afegãos contra caravana militar lusa que regressava no domingo a Cabul, informou nesta segunda-feira as Forças Armadas de Portugal.
Os portugueses foram atacados na noite de domingo, na província de Wardak, a 80 quilômetros da capital afegã.
Os feridos não necessitaram de socorro médico no local e, segundo o Estado-Maior das Forças Armadas de Portugal, "prosseguiram sua missão com normalidade" e a caravana chegou a Cabul, sem mais incidentes, durante a madrugada.
A caravana partiu de Kandahar em 8 de junho e era formada por 92 militares e 22 veículos. Uma das viaturas ficou danificada no ataque.
Os militares portugueses, que fazem parte das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), haviam realizado uma missão operacional em Kandahar, epicentro da insurreição talibã no sul do país.
A área de Kandahar é um dos principais alvos do esforço para aumentar tropas da Otan e dos Estados Unidos no Afeganistão, que atualmente totalizam 60 mil homens.
O contingente português termina sua missão no Afeganistão em agosto depois de assumir, em março, a função de Força de Reação Rápida do comando da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan.
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qua Jun 11, 2008 7:56 am
por cabeça de martelo
Os Comandos Portugueses estavam numa operação na zona de Kandahar (zona com grande influência dos Talibans e um dos locais mais problemáticos no Afeganistão). Ao terminar a operação estavam a voltar para Cabul, infelizmente foram alvos de uma emboscada, mas só houve dois feridos ligeiros.
Os Comandos têm tido muita sorte nas emboscadas, já que escapam delas sem grandes mazelas (a sorte também pode ser sinónimo de uma tropa bem treinada e com uma elevada capacidade operacional).
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qua Jun 11, 2008 6:37 pm
por EDSON
11/06/2008 - 13h07
Paquistão condena ataque 'covarde' dos EUA que matou 11 soldados
Por Kamran Haider
ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão disse na quarta-feira que um ataque aéreo "gratuito e covarde" realizado pelos EUA matou 11 soldados paquistaneses na região da fronteira com o Afeganistão e minou as bases da cooperação militar mantida com os norte-americanos.
Os militares foram mortos em um posto de fronteira da região de Mohmand, perto da Província afegã de Kunar, na noite de terça-feira, quando forças da coalizão norte-americana enfrentavam, no Afeganistão, militantes que atacavam desde o território paquistanês, afirmou uma autoridade da área de segurança do Paquistão.
Em um comunicado divulgado na quarta-feira, as Forças Armadas dos EUA disseram ter coordenado os ataques de artilharia e aéreos com o Paquistão, mas que investigariam o caso.
O incidente ocorre no momento em que aumenta a frustração do governo paquistanês e das forças ocidentais presentes no Afeganistão em vista dos esforço paquistaneses de negociar pactos para colocar fim à violência do seu lado da fronteira.
Segundo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), tais acordos geram apenas mais violência no Afeganistão.
Na crítica mais dura já feita desde que ingressaram na campanha liderada pelos Estados Unidos contra o terrorismo, os militares paquistaneses condenaram a morte dos 11 soldados paramilitares, entre os quais um oficial.
Caso confirmado, esse representaria o maior contingente de militares do Paquistão mortos em um ataque dos EUA.
A investida "prejudicou a base da cooperação e do sacrifício sobre a qual os soldados paquistaneses dão apoio à coalizão na guerra contra o terror", afirmaram os militares do Paquistão.
Em Washington, Bryan Whitman, porta-voz do Pentágono, disse que o incidente ocorreu em uma área de fronteira que há muito tempo preocupa os EUA e o Paquistão.
(Reportagem adicional de Shams Mohmand e Paul Eckert em Washington)
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Sex Jun 13, 2008 9:26 pm
por EDSON
13/06/2008 - 17h55
Talibãs atacam prisão e libertam mais mil detentos no Afeganistão
Islamabad, 13 jun (EFE).- Um grupo talibã atacou hoje uma prisão de Kandahar, no sul do Afeganistão, e libertou 1.150 prisioneiros, entre eles cerca de 400 talibãs, informaram fontes ligadas às autoridades locais.
Os insurgentes talibãs utilizaram um caminhão-bomba para destruir a porta da prisão e vários suicidas explodiram bombas no local, o que deixou um grande número de vítimas.
Segundo Wali Karzai, irmão do presidente do país e presidente do Conselho Provincial de Kandahar, "todos os prisioneiros escaparam".
Karzai disse ainda que entre os presos libertados havia um grupo de 350 talibãs que estavam em greve de fome há um mês.
A invasão da prisão começou às 14h (Brasília) e durou cerca de trinta minutos.
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Dom Jun 15, 2008 3:30 pm
por manuel.liste
Seis insurgentes muertos y otros seis heridos en un enfrentamiento con tropas españolas y de policía afgana:
http://www.elmundo.es/elmundo/2008/06/1 ... 1213554336
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Ter Jun 17, 2008 8:43 am
por cabeça de martelo
Afeganistão Como os soldados portugueses viveram no sul
Durante 42 dias, cerca de 140 militares portugueses viveram numa pequena base, no sul do Afeganistão, em zona considerada hostil. No regresso a Cabul, o soldado Duarte, o cabo-adjunto Lamela, o tenente Varandas e a socorrista Santos contaram ao P2 como foi. Por Alexandra Lucas Coelho, em Cabul
No fim do almoço, os soldados Duarte e Lamela vão falar à desgarrada das papoilas que cercavam os portugueses por todos os lados menos um, no sul do Afeganistão.
Mas agora ainda não é meio-dia. Cabul escalda, numa convulsão de carros aos solavancos nas ruas esburacadas até ficarem engarrafados na próxima esquina. De cada vez que os carros param, mulheres e crianças vêm pedir dinheiro ou vender coisas. Muitas destas mulheres estão cobertas por burqas já gastas e algumas andam descalças. O ar é poeirento e poluído e há polícias sinaleiros com máscaras cirúrgicas. As bancas de rua estão carregadas de mangas maduras, pequenas bananas a ficarem pretas, tomates, batatas, melancias. Um rapaz atravessa a rua com uma pilha de grandes pães espalmados. O pão, aqui, é mesa, prato e talher. Além de ser comido, come-se em cima dele e com ele. É tão comprido que se dobra e leva debaixo do braço. Passa pelas mãos de toda a gente e sacode-se como um pano.
Andando para leste, blocos de betão, muros, barricadas, rolos de arame farpado, patrulhas, armas pesadas. Nesta zona situam-se duas instalações da ISAF, a força internacional liderada pela NATO no Afeganistão. Mas a base principal, Camp Warehouse, ainda está a 15 minutos do centro de Cabul. É lá que se encontram os soldados portugueses - quase todos Comandos e alguns membros da Força Aérea -, recém-regressados da província de Kandahar, última missão no terreno deste destacamento, antes do regresso a Portugal, entre Julho e Agosto.
Chega-se a Camp Warehouse por uma longa estrada repleta de camiões, armazéns e contentores.
A base fica do lado direito. Uma fortaleza cercada por betão e muros, a perder de vista até ao recorte das montanhas que cercam Cabul. O táxi tem que ficar muito antes da guarita dos soldados. Depois, o visitante vai a pé por uma passagem entre blocos de betão até encontrar os vigias, neste momento franceses.
Frederico Varandas, médico da missão portuguesa, é o elemento de coordenação do outro lado. A comunicação demora uns minutos. Abertas as grades de ferro, passa-se por uma revista sumária e a seguir por uma revista detalhada. Os telemóveis ficam à porta. E a partir daqui o tenente Varandas conduz o caminho pelo terreiro ao sol, até ao pedaço de Camp Warehouse onde todas as coisas são portuguesas: bandeiras, carros, fardas, música, clubes de futebol e um totem de placas de sinalização, de Oliveira de Frades a Elvas.
Como é 10 de Junho, vai haver uma breve cerimónia antes de almoço. O comandante da força portuguesa, tenente-coronel Carlos Bartolomeu, recebe o P2 com um café que é quase uma bica, raridade em Cabul. "Não vamos celebrar o 10 de Junho com toda a pompa porque não sabíamos se estaríamos cá. Era impossível comprometermo-nos com uma festa. Podíamos ter imprevistos durante o movimento."
O "movimento" foi a vinda de Kandahar para Cabul, 600 quilómetros numa estrada infiltrada por taliban e gangues. Os afegãos comuns deixaram de a percorrer. Todas as organizações humanitárias voam por cima dela. Mas os militares têm que deslocar colunas de viaturas. Assim, finda a missão no sul, os portugueses partiram numa coluna de 22 viaturas e 92 homens. A 80 quilómetros de Cabul, noite escura, foram emboscados num vale, estiveram 15 minutos sob fogo intenso, e dois militares ficaram ligeiramente feridos (ver edição de 11 de Junho).
Tudo isto está muito fresco, aqui, agora. Aconteceu há duas noites. Foi o momento mais tenso de toda a estadia no Afeganistão, hão-de dizer, um a um, os soldados durante o almoço.
O comandante Bartolomeu vai preparar-se para a cerimónia e o tenente Varandas fica a fazer as honras da base. Lisboeta da Praça de Londres, 28 anos, médico no Hospital de Santa Marta e da equipa do Vitória de Setúbal, este sorridente surfista de olhos verdes nunca se tinha visto num cenário de guerra, ainda por cima cercado de terra. "O que me custa mais é não haver mar."
E começa a descrever o cenário em que a missão portuguesa esteve, no último mês e meio. Um pequeno grupo ficou na base aérea de Kandahar, mas o grosso da força, 140 militares, foi acabar de construir e inaugurar uma FOB (Forward Operating Base), uma pequena base bastante isolada, a 120 quilómetros da cidade, na província de Maywan.
"Estávamos junto a uma povoação e o resto eram campos. Não tínhamos ar condicionado, dormíamos em tendas, com 40 e tal graus à sombra - nem sei quantos estariam ao sol! Durante o dia não se podia entrar na tenda. Foram 42 dias a rações de combate e para tomar banho tínhamos um poço de onde tirávamos água."
Estas condições são comuns nas pequenas bases avançadas, mas por pouco tempo. "Os outros contingentes que ocupam as FOB ficam no máximo uns 10, 15 dias. Nós, como somos poucos, não tivemos possibilidade de fazer rotação."
Havia uma rotina clara. Todos os dias a força dividia-se em três. "Um grupo fazia a segurança nas torres e no portão, porque estávamos numa zona de ameaça séria. Outro grupo fazia patrulhas pela povoação, comunicando com os civis, explicando que a nossa missão era para a segurança deles, e nestas patrulhas ia sempre um tradutor e um enfermeiro ou eu. O terceiro grupo ficava de QRF [Quick Reaction Force, Força de Reacção Rápida], para sair em socorro, se algo acontecesse."
99 por cento de papoila
Cumprida a cerimónia, com parada e discursos ao sol, o almoço é volante, na frescura de uma grande sala. Mais de 150 homens a segurar pratos de plástico, entre mesas cheias de camarões e salgados, refrigerantes e águas, e de vez em quando um sorriso de mulher no bruá masculino e eufórico. Já lá vamos.
O tenente Varandas apresenta o soldado Daniel Duarte, 23 anos, que vai na sua segunda missão afegã. Leia-se o que se segue com sotaque de Penafiel: "Foram 42 dias complicados por causa do calor, não tínhamos ar condicionado nas tendas. E a ração come-se bem 15 dias, depois o sabor é sempre o mesmo."
"A guerra era por causa dos batidos", diz o cabo-adjunto João Lamela, 30 anos, irrompendo na conversa, com sotaque de Barcelos.
Os homens do Norte estão em maioria e, com à vontade de soldados, Duarte e Lamela começam a contar o que viveram no Sul afegão, onde os campos de papoilas produzem grande parte da heroína e ópio que circulam no mundo.
Duarte - A segurança era o mais aborrecido, ficávamos ali na seca. As patrulhas apeadas e motorizadas era o melhor, o contacto com a população, as crianças.
Lamela - A zona de patrulha era de forte cultivo da papoila e da cannabis, grande parte era mesmo dentro dos campos de papoila.
Duarte - Nunca tinha visto tanta papoila.
Lamela - Eles trabalham 24 horas sobre 24 naquilo, havia lá sempre gente. Durante a noite havia a preocupação da rega e durante o dia de limpar a planta, para depois fazerem a seiva, que este ano estava a 80 dólares o quilo.
A cabeça de papoila tem umas sementes que são doces e as crianças utilizavam muito isso para comer, a cabeça da papoila depois de seca. Isso e umas árvores com amoras. Sempre que passávamos nessa árvore havia um ou dois pendurados, outros dois cá em baixo, eles a abanar os ramos. Devia ser a única coisa que naquele dia iriam comer, provavelmente.
Duarte - Ali, a agricultura é baseada na papoila.
Lamela - Às vezes lá encontrávamos um bocadinho com centeio ou trigo, mas 99 por cento era papoila.. No princípio, eles pensavam que a gente estava lá para a erradicação, que era o que se tinha feito anteriormente. Mas a gente tratava de esclarecer que não.
O tenente Varandas intervém, para contextualizar:
- A nossa missão era garantir segurança à população e manter as vias rodoviárias íntegras.
Duarte - Se o nosso trabalho fosse erradicar a papoila de certeza que íamos ter muito mais problemas. Ainda bem que não foi. É o ganho deles, claro que iam responder.
Lamela - É o único meio de subsistência que têm. Trabalham aqueles quatro meses para o ano todo. A nossa FOB era um rectângulo e só um dos lados era junto às casas, de resto era tudo área de cultivo.
Duarte - Quase toda a população que trabalha ali, é nisso.
Lamela - Os homens da zona mais os de fora. Num campo, estavam sempre 18, 20 pessoas a trabalhar na papoila.
A povoação
Lamela - Havia uma parte da população que nos aceitava e outra que nos hostilizava.
Duarte - Não éramos bem vistos.
Lamela - Eles eram simpatizantes taliban.
O tenente Varandas intervém, para contextualizar:
- Não era bem. Havia um certo receio, a princípio, de que pudéssemos atrair problemas para eles. Mas com o tempo as pessoas foram aceitando.
Duarte - Dávamos-lhes sempre água, parte da ração.
Lamela - Também nutriam alguma simpatia por nós porque tínhamos barba e identificavam-nos como muçulmanos. Dizíamos "salamaleikum" e eles pensavam que éramos afegãos.
Duarte - O uniforme do exército afegão não é muito diferente do nosso.
Lamela - Eu tinha uma barba assim [pelo peito]. Eles diziam que a barba era um sinal que não éramos mentirosos, que éramos sábios.
Normalmente tentávamos abordar os homens mais velhos, que são os que têm mais aceitação na povoação, e levávamos um enfermeiro connosco. Na primeira patrulha apeada que fizemos, abordámos um mais velho para perguntar se estava tudo bem, se precisavam de alguma coisa, e ele para nossa surpresa disse logo: "Precisamos, precisamos." Então precisa de quê? "Estou aqui com uma dor nas costas, com uma dor na perna..." A gente queria ajudar, mas ele levou para o lado pessoal.
Duarte - Os adultos não se metiam connosco.
Lamela - As crianças são mais fáceis.
Mas perto da nossa FOB, no final da missão, já muita gente dizia "bom-dia", "Portugal", "obrigada", que em pashto é "manana".
Tempos mortos
Lamela - Fora da actividade operacional, tínhamos os nossos tempos mortos, que tentávamos colmatar entre jogar voleibol, ir ao ginásio, jogar futebol, que aqui a rapaziada é toda virada para o desporto.
Lamela - Pronto, não é bem ginásio
Duarte - É algo improvisado.
Lamela - Com uns paus, umas redes de camuflagem para fazer sombra.
Duarte - Com uns pesositos.
Lamela - Com umas paletes do avião que trazia as nossas coisas fizemos o chão, com madeira fizemos os bancos, levámos daqui os alteres, tínhamos feito lá uma barra, era uma forma de passar o tempo. Também o voleibol, em conjunto, por exemplo, com os elementos do ANA, que é o exército afegão, jogávamos todos os dias, no final da tarde, uma equipa deles e várias nossas. O futebol, era gravilha e tudo, mas pronto.
Duarte - Um bocadito de sangue, pronto.
Lamela -Depois era as conversas à noite, junto à máquina de café, no refeitório.
Duarte - Também jogávamos uma suecazinha, que eu dava ali cada coça no João [Lamela].
Lamela - Falar para casa, era via telemóvel, essencialmente. Se não conseguíssemos, a força iria disponibilizar o telefone satélite, mas não houve necessidade. Era curioso porque só tínhamos rede das cinco da manhã às sete da tarde. Às sete da tarde em ponto terminava. Havia quem dissesse que era por causa dos IED's. Os IED's são engenhos improvisados explosivos. Eles [os taliban] activam o engenho e nisto destroem uma viatura e quem vai lá dentro. Havia quem dizia também que aquilo era a energia solar, e assim que terminava o sol deixava de haver rede.
Ah, e tinha uma curiosidade, que era o banho. De início não tínhamos água armazenada, e aí era uma diversão. O poço tinha uma manivela, a gente fazia a extracção de água para um balde azul, e era onde tomávamos banhos. E nos mesmos baldes tínhamos que lavar a nossa roupa.
Duarte - Mas não lavávamos muitas vezes, o pessoal usava sempre a mesma.
Lamela - E depois era as refeições. Ao início, como era novidade, toda a gente queria experimentar, e no final de 15, 20 dias olhávamos para o menu e já sabíamos o que íamos comer. Havia aquele que tinha o batido, o que tinha os m&m's, o que trazia o bife com cogumelos. Porque as nossas refeições, de pequeno-almoço, almoço e jantar eram uma ração americana. Exceptuando ao domingo que alternávamos com uma ração portuguesa, que a gente já conhece bem.
Taliban invisíveis
Lamela - Se abordássemos alguém a perguntar se precisavam de ajuda e eles nos respondessem "não, estamos bem, o problema são vocês que andam aqui a assustar as nossas mulheres e crianças", a gente já sabia que havia de ser um simpatizante taliban. Mas contacto directo com quem se afirmasse taliban acho que nunca.
O tenente Varandas intervém, para contextualizar:
- Houve apenas situações em que tivemos de sair em apoio a colunas de civis que passavam na nossa área e tinham sido atacadas. Por mais de uma vez.
Lamela - Chegávamos a uma área, e víamos vestígios, por exemplo várias granadas disparados junto a umas casas. Íamos abordar a população e ninguém tinha visto nada. Taliban nesta zona? Não! Eles tinham medo de serem repreendidos pelos taliban. A gente sabia que eles estavam lá na zona, agora contacto directo, não.
Duarte - Uma vez fomos lá bater a uns 'compounds' onde se dizia que eles podiam estar e só vimos umas mulheres que disseram que os homens tinham ido embora porque tinham medo de serem vistos pelos taliban a falarem connosco.
A única mulher
Na missão portuguesa está incluído um módulo sanitário, que além do tenente Varandas, médico, inclui dois enfermeiros e dois socorristas.
Um dos socorristas é Liliana Santos, 26 anos, vinda de Macedo de Cavaleiros para a Carregueira, onde estão os Comandos, a sua unidade. Já esteve uma vez no Afeganistão, uma vez em Timor e aqui está em Cabul, a ajeitar a boina ao pé da enfermaria de campanha. Era a única mulher na base de Maywan.
"Foi um bocado complicado, principalmente com os banhos, lavar o cabelo..." Mostra o cabelo apanhado por baixo da boina. "Enchíamos um saco com água, aquecíamo-lo ao sol e alguém me ia deitando água no cabelo."
E a parte do duche? "Tinha um chuveiro de campanha, com cortinas." E não dormia numa tenda. "Tinha uma divisão para mim, num edifício que lá havia."
Então, o que custou mesmo mais? "A comida!"
Liliana não ia na coluna que veio por estrada para Cabul e portanto não viveu a emboscada. E também não fazia patrulhas. Todos os contactos que teve com a população foram através dos feridos que a enfermaria portuguesa recebeu. Manteve-se dentro da base durante 42 dias.
Pensando melhor, afinal, mais que a comida o que lhe custou mesmo "foi ter lá ficado tanto tempo".
Gente brava
Durante um mês e meio, uns pais em Lisboa andaram convencidos de que o filho estava a trabalhar num hospital em Kandahar. O tenente Varandas poupou-os à descrição da pequena base isolada, cercada de papoilas, numa zona considerada hostil. Neste 10 de Junho, já sabem da verdade.
"Em Lisboa, eu estava assustado porque não sabia o que poderia encontrar. Mas o ser humano é uma máquina muito perfeita. Custa no primeiro dia, ao segundo já não. Foi uma experiência muito rica como médico. O desafio foi trabalhar com os meios que tínhamos. Para os dois enfermeiros foi puxado, porque as patrulhas diárias tinham que ter um enfermeiro ou médico, e eram patrulhas até nove quilómetros, com colete, armamento, aí uns 15, 20 quilos."
Se o susto da emboscada foi o maior, tratar dos civis é a grande memória. "São um povo bravo, corajoso. É impressionante a coragem que as crianças já trazem. Como um menino de 12 anos que me apareceu com a cabeça aberta até se ver o osso, a andar pelo seu próprio pé e sem chorar. Disse que tinha levado uma pedrada. Veio sozinho, porque sabia que tínhamos médico."
O tenente Varandas suturou-o, e não foi o único. "Vinham frequentemente. Quando chegámos, os ingleses tinham ferido dois irmãos e garantíamos o tratamento deles. Herdei aqueles dois feridos." Um tinha 20 anos e o outro oito. Ambos com tiros que tinham entrado e saído. "Todos os dias iam lá à enfermaria. E as condições de assépsia eram complicadas. Ter uma sala esterilizada é utópico. Felizmente correu tudo bem."
Além dos civis, houve aquele "polícia afegão que furou o pé de um lado ao outro ao limpar a arma", conta o tenente Varandas. "Tive oportunidade de ver ferimentos que em Portugal são raros." E deu formação de reanimação e sinais vitais aos 40 soldados do exército local que estavam com a força portuguesa em Maywan.
Os afegãos, em suma? "São um povo com grande instinto de sobrevivência. Espertos e rápidos. Muito rápidos."
No princípio da visita, ao descrever a base, o tenente Varandas dissera que estava cercada de campo, mas não falara em papoilas. É um oficial muito bem-educado. E então? Sorri, sem ir mais longe: "Em Abril são bonitas."
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qua Jun 18, 2008 10:35 am
por cabeça de martelo
Crianças usadas como bombistas suicidas
Chamam-lhes "terror kids".
São rapazes com idades entre os 13 e os 15 anos, treinados pelos extremistas islâmicos para serem bombistas suícidas
video:
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?he ... 95&tema=31
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qua Jun 18, 2008 6:39 pm
por EDSON
Taliban capture US helicopter parts
Taliban capture US helicopter parts
By Hamid Mir
ISLAMABAD: In a startling operation that shook the Pentagon, the White House and the US administration some weeks back, the Taliban in the tribal areas captured parts of three US helicopters — Chinook, Black Hawk and Cobra — while they were being shipped in huge containers from Peshawar to Jalalabad in Afghanistan.
Pakistani officials have confirmed the capture while the US diplomats stationed in Islamabad are trying to fudge the issue without denying it outright. US embassy spokesperson Elizabeth Colton commented: "The embassy has no comment on this as the information appears to be only hearsay."
When this correspondent informed the embassy spokesperson that he had seen pictures of the stolen parts of helicopters, she again said "no comment". Some diplomats in Islamabad are very much aware of this recent Taliban operation but they were not ready to speak on record.
Diplomatic sources say the recent US air strike in the tribal areas was actually an attack on the location where the unassembled parts of the two helicopters, owned by the US armed forces, were stored by the Taliban.
Sources told The News US Assistant Secretary Richard Boucher was to visit Pakistan and Afghanistan soon in view of the situation in the region. What is shocking is the revelation that the US forces were transporting helicopters in unassembled form in containers, which landed at the Karachi Port and travelled all the way by road to Peshawar and then entered the tribal areas for onward journey to Afghanistan.
When these containers entered the Khyber Agency at Jamrud, the Taliban stopped the convoys and took away the helicopter parts. Pakistani paramilitary forces in the area tried to confront the Taliban but they suffered heavy losses due to darkness. This happened in the same area where Pakistan's Ambassador to Afghanistan Tariq Azizuddin was kidnapped in February this year.
Chinook and Black Hawk were captured recently while the Cobra was hijacked some weeks back. When the Taliban first captured the Cobra helicopter, they filmed all the stolen parts and supplied the CD to their allies in Afghanistan.
Some people in the Farah province of western Afghanistan showed interest in purchasing the Cobra helicopter and subsequently its parts were smuggled to Farah. Taliban sold this Cobra to an unidentified customer for several hundred thousand dollars.
Following the latest ground hijacking, the Taliban have again filmed all the stolen parts of CH-47 Chinook and Black Hawk choppers. Chinook is a versatile twin-engine helicopter that was also used to help the earthquake victims in Kashmir in October 2005 by the US Army.
The Taliban have again sent the CD to people for attracting customers from neighbouring countries of Afghanistan. They do not seem to have hit any customer as the stolen parts with extra engines are still in their custody.
The Taliban captured some unexploded Tomahawk missiles in the Khost area of eastern Afghanistan in 1998. These missiles were fired on al-Qaeda hideouts after attacks on US embassies in Kenya and Tanzania. The Taliban handed over some of the unexploded US missiles to the Chinese in 1998.
Top US military officials have demanded recently from Pakistan to start an operation in the tribal areas for the recovery of their stolen helicopters. They have expressed concern that instead of initiating an operation against the Taliban, the new government is negotiating peace with the Taliban.
Concerned officials in the Foreign Office were of the opinion that the Taliban had increased their attacks in Afghanistan recently due to the incompetence of the Afghan National Army and the Nato forces.
The Taliban used a fuel tanker packed with 1800 kg of explosives a few days ago to break a jail in Kandahar. They got released their 400 comrades along with 1,100 other prisoners in that operation.
On Tuesday, the Taliban captured Arghundab district of Kandahar province. It was also a big blow to the credibility of Nato and the Karzai government but now both of them are trying to divert the international attention by threatening to attack the Pakistani border areas.
The Taliban have recently conducted bloody operations against the Nato forces in Shenwro district of Parwaon province in the north, Taren Kot city of Uruzgan province in the south and Poli Alm city of Logar province close to Kabul.
All these are not close to the Pakistani borders and the Taliban were attacking the Nato with the help of the local population.
It was learnt that the high command of Pakistani security forces has requested the government for permission to respond in a hard-hitting manner to any attack from Afghanistan in future.
Meanwhile, US Assistant Secretary of State Richard Boucher would visit Pakistan and Afghanistan shortly. It is expected that he would try to narrow down the differences between Islamabad and Kabul.
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qui Jun 19, 2008 11:20 am
por EDSON
19/06/2008 - 09h07
Ofensiva de tropas afegãs e da Otan mata 56 talibãs em Kandahar
Cabul, 19 jun (EFE).- O Ministério da Defesa afegão calculou hoje em 56 o número de vítimas fatais entre a insurgência talibã na operação militar realizada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e pelo Exército afegão contra os rebeldes das cercanias de Kandahar, no sul do país.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do ministério, general Zahir Azimi, disse que os insurgentes saíram das localidades que tinham tomado no distrito de Arghandab, e acrescentou que vários talibãs ficaram feridos durante os combates, mas não precisou quantos.
Uma fonte oficial tinha informado antes à Agência Efe que a ofensiva deixou "centenas" de insurgentes mortos ou feridos.
"Centenas de combatentes morreram ou estão feridos, a maioria deles estrangeiros procedentes, principalmente, do Paquistão", disse Mohamad Dawoud, o porta-voz do governador de Kandahar, Assadullah Khalid.
A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) no Afeganistão ainda não divulgou sua própria estimativa de vítimas.
Os talibãs tomaram há poucos dias o controle de várias localidades a apenas 20 quilômetros de Kandahar, a segunda cidade mais importante do país, depois que, em 13 de junho, um grupo insurgente libertou centenas de prisioneiros da penitenciária da idade.
A operação do Exército começou ontem de manhã na margem oeste do rio Arghandab, com a participação de milhares de soldados afegãos mobilizados na área e de tropas da Isaf.
UOL Celular
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Sex Jun 20, 2008 3:37 pm
por Tigershark
20/06/2008 - 15h25 - Atualizado em 20/06/2008 - 15h30
Rússia e EUA acordam envio de armas russas ao Exército afegão
Da EFE
Moscou, 20 jun (EFE) - A Rússia e os Estados Unidos alcançaram hoje um acordo de princípio sobre a provisão de armas e técnica militar russa para o Exército do Afeganistão.
O acordo foi alcançado em reunião do grupo de trabalho bilateral para a luta contra o terrorismo realizada em Moscou, entre o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Kisliak, e o secretário de Estado adjunto dos EUA, William Burns.
"Nossos países cooperam na luta contra o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado. As conversas foram muito produtivas, cordiais e profissionais", disse Kisliak em entrevista coletiva conjunta com Burns, ex-embaixador dos EUA em Moscou.
O diplomata lembrou que, em sua reunião de abril em Sochi, o presidente americano, George W. Bush, e o então governante russo, Vladimir Putin, decidiram intensificar o trabalho desse grupo de trabalho, que tinha se reunido pela última vez em setembro de 2006.
Kisliak destacou como principal resultado da reunião o acordo de princípio sobre o fornecimento de armamento russo para o Exército Nacional do Afeganistão, e expressou a disposição de Moscou de elevar consideravelmente o montante das entregas de material bélico.
As partes também acordaram impulsionar os projetos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) voltados a reforçar a vigilância das fronteiras no Afeganistão e dos países da Ásia Central.
Para isso, criarão centros docentes especializados na formação de pessoal dos serviços fronteiriços e de alfândegas dos estados da região.
Moscou e Washington se comprometeram também a impulsionar e financiar um projeto do Conselho Organização do Tratado do Atlântico Norte-Rússia de formação conjunta de pessoal para a luta contra o tráfico de drogas.
Os diplomatas repassaram também alguns assuntos internacionais atuais, mas divergiram sobre determinados problemas, como o conflito em torno ao programa nuclear do Irã.
Burns ressaltou que, na opinião dos Estados Unidos, o Irã pode possuir um programa nuclear civil, mas este não deve preocupar a comunidade mundial nem incluir o procedimento de enriquecimento de urânio, que pode ter fins militares.
Já Kisliak criticou a decisão do Senado americano de bloquear a ratificação do acordo russo-americano sobre o uso pacífico da energia atômica devido à cooperação de Moscou com Teerã em matéria nuclear.
O diplomata assinalou que a Rússia só ajuda o Irã a construir a primeira usina nuclear iraniana em Bushehr, um projeto autorizado e fiscalizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). EFE
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Ter Jun 24, 2008 1:47 pm
por ademir
Talibã alerta sobre captura de Cabul
A “Operação Al-Battar” (árabe para “A Espada”), comandada pelo Talibã na última sexta-feira (13), em que mais de 1200 prisioneiros foram libertados de uma prisão dos militares afegãos em Kandahar, representa um simples exemplo de como a ocupação do Afeganistão pelos poderes ocidentais é frágil, enquanto o Talibã se provou fortalecido e, ao contrário do que a mídia ocidental mostra, no ataque, e não na defensiva.
Toda a operação na prisão de Sarpoza, conduzida na madrugada do dia 13, foi documentada pelo Talibã. No vídeo sem cortes, publicado pela Al-Labbaik, é possível ver, de longe, duas enormes explosões, acompanhadas por vozes silenciosas e calmas que dizem “Allahu Akbar” – “Allah é o maior”. Eram dois caminhõesbomba; um que destruiu a entrada da prisão, e outro que demoliu um dos muros do lado posterior. Em poucos minutos, chegaram ao local pequenas motos e caminhonetes transportando dezenas de mujahidin talibãs. Uma breve troca de tiros, que não durou mais de cinco minutos, eliminou os 15 militares afegãos que guardavam a prisão. Em menos de 20 minutos, todos os mais de 1200 prisioneiros, centenas deles aliados do Talibã, haviam escapado. As forças da OTAN levaram pouco mais de duas horas para chegarem
ao local e “restabelecerem a ordem”.
Nos dias seguintes, forças do Talibã capturaram 13 vilas na região, expulsando o exército afegão, que se escondeu sob proteção da OTAN na base mais próxima de Kandahar. Todas as vilas capturadas formam um cerco completo, com um raio de 20 km de distância ao redor de Kandahar, a cidade-sede do Talibã, no sul do Afeganistão.
Milhares de forças ocidentais e afegãs foram mobilizadas, trazidas de Cabul, para tentar recuperar o território perdido. “Mas é muito difícil quando eles não usam uniformes que dizem: ‘eu sou um Talibã’”, disse Norine MacDonald, do grupo de pesquisas ocidental Senlis Council, baseado em Kandahar. De fato, na operação de contra-ataque da OTAN houve poucos combates, e as vilas controladas pelo Talibã se mostravam calmas e tranqüilas, sem nenhum sinal de repressão ou ocupação por uma entidade inimiga.
Ainda no primeiro dia de ataque da OTAN em Kandahar, na terçafeira (17), Hazar Gul, comandante do Talibã responsável pela recente tentativa de assassinar o presidente afegão e amigo pessoal da família Bush, Hamid Karzai, anunciou: “estamos completamente infiltrados no exército afegão”. “Tem sido fácil conduzir operações, porque fazemos parte do exército. Os estrangeiros não têm qualquer autoridade aqui. Ao sair de Cabul, tudo está em nossas mãos. Em meu comando [na região de Kapisa], tenho mais de 350 homens infiltrados no exército”, disse Gul à rede de notícias estadunidense Sky News. De fato, a OTAN levantou suspeitas sobre o ataque à prisão de Kandahar, uma vez que forças locais não responderam aos pedidos de socorro vindos da prisão após as grandes explosões.
Assim como no Iraque, os invasores foram derrotados no Afeganistão. São quase sete anos de ocupação, e o Talibã demonstra-se cada vez mais fortalecido e capaz de atacar e sustentar posições importantes. E não existe luz no horizonte – a mídia ocidental já se contenta em publicar somente o que os militares da OTAN anunciam, para evitar essa realidade. “Em breve estaremos em Cabul”, alertou o comandante Hazar Gul. A OTAN que se prepare.
Fonte:OrienteMedioVivo.com.br
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qua Jun 25, 2008 12:54 pm
por EDSON
ademir escreveu:Talibã alerta sobre captura de Cabul
A “Operação Al-Battar” (árabe para “A Espada”), comandada pelo Talibã na última sexta-feira (13), em que mais de 1200 prisioneiros foram libertados de uma prisão dos militares afegãos em Kandahar, representa um simples exemplo de como a ocupação do Afeganistão pelos poderes ocidentais é frágil, enquanto o Talibã se provou fortalecido e, ao contrário do que a mídia ocidental mostra, no ataque, e não na defensiva.
Toda a operação na prisão de Sarpoza, conduzida na madrugada do dia 13, foi documentada pelo Talibã. No vídeo sem cortes, publicado pela Al-Labbaik, é possível ver, de longe, duas enormes explosões, acompanhadas por vozes silenciosas e calmas que dizem “Allahu Akbar” – “Allah é o maior”. Eram dois caminhõesbomba; um que destruiu a entrada da prisão, e outro que demoliu um dos muros do lado posterior. Em poucos minutos, chegaram ao local pequenas motos e caminhonetes transportando dezenas de mujahidin talibãs. Uma breve troca de tiros, que não durou mais de cinco minutos, eliminou os 15 militares afegãos que guardavam a prisão. Em menos de 20 minutos, todos os mais de 1200 prisioneiros, centenas deles aliados do Talibã, haviam escapado. As forças da OTAN levaram pouco mais de duas horas para chegarem
ao local e “restabelecerem a ordem”.
Nos dias seguintes, forças do Talibã capturaram 13 vilas na região, expulsando o exército afegão, que se escondeu sob proteção da OTAN na base mais próxima de Kandahar. Todas as vilas capturadas formam um cerco completo, com um raio de 20 km de distância ao redor de Kandahar, a cidade-sede do Talibã, no sul do Afeganistão.
Milhares de forças ocidentais e afegãs foram mobilizadas, trazidas de Cabul, para tentar recuperar o território perdido. “Mas é muito difícil quando eles não usam uniformes que dizem: ‘eu sou um Talibã’”, disse Norine MacDonald, do grupo de pesquisas ocidental Senlis Council, baseado em Kandahar. De fato, na operação de contra-ataque da OTAN houve poucos combates, e as vilas controladas pelo Talibã se mostravam calmas e tranqüilas, sem nenhum sinal de repressão ou ocupação por uma entidade inimiga.
Ainda no primeiro dia de ataque da OTAN em Kandahar, na terçafeira (17), Hazar Gul, comandante do Talibã responsável pela recente tentativa de assassinar o presidente afegão e amigo pessoal da família Bush, Hamid Karzai, anunciou: “estamos completamente infiltrados no exército afegão”. “Tem sido fácil conduzir operações, porque fazemos parte do exército. Os estrangeiros não têm qualquer autoridade aqui. Ao sair de Cabul, tudo está em nossas mãos. Em meu comando [na região de Kapisa], tenho mais de 350 homens infiltrados no exército”, disse Gul à rede de notícias estadunidense Sky News. De fato, a OTAN levantou suspeitas sobre o ataque à prisão de Kandahar, uma vez que forças locais não responderam aos pedidos de socorro vindos da prisão após as grandes explosões.
Assim como no Iraque, os invasores foram derrotados no Afeganistão. São quase sete anos de ocupação, e o Talibã demonstra-se cada vez mais fortalecido e capaz de atacar e sustentar posições importantes. E não existe luz no horizonte – a mídia ocidental já se contenta em publicar somente o que os militares da OTAN anunciam, para evitar essa realidade. “Em breve estaremos em Cabul”, alertou o comandante Hazar Gul. A OTAN que se prepare.
Fonte:OrienteMedioVivo.com.br
Cavalo de Tróia.
Re: Notícias de Afeganistão
Enviado: Qua Jun 25, 2008 9:53 pm
por ademir
Parece que a coisa ta feia no Afeganistão...
Violência fecha 80% das escolas em província afegã
O governo do Afeganistão anunciou nesta quarta-feira que cerca de 80% das escolas em uma província do sudeste do país, Zabul, estão atualmente fechadas devido à falta de segurança na região.
Os estudantes e professores de Zabul teriam recebido ameaças de insurgentes e outros grupos armados, que estariam exigindo que eles não compareçam as escolas.
Estima-se que cerca de 35 mil crianças estejam perdendo as aulas.
O ministro afegão da educação, Hanif Atmar, fez um apelo para que a população local colabore com o governo para melhorar a segurança.
Centenas de escolas já foram atacadas por insurgentes no sul e leste do Afeganistão.
Mortos
Também nesta quarta-feira, autoridades no noroeste do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão, disseram que encontraram os corpos de 22 homens que tinham sido seqüestrados por militantes do Talebã na segunda-feira.
Os homens foram levados da área tribal do Waziristão por combatentes leais ao Talebã – a milícia que governou o Afeganistão até 2001.
Os mortos pertenciam a um grupo tribal rival ao Talebã, o Bhittani, que era considerado favorável ao governo, segundo as autoridades.
O Talebã tinha seqüestrado um total de 30 membros da tribo depois de assumir, por um tempo, o controle da cidade paquistanesa de Jandola.
Segundo a correspondente da BBC em Islamabad Barbara Plett, foram assassinados os idosos da tribo Bhittani. Esta tribo tem uma rixa de longa data com a tribo Mehsud, à qual pertencem combatentes do Talebã.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... esfn.shtml