China...

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Re: China...

#256 Mensagem por FoxHound » Qua Ago 15, 2012 1:23 am

Rússia em alerta contra influência chinesa na região siberiana
Área fronteiriça russa tem muitos recursos.
O Primeiro-Ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, faz um alerta sobre a crescente influência da China na fronteira com o Extremo Oriente da Rússia. Ele afirmou que é necessário defender a região contra a “expansão excessiva dos Estados Fronteiriços”. Os territórios da Sibéria e do Extremo Oriente da Rússia possuem muitos recursos e são muito pouco habitadas, ao contrário da China, que tem recursos mais escassos e a maior população mundial.

Apesar de ter a maior área territorial do planeta, a Rússia é apenas o nono país mais populoso do mundo, com uma população de 143 milhões de habitantes. Já a China possui o terceiro maior território do planeta e é o mais populoso, com mais de 1,133 bilhão habitantes. Os dois países têm fortes laços diplomáticos e econômicos, mas a influência chinesa no oriente russo, com o grande fluxo de imigrantes, preocupa a segurança hegemônica da Rússia nas regiões remotas da Sibéria, criando uma tensão na fronteira entre os dois países.
http://www.diariodarussia.com.br/intern ... siberiana/




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#257 Mensagem por FoxHound » Qua Ago 15, 2012 1:36 am

Japão se prepara para desembarque de chineses.
O comando militar japonês começou a elaboração de planos para o caso de desembarque de tropas chinesas nas ilhas desabitadas de Senkaku, controladas por Tóquio e que Pequim considera território ilegalmente ocupados pelo Japão.

A discussão em torno de Senkaku, em cujo leito submarino existem importantes reservas de gás natural, se agravou significativamente nos últimos tempos.

Os navios chineses da inspeção de pescas costumam aparecer regularmente junto às ilhas. Em julho, até entraram de forma ostensiva em águas territoriais japonesas.

Os navios do serviço chinês de inspeção de pescas são praticamente navios de guerra. Alguns deles são equiparáveis a destroyers e podem, inclusive, transportar a bordo unidades de fuzileiros.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_08_13/ja ... o-senkaku/




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#258 Mensagem por Sterrius » Qua Ago 15, 2012 10:47 am

China anda bastante fominha por território nos últimos anos. Não fez nenhum movimento real mas testa os limites dos paises a todo o momento.




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#259 Mensagem por FoxHound » Qua Ago 15, 2012 11:29 am

Militantes chineses são presos ao chegar em ilha dominada pelo Japão.
Cinco militantes chineses foram presos nesta quarta-feira ao chegar a um arquipélago dominado pelo Japão, mas reivindicado por China e Taiwan, no mar da China oriental. Os manifestantes faziam um protesto contra o controle japonês das ilhas, as quais Tóquio possui desde 1945.

De acordo com a agência de notícias Kyodo e o canal de televisão NHK, os homens vieram de Hong Kong em um barco pesqueiro para apoiar a reivindicação chinesa sobre as ilhas, conhecidas como Senkaku pelos japoneses e Diaoyu pelos chineses. Algum deles chegaram ao território a nado, apesar da segurança.

A polícia disse que os manifestantes desembarcaram em Uotsurijima, uma das ilhas do arquipélago em disputa, e pretendiam fazer uma ação simbólica nesta quarta-feira, data que marca a rendição japonesa na 2ª Guerra Mundial, em 1945.

O porta-voz dos ativistas, David Ko, afirmou que no mínimo sete conseguiram desembarcar e que cinco foram "detidos para interrogatório." "Os homens carregavam bandeiras chinesas vermelhas e bandeiras de Hong Kong", disse.

Entre o grupo de militantes, estavam nascidos em Hong Kong, Macau e China. Os dois primeiros são territórios que foram incorporados à China na década de 1990, após domínio do Reino Unido e de Portugal, respectivamente.

Horas após a detenção, a agência de notícias Xinhua informou que o Ministério das Relações Exteriores da China fará uma reclamação formal por causa das prisões.

Administradas pelo Japão, as ilhas são reivindicadas por China e Taiwan. Os terrenos desabitados podem conter combustíveis e são alvos de intensa disputa.

EMBAIXADOR

Na sexta (10), Tóquio retirou seu embaixador na Coreia do Sul após o presidente do país, Lee Myung-bak, visitar um arqupélago que é alvo de disputa entre os dois países. As ilhas teriam depósitos de gás natural congelado, potencialmente valendo bilhões de dólares.

Lee chegou de helicóptero ao pequeno arquipélago, situado no Mar do Japão (Mar do Leste, para a Coreia do Sul), acompanhado dos ministros do Meio Ambiente e da Cultura, informou a televisão japonesa NHK.

A visita é a primeira de um presidente sul-coreano a essas ilhas e suscitou os protestos do Japão, cujo primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, qualificou de "extremamente deplorável" a decisão de Lee.

Autoridades na Coreia do Sul disseram que a visita tinha como objetivo destacar a importância das ilhas como uma reserva natural e não intencionava gerar confusão.

Tóquio considera que a Coreia do Sul tenta usar essa visita para reafirmar sua reivindicada soberania sobre as ilhas, de terreno vulcânico e desabitado, exceto por um destacamento policial sul-coreano presente desde 1954.

A histórica viagem acontece, além disso, dias antes de a Coreia do Sul celebrar o Dia da Libertação do regime imperial japonês, que colonizou o país entre 1910 e 1945.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1137 ... apao.shtml




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#260 Mensagem por FoxHound » Qui Ago 16, 2012 12:17 pm

Realmente pressão que a China exerce não é fraca sobre o Japão, simplesmente disseram sim sinhor aos chineses, falo isso por que Pequin exigiu a Libertação imediata ontem dos pesqueiros.
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Japão vai deportar ativistas chineses detidos em ilha disputada.
O Japão decidiu deportar ativistas chineses que foram presos ao chegar a um conjunto de ilhas reivindicado por Tóquio e Pequim, afirmou a agência de notícias Kyodo nesta quinta-feira, uma decisão que poderá amenizar as tensões entre os rivais asiáticos.

Catorze ativistas chineses foram detidos na quarta-feira após desembarcarem e fincarem uma bandeira chinesa nas ilhas rochosas desabitadas conhecidas como Senkaku no Japão e como Diaoyu na China.

A disputa das ilhas, que ficam perto de potenciais reservas de gás, é uma das várias questões que desgastam os laços do Japão com os vizinhos asiáticos China e Coreia do Sul quase sete décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial.




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Re: China...

#261 Mensagem por FoxHound » Qua Ago 22, 2012 8:00 pm

Moeda chinesa continua a conquistar popularidade .
A moeda nacional da China continua a conquistar popularidade. A expansão do yuan nos mercados financeiros mundiais é visível no exemplo de Hong Kong. Os créditos em yuans e não no dólar de Hong Kong (mais habitual ali), cresce no Estado insular a ritmos explosivos.

Assim, em um dos jogadores-chave do setor financeiro de Hong Kong – o banco britânico Standard Chartered – o volume de empréstimos concedidos na moeda chinesa aumentou em duas vezes no primeiro semestre. E isto é apenas o começo – consideram no banco.

Conceder créditos, vender instrumentos financeiros, fazer seguros em yuans – ainda recentemente os banqueiros de Hong Kong podiam ver tal coisa apenas em sonhos. Mas em 2010 os sonhos tornaram-se realidade. O Banco do Povo da China e o departamento de divisas e finanças de Hong Kong assinaram um acordo, graças ao qual as organizações de crédito do estado insular obtiveram o direito de prestar serviços em yuans. Não é de surpreender que, em face do crescimento estável da economia chinesa, e não menos estável cotação da moeda chinesa, muitos habitantes de Hong Kong e não-residentes tenham decidido aproveitar a nova possibilidade.

Desse modo, o acordo com Pequim possibilitou a Hong Kong fortalecer suas posições na qualidade de um dos centros financeiros chave do mundo. Comenta o dirigente do Centro Russo-Chinês de Cooperação Econômica, Serguei Sanakoev.

"O crescimento da popularidade do yuan no mundo, antes da mais nada, será favorável para Hong Kong. O mundo encara Hong Kong como porta para a China continental. É confortável e cômodo trabalhar não apenas na esfera financeira, mas também praticamente em todas as esferas da economia com a China, através de Hong Kong."

Aliás, outros centros financeiros mundiais tentam fazer concorrência em operações com yuans a Hong Kong. No início deste ano, as autoridades da Grã-Bretanha declararam que Londres deve ser obrigatoriamente o centro do comércio da moeda chinesa. E no mês passado a bolsa de Singapura declarou a intenção de começar a negociar com instrumentos financeiros com valor nominal em yuans.

A crescente popularidade desta unidade monetária não é casual – a cotação do yuan é regulada rigidamente por Pequim, que não admite bruscas oscilações. Além disso, o crescente papel da China na arena política e econômica internacional exerce sua influência. Em face a isto, muitos especialistas já preveem a mudança em breve de toda a estrutura do mercado monetário do mundo em geral. Comenta o professor da Escola Superior de Economia da Rússia, Iossif Diskin.

"A China já pode ditar as regras nos mercados monetários globais. São sinais de formação de uma nova ordem financeira mundial. Ela começa gradualmente a se formar, sendo que o dólar e o euro já deixam de desempenhar o papel dominante."

Enquanto isso, a maioria dos analistas considera que nos próximos dez anos a moeda chinesa não se tornará de reserva – isto é, aquela que serve de meio de conservação de reservas nacionais de muitos países do mundo. Este ponto de visto é confirmado pela estatística pura. Segundo dados do Banco de Pagamentos Internacionais, em 2011 a parcela dos negócios com divisas com a participação do yuan no mundo foi de apenas cerca de 1%.

Significa isso que a moeda chinesa está longe do domínio mundial, ou pelo menos da posição do dólar e euro.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_08_22/yu ... e-mundial/




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#262 Mensagem por FoxHound » Qui Ago 23, 2012 10:46 am

China testa novo míssil intercontinental.
De acordo com a mídia ocidental, a China acaba de testar com sucesso um novo míssil balístico intercontinental capaz de alcançar qualquer ponto do território dos EUA.

O teste oficialmente não anunciado do míssil DF-41 foi realizado no mês passado. O míssil está equipado com ogivas independentemente guiadas e com meios de resistência à defesa antimíssil.

Peritos chineses desmentem o teste do DF-41, mas reconhecem que Pequim está desenvolvendo um míssil intercontinental de nova geração possuidor dessas características.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_08_23/ch ... 41-testes/




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Re: China...

#263 Mensagem por FoxHound » Qui Ago 23, 2012 10:52 am

Será que eles vão comprar os EUA.
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Chineses compram empresas nos EUA em valor recorde.
Nos primeiros oito meses de 2012, empresas chinesas fecharam, no mercado de fusões e aquisições dos EUA, contratos no valor de 7,8 bilhões de dólares.

O volume de transações foi um recorde na história das relações econômicas entre os EUA e a China.

O maior negócio entre os EUA e a China no mercado de aquisições foi a compra pela empresa Dalian Wanda de uma das maiores cadeias de cinemas dos EUA, AMC Entertainment. O montante de investimentos totalizou os 2,6 bilhões de dólares.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_08_23/ch ... resas-eua/




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Re: China...

#264 Mensagem por NettoBR » Sex Ago 24, 2012 1:27 pm

Ponte inaugurada em novembro cai e mata três na China
DA BBC BRASIL, 24/08/2012 - 08h53

Uma parte de uma ponte inaugurada em novembro de 2011 na província de Heilongjiang, na China, desabou matando três pessoas e deixando outras cinco feridas.
Segundo informações da agência de notícias Xinhua, quatro caminhões caíram no desabamento da ponte Yangmingtan, na cidade de Harbin. Cem metros da ponte desabaram.

Imagem
Caminhões caem após ponte desabar na China; ao menos 5 morreram

Sun Qingde, uma autoridade do Comitê de Construções de Harbin, disse à Xinhua que a ponte "se inclinou para um lado e desabou no chão".
A agência afirmou ainda que problemas na construção da ponte e excesso de carga foram as causas do colapso.

As autoridades chinesas afirmaram que vão investigar se os caminhões levavam carga em excesso. De acordo com o jornal People's Daily Online, as autoridades municipais de Harbin disseram que os caminhões levavam rochas.

A ponte, que atravessa o rio Songhua e tem 15,4 quilômetros de comprimento, foi inaugurada há nove meses e custou 1,88 bilhão de iuans (US$ 286 milhões ou cerca de R$ 578 milhões).
Este é o sexto grande desabamento de pontes na China desde julho de 2011.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/114242 ... hina.shtml




"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: China...

#265 Mensagem por mmatuso » Sex Ago 24, 2012 3:29 pm

Padrão de qualidade xing ling. :shock:

Os caras fazem de tudo extremamente rápido, porém a qualidade nem sempre é das melhores.




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Re: China...

#266 Mensagem por Sterrius » Sex Ago 24, 2012 3:34 pm

È do que eu tava falando hoje pra familia.

Preço é made in china
A qualidade tb.

Agora vc não vera isso no facebook contestando o preço da ponte sobre o rio negro! :lol:




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Re: China...

#267 Mensagem por FoxHound » Qui Ago 30, 2012 1:57 pm

China lança ofensiva midiática na África .
Pequim investe US$ 7 bilhões para ampliar influência
A força dos investimentos e empreiteiras da China é bem visível nesta congestionada capital africana.

Um anel viário de US$ 200 milhões está sendo construído e financiado por Pequim.

O aeroporto internacional passa por uma ampliação de US$ 208 milhões, patrocinada pelos chineses, que também emprestaram dinheiro para a construção de um conjunto habitacional apelidado por seus moradores de Grande Muralha.

Mas os esforços da China para conquistar o afeto queniano envolvem muito mais do que tijolos e concreto. Os mais populares jornais em inglês do país estão salpicados de artigos oriundos da Xinhua, agência estatal chinesa de notícias.

Os telespectadores podem acompanhar o noticiário internacional pela CCTV, a maior emissora estatal chinesa de TV, ou pela CNC Word, a recém-lançada empreitada da agência de notícias Xinhua em inglês.

Pelo rádio, ao lado da Voz da América e da BBC, a Rádio China Internacional oferece aulas de mandarim, além de relatos otimistas sobre a cooperação sino-africana e sobre as perambulações globais de líderes chineses.

"Seria preciso ser cego para não notar a chegada da mídia chinesa ao Quênia", disse Eric Shimoli, um dos editores do "The Daily Nation", jornal mais lido do país, que iniciou no ano passado uma parceria com a Xinhua.

Num momento de retração para a maioria das emissoras e jornais ocidentais, os gigantes estatais chineses das comunicações estão se espalhando rapidamente pela África e por outras regiões em desenvolvimento.

Essa campanha de US$ 7 bilhões, parte de uma iniciativa do Partido Comunista Chinês para ampliar seu "soft power", se baseia em parte na ideia de que os meios de comunicação ocidentais passam uma visão distorcida da China.

"Potências internacionais hostis estão intensificando seus esforços para nos ocidentalizar e dividir", escreveu neste ano o presidente chinês, Hu Jintao. "Devemos estar cientes da gravidade e complexidade das lutas e tomar medidas poderosas para preveni-las e enfrentá-las."

Pequim está causando alarme entre ativistas da liberdade de expressão e autoridades dos EUA, que citam um histórico de censura que rendeu à China a reputação de ser um dos mais restritivos países do mundo para o jornalismo.

Muitos temem que o poderio midiático chinês se torne especialmente forte em países onde as liberdades já são frágeis. Na Venezuela, a China está produzindo e financiando satélites de comunicações para um governo que exerce crescente controle sobre a imprensa. Da mesma forma, o governo etíope recebeu US$ 1,5 bilhão em empréstimos chineses para treinamento e tecnologia com vistas a bloquear sites e transmissões de rádio e TV indesejáveis, segundo grupos no exílio.

"Os chineses não estão interessados em trazer liberdade de informação e expressão para a África", disse Abebe Gellaw, produtor da Ethiopia Satellite Television, cujas transmissões costumam ser embaralhadas por equipamentos chineses. "Se eles não oferecem essas liberdades aos seus próprios cidadãos, porque haveriam de se comportar de forma diferente em outros lugares?"

Dirigentes da imprensa chinesa dizem que esses temores são exagerados. "A Xinhua está publicando centenas de textos por dia para o nosso serviço em inglês e essas reportagens não são propaganda", disse Zhou Xisheng, vice-presidente da agência.

A CCTV News, que diz ter 200 milhões de espectadores fora da China, está disponível em seis línguas. Para aumentar seu alcance e concorrer com os veículos ocidentais, a Xinhua costuma enviar despachos gratuitamente para meios de comunicação em dificuldades financeiras na África, América Latina e Sudeste Asiático.

A China vê em Nairóbi um polo noticioso para os países anglófonos da África Oriental. Até agora, os chineses fazem apenas avanços limitados contra os meios de comunicação quenianos.

Vivien Marles, diretora-gerente da empresa local de pesquisas InterMedia Africa, disse que os quenianos continuam preferindo um cardápio noticioso à base de política local, escândalos e cultura pop.

Os interessados em assuntos internacionais, segundo ela, geralmente sintonizam na CNN, BBC ou Al Jazeera. Mas a Rádio China Internacional está "ganhando algum impulso", afirmou.

No outro lado da cidade, no Standard Group, empresa dona de dois jornais, uma TV e uma rádio, o editor Woka Nyagwoka disse que muitos editores relutam em depender do noticiário internacional chinês.

"Os quenianos são céticos quanto a um almoço grátis", disse ele. "Especialmente quando é feito na China."
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... frica.html




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Re: China...

#268 Mensagem por FoxHound » Qui Ago 30, 2012 1:58 pm

A Ásia e a estratégia de defesa dos EUA.
Os EUA promoveram no início de 2012 a mais profunda mudança estratégica na sua política externa e de defesa desde 2002, quando George W. Bush, sob o impacto do atentado de 11 de setembro de 2001, radicalizou a ação americana no exterior. A redução do déficit público, a nova concepção da estratégia militar baseada mais nos avanços tecnológicos e a emergência da China aceleraram a decisão de Barack Obama.

A ação da Casa Branca pode ser vista também como o reconhecimento das grandes transformações por que passa o cenário internacional: a perda da importância relativa da Europa do ponto de vista econômico e de defesa pela ausência de ameaças de segurança, os efeitos da crise econômica sobre as economias americana e europeia e a crescente importância econômica da Ásia.

O governo dos EUA, com as novas diretrizes, procura defender seu interesse, coerente com a Estratégia de Segurança Nacional, de 2002. Numa das passagens mais cruas do unilateralismo então vigente, o documento afirmava que "os EUA serão suficientemente fortes para dissuadir potenciais adversários de buscar um fortalecimento militar, com a expectativa de ultrapassar ou igualar o poder" americano. A Estratégia de Segurança Nacional, atualizada recentemente por Obama, na mesma linha, visa "aqueles que buscam impedir a projeção de poder dos EUA" e reconhece que, "a longo prazo, a emergência da China como uma potência regional poderá afetar a economia e a segurança dos EUA de diversas formas. O crescimento do poderio militar chinês, contudo, deve ser acompanhado de maior clareza quanto às suas intenções estratégicas a fim de evitar a ocorrência de fricções na região".

A nova política, a ser desdobrada nos próximos anos, aponta para um corte substancial no orçamento de defesa e traz a reorientação estratégica voltada para o futuro. O redesenho das Forças Armadas presume que guerras com grande mobilização de tropas terrestres não voltarão a repetir-se e, em consequência, serão reduzidas, de forma significativa, as ações do Exército e da Infantaria Naval. O tipo de guerra que se desenha para o futuro será determinado por ações secretas, respaldadas por informações da inteligência e por veículos não tripulados (drones), e pela guerra cibernética, como ocorreu no Irã, com ações secretas e a sucessão de mortes de cientistas nucleares que afetaram o programa e as instalações nucleares.

Ao reafirmar o poder global americano, no State of the Union em janeiro - "quem diz que os EUA estão em declínio, não sabe do que está falando" -, Obama responde à percepção de que o poderio da China está aumentando perigosamente e necessita ser contrabalançado pelos EUA. O CSIS, think tank de Washington, por solicitação do Pentágono, recomendou a transferência de forças do Nordeste da Ásia para o Mar do Sul da China, o aumento do número de submarinos na base de Guam e o posicionamento de porta-aviões na Austrália.

As primeiras manifestações dessa mudança estratégica foram o anúncio do estabelecimento de uma base permanente na Austrália, o envio de 2.500 fuzileiros navais para ajudarem a manter a segurança da região, o deslocamento de 60% da força naval para o Pacífico até 2020, a aproximação com Mianmar e a ampliada cooperação naval com a Índia e o Japão. A saída total do Iraque, depois do fracasso militar e da reconstrução, e a redução de efetivos militares na Europa completam as medidas iniciais.

Embora os movimentos populares árabes, a crise Israel-Palestina e o programa nuclear iraniano continuem a manter os EUA envolvidos no Oriente Médio, a nova política prevê o "reequilíbrio voltado para a Ásia-Pacífico e o apoio à Índia, como âncora econômica e um elemento de segurança para toda a região do Oceano Índico". A estratégia visa a aumentar a presença americana na Ásia e a contrapor o poderio chinês do ponto de vista de defesa, econômico e comercial.

A China, a segunda economia global, amplia seu alcance militar e econômico na região Indo-Pacífica, podendo levar à criação de bloco sinocêntrico, dominando o Pacífico Ocidental. Pelo Mar do Sul da China, declarado de interesse nacional dos EUA, passa um terço do comércio mundial, mais de US$ 5,3 trilhões. A região abriga reservas inexploradas de gás e petróleo e é foco de longas disputas territoriais da China, sobretudo com as Filipinas, o Vietnã e, em especial, Taiwan.

Apesar de a forte reação negativa chinesa ter-se manifestado em declarações públicas do governo de Pequim, os dois países estabeleceram um diálogo estratégico e de defesa de alto nível.

Obama aproveitou a abertura da reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e o encontro de cúpula dos países do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) para divulgar o redesenho da estratégia para a região. Na Apec o presidente americano anunciou a negociação de acordo de livre-comércio entre os países-membros da Parceria Trans-Pacífico (PTP), sem a participação da China, "por não atuar conforme as regras do comércio internacional".

Há, do ponto de vista de Washington, uma clara rationale para o aumento da presença militar e econômica na Ásia, o que, numa visão de médio e longo prazos, está muito mais de acordo com o interesse nacional americano do que a manutenção das guerras no Oriente Médio.

É prematuro afirmar que os primeiros passos dessa nova estratégia possam levar a uma confrontação entre EUA e China, propiciando o surgimento de algo semelhante à guerra fria, que pôs em campos opostos os EUA e a URSS. O que se pode afirmar, contudo, é que uma nova área de tensão surgiu no já conturbado cenário internacional e que, para os EUA, vai ser mais difícil gerenciar a aliança asiática do que administrar a relação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).


RUBENS BARBOSA FOI EMBAIXADOR EM WASHINGTON (1999-2000).
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Re: China...

#269 Mensagem por akivrx78 » Sáb Set 01, 2012 4:06 pm

China: Potência mundial ou submetrópole dependente?
Escrito por Marcos Margarido PSTU/Brasil
Seg, 19 de Março de 2012 14:52
Imagem
O chinês é um modelo baseado na superexploração e na ditadura, ameaçado pela crise mundial e pelas lutas operárias.

Partimos do fato de que o capitalismo foi restaurado na China e sua economia hoje está totalmente integrada à economia capitalista mundial. E de que a restauração, iniciada em 1978, deu-se de forma subordinada ao imperialismo.

Basta lembrar que entre as primeiras medidas de “abertura ao mundo ocidental” de Deng Xiaoping estava o estabelecimento de Zonas Econômicas Especiais abertas aos investimentos privados estrangeiros, com a supressão do controle estatal do comércio exterior, dando origem ao que ficou conhecido como a “fábrica do mundo”.

Trinta anos depois não houve nenhuma mudança de rumos nesta política de abertura; ao contrário, esta se ampliou a todas as regiões do país. Os investimentos estrangeiros diretos (IED) aumentaram ano a ano, alcançando US$1,05 trilhão entre 1982 e 2009.
O afluxo de capital estrangeiro, o roubo do ex-Estado operário promovido pelo PCCh, com a apropriação de empresas estatais por seus membros transformados em novos burgueses e a superexploração da classe operária fizeram com que o PIB crescesse 10% em média nas últimas três décadas. Este crescimento excepcional, no entanto, beneficiou basicamente a burguesia. A participação dos salários no PIB encolheu de 57% em 1983 para 36,7% em 2003.

O desenvolvimento subordinado ao imperialismo beneficiou primeiramente as multinacionais. As estatais reduziram sua participação na economia para 38% em 2010 (73% em 1988), com participação privada entre 10 e 30% de ações, após a transformação de todas elas em sociedades de capital aberto. Além disso, é cada vez maior o peso de empresas produtoras de bens de alto valor agregado onde a participação das multinacionais é dominante.

Estas, segundo Theodore H. Moran[1], da School of Foreign Service, Universidade de Georgetown, em 2006 eram responsáveis pela exportação de 84% destas mercadorias (contra 45% em 1992). A burguesia chinesa tem presença majoritária na produção de produtos de baixa tecnologia. A “fábrica do mundo” é, portanto, uma base das multinacionais instaladas na China, e suas maiores beneficiárias, pois o valor das exportações de produtos de alto valor agregado chegou a 67% do total em 2005, um negócio de US$ 500 bilhões.

Assim, uma “lei de dominação colonial” se impõe na China: a participação das multinacionais aumenta com o aumento do valor agregado dos produtos fabricados no país dependente. Por exemplo, em 2002 as empresas estrangeiras representavam 39,2% do total de indústrias têxteis do país. Mas na indústria de computadores estes valores sobem a impressionantes 99,4%. Na indústria de telecomunicação, a porcentagem de componentes importados é de 91,6%.

Um exemplo interessante mostra a verdadeira rapina efetuada pelas multinacionais em solo chinês: uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia[2] mostra que do preço de US$299 por um iPod em 2005, “o valor adicionado ao produto através da montagem na China é provavelmente de alguns dólares no máximo”, o resto vai direto para os bolsos dos fornecedores dos componentes importados.

Isso não quer dizer que não exista uma burguesia chinesa que se beneficie dessa rapina, porém como sócios menores e dependentes do imperialismo. Terry Gou, o taiwanês proprietário da Foxconn, onde o iPod é fabricado, tem uma fortuna de US$5,7 bilhões, mas para isso ele necessita explorar um milhão de trabalhadores em suas fábricas de aluguel às multinacionais. Obviamente, os dirigentes do PCCh não ficam de fora. Segundo Minki Li[3], “Wen Jiabao, é um dos primeiros-ministros mais ricos do mundo. Seu filho é proprietário da maior empresa privada da China e sua esposa controla a indústria de joalheria. Sua fortuna é calculada em US$ 4,65 bilhões. Estima-se que Jiang Zemin (ex-presidente e secretário geral do PCCh) possua US$ 1,1 bilhão e Zhu Rongji (ex-primeiro-ministro) US$ 800 milhões”. Certamente todos eles, dedicados “comunistas” do PCCh, aproveitaram-se das vantagens dos cargos, da influência nas estatais e da corrupção desenfreada (que, segundo Li, pode chegar a movimentar 18% do PIB) para transformarem-se num setor importante da burguesia chinesa.

As estatais também voltaram a ter importância, com participação majoritária nos ramos de energia, petróleo e gás natural, telecomunicações e armamentos. O governo chinês aproveitou-se da crise econômica mundial para fortalecê-las com um generoso financiamento, inclusive com a aquisição de empresas no exterior. No ranking da revista Fortune, entre as 10 maiores empresas em valor de mercado do mundo (isto é, o valor das ações negociadas na Bolsa) em 2010, quatro são estatais chinesas: a China Mobile com sede em Hong Kong, a Petrochina, o Banco Industrial e Comercial da China e o Banco de Construção da China. As outras seis maiores são norte-americanas. Esta poderosa presença chinesa é mais difusa se considerarmos as 50 maiores empresas. Entre elas, 25 são norte-americanas e sete são estatais chinesas.

Este fortalecimento pode ter duas causas. A primeira é o aumento geral dos preços das commodities, devido à demanda crescente por matérias primas nos países imperialistas. A segunda é a necessidade da própria China de alimentar sua fome por energia, de manter o controle ditatorial das comunicações no país e de controlar o capital financeiro, como fonte de crédito e de corrupção. Este é, por sinal, o próximo setor a ser aberto ao capital internacional, devido às exigências feitas pelo imperialismo.

É neste contexto que definimos a China como uma submetrópole. Tal como o Brasil, é um país economicamente dependente do imperialismo, exercendo um papel combinado de semicolônia e de submetrópole “regional” e não têm como livrar-se dessa dependência, a não ser através de uma guerra de classes sob a direção da classe operária.

Os traços principais desse papel são: as riquezas chinesas são saqueadas pelo imperialismo, não as riquezas naturais, que são uma das principais carências da China, mas a riqueza de sua força de trabalho. A burguesia nacional, formada a partir da restauração, busca expandir-se à sombra e como sócia menor do imperialismo, o que pode levar a choques eventuais com o próprio imperialismo, mas sem questionar seu domínio. Por fim, a China é utilizada como plataforma de exportação, não de commodities, mas de produtos industrializados; e não apenas para os países vizinhos, mas para todo o mundo.

No entanto, a China não tem uma dívida externa impagável. Ao contrário do Brasil, é credora dos EUA. Por isso, é necessário avaliar de perto a relação entre os dois Estados.

Conflitos gerados pela crise econômica

Esta relação é descrita na imprensa como sendo simbiótica, isto é, um dependeria do outro para sobreviver. A China beneficia-se do mercado norte-americano para suas exportações e os EUA dos preços baixos dos produtos chineses. Isso mantém uma inflação insignificante nos EUA, que podem praticar juros baixíssimos para alimentar o crédito e a China é beneficiada com um enorme superávit da balança comercial. O círculo é fechado com o retorno deste superávit aos EUA por meio da compra de títulos do tesouro americano e a realimentação do crédito norte-americano. Além disso, este mecanismo cria uma situação de pleno emprego nos dois países, um no setor industrial e o outro no de serviços. E, assim, os dois países cresceriam indefinidamente, numa espécie de moderno moto-perpétuo econômico.

Só não contavam com a crise econômica mundial, que transformou o moto-perpétuo no “salve-se quem puder”. Assim, depois da primeira década do novo século recheada de elogios ao “modelo chinês” [4], o governo norte-americano passou a desferir amargas críticas: leis protecionistas para participação de licitações do governo chinês; ameaça militar às instalações dos EUA na Ásia; agigantamento das estatais em detrimento das empresas privadas; apropriação de tecnologia e, finalmente, a manutenção de uma taxa artificial de câmbio e o déficit comercial.[5]

Segundo o Congresso norte-americano, “desde a entrada da China na OMC, o déficit comercial dos EUA chegou a US$ 1,76 trilhão. A China adotou medidas para encorajar as empresas estrangeiras a transferir sua produção, tecnologia e pesquisa em troca de acesso a seu mercado... Em julho de 2008, em resposta à crise financeira global, a China congelou a taxa de câmbio de sua moeda... Até 13 de outubro de 2010, o yuan havia valorizado apenas 2,3%, muito abaixo da desvalorização - estimada pelos órgãos imperialistas - entre 20 e 40%”.

Quando o imperialismo reclama do "expansionismo e protecionismo" chinês, é para obter ainda mais concessões, não porque haja uma ameaça real à sua hegemonia. Com a retração da economia mundial no próximo período e as perspectivas pouco animadoras nos EUA, não há possibilidade de lucro para todos.

A transferência da mais-valia obtida pelas empresas estrangeiras na China através da compra de títulos do Tesouro não é mais satisfatória para o conjunto da burguesia norte-americana. É necessário, agora, extrair a mais-valia diretamente da classe operária norte-americana, que teve seu salário rebaixado pelos acordos coletivos assinados pela burocracia sindical e tem uma produtividade muito maior.

A China, por sua vez, não aproveita sua suposta posição de superioridade. Frente à questão das reservas o do câmbio mantém a compra de títulos, mesmo que a um nível menor [6], e volta a valorizar o yuan. Após o rebaixamento da avaliação dos títulos norte-americanos e a queda das bolsas, o Banco Central da China anunciou a valorização do yuan em 0,23% - a maior desde novembro passado -, para “segurar” uma queda dos títulos.

E para deixar claro que não está havendo “protecionismo”, Bai Ming, do Ministério do Comércio, afirmou que “em consonância com o 12º Plano Quinquenal, a China fará mais esforços para melhorar o clima de investimentos e oferecer mais oportunidades de investimentos às empresas estrangeiras”.

A reserva acumulada pela China de US$ 3 trilhões, dos quais a metade em títulos do Tesouro dos EUA, não a torna mais forte e independente, mas mais vulnerável e dependente. Bastaria dar a impressão de que vai vender seus títulos para causar uma corrida de venda pelos demais países, o que provocaria uma enorme desvalorização do dólar; um suicídio financeiro para a China. Isto é assim porque o dólar ainda é a moeda mais forte do mundo. E sua força é apenas um reflexo monetário do país que a emite.

O PIB é a prova definitiva?

Porém, se a China ainda é dependente dos EUA, existe uma grande polêmica em torno ao seu futuro, com uma quantidade enorme de títulos nas livrarias qualificando a China de nova potência mundial[7]. Para isto, a grande maioria destes autores utiliza-se do critério do aumento do PIB ou do comércio – o que dá no mesmo, pois o PIB é uma medida do consumo (das pessoas, do capital e do governo) de um determinado país.

O próprio FMI fez a previsão de que em 2016 a China ultrapassará os EUA no valor do PIB (ppc) [8], que em 2010 foi de US$ 10,1 e US$ 14,7 trilhões, respectivamente, trabalhando com uma taxa de crescimento constante do PIB de 2,7% para os EUA e 9,5% para a China. O PIB da China, inclusive, já ultrapassou os da Alemanha e do Japão
.
O crescimento do PIB é, porém, suficiente para determinar a posição relativa de força entre os países? Isto é, o fato da China ter o segundo maior PIB do mundo torna-a a segunda potência mundial? Por exemplo, a Argentina foi a 5ª economia do mundo na década de 30, a "década infame", e, no entanto, era uma colônia da Inglaterra. O Brasil foi a oitava economia do mundo durante o "milagre econômico" e viveu uma década de “crescimento chinês, com índice médio do PIB de 8,9% entre 1970 e 1980[9], mas seu crescimento estava baseado na exportação de capital dos EUA. Os dois países tinham uma posição privilegiada no comércio mundial e sua industrialização avançava, mas nunca deixaram de ser completamente dependentes e subservientes do imperialismo hegemônico em cada época e nunca questionaram essa hegemonia.

Trotsky também não concordava com a “ditadura do PIB”. Mesmo no caso da jovem URSS, cujo crescimento poderia ameaçar concretamente o imperialismo, por se tratar de um Estado operário (a não ser, é claro, pela política da burocracia soviética) ele dizia em A Revolução Traída: “Quando nos dizem que a URSS ocupará, em 1936, o primeiro lugar na Europa quanto à produção industrial, despreza-se não só a qualidade e o preço de custo, mas ainda o número da população. Ora, o nível de desenvolvimento geral do país e, mais particularmente, a condição material das massas não podem ser determinadas, a não ser em traços gerais, senão dividindo a produção pelo número de consumidores”[10].

Em relação a isso, basta lembrar que o PIB (ppc) per cápita dos EUA previsto pelo FMI para 2016 continuaria quatro vezes maior que o da China, enquanto o PIB nominal per cápita seria sete vezes maior (em 2010 os números foram 6,3 e 11 vezes, respectivamente).

Mas isso não basta; para Trotsky: “A correlação de forças, hoje, é determinada não pela dinâmica de crescimento, mas, sim, pela contraposição do todo o poderio de ambos os campos de força, expressa na acumulação material, na técnica, na cultura e, sobretudo, na produtividade do trabalho humano”.

Em cada um destes itens – acumulação material, técnica e cultura – a superioridade das atuais potências mundiais, com os EUA à frente, é evidente. Mas a produtividade[11] é o fator determinante, o que nos leva a perguntar qual é a produtividade chinesa em relação aos países avançados.

Segundo Carsten A. Hozl[12], pesquisador da Universidade de Princeton (EUA), “conforme o trabalho é transferido da agricultura de baixa produtividade para os setores de indústria e serviços de alta produtividade, o PIB real por trabalhador, isto é, a produtividade do trabalho, aumenta, somente porque estes trabalhadores que mudaram de setor agora produzem um múltiplo de sua produção anterior”. Este é o caso da China, com mais de 200 milhões de migrantes do campo transferidos para os trabalhos industriais nas grandes cidades. Enquanto esta migração continuar, a produtividade do trabalho na China continuará a aumentar “naturalmente”, mas apenas para alcançar um estágio bastante inferior em relação aos países industrializados.

Segundo Robert E. Scott[13], economista, em 2010 “as empresas estrangeiras empregaram 3% da força de trabalho chinesa, mas geraram 22% de sua produção. Sua produtividade geral era nove vezes maior que as empresas chinesas. Na manufatura, esta relação era de 4:1, sendo responsáveis por cerca de 40% do recente crescimento econômico da China”.

Carsten Holz confirma estes números: “a China permaneceu nesta faixa estreita de (baixo) desenvolvimento, com a produtividade do trabalho de apenas 1,2 a 3,4% do nível norte-americano... a taxa de crescimento da produtividade do trabalho foi relativamente alta, de 9%”.

Esta alta taxa de 9%, devido à transferência de trabalhadores do campo para a cidade tende a ser reduzida quando a produtividade da própria indústria passar a ser preponderante no conjunto da sociedade. Para isso é necessária uma melhoria da técnica, a maior formação do trabalhador, o aumento do ritmo do trabalho, etc. Ao mesmo tempo, a produtividade dos países imperialistas continuará crescendo, devido à pressão da concorrência. Nos EUA, o país com a maior produtividade do mundo, a taxa anual de produtividade industrial foi de 7,3% em 2002 e só foi negativa em 2008 e 2009 (-0,4%), anos que se seguiram à explosão da “bolha” imobiliária.

O crescimento vertiginoso da China nesta década ocorreu devido à sua posição na divisão mundial do trabalho definida pelo imperialismo e de uma forma subordinada ao conjunto da economia mundializada. Dito de outra forma, a condição de submetrópole do imperialismo foi determinada e não escolhida pelo governo chinês, a partir do momento em que a restauração do capitalismo foi iniciada. O rompimento desta subordinação não se dará por meios puramente econômicos, mas pela luta de classes e, certamente, não será realizado pela ditadura chinesa.

A situação da classe trabalhadora chinesa

O que á a classe operária na China? E o campesinato? O último censo (2010) estimou em 50% a população urbana. Entre esta, um número enorme de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Segundo a Secretaria Nacional de Estatísticas da China, eram entre 20 e 30 milhões de trabalhadores com registro urbano que, somando-se os membros das famílias, chegavam a 40 ou 50 milhões. A estes é necessário adicionar os migrantes. Entre eles, calcula-se que 15 a 20% vivem abaixo da linha de pobreza, gerando um total de até 70 milhões em 2001[14], e não há motivos para acreditar que estes números tenham sofrido modificações essenciais. Convém lembrar que existem províncias com o salário mínimo entre US$ 108 e US$ 120, não sendo considerados abaixo da linha de pobreza moderada (renda menor que US$ 60 mensais). Em 2008 havia 278 milhões de trabalhadores urbanos (na indústria e serviços)[15], dos quais 140 milhões eram migrantes. Destes, cerca de 80% não possuíam qualquer tipo de benefício social e 75% recebiam o salário mínimo, que correspondia a 55% do salário médio dos trabalhadores com registro urbano[16].

Entre o campesinato, a situação é ainda pior; a renda média da família camponesa é cerca de três vezes menor que a urbana e entre os 42% que vivem com menos de dois dólares por dia (540 milhões de pessoas, sendo que 170 milhões vivem com menos de um dólar), a maioria é camponesa. As moradias camponesas são, em geral, de pau-a-pique de cômodo único, com piso de terra batida e apenas algumas cadeiras e uma mesa como mobília[17].

É baseada em sua situação material que a classe operária chinesa vive um ascenso continuado há vários anos, atingindo um novo patamar com as greves nas automobilísticas no primeiro semestre de 2010. Antes de 2008 as greves eram defensivas, pelo pagamento de salários atrasados, indenizações por demissão ou contra as péssimas condições de trabalho e envolviam trabalhadores sem especialização. Mas em 2010 as greves se deram por aumento salarial envolvendo operários especializados, em geral jovens com formação técnica, causando uma reação em cadeia em dezenas de fábricas com greves vitoriosas, o que forçou o governo a decretar um aumento generalizado do salário mínimo para evitar uma convulsão social. O salário mínimo de Guangzhou, capital da província de Guangdong, com uma enorme concentração de fábricas às margens do Rio das Pérolas, passou de US$ 160 em 2010 para US$ 200 em 2011.

Porém, as lutas continuam crescendo ano a ano. Passaram de 10 mil “incidentes de massas” em 1993 para 74 mil em 2004. E, segundo Sun Liping, sociólogo da Universidade de Tsinghua, estes números dobraram entre 2006 e 2010, chegando a impressionantes 180 mil ações do movimento de massas no ano passado (490 por dia!)[18]. Isso se dá pelo fato do crescimento econômico aumentar a confiança dos trabalhadores em suas forças e pela formação de uma “nova” classe operária, chamada de “segunda geração de migrantes”, mais exigente, com mais formação técnica e mais consciência de classe.

A ditadura chinesa sabe disso e age com cautela, evitando o confronto direto com a classe, fazendo concessões econômicas parciais, mas impedindo qualquer organização independente dos trabalhadores através da prisão dos líderes, o que envolve maus tratos, tortura, agressão psicológica e até a pena de morte, e do banimento de qualquer organização independente dos trabalhadores.

Sua política é desviar as lutas, com a aprovação de leis trabalhistas e uma forte campanha de “governar de acordo com a lei”, forçando os trabalhadores a recorrer aos tribunais em vez da ação direta. Para isso o governo conta com seu braço sindical, a Federação dos Sindicatos da China, a única organização sindical legal da China, totalmente subordinada ao PCCh. Sua burocracia tem laços materiais com a burguesia chinesa, além de ser proprietária de empresas, como hotéis. Foi uma das maiores patrocinadoras da aprovação da Lei do Contrato de Trabalho em 2007 e sua função é impedir qualquer mobilização de confronto com o governo.

Conclusões

O crescimento da China está apoiado em um tripé: a superexploração da classe trabalhadora, o papel de plataforma de exportação conferido pelo imperialismo, para aproveitar essa mão-de-obra barata, e a garantia da exploração e dos investimentos estrangeiros dada pela ditadura chinesa.

Com a crise econômica mundial, o imperialismo norte-americano quer uma mudança do atual “modelo”: a redução das exportações chinesas e o aumento das importações, através da valorização do yuan. Para isso, o novo Plano Quinquenal da China prevê a orientação da economia chinesa ao mercado interno e a produção de mercadorias de maior valor agregado. Isto abrirá um novo mercado para investimentos nos setores de serviços e financeiro e para exportação de bens de capital à China, a fim de mecanizar suas fábricas.

Ao mesmo tempo, este movimento dará às empresas instaladas nos EUA melhores condições de concorrência. Duas notícias ilustram bem este fato. Terry Gou declarou que instalará um milhão de robôs em suas fábricas até 2013, para “mover para cima a cadeia de valor”, isto é, para demitir trabalhadores devido ao aumento dos salários e aumentar a produtividade. E um estudo da Boston Consulting Group (BCG) revelou que, se for levado em conta a maior produtividade e a atual precarização do trabalho nos EUA, a diferença de custo salarial entre a China e os estados do sul dos EUA cai para 30%. Aumentos salariais médios da ordem de 17% ao ano na China e a valorização do yuan levariam os custos de produção e transporte a se igualarem em 2015.

De fato, algumas empresas já estão instalando fábricas em território norte-americano, em vez da China, e até trazendo unidades de volta. A Caterpillar anunciou a expansão de sua fábrica de escavadeiras no Texas; a NCR Corporation está trazendo de volta a produção de suas máquinas ATM para a Georgia e até mesmo uma fábrica de brinquedos, a Wham-O Inc, que fechou a produção de 50% de algumas linhas de seus produtos na China para fabricá-los nos EUA. A justificativa não poderia ser mais cínica: “Trabalhadores e sindicatos estão mais receptivos a aceitar concessões para trazer os empregos de volta aos EUA. O apoio do Estado e governos locais pode pender a balança”, disse Michael Zinser, da BCG.

Para manter seus negócios na China, sem sofrer com os aumentos salariais ocorridos nos últimos anos[19], a burguesia está deslocando suas fábricas para o interior, a fim de explorar os camponeses expulsos de suas terras (dez milhões foram expulsos nos últimos cinco anos) ou atraídos pela possibilidade de melhoria em suas vidas, sem a necessidade de que estes migrem para as grandes cidades do litoral. A população rural na China ainda é muito grande – 50% [20]- e significa um enorme “exército camponês” de reserva para pressionar os salários para baixo. A mecanização das indústrias também levará à redução dos postos de trabalho e ao aumento do desemprego.

A jovem classe operária chinesa – a segunda geração de migrantes – consolidada em anos de lutas contra a exploração não deixará que suas condições de vida piorem ainda mais, e sempre encontrará pela frente a ditadura militar do PCCh e seu braço sindical, não a débil burguesia chinesa.

O governo chinês também enfrenta múltiplos problemas na condução da economia desde que lançou o pacote de estímulo de US$ 585 bilhões em 2009. Conseguiu abrandar a crise na China, mas criou várias “bolhas” devido ao crédito fácil, subsídios e incentivos ao consumo.

Na construção civil, que tornaram famosas as cidades fantasmas; no ramo automobilístico, que está sofrendo retração de consumo com o fim dos subsídios e, principalmente, no ramo financeiro. O aumento dos meios de pagamento ampliados (M2) foi de 64,3% desde 2009, superando em muito o crescimento do M2 nos EUA, de 10,4% no mesmo período. Isto é, uma quantidade incalculável de dinheiro foi jogada no mercado. A explosão dessa bolha terá o mesmo significado para a China que a falência do banco Lehman Brothers teve para os EUA.

A expansão monetária levou ao aumento da inflação, que chegou a 6,5% em junho, superando em muito a meta de 4% (economistas independentes dizem que a inflação real pode chegar ao dobro do divulgado). O governo vem adotando medidas fiscais para combatê-la, como o aumento dos juros e retirada de subsídios. Prevê, também, uma redução do crescimento do PIB para cerca de 7% nos próximos cinco anos.

O recrudescimento da crise nos países imperialistas poderá fazer explodir o tripé do crescimento chinês. Mas para isso será fundamental que a classe operária aponte suas armas para um ajuste de contas com a ditadura. A luta contra a exploração deve ser combinada com a luta pelas liberdades democráticas, como as liberdades de organização sindical e política e de expressão, para a transformação das greves isoladas numa única luta nacional, unindo os setores oprimidos da cidade e do campo, com o objetivo de derrubar o governo opressor.

Fonte: Artigo publicado na Revista Correio Internacional (Terceira Época) n. 06, de setembro de 2011.
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Apesar do artigo ser do ano passado se encaixa perfeitamente nos acontecimentos que ocorrem após a crise no Eua e Europa.




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Re: China...

#270 Mensagem por mmatuso » Sáb Set 01, 2012 4:38 pm

Suspeito o boom economica da China vai acabar no dia que implantarem uma CLT da vida.

Trabalhador não vai mais passar 20 horas por dia trabalhando e assim toda a produção e a velocidade do país vão cair se tornarem menos competitivas.




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