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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jul 30, 2010 10:23 am
por suntsé
Uma coisa que eu detestei neste video, foi este eco das vozes....fica horrivel de tentar entender.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jul 30, 2010 10:29 am
por Marino

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jul 30, 2010 2:52 pm
por Francoorp
Não sabia onde postar...

Guerras entre Estados são cada vez mais raras no mundo

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Desde 1945, maioria dos conflitos armados ocorre dentro dos países.

Em 2009, o mundo presenciou um total de 365 conflitos políticos, entre os quais sete guerras e 24 crises severas. É o que diz um estudo do Instituto Heidelberg para Pesquisas em Conflitos Internacionais (HIIK), publicado anualmente. O número não é muito diferente do ano anterior, que registrou 353 confrontos, mas o que chama a atenção numa análise mais detalhada é a mudança na natureza das guerras nas últimas décadas.

Segundo a pesquisa, chamada ‘Conflitobarômetro’,hoje, é cada vez mais difícil a batalha direta entre duas nações. “Conflitos muito violentos entre Estados são extremamente raros. [...] Desde o declínio da União Soviética, seu número caiu severamente – nos últimos anos, apenas um ou até nenhum conflito entre estados é contabilizado por ano”, explicou em entrevista uma das diretoras do Instituto, Lotta Mayers.

Para Kristine Eck, professora da Universidade Uppsala, na Suécia, todo o período pós-Segunda Guerra foi marcado por um número maior de conflitos internos do que de guerras entre Estados. "Mas deve-se levar em conta também que, apesar de as nações estarem menos inclinadas a lutarem diretamente entre si, elas geralmente fornecem apoio a grupos rebeldes, como um tipo de 'guerra proxy' [guerra por procuração], provendo apoio com armamentos, treinamento ou ajuda financeira. Esse tipo de ajuda é recebida em 75% de todos conflitos internos."

Além disso, o modo como os confrontos terminam também tem mudado. Antes da Guerra Fria, segundo a professora Eck, a maioria das guerras terminava com uma vitória militar de um lado e destruição do outro. "Hoje, essa é a maneira mais improvável de acabar um confronto. Os conflitos terminam de um jeito diferente agora: é mais provável que eles acabem com um cessar-fogo, um acordo de paz, ou outro motivo, como mudança de liderança ou de estratégia."

Outra mudança apontada por Eck é a diminuição de mortes nos conflitos atuais, tendência que pode ser vista desde 1980. Segundo ela, isso pode ser explicado pois desde o fim da Guerra Fria o apoio armamentista e financeiro vindo de países para grupos rebeldes é bem menor. "Os partidos guerreiros não têm o mesmo acesso a armas, tecnologia e dinheiro que eles tinham há 30 anos."

Fluxo contínuo
Nos anos de 1980 a 1990 houve um crescimento mais ou menos contínuo no número de conflitos violentos até que se atingiu um pico em 1992, com 52 conflitos altamente violentos. “Isso ocorreu por causa do declínio da União Soviética”, explica Lotta Mayers. "Depois disso, o número diminuiu muito até 1995, mas voltou a crescer em 2004. Os últimos cinco anos foram marcados por uma oscilação entre uma média de 30 a 40 conflitos muito violentos."

Metodologia

O HIIK diferencia três categorias de conflitos violentos: crise, crise grave e guerra. Crises são caracterizadas por uso esporádico da violência, ao passo que crises severas e guerras seriam uma resposta organizada com uso de violência sistêmica durante um longo período de tempo, causando intensa destruição. Crises severas e guerras, na metodologia do Instituto, podem ser agrupadas na categoria ‘conflitos muito violentos’.

Fonte: Portal G1 via Geopolítica Brasil.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jul 30, 2010 6:10 pm
por Marino
Franco, no primeiro seminário sobre Segurança Internacional existe uma apresentação do Prof. Domício Proença cuja tese é a antítese desta.
Vale a pena rever.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Jul 30, 2010 6:41 pm
por Francoorp
Marino escreveu:Franco, no primeiro seminário sobre Segurança Internacional existe uma apresentação do Prof. Domício Proença cuja tese é a antítese desta.
Vale a pena rever.
Eu tentei ver mas não consegui, tive problemas no computador, tudo ficou sem som... vou ver mais tarde.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 10:57 am
por Marino
O petróleo equatoriano



A exemplo do que já aconteceu na Bolívia e na Venezuela, chegou a vez de o governo bolivariano do Equador nacionalizar o setor petrolífero. De acordo com decreto assinado pelo presidente Rafael Correa, entrou em vigor no dia 26 a nova Lei de Hidrocarbonetos, pela qual as companhias petrolíferas que operam em território equatoriano terão de vender ao governo toda a sua produção, deixando de ter contratos de participação para ser apenas prestadoras de serviço. As companhias, entre elas a Petrobrás, a espanhola-argentina Repsol-YPF, o consórcio chinês Andes e a italiana ENI, terão 120 dias para dizer se aceitam ou não a revisão de seus contratos. Prevê-se um período de negociações difíceis com as petrolíferas, pois Correa ameaça expropriar as empresas que não aceitem "migrar" para o novo regime.

Correa pretendia alterar as regras do jogo através de projeto de lei enviado à Assembleia Nacional, onde foi objeto de acesos debates, sem que o governo conseguisse aprová-lo. Bem aos moldes do "socialismo do século 21", o presidente foi adiante e promulgou a lei, alegando decurso do prazo para exame pela Assembleia, e declarando ilegal qualquer obstrução legislativa. Correa prometeu submeter a decisão a um referendo popular em data não fixada.

Pelas regras anteriores, o governo equatoriano ficava com 70% das receitas do petróleo e, de agora em diante, ficará com a totalidade, ficando pendente de negociação a taxa de remuneração que o governo pagará às petrolíferas que operam no país. A depender das condições oferecidas, que não devem ser generosas, a operação poderá deixar de ser interessante para as empresas privadas estrangeiras ou locais, que, naturalmente, têm direito a uma indenização pelos investimentos já realizados.

O governo equatoriano promete pagar um "preço justo" pelos investimentos. Aí é que está o nó da questão. Como seus aliados bolivarianos, o governo se reserva o direito de ditar o que considera justo. Como se recorda, na nacionalização do petróleo na Bolívia, o governo do presidente Evo Morales fixou em US$ 60 milhões a indenização a ser paga à Petrobrás pelas duas refinarias nacionalizadas em 2006. A estatal brasileira pleiteava receber US$ 200 milhões. O caso poderia ser levado ao Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (Ciadi) do Banco Mundial, mas em 2007 o governo boliviano retirou-se formalmente daquele organismo. Depois de prolongadas negociações entre os governos brasileiro e boliviano, a indenização à Petrobrás foi fixada em US$ 112 milhões.

A Venezuela não chegou a abandonar o Ciadi, onde estão em curso várias queixas de companhias expropriadas pelo governo Hugo Chávez (a última foi de 11 plataformas da empresa americana Helmerich & Payne, declaradas de utilidade pública em junho). No auge da nacionalização em 2007, a Connoco Phillips e a Exxon Mobil não aceitaram o "preço justo" oferecido pelo governo venezuelano por suas áreas de operação no Bacia do Orinoco e o caso foi parar no Ciadi. A Petrobrás também não aceitou tornar-se prestadora de serviços para a PDVSA, mas não se falou em indenizações pelos investimentos já feitos na região.

O que a Petrobrás e o governo brasileiro farão agora em face da nova Lei de Hidrocarbonetos do Equador? A estatal, por enquanto, não se pronunciou. No Equador, a Petrobrás integra um consórcio do qual fazem parte a japonesa Teikoku, a Cayman, com sede no Panamá, e a equatoriana Petromanaby, o que significa que terá de acertar uma posição com seus parceiros, o que não será fácil.

A julgar pelo histórico recente, a Petrobrás tenderia a aceitar passivamente os prejuízos decorrentes da nacionalização. Mas como as empresas com as quais está consorciada colocam acima de tudo os seus interesses comerciais, um acerto de Brasília com Quito pode ser mais problemático. Um recurso ao Ciadi em caso de nacionalização, o que é praticamente certo, não parece combinar com a orientação que a diplomacia petista imprime à atuação externa da Petrobrás.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 11:49 am
por Sterrius
petrobras provavelmente vai apenas surfar nesse problema indo pelo que a maioria decidir. Sua participação na area não é majoritaria e o problema pesa mais nos outros paises.

Me lembro que a petrobras deixou varios projetos do equador nos anos anteriores, provavelmente ja adivinhando essa tempestade.

Quanto a "passividade". Não adianta reclamar, vc pode bater o pé o quanto quiser mas o fato não muda que nacionalização é um movimento que nao da pra impedir, o que vc pode fazer é minimizar custos. E nem sempre brigar por melhor indenização é a opção +barata!

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 12:58 pm
por Francoorp
O texto é longo, mas vale a pena... de um coronel do Exército Brasileiro

Anti-americano Não, Contra o seu Intervencionismo, Sim!

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Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 30 de julho de 2010.

Para o Plano Brasil


“A pura raça Anglo-americana está destinada a estender-se por todo o mundo com a força de um tufão. A raça Hispano-mourisca será abatida”.
(New Orleans Creole Courier, 27.01.1855 )


Alguns leitores ficaram indignados ao ler meus dois últimos artigos, onde relato o vazamento de documentos secretos americanos, pelo site Wikileaks, sobre a Guerra do Afeganistão onde expus dois dos inúmeros “Crimes de Guerra” cometidos pelas tropas do “Tio Sam”, no Iraque. Não sou, absolutamente, contra qualquer povo, norte-americano ou não, mas tenho total aversão a qualquer tipo de intervenção. (http://wikileaks.org/wiki/Afghan_War_Diary,_2004-2010)


- Paladinos “Pero no Mucho”


Analisando as intervenções armadas ou não na história da humanidade observamos que o interesse geopolítico ou geoeconômico foi e continuará sendo o agente catalisador de cada uma delas. As justificativas apresentadas aos incautos como defesa da democracia, manutenção dos direitos humanos e tantos outros têm, na verdade, a finalidade pura e simples de garantir o acesso das potências hegemônicas aos recursos naturais ou assegurar sua influência política em Estados que se tornaram ou pretendam se tornar independentes.


Não há interesse, por parte das nações poderosas, de que surjam novas e fortes economias alterando sua posição de domínio no mundo. A permanência do “status quo” justifica quaisquer tipos de retaliações, intervenções, massacres mascarados pela mídia através de termos simpáticos. É interessante observar que o tratamento dispensado aos seus “aliados”, mesmo que estejam infligindo as mesmas regras, não estão sujeitos a este tipo de retaliação, senão, como explicar a sua omissão quando ocorreu o extermínio de milhares de curdos pela Turquia ou seu apoio explícito ao governo Saudita que tem mostrado o mais profundo desprezo pelos direitos humanos.


Quando seus interesses geoeconômicos não estão em jogo os “paladinos da justiça” permitem o extermínio de milhões de pessoas como na guerra pela independência de Biafra e na guerra do Sudão.


- GUERRA HISPANO-AMERICANA (1898)


Em 1898, o encouraçado “USS Maine”, ancorado em Havana, foi explodido pelos próprios americanos para ser usado como pretexto para desencadear uma Guerra contra a Espanha.


Filipinas


Os nacionalistas, liderados por Emilio Aguinaldo, iniciaram uma rebelião em 1896. Em 1898, a Espanha perdeu a guerra contra os EUA e cedeu as Filipinas em troca do pagamento de 20 milhões de dólares. Os nacionalistas foram esmagados pelas tropas norte-americanas. A cobrança de pesados impostos desencadeou o primeiro conflito dos americanos contra os muçulmanos filipinos. Os americanos não atenderam às reivindicações do Sultão de Sulu que exigia que os americanos agissem como os espanhóis, no passado, e os deixassem em paz, isentando seu povo de qualquer taxação. Os civis americanos começaram a ser hostilizados e os fuzileiros foram sistematicamente atacados e mortos pelos “Amuks”. A presença americana nas ilhas desencadeou a “Jihad”, a guerra santa contra o invasor e os americanos responderam com “Operações de Extermínio”. O General Jake Smith determinou a seus fuzileiros “Kill and burn!” (Matem e queimem!), ordenando também que “Kill every one over tem” (Matassem todos acima dos dez anos de idade). Na ilha de Jolo, os “Moros” refugiaram-se no alto da cratera de um vulcão extinto, o Bud Dajo e os “Paladinos as Justiça”, em março de 1906, apoiados pelo navio Pampanga, cercaram e mataram mil homens, mulheres e crianças. No Bud Bagsak, em junho de 1913, 2.000 rebeldes, incluindo 196 mulheres e 340 crianças, armados de facas e lanças, foram aniquilados.


Os americanos não sabem, ainda, porque os muçulmanos os odeiam!


- PANAMÁ (1903)


Fomentado pelos americanos, eclodiu em 3 de novembro de 1903, um movimento separatista que culminou com a independência do Panamá em relação à Colômbia. Imediatamente, os Norte-americanos reconheceram novo país e enviaram suas Forças Navais para impedir a chegada de tropas colombianas. Logo em seguida, foi firmado o Tratado “Hay-Bunau-Varilla”, que concedia aos Estados Unidos o uso, controle e ocupação perpétua da Zona do Canal, uma faixa de 16 km de largura através do istmo.


- IRÃ (1953)


A CIA e o M-16 (serviço secreto inglês) arquitetaram um golpe de Estado no Irã, Operação Ajax (TP AJAX), em 1953, cujo objetivo era derrubar o primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, que estatizara as empresas petrolíferas estrangeiras. Os serviços secretos ocidentais aliciaram o general iraniano Fazlullah Zahedi que deveria derrubar o governo nacionalista de Mossadegh. Fazlullah organizou uma passeata que “representava a vontade popular” para usar como pretexto “atender aos anseios do povo” afastando, no dia 19 de agosto de 1953, o Primeiro-ministro Mossadegh e trazendo de volta o Xá Reza Pahlevi. Em agosto de 1953, o Xá Reza Pahlevi recuperou seus poderes, assumindo o papel de fantoche dos interesses anglo-americanos no Irã, que formaram um consórcio para continuar explorando o petróleo iraniano. A Anglo-Iranian ficou com 40% e as empresas norte-americanas com o restante. Os nacionalistas iranianos haviam se refugiado nas mesquitas e seus líderes religiosos lideraram a Revolução Xiita, de 1979, que causou mais estragos aos interesses anglo-americanos do que o nacionalismo secular de Mossadegh.


Sem a intervenção o Irã teria hoje um regime secular no poder e, provavelmente, integrado na globalização e não dominado pelos fundamentalistas.


- VIETNAM (1965/1973)


O envolvimento militar americano que teve início, na década de 1950, com o envio de equipamentos e observadores militares para apoiar os franceses, aumentou, significativamente, a partir de 1960. Em 1965, o presidente americano Lyndon Johnson ordenou uma operação sistemática de bombardeio aéreo do Vietnam do Norte. Um mês depois, os primeiros combatentes americanos desembarcam no Vietnam.


My Lai

Fonte: www.dwelle.de


“O sol despontava sobre o Mar do Sul da China, quando helicópteros das Forças Armadas norte-americanas sobrevoaram a aldeia de My Lai, no Vietnã, à procura de guerrilheiros em março de 1968. Soldados da ‘Companhia Charlie’ da Infantaria do Exército dos EUA cercaram o povoado e, em três horas, LIQUIDARAM SEUS 500 HABITANTES. O fotógrafo militar Ron Haeberle acompanhou os soldados comandados pelo tenente William Calley, de 25 anos, e documentou toda a brutalidade da chacina. Suas fotos do massacre de adultos e crianças, da matança de animais, do envenenamento de poços e incêndio de casas e depósitos ajudaram, mais tarde, a esclarecer o ‘Crime de Guerra’. As autoridades militares dos EUA, sob a administração de Richard Nixon, conseguiram esconder o massacre por mais de um ano. Somente em novembro de 1969, as primeiras reportagens sobre o caso foram publicadas na imprensa norte-americana, sobretudo no jornal New York Times. Soldados norte-americanos, SUPOSTAMENTE DEFENSORES DA LIBERDADE E DA DEMOCRACIA na luta contra o comunismo, foram desmascarados como um bando de assassinos. Vários integrantes da ‘Companhia Charlie’ admitiram publicamente tratar-se de um ‘CRIME IMPERDOÁVEL’. Enquanto isso, o tenente William Calley não via absolutamente nada de anormal. Admitiu apenas que uma das maiores tragédias de sua vida foi executar operações cujo sentido desconhecia”.

(http://www.amazoniaenossaselva.com.br/P ... d=6&Sld=38)


Tranh Phong

Fonte: Howard Kurtz – The Washington Post


“Rompendo um silêncio de 32 anos, o ex-senador e ex-tenente da Marinha, Bob Kerrey, revelou ter tido um papel importante na matança de mais de uma dúzia de civis durante a Guerra do Vietnã. ‘Fiquei tão envergonhado que queria morrer’, disse Kerrey, condecorado com a Medalha de Honra, a The Wall Street Journal, referindo-se a um artigo que será publicado no domingo. ‘Isso está me matando. Estou cansado de ver as pessoas me descreverem como herói e ficar escondendo isso dentro de mim’, disse o ex-senador. Kerrey afirmou que sua unidade de elite da Marinha (Seal), matou os civis inadvertidamente, depois de acreditar que havia sido atacada por vietcongues na vila de Tranh Phong, em 25 de fevereiro de 1969”.


Agente Laranja


“As consequências dos produtos químicos americanos continuam sendo extremamente graves, e continuarão persistindo até meados do século 21 no Vietnã”, prevê o professor Câu. Somente na província de Quang Tri (centro do país), onde se encontrava a zona desmilitarizada que separava o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul durante o conflito, foram registradas mais de 15.000 vítimas do agente laranja no censo organizado em 1998.


Studies and Observations Group (MAC SOG)

Fonte: ISTOÉ – Edição 1498 – 17 de Junho de 1.998


“Unida a um grupo de mercenários, uma unidade de elite do Exército invade uma aldeia num território neutro, joga Sarin (um gás que atua sobre o sistema nervoso) e mata pelo menos 100 pessoas, a maioria mulheres e crianças. A missão principal dessa unidade era eliminar soldados de seu país que haviam desertado e viviam entre os aldeões. Depois do massacre, a unidade é cercada por tropas inimigas e pede apoio aéreo, que vem em forma de bombardeio de gás sobre as tropas inimigas. Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, esse episódio não foi obra das tropas iraquianas de Saddam Hussein durante a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), quando o ditador não hesitou em usar armas químicas contra o próprio povo”.


- GRANADA (1983)


Uma aliança de esquerda liderada, em 1979, por Maurice Bishop, derruba o primeiro-ministro, Eric Gaury, e instala um governo que estreita relações com Cuba, despertando apreensão nos Estados Unidos. Durante quatro anos Reagan impôs sanções econômicas a Granada e ao final deste período fomentou o golpe militar que culminou com o assassinato do 1º Min Maurice Bishop. Em seguida, promoveu a invasão da pequena ilha com tropas norte-americanas e um pequeno contingente de militares caribenhos. O presidente Reagan justificou a ação sob a alegação de que a medida de força fora solicitada pelos países do Caribe, e que o aeroporto em construção destinava-se a uma base soviética. O aeroporto fazia parte dos planos do governo para incentivar o turismo no país (sua principal fonte de renda ainda hoje). Jornalistas verificaram que os americanos haviam bombardeado um hospital psiquiátrico matando 47 doentes e destruído diversas instalações civis.


- NICARÁGUA – Escândalo ‘Irã-Contras’ (1986)


O procurador-geral dos EUA, Edwin Meese, confirmou em 25 de novembro de 1986, que milhões de dólares provenientes das vendas de armas ao Irã foram enviados secretamente aos “Contras”, os rebeldes nicaraguenses que lutavam, com apoio norte americano, para derrubar o governo da Nicarágua. A notícia foi particularmente penosa para os congressistas que em 1984 haviam aprovado a emenda Boland, que proibia ajuda militar direta ou indireta dos EUA aos “Contras”. Nos primeiros meses de 1987, novos detalhes foram surgindo e o caso foi ganhando apelidos – escândalo das armas “Irã-contras”, “Irãnágua”, “Irãgate”.


- IRAQUE


Operation Desert Fox (1998)


A Câmara dos Representantes dos EUA estava a menos de 24 horas da votação que muito provavelmente resultaria no início do processo de ‘impeachment’ presidencial quando as sirenes de alerta de ataque soaram do outro lado do mundo, em Bagdá. Bill Clinton havia desencadeado o mais violento ataque ao Iraque desde a Guerra do Golfo, adiando a discussão do ‘impeachment’.


Operation Iraq Freedom (2003)


Powell e as Fotos dos Armazéns

Fonte: Folha Online – 05 de fevereiro de 2003


“O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, mostrou hoje fotos que, segundo os Estados Unidos, comprovam que o Iraque mantém armas de destruição em massa. Durante sessão no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, para apresentar evidências de que o Iraque violou a resolução da ONU (Organização das Nações Unidas), Powell acusou o Iraque de ‘limpar’ armazéns que abrigavam supostas armas de destruição de massa. Powell mostrou fotos realizadas por satélites de três instalações no Iraque”.


As instalações mostradas nas fotografias de Powell já tinham sido destruídas na “Operation Desert Storm”, mas isso é um mero detalhe.


Falso Resgate da Recruta Lynch

Fonte: BBC – 15 de maio, 2003.


A recruta Jessica Lynch se tornou um ícone da Guerra no Iraque, e a história de sua captura por iraquianos e seu resgate por forças especiais dos Estados Unidos se tornou um dos grandes momentos patrióticos do conflito. Mas, a história dela é um dos mais impressionantes casos de manipulação de informação já concebidos”.


Dossiê Blair

Fonte: Dominic Evans – RTP.PT – 06 de Junho de 2003


“O primeiro-ministro Tony Blair foi acusado na sexta-feira de recorrer aos mesmos métodos de propaganda de Saddam Hussein, por causa descoberta de que trechos de um dossiê do governo sobre o Iraque foram plagiados de trabalhos acadêmicos. O dossiê foi publicado nesta semana em uma página do governo na internet e dizia que o Iraque montou uma intensa campanha para enganar e intimidar os inspetores de armas da ONU. (…) O documento dizia ter recolhido informações ‘de várias fontes, inclusive de material de inteligência (do serviço secreto)’. Na sexta-feira, porém, as autoridades admitiram, constrangidas, que pedaços inteiros do texto foram copiados – erros gramaticais inclusive – de uma tese acadêmica. Reservadamente, alguns ministros admitem que é difícil recolher informações sigilosas sobre o Iraque”.


Tortura no Iraque

Fonte: Deutsche Welle – 04 de maio de 2004


“Imprensa e especialistas em conflitos da Alemanha são unânimes: a responsabilidade sobre os abusos contra presos no Iraque é fruto da política equivocada de Washington. As fotos do presídio de Abu Ghraib, nas vizinhanças de Bagdá, correram mundo, causando indignação. Elas mostram soldados norte-americanos torturando, abusando sexualmente e humilhando civis e militares iraquianos, justamente nos locais de tortura e execução tradicionais de Saddam Hussein. No sábado (01/05), nova revelação: soldados britânicos também estariam envolvidos em práticas semelhantes. O ministério da Defesa do Reino Unido promete investigar a autenticidade das denúncias contra suas tropas. Verdadeiras ou não, uma coisa é certa: a imagem do ‘bom ocupador’ caiu definitivamente por terra”.


- AFEGANISTÃO


Operation Enduring Freedom (2001)


As tropas americanas estão literalmente sendo trucidadas no Afeganistão, sem solução à vista. Obama está atolado numa terra em que a cada primavera os bulbos de papoula eclodem fortalecendo e multiplicando os combatentes Talibãs num ciclo que se repete há dez anos e, certamente, não será interrompido a curto ou médio prazo. Se o governo americano tivesse investido na reconstrução da economia rural afegã, teriam proporcionado aos agricultores uma alternativa real para que eles se libertassem do jugo Talibã. Certamente, não é uma solução que agrade aos acionistas da indústria bélica americana, portanto, o sangue americano assim como os inúmeros casos de “danos colaterais” continuarão servindo de adubo para as papoulas que fortalecem e multiplicam as hordas Talibãs.



Solicito Publicação


Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 1:03 pm
por Francoorp
Assim como o texto acima, mais um membro das Forças Armadas do Brasil que propõem um novo tema de discussão Geopolitica para o Brasil, mais um dos novos autores do Plano Brasil : http://pbrasil.wordpress.com/

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MAIS UMA HIPÓTESE DE GUERRA EXIGE INVESTIR EM DEFESA

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Sugestão do Autor para o Plano Brasil

Autor: Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Compartilhar com o segmento civil da sociedade é preciso. Motivar o cidadão para as implicações que envolvem a defesa do País é uma preocupação impositiva na medida em que este não crê na possibilidade de confrontos, seja pela índole pacífica da nação, seja porque não acredita que alguém queira brigar conosco.

O ideal era que tudo funcionasse assim, na base do “somos de paz como são os outros”. Acontece que a realidade é bem outra. Quem possui território e litoral como o Brasil, imperiosamente, não tem apenas muito, mas, sim, muitíssimo a defender: um centro-sul desenvolvido, uma Amazônia entesourada e um pré-sal desestabilizador a explorar.

Assim, será de extrema valia que o povo se fixe no fato de que, agora, estão a nos ameaçar duas possibilidades de conflito: a da Amazônia e a do Atlântico Sul. Quanto ao risco no mar, é absolutamente vital que a população se conscientize e clame, em uníssono com a Marinha e a Força Aérea, pelo reaparelhamento de seus meios de combate. Já este, precisa ser dito, não deve visar o equilíbrio com vizinhos que evidentemente não têm motivos para nos ameaçar.

Alerta! São predadores poderosos que deixam claro: ou o Brasil investe pesado em defesa ou bem cedo terá as extrações do pré-sal entregues de mão beijada a uma administração estrangeira, justo a fonte de renda que um “esperto” presidente quer contingênciar apenas para outros fins. Atenção, 1982, Guerra das Malvinas! Nossa luta será naqueles moldes, porém com preponderância suprema do emprego de elementos aéreos e navais e um mínimo, ou talvez nenhum, do seu correspondente terrestre.

Governo e parlamentares, entretanto, continuam insensíveis à tirânica fragilidade da Marinha e a absurda inferioridade da Aeronáutica, sem tomar as medidas emergenciais e urgentes que se fazem prioritárias para garantir a posse daquelas camadas submersas.

A propósito, a Inglaterra já vem assinalando, o que deve nos intrigar, a pesquisa afim no litoral de “suas” ilhas Falkland. E os argentinos, como nós, ainda batem na mesma tecla: protestos inúteis de diplomatas e retórica vazia de políticos, os patriotas de última hora que até hoje ainda não providenciaram de forma a dotar seus países com flotilha de submarinos nucleares.

De que adiantou Cristina Kirchner apelar na última Reunião UE/América Latina, realizada em maio na Espanha? O representante inglês rebateu logo com um “cala boca” só deglutido pelos incompetentes que não conseguem se estabelecer.

Os brasileiros não acreditam. Negociar quatro “submarinos amarelos classe Beatles” e um nuclear não resolve o problema. Precisamos deste último já, mais do que nunca, para sair do zero.

É caro, todavia sobram recursos. Só o PAC, aquele programa investigado pelo TCU por superfaturamento de obras, teve um reforço de R$ 142 bilhões para gastos até 2010. Com menos de 1/3 deste adendo, cinco submarinos da classe suffren poderiam ter sido adquiridos na França ao preço total de 32,5 bilhões, soma que se destinaria a um Programa de Recuperação de Auto-Estima e de Sobrevivência Nacional. Que não se duvide: o quinteto nos aproximaria em termos de submergíveis atômicos à vendedora, capacitando a Marinha atingir cruzadores e porta-aviões de distâncias consideráveis.

Ao povo cabe optar: ou exige o aval de segurança de suas riquezas ou as cede, como costuma fazer o governo, ao “patrimônio da humanidade”. Uma solução imediata também existe, bastando para isso convidar a Argentina para, conjuntamente, em um projeto binacional, passarmos a desenvolver um programa único na área nuclear.

O que, talvez, fosse muito mais sensato do que se esperar por submergíveis e aviões de caça que levarão anos até a sua incorporação efetiva à MB e à FAB.

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior

Publicado no “PARANÁ ONLINE” em 31 de julho de 2010

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 2:13 pm
por marcelo l.
http://www.thedialogue.org/page.cfm?pag ... ID=2432&s=

Entrevistado por Carlos Morales Peña
En medio de la crisis de los presos políticos cubanos y del conflicto desatado entre Venezuela y Colombia por la presencia de guerrilleros de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) y el Ejército de Liberación Nacional (ELN) en territorio venezolano, el presidente de Diálogo Interamericano y reconocido analista internacional, Michael Shifter, habló con EL DEBER sobre la situación de los gobiernos en América Latina.

EL DEBER: ¿Considera que es un signo de apertura la decisión del Gobierno cubano de liberar a 52 pres políticos?
MICHAEL SHIFTER: Es una medida bienvenida y un gesto positivo del Gobierno cubano. Es difícil saber si esto implicará una mayor apertura política. Probablemente no: sin embargo, es importante tratar de tomar la máxima ventaja de esta movida para examinar si el Gobierno cubano se flexibiliza para concretar una futura liberalización del régimen. Por lo menos, esta decisión es algo de qué agarrarse y algo para realizar esfuerzos para una más amplia reforma, aún si esta perspectiva pareciera difícil.
Algunos disidentes cubanos consideran que se trata de una estrategia política, bien conocida por cierto, para calmar la presión internacional, especialmente de los países de la Unión Europea y que nada realmente ha cambiado. ¿Es tan así?
Creo que el Gobierno del presidente Raúl Castro está muy preocupado por la economía cubana, la cual está en muy mala situación. Es una movida pragmática que responde a una gran presión internacional, especialmente, de los europeos, pero también por cierta presión interna. Cualesquiera que sean las razones o las motivaciones detrás del gesto, tiene sentido que se aproveche esta oportunidad para enfocar sobre la promoción de una apertura política, aún si las posibilidades de un cambio todavía parecen estar muy lejos. Pero desmerecer el valor del gesto es un error, me parece.
¿Tendremos que esperar hasta que Fidel Castro ya no esté para ver un cambio real en Cuba? ¿Qué diferencias observa entre Fidel y Raúl Castro?
Raúl Castro tiene una orientación más pragmática que Fidel y está muy preocupado por la situación económica de Cuba. Fidel, en cambio, tiene una postura más tradicional, más dura e ideológica que su hermano. Creo que la apertura de Raúl a dar un mayor rol a la Iglesia católica en este proceso hubiese sido menos probable con Fidel. Es difícil predecir cuándo vendrá un cambio político a fondo en Cuba. Quizá tome mucho tiempo, aún sin Fidel o Raúl Castro en la escena. El régimen político cubano parece estar bien estructurado e institucionalizado, y bien podría sostenerse, aún con el paso de los hermanos Castro.
Teniendo en cuenta la situación cubana y lo que está pasando en Venezuela con Hugo Chávez, ¿cuán fortalecidos están los gobiernos de izquierda?
Cada gobierno de izquierda en la región enfrenta un conjunto diferente de problemas y desafíos. Las condiciones económicas de Cuba han sido difíciles desde hace mucho tiempo. Hoy, Venezuela está teniendo muchas dificultades para ayudar a Cuba. Sus propios recursos son bajos, los recortes se han extendido y la inflación es la más alta en la región. La habilidad de Chávez para asistir a sus aliados y construir una coalición fuerte y coherente en América Latina está limitada por las muy difíciles circunstancias económicas de Venezuela.
Da la impresión que Chávez se está debilitando después de la crisis internacional. También que se está poniendo más duro con los medios y la oposición. ¿Adónde va el chavismo?
Chávez se está poniendo más radical y está adoptando una línea más dura con la oposición. Tal como la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) y otras organizaciones de derechos humanos lo han apuntado, la libertad de expresión se está restringiendo crecientemente. Es desafortunado que Chávez no permita la visita a Venezuela de la Relatora Especial sobre Libertad de Expresión de la OEA para que encabece una seria y profesional revisión de la situación. El chavismo no se va a desvanecer. Chávez aún mantiene apoyo en Venezuela y tiene un electorado leal, pero fomentar la radicalización puede producir un creciente malestar en algunos sectores que se han identificado con el chavismo, sin embargo, creen que el movimiento se ha convertido en muy intolerante y extremo.
¿Cómo puede afectar al Gobierno de Chávez la denuncia de Colombia sobre la presencia de las FARC en territorio venezolano?
Hugo Chávez tiene una posición ambivalente sobre la cuestión de las FARC. Hay amplia evidencia de que las FARC están en territorio venezolano y de que es muy fácil apuntar los ejemplos que ilustran la simpatía de Chávez con esa organización. Por muchas razones, las FARC son parte del plan general de Chávez para construir una revolución bolivariana a lo largo de América Latina, pero las FARC también significan un problema potencial para Chávez. Las FARC están fuertemente envueltas en el tráfico de drogas, el mismo que es una fuente de corrupción y tiene el riesgo de debilitar en el tiempo el control político de Chávez. Después de todo, Chávez es conocido por tener en cuenta los consejos de Fidel Castro, que hace tiempo tomó distancia de las FARC porque la insurgencia se involucró profundamente en conductas criminales. Chávez también tiene que tener cuidado con las Fuerzas Armadas de Venezuela, que tienden a rechazar cualquier alianza entre el Gobierno y las FARC.
El presidente Evo Morales aparece fortalecido, casi sin oposición. ¿Cómo observa el proceso boliviano?
Evo Morales parece estar en una posición política muy fuerte. Hubo alguna resistencia a su intento de construir y consolidar poder, pero él todavía goza de un apoyo popular muy amplio. En Washington, el Gobierno boliviano es ampliamente alabado por su manejo económico y por su disciplina fiscal. Esto contrasta fuertemente con el Gobierno venezolano. Hay, sin embargo, mucha preocupación respecto de la inversión extranjera, lo mismo que sobre las perspectivas de crecimiento en el largo plazo y la sustentabilidad económica del país.
En la otra mano, los gobiernos considerados de ‘centro-derecha’ (Colombia, con Juan Manuel Santos; Chile, con Sebastian Piñera; y Perú con Alan García) se han fortalecido. ¿Cómo observa este proceso?
Yo no utilizaría etiquetas ideológicas para describir el éxito o el fracaso económico de los diferentes gobiernos. Después de todo, Lula es un gobierno de izquierda y es el que tiene la historia de éxitos más grande de la región. Chile tuvo un desempeño económico muy bueno por muchos años. Colombia parece particularmente promisoria en los años que viene, con Santos, pero tiene profundos problemas de desigualdad y desempleo, al mismo tiempo que la continuidad del conflicto armado. Perú ha sido floreciente en muchas formas, pero tiene una elección el próximo año, cuyos resultados son altamente inciertos. Todos son casos distintos que no deberían agruparse en un solo conjunto. El éxito de cada uno depende más de su efectividad como gobierno en sus políticas públicas más que de sus preferencias ideológicas.
Brasil está cerca de las elecciones, ¿cómo puede afectar esa compulsa a la región?
Brasil es ciertamente un poder regional mayor y un creciente actor global, y su desempeño económico reciente ha sido impresionante desde todo punto de vista. Será interesante ver cómo será el Brasil del periodo post-Lula. Da Silva siempre ha jugado un rol muy positivo de mediación y moderación en la región. Aún si en las elecciones en Brasil hay una clara opción entre José Serra y Dilma Rousseff, también es cierto que el país logró una estabilidad económica y política que es muy probable que continúe, sin importar quién sea el próximo presidente.
En abril de 2009, en Trinidad y Tobago, el presidente de EEUU, Barack Obama, prometió una nueva relación con América Latina, pero nada parece haber ocurrido. ¿Qué pasó?
El tono y el estilo de la administración de Obama ha mejorado mucho en comparación con lo que fue el caso de George W. Bush. Las encuestas muestran que la posición de EEUU ha mejorado en la región. Ésas son buenas noticias para EEUU y no debería ser subestimado. Pero la administración Obama ha tenido problemas para tener progresos concretos en una agenda más amplia. El Gobierno de Obama estuvo ocupada en asuntos internos. Hasta ahora, el foco estuvo puesto en cómo alcanzar y sintonizar con gobiernos como Ecuador y Bolivia, en la búsqueda de más oportunidades para la cooperación y una agenda común.
El Gobierno boliviano asegura que en el país no están los cárteles de la droga de México. ¿Es esto correcto?
Los cárteles mexicanos han fortalecido su poder creciente y brutalmente, y tienen presencia en toda la región. Hay evidencia de que han sido muy activos y han estado involucrados en el tráfico de drogas en Perú. Para EEUU, lo que está pasando en México hoy es de la máxima preocupación. Para Washington, la expansión de la criminalidad puede bien erosionar la vigencia de la ley en una parte significativa del país.
¿Podrá Morales mantener su política de flexibilidad hacia los productores de coca?
Teniendo en cuenta el mercado de la cocaína de Bolivia, es probable que crezca la preocupación y la presión de gobiernos como Brasil, Argentina y algunos de Europa para tratar de limitar la producción de coca. Esto se está transformando en un problema cada vez más grande, con implicancias significativas en otros países. Bolivia puede definir y adoptar su propia política sobre los productores de coca, pero éste es un asunto sobre el que presionarán otros gobiernos que están siendo afectados por la producción de droga.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 4:31 pm
por marcelo l.
Texto demolidor...


http://walt.foreignpolicy.com/

If I were a Republican Party leader, and I didn't care a whit about the welfare of the United States (and no, those two descriptors are not synonymous), I'd be feeling pretty good right now. My party will almost certainly pick up a lot of seats in Congress come November, which is the normal mid-term pattern after a big swing the other way, and this shift will make it even easier for the GOP to obstruct future Obama initiatives. More importantly, I'd be increasingly confident about regaining the White House in 2012 too.

One big reason is the economy, of course. Although Obama's economic team did a good job of arresting the financial meltdown and recession that began under President Bush, they aren't getting much credit for this in the minds of American voters. Voters don't care about the disasters-that-might-have-been-but-weren't; they care about how things are going now. There is a wealth of political science research showing that voters' perceptions of the economy have an enormous impact on presidential elections, and a recent book by Professor Larry Bartels of Princeton suggests that income growth in election years is a powerful predictor of incumbent electoral success.

The problem for Obama is obvious: Hardly anyone expects the U.S. economy to rebound rapidly over the next couple of years, and there is still some danger of a "double-dip" recession. This fact hardly guarantees a Democratic defeat come 2012, but a sluggish U.S. economy will clearly be a boon to the GOP. And if the Republicans gain control of the House and can use it to block major legislative initiatives, it will be harder for the Dems to bolster their own chances by goosing the economy in 2011. Obama can claim credit for a financial sector reform package and a watered-down health care bill, but neither measure will improve enough U.S. lives rapidly enough to make a lot of difference at the polls.

Unfortunately for Obama, things don't look much brighter when you turn to foreign policy. On the plus side, there's a new arms control treaty with Russia (which he may not be able to get ratified), and surveys suggest that America's global image has improved dramatically in many parts of the world. They smoothed over some disputes with Japan and are doing a good job of cultivating Indonesia, which is smart policy at a moment when China is becoming more assertive. But how many votes do you think that these modest successes will bring Obama in 2012? I'd say virtually none. And an improved global image isn't much of an accomplishment, when you consider how bad things were when Obama was elected.

More importantly, Obama is likely to be O for 4 on the big ticket items that have defined his foreign policy agenda, and he will therefore be heading into 2012 without a major domestic or foreign policy achievement to run on. All that spells trouble for Democrats come 2012.

Just look at the list.

1. Iraq.
Obama didn't get us into Iraq, and he's doing the right thing to get us out more-or-less on the schedule that the Bush adminstration negotiated back in 2008. But it's now clear that the much-vaunted "surge" was a strategic failure, and Iraq could easily spin back out of control once U.S. forces are gone. Even in the best case, Iraq can only be judged a defeat for the United States: we will have spent trillions of dollars and lost thousands of lives in order to bring to power an unstable government that is sympathetic to Iran and unlikely to be particularly friendly to the United States. Americans don't like losing, however, and Obama is going to get blamed for this outcome even though it was entirely his predecessor's fault.

2. Iran.
Obama made some good symbolic gestures at the beginning of his presidency, but he gradually reverted to the same fruitless approach that epitomized the Bush administration. In essence, the U.S. position on Iran remains: "first you give us everything we want -- namely, a complete end to nuclear enrichment -- and then we'll be happy to talk about some of the things that you want." This approach is not going to work, and that will lead war hawks -- including some inside the administration -- to claim that the only option remaining is military force.

One could argue that Obama got some bad breaks here -- i.e., the contested 2009 election and subsequent turmoil in Iran undoubtedly made it much harder to do business with Tehran -- but the key point is that meaningful progress on this issue is unlikely given the administration's current approach. In the best case, we get stalemate; in the worst case, we get another war. Some smart people still think the latter outcome is unlikely and I certainly hope they are right, but there are influential voices inside and outside the administration who will continue to push for a more forceful response. If you don't believe me, read Time's Tony Karon here. In any case, there's little chance that Obama will be able to put Iran in the "win" column by 2012.

3. Israel-Palestine.
Obama took office promising "two-states for two peoples" in his first term, and he appeared to be serious about it until the Cairo speech in June 2009. It's been one retreat after another ever since, and as former U.S. Ambassador Martin Indyk acknowledged in a recent Ha'aretz interview, it was mostly due to pressure from the Israel lobby. In his words (not mine):

American Jews traditionally are pretty supportive of the Democratic Party. They voted overwhelmingly for Barak Obama, they tend to vote for Democratic candidates and they provide a good deal of funding for political campaigns. So the Jewish factor is always a critical factor for Democratic candidates. I don't think it's telling any secrets that there are a lot of people who have been upset with President Obama. And I think that the White House came to the understanding that they have a real problem there and they are going out of their way trying to show they are friendly to Israel and committed to peace."

The focus now seems to be solely on getting some sort of direct talks started, but even if George Mitchell conjures up a rabbit from his hat, those talks aren't going to lead anywhere. Settlements will continue to expand, the U.S. won't do anything to stop them, and more and more people will come to realize that "two states" is becoming impossible. As I've said repeatedly, this situation is bad for the United States, bad for Israel and of course bad for the Palestinians. But it is also bad for Obama, because it means there's yet another major issue where he will not be able to point to any progress.

4. Afghanistan.
I agree with those commentators who say that the recent Wikileaks expose didn't add a lot of new information about the Afghan campaign. Instead, it confirmed what we already knew from multiple sources: the war is going badly, our Pakistani "partner" is double-dealing, and Obama made a major mistake when he decided to escalate in 2009. How many of you are confident that we are going to turn things around? Now he's stuck, which means he will be presiding over not one but two losing wars. He didn't start either of them, but that won't matter to the American electorate, and certainly not to the GOP, FoxNews, and the rest of the right-wing attack machine.

Add to that list the signs of a deteriorating relationship with China (an issue that has significant long-term implications), the lack of progress on climate change (another Obama priority that hasn't paid off yet), and you have a presidency that will limp into 2012 without a lot of tangible foreign policy achievements to its credit. That wouldn't be a problem if the economy were humming along, but as noted above, that isn't likely to be the case.

To be sure, none of these problems are easy to solve, and the lack of progress (or in some cases, backsliding) in part reflects the very tough hand that Obama was dealt from the outset. But that excuse only goes so far. Obama's fundamental error was to run try to run a very conventional foreign policy -- one that turned out to be not very different from the second Bush term -- in a situation that called for far more creative thinking and a willingness to try new approaches and stick with them even if it alienated some domestic constituencies. Instead, he's got the usual suspects running Middle East policy and achieving the same results they did in the past. He's "staying the course" in Afghanistan, even though plenty of smart people told him this was a losing strategy from the beginning. He's adopted the same unimaginative and failed policy towards Tehran, and then seems surprised that Iran doesn't leap to do our bidding.

And perhaps most striking of all, he's failed to recognize that other states--China, Pakistan, Turkey, Brazil, Iraq, Iran, Japan, Germany, even Great Britain, etc. -- have interests that don't always coincide with ours, and that we aren't going to win their support by offering up another lofty speech. And still, after all this, we get a "National Security Strategy" with an agenda a mile-long and only rhetorical recognition that there are real limits to what the United States can or should be trying to do.

So like I said, if I were a Republican Party leader, I'd be feeling kinda smug right now. Now if only I could come up with a candidate who didn't seem ... well, um ... even worse.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 4:34 pm
por Francoorp
:shock: Parece que pro Obama o mundo vai realmente acabar em 2012...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 7:43 pm
por soultrain
Do nosso Major Piloto Aviador João "Stick" Vicente, responsável máximo da esquadra 103 Caracóis:









Mutações na Arte da Guerra e o Uso da Força nas Relações Internacionais

Major Piloto Aviador Joao Vicente

Changes will occur because of a disarmingly simple idea: the flow of digital information.

Bill Gates

CONSIDERANDO A noção básica de poder como a capacidade de influenciar o comportamento de outros, a fim de alcançar os resultados que desejamos, constatamos que essa influência continua a ser exercida pela coacção ou destruição (poder duro), ou através das qualidades intangíveis de sedução e atracção, como a cultura (poder suave).

No entanto, a distribuição de poder depende, cada vez mais, da Informação. Segundo Stephen Cimbala, a informação dificulta a repressão e facilita a resistência. É nessa paradoxal abundância que Joseph Nye argumenta a obtenção de poder através da separação dos dados importantes do “ruído” de fundo. As organizações mais aptas serão aquelas que reconheçam a importância da informação como potenciadora de novas oportunidades.

Por outro lado, o controlo da informação através de um processo hierárquico e de comando centralizado, característico da Era Industrial, foi ultrapassado por um novo paradigma informacional proporcionando uma fluidez de informação através de todos os escalões, contribuindo para uma capacidade de tomada de decisão aos níveis mais baixos. Isso significa que o poder de uma organização, ou em última análise de um Estado, pode ser aumentado sem o dispêndio de recursos significativos, através da mudança da forma como comandamos, controlamos, organizamos, treinamos e actuamos.

Como referem Colin Gray e John Sheldom, os exércitos tendem a funcionar melhor quando dispõem de informação precisa, especialmente se puder ser convertida em conhecimento, para ser usado com julgamento e sabedoria no processo de decisão.1 É esse poder que possibilita uma vantagem assimétrica no combate moderno. A vantagem de saber quase tudo sobre o adversário, e impedir que ele saiba algo sobre nós.

Nesse âmbito, concordamos com os Toffler quando afirmam que o conhecimento emerge actualmente como o recurso central, tanto da produtividade como da destrutibilidade.

Essas radicais diferenças produzem alterações profundas jamais vistas no pensamento, organização e tecnologia militar. As mudanças de paradigma dos séculos passados produziram alterações qualitativas e quantitativas na Arte da Guerra, mas a actual Revolução nos Assuntos Militares (RAM) caracteriza uma Era de transformação fundamental: uma revolução em conhecimento.

E com ela emergem severas implicações para o uso da força nas Relações Internacionais.
Um aparente vazio conceptual

As Relações Internacionais oferecem aos observadores uma visão multifacetada, como se fossem vistas através de um caleidoscópio, que após cada rotação fornece uma diferente, mas interessante perspectiva. Desde as grandes tradições teóricas em óptica de exercício de poder, de regulação racional do poder ou da raiz econômica do poder, até aos modelos geopolíticos, estruturalistas, transnacionalistas ou globalistas, tudo depende do referencial com que o observador regista os acontecimentos.

É possível condensar e comparar as três grandes tradições interpretativas da realidade internacional a partir da óptica perante o poder, de acordo com a atitude perante o mundo e actores dominantes.

A tradição realista destaca o exercício do poder através do uso da força, demonstrando uma atitude pessimista acerca da condição humana. A centralidade do Estado nunca é posta em causa. O paradigma liberal procura uma regulação racional do poder através do direito e da razão, e encara com confiança e optimismo a capacidade de convivência humana. Para além dos Estados considera como actores dominantes os organismos internacionais, não governamentais entre outros. A visão marxista destaca a raiz económica do poder, distinguindo as lutas de classes e a hostilidade provocada por problemas entre países capitalistas. Os temas chave em confronto são pois a dependência, a independência e a interdependência.

Constatamos que o nascimento incipiente da fase actual da globalização remonta ao 9/11 (com a pulverização das barreiras políticas e ideológicas resultantes da queda do muro de Berlim em 89). Essa convulsão fracturante no sistema internacional ocorreu sem que fosse acompanhada, como era habitual historicamente, por uma “guerra global”.2

Daí até ao 11/9 seguiu-se uma década de aparente vazio conceptual. Um editorial da Foreign Affairs de 97 traduziu de maneira exemplar o fim do século XX: “the overall theme of the 1990s is that there is no overall theme to the 1990´s”.3 Os anos 90 constituíram assim um período de “pausa estratégica”, aparentemente livre de ameaças eminentes, utilizado pelos EUA para iniciarem uma revolução tecnológica.4

Vários modelos tentaram preencher o vazio da estratégia de contenção definida por George Kennan.5 Desde o “Choque das Civilizações”6 preconizado por Samuel Huntington até ao “Fim da História”7 de Francis Fukuyama, existe um ponto consensual – eliminando o comunismo, não existe alternativa à democracia e economia de mercado – não existem novos “ismos” que confrontem com o modelo ocidental. Se existem conflitos, são provocados por aqueles que resistem à difusão do modelo ocidental. Neste tempo, a hiper-potência confronta-se com o hiper-terrorismo, um inimigo sem rosto, contra o qual não existe estratégia militar que por si só inflicta a derrota.

Isso levanta um conjunto de perguntas fundamentais para o futuro do sistema internacional. Terá o Estado providência/social entrado em declínio? Será que ainda vivemos em uma era dominada pelo velho Estado-Nação ou em uma era pós-moderna, globalizada, em que o principal motor da mudança é o comércio internacional em um mundo cada vez mais pequeno e nivelado?
Globalização Informacional: um modelo para o século XXI?

Esse panorama internacional matizado apresenta alguns aspectos definidores, que se interpenetram e interagem, alterando de forma drástica a capacidade de Segurança e Defesa dos Estados.8

Analisemos em maior detalhe alguns desses aspectos definidores da nova realidade estratégica.

Os novos actores ainda dependem da vontade dos Estados, no entanto geraram dinâmicas internacionais transversais aos próprios Estados, resultando numa permeabilidade das fronteiras; maior consciencialização dos direitos humanos e ingerência em assuntos internos. Estão em jogo novos organismos multilaterais.9 Pululam as questões que não podem ser resolvidas à escala dos Estados, tais como a Defesa e Segurança, os problemas ambientais10 ou as regiões/comunidades locais que reclamam protagonismo internacional.

Os Estados-Nação perderam definitivamente o monopólio da criação e uso da violência, tornando–se pequenos demais para os problemas globais, e grandes demais para os problemas locais, escapando–lhes cada vez mais o controlo de mecanismos culturais e económicos. A margem de manobra dos Estados diminui desde há várias décadas, dando privilégio aos factores transnacionais sem controlo – migrações, turismo, comunicação – exponencialmente propagados pelas empresas multinacionais. Assiste-se a uma diminuição da consistência da soberania, do território, das fronteiras, sobressaindo as constantes hipóteses de intervenção em zonas periféricas, salvaguardadas por estratégias de defesa alargada. A política intervencionista com base em valores humanitários, de liberdade e democracia é moldada aos interesses unilaterais das potências directoras.

Os processos financeiros – dinâmicos e transversais aos Estados – põem em causa o princípio realista do Estado, constituindo-se centros de decisão oficiosos que ultrapassam os centros de decisão política. Somos levados a pensar que o Estado está “transbordado”11, verificando-se uma margem de desadequação entre a realidade do Estado e as populações onde ele foi projectado, artificialmente implantado.12

Os conflitos motivados por ideologias políticas cederam lugar a radicalismos culturais e religiosos, sendo que a maioria das regiões instáveis do nosso mundo está associada a Estados Falhados.13 Quando outrora o perigo era o acumular de poder, verifica-se actualmente que o verdadeiro problema é o seu vazio.14 Assiste-se a uma mudança de terrorismo internacional para terrorismo global, emergindo como o lado negro da globalização. Na realidade essa nova vaga de terrorismo estratégico15 será muito mais difícil de erradicar. Os seus objectivos são cósmicos – islamizar toda a gente – sujeitos a mudanças por vantagens tácticas. A multiplicação de inimigos e de frentes de combate torna indistintos os alvos dos ataques, estendendo a sua ira a todos aqueles que não comunguem o seu ideal. Por outro lado não existe possibilidade de negociação com esses terroristas. Não existem tréguas, cessar fogo nem rendições ou libertação de reféns. É o tudo ou nada. Para além disso, não estão sedeados em qualquer território pois isso implicaria a sua destruição. São uma organização virtual com ramificações globais.

As ameaças actuais de natureza global são transnacionais, estão interligadas, são exponenciadas por um mundo reticular e têm de ser combatidas nos planos globais, regionais e nacionais.16

A dependência tecnológica das sociedades sofisticadas e complexas, como a nossa, para funcionarem de forma coerente e sobreviverem, faz emergir vulnerabilidades. A disrupção do nosso quotidiano, através de ataques informáticos ou a ameaça de cataclismos planetários provocados pelo desenvolvimento, disseminação e emprego de Armas de Destruição Maciça (ADM), reavivam as memórias de destruição mútua assegurada.17 Charles Dick defende por isso que a fórmula utilizada contra as ameaças estatais comunistas, assente no combate tradicional e derrota militar e política, não resulta contra adversários desprovidos de território, assentes em ideologias ou religiões supra-nacionais.18 O facto dessas entidades não apresentarem um Centro de Gravidade19 geográfico que possa ser atacado por forças militares, reduz a eficácia desse vector de poder nacional. A estratégia de decapitação da liderança parece também votada ao fracasso, pois se no caso de um regime autoritário se possa retirar do poder o déspota, e com ele assistir-se ao desmoronar do Estado, já isso não é possível contra um grupo terrorista que actua disperso em células, altamente motivadas e de acção independente. É por isso natural que surja a necessidade de cooperação internacional e se aceitem os ónus económicos, de soberania partilhada e de certa forma, em nome da Segurança, sejamos coarctados na nossa privacidade e liberdades.20

É nesse complexo jogo de “xadrez tridimensional”21 que se disputa o poder no século XXI, onde a Globalização Informacional confere ao Sistema Internacional uma capacidade outrora impensável de Relações Interpessoais.

Nesse novo registo, o poder económico e militar continuam a ser as chaves das Relações Internacionais,22 mas não podemos esquecer o papel essencial da dinâmica social apoiada em ideologias,23 apoiada por fenómenos transnacionais incontroláveis.

A força continua a ser importante na política global, mas fazer com que as pessoas queiram aquilo que nós queremos é muito mais efectivo. O combate por objectivos limitados, empregando meios que privilegiem baixas reduzidas, perspectiva-se como a modalidade prevalecente numa sociedade avessa ao sacrifício humano.

A Guerra ainda é possível, mas é muito menos aceitável hoje do que no século passado. Porém, a forma como é travada, de forma ilimitada, e a manifestação dos seus efeitos, a uma escala global, faz despontar um novo carácter dos conflitos futuros.

O alerta de Luís Moita mostra-se actual, quando confirma a incerteza na evolução do sistema internacional e a diversidade das funções futuras das Forças Armadas enquanto instrumentos dos poderes políticos,24 implicando uma transformação na Arte da Guerra.
Mutações na Arte da Guerra e as implicações no pensamento militar

As máquinas não fazem a guerra, os homens sim, usando a sua mente

Coronel John Boyd25

Future war can be envisioned as consisting of three general classes of activities.

First, there is the perfection of traditional combat.

Second, there is the evolution of what has been called nontraditional missions, a very mixed bag of activities including humanitarian assistance, SOLIC (Special Operations and Low Intensity Conflict) operations, counter-drug operations, peace operations, and counter-proliferation.

Third, there is the birth of a form of war unique to the Information Age.

David Alberts26

Colin Gray sustenta, apoiado no registo histórico, que a natureza da Guerra é eterna e como tal imutável por qualquer processo de Transformação.27 Gray invoca as ideias de Clausewitz, Jomini, Mahan e Liddell Hart ao afirmarem que a natureza da Guerra é inalterável.28 Os componentes, a intenção e a estrutura do sujeito mantêm-se constantes, apenas mudam os detalhes.

Independentemente das alterações políticas ou tecnológicas, vislumbra-se uma constância em certos aspectos da Guerra. Williamson Murray adverte-nos que novos conceitos e capacidades não irão negar a natureza fundamental da Guerra: fricção, incerteza, sorte, ambiguidade, continuarão a dominar os campos de batalha futuros.29 Para ele, esses factores são eternos.

Também as Guerras do século XXI não são alheias a esse facto.

Segundo Luís Tomé30 “(…) é relativamente consensual que a estratégia e a operação montada pelos Estados Unidos e seus Aliados foi um sucesso do ponto de vista militar (…)” classificando a Guerra do Iraque de 2003 como reveladora de “aspectos inovadores, outros surpreendentes, e outros ainda susceptíveis de influenciar as guerras do futuro”. Confirmando essa tendência, Max Boot compara a excelência da conquista do Iraque estabelecendo um paralelo com as conquistas alemãs de 1940.31 Apesar das distinções entre inimigos, tecnologias e domínio da arte operacional, corroboramos a afirmação de António Telo de que “(…) estamos perante uma mudança qualitativa de grande envergadura em relação ao passado”.32

Sintetizando esses pensamentos, Eliot Cohen conclui que estamos perante uma mudança tripla: as forças militares estão fundamentalmente diferentes; os processos de travar a guerra estão diferentes; os resultados são diferentes.33

Por exemplo, considerando a Guerra do Iraque de 2003, e apesar do domínio informacional do espaço de batalha, os combatentes confrontaram-se com a inexorável realidade histórica de qualquer Guerra: um duelo de morte. Com esse perigo surgiram outras dificuldades comuns como o medo, a fadiga, a fome ou o clima, provocando erros de julgamento, acidentes e invariavelmente, mortes. A fricção preconizada por Clausewitz esteve presente, relembrando a diferença entre o planeamento e a execução de uma Guerra.

Na prática, o emprego de sistemas C4ISR,34 que procuram converter dados em conhecimento e distribui-lo através da rede a todos os participantes, contribuem para uma maior “transparência” do espaço de batalha ao nível táctico, mas um aumento do “nevoeiro” ao nível estratégico, resultante da incapacidade de interpretar o “tsunami” de informação disponível.

Vejamos então, mais em detalhe, em que consistem essas mudanças fundamentais.
O novo carácter da Guerra

Something occurred in the night skies and desert sands of the Middle East in 1991 that the world had not seen for three hundred years – the arrival of a new form of warfare that closely mirrors a new form of wealth creation. Once again, we find that the way we make wealth and the way we make war are inextricably connected.

Alvin e Heidi Toffler35

We have to understand that it’s not mass, it’s dominant knowledge that is most important.

William Owens36

Ao efectuarmos uma retrospectiva histórica é possível verificar os aspectos centrais do novo carácter da Guerra. Para isso iremos perscrutar e inter-relacionar a presença desses factores em três conflitos: Golfo 1991, Afeganistão 2001 e Iraque 2003.
Golfo 1991

No rescaldo da Guerra do Golfo de 1991, são apontados vários factores como despoletadores de uma mudança abismal.

A convergência explosiva dos factores de alcance, velocidade e letalidade, configuram-se, para os Toffler, como os catalisadores da mudança.37

Já na análise de Michael Mazarr sobre a Guerra de 1991, sugere-se que a RAM motiva um novo carácter da Guerra, assente no domínio informacional, na actuação conjunta, no combate distante e na crescente civilinização.38

No núcleo dessa mudança encontra-se a capacidade de recolha, análise e disseminação de informação por todas as entidades do espaço de batalha, conferindo um elevado conhecimento do inimigo, das nossas forças e do espaço envolvente. Essa visão do espaço de batalha é facultada pela ligação de capacidades C4ISR num “sistema de sistemas”,39 permitindo a identificação de uma panóplia alargada de alvos e a sua destruição num ciclo cada vez mais comprimido.

Mazarr caracteriza a capacidade de actuação conjunta como sinérgica, revelando a aptidão de diferentes serviços, ramos e sistemas de armas em combaterem de forma simultânea, combinando as suas valências, obtendo um resultado final superior à soma das suas partes.40

Os avanços tecnológicos tornaram a acção conjunta mais importante do que nunca. Quanto mais rápida e precisa se torna a Guerra, maior é a necessidade para uma integração e colaboração das forças participantes. A divisão de trabalho é por isso essencial. A visão tradicional de execução de uma missão, de forma autónoma e auto-suficiente, por parte de cada ramo das forças armadas está ultrapassada. A duplicação e redundância dos equipamentos e capacidades dos vários serviços cederam lugar a uma racionalização de meios. O processo de Transformação incute premissas de planeamento de operações com base na dependência conjunta para obtenção dos objectivos.

O combate distante é outra das realidades da RAM. Os bombardeamentos de precisão por aviões ou mísseis balísticos proporcionam uma imagem de uma guerra “segura”, quase asséptica. A aparente imunidade miraculosa levou Edward Luttwak a apelidar essa nova forma de Guerra como “pós-heróica”.41 Apresentando como exemplo a intervenção da NATO no Kosovo, salienta que as prioridades políticas de emprego de poder aéreo, assentes na minimização de baixas amigas, sobrepõem-se aos objectivos humanitários.

Esse ressurgimento da “facção” aérea, desde 1991, conduz a uma reestruturação profunda da componente terrestre, quer a nível de equipamento, mas acima de tudo de efectivos humanos, perdendo alguma relevância operacional e política.

Também a fronteira entre o militar e civil é cada vez mais incipiente. As capacidades e os conceitos emergentes derivam cada vez mais do mundo civil.42 Alertando para a crescente transferência de produtos com origem militar para indústrias civis, os Toffler advogam que esse processo de utilização dual de tecnologia, por eles designada de “conversão”, terá um lado perverso, na medida em que as indústrias civis contribuem para a disseminação de capacidades militares, disponibilizando as mais recentes inovações, a custos reduzidos e em massa, a possíveis organizações e Estados-pária.43

As dimensões avançadas por Mazarr, foram confirmadas e ampliadas na década seguinte de “guerras americanas” , 44 onde assistimos à aplicação de novas tecnologias em conjunto com conceitos operacionais inovadores e uma adaptação organizacional, de uma forma profundamente nova, alterando o carácter e condução dos conflitos. Estamos perante uma Revolução Militar em Curso.
Afeganistão 2001— Operação Enduring Freedom (OEF)

William Owens confirma que esta Era se destaca das inúmeras classificações históricas, pois observa que a sua importância crítica é revelada por um grau incomparável de actuação conjunta.45 Descreve-nos a aplicação de doutrinas conjuntas revolucionárias na OEF, como helicópteros do Exército em porta-aviões, ou aviões da Marinha em escolta a bombardeiros da Força Aérea. O exemplo mais cabal mostra um soldado no terreno que recebe informação de um veículo aéreo não-tripulado, efectuando de seguida a “iluminação” de um alvo, numa cordilheira distante, com um feixe laser e transmitindo as coordenadas a um bombardeiro B-52, cujas bombas de precisão, guiadas pelo sistema “Global Positioning System”, atingem o alvo em simples minutos.46

Também Michael O´Hanlon considerou a OEF como “uma obra de arte da criatividade militar”.47 A criatividade a que se refere, resultou em grande parte da actuação conjunta dos participantes, tendo por base a capacidade de comunicar e coordenar esforços durante as batalhas, introduzindo no espaço de batalha uma forte componente de forças especiais. Podemos portanto afirmar que nessa vertente, a OEF configurou uma capacidade transformacional do século XXI.48
Iraque 2003 - Operação Iraqi Freedom (OIF)

Os comentadores são praticamente unânimes no que diz respeito ao sucesso dos efeitos sinérgicos do planeamento e actuação conjunta, tendo por base uma operação colaborativa, realçando a cadeia de valor da capacidade de precisão e da ligação em rede. Mais uma vez, o volume de informação disponível, e a relativa facilidade com que a conseguiram manipular, analisar e transmitir a todas as entidades, reconfigura a capacidade de organizar, planear, prever e atingir os objectivos de uma forma nunca antes possível.49

Segundo Eliot Cohen, essa “transformação do combate significa uma mudança na relação fundamental entre a ofensiva e a defensiva, o espaço e o tempo, o fogo e a manobra”.50 Steven Metz acrescenta duas novas dimensões à tradicional disputa entre defensiva e ofensiva: a luta pela informação (guarda e captura) e o combate pela descoberta e protecção de alvos físicos.51

Podemos no entanto distinguir uma evolução, que na prática constituiu uma revolução na forma em como se travaram as duas Guerras do Iraque. Enquanto que a Guerra de 1991 foi caracterizada por linhas de operação com fases distintas, consistindo na prática em duas guerras sequenciais, mas autónomas – uma aérea e uma terrestre, a Guerra de 2003 foi integrada de forma simultânea, síncrona e conjunta – em terra, no mar, no ar e no ciberespaço.

Hoje combate-se primeiro pela superioridade informacional.52 Nesse sentido os factores chave são cada vez mais a interoperabilidade,53 a partilha de informação e a agilidade,54 implicando um maior nível de integração e conectividade entre os participantes.

Neste novo modo americano de fazer a Guerra, a massa é substituída por precisão e o domínio da informação, nova fonte de poder, é a chave do sucesso para um emprego de forças profundamente conjunto, em busca dos efeitos desejados. Actualmente não importa quem detém o controlo sobre um sistema, mas de que forma é que ele pode contribuir para o estado final desejado.

No entanto, a imposição dessa vontade não está apenas dependente da componente militar. A natureza interligada e dependente da sociedade actual conduz a que uma acção produza uma multiplicidade de efeitos, requerendo uma aproximação integrada do poder dos Estados.
Conclusão: uma panaceia chamada RAM?

Num esforço de síntese, recorremos aos axiomas avançados por Bjorn Moller,55 como forma de caracterizar o modelo actual de fazer a Guerra. Para ele, os conflitos futuros, tendo por base esses princípios, serão rápidos, assentes no emprego de tecnologia de ponta e numa escala de alta intensidade, privilegiando a ofensiva:

• A supremacia tecnológica e informacional são decisivas;

• O poder aero-espacial é decisivo, em particular as capacidades ofensivas, revelando que guerras futuras poderão depender maioritariamente dele;

• A importância do factor geográfico tende a decrescer, com a crescente desterritorialização dos conflitos;

• Com o aumento da precisão, os danos colaterais tenderão a diminuir, aproximando o combate a uma maior conformidade com os critérios da “Guerra Justa”.

Como observado pelo historiador Jeremy Black,56 a RAM corporiza dois anseios das sociedades modernas ocidentais. A preferência política por conflitos militares de baixo risco e uma procura tecnológica de primazia militar. A ideologia militarista da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria não se coadunam com os ideais societários actuais. A preferência por voluntários em detrimento dos conscritos em massa revela uma valorização da condição humana. Numa perspectiva histórica, a RAM contemporânea matiza uma preferência política e um processo tecnológico de adaptação das democracias ocidentais a uma transformação militar, assimétrica, mas contínua, induzida por um novo ambiente estratégico e político, catalisados pela acção da Era da Informação.

Poderemos então concluir que as mudanças no ambiente estratégico, e consequentes fontes de tensão e crise, que afectam de forma transversal as necessidades de Segurança, possam ser em parte motivados por uma Globalização Informacional.

Neste mundo reticular assistimos a uma globalização não global, vista como uma polarização de antagonismos – entre Davos ou a Cimeira do G8 (fóruns mundiais económicos e políticos) e Porto Alegre ou o Live 8 (fóruns mundiais sociais, expressões da solidariedade civil) – que de forma simultânea provoca um efeito duplo e contraditório, integra e divide. Mais do que duas faces da mesma moeda, essa globalização é um prisma multifacetado que vai para além dos factores económicos.57

Vivemos um tempo extremamente apelativo a actores não estatais pela sua proposição assimétrica niveladora, que estende o alcance global dos adversários, permitindo a exploração de vulnerabilidades e novos vectores de ataque.

Considerando os aspectos focados, facilmente se compreende que a relação do Estado-Nação perante o poder militar (em termos de criação e de emprego dessa componente de poder nacional), sofreu e está a sofrer alterações fundamentais. Nessa perspectiva, as implicações do conceito RAM justificam a sua análise e acompanhamento por especialistas de Segurança e Defesa.
Notas:

1. Toffler, Alvin; Toffler, Heidi, War and anti-war: survival at the dawn of the 21st century, p. 71.

2. Moita, Luís, “Os conflitos dos últimos 25 anos”.

3. Cit. Bass, Warren, “The great leveling”.

4. Kagan, Frederick, “The U.S. military’s manpower crisis”.

5. O famoso “X article” publicado na revista Foreign Affairs em 1947 revelou ao mundo a estratégia de contenção. Essa doutrina, utilizada pelos EUA durante a Guerra-Fria, procurava conter o movimento político das nações para a esfera de influência da União Soviética.

6. Samuel Huntington advogou que depois do fim do conflito ideológico capitalismo/socialismo tinha chegado a Era do choque entre algumas Civilizações. Segundo ele, a grande ameaça provém da associação entre as civilizações islâmicas e confucianas – hipótese mais provável – o choque com o Islão. Huntington, Samuel, O choque das civilizações e a mudança na ordem mundial. No entanto, alguns críticos salientam que as alianças políticas podem não ter a ver com bases civilizacionais. A tendência das sociedades serem multiculturais retira força e validade a esta tese.

7. Fukuyama considera que não existe em nenhuma parte do mundo de hoje, alternativa séria no campo político à democracia liberal moderna. Fukuyama, Francis, O fim da história e o último homem.

8. João Vieira Borges define o conceito actual de Segurança e Defesa como “o espaço aglutinador de valores e actividades identificados directamente com a sobrevivência do Estado, enquanto unidade política, que se traduz na sua independência, conservação, integridade e afirmação internacional, mas também na liberdade e integridade física das populações, e na protecção do património nacional”. Borges, João, “A cultura de Segurança e Defesa no ensino superior em Portugal”, p. 173. Para Loureiro dos Santos a “Segurança Nacional é a capacidade de uma Estado agir na esfera internacional com liberdade de acção suficiente, para manter o núcleo daquilo que o caracteriza como entidade com um destino próprio, definido pela vontade dos seus nacionais”. Santos, Loureiro dos, “Estratégia e Segurança Nacional na Era da Informação”. De acordo com o Ministério da Defesa Nacional, no seu portal online, “A Defesa Nacional, na sua essência, constitui uma estratégia integrada que o Estado português põe em prática para garantir a unidade, soberania e independência nacional; o bem-estar e prosperidade da Nação; a unidade do Estado e o normal desenvolvimento das suas tarefas; a liberdade de acção política dos órgãos de soberania e o regular funcionamento das instituições democráticas, no quadro constitucional”.

9. Em 1815 durante a Conferência de Viena, os Estados resolveram os assuntos mundiais num ambiente fechado. Em 1992 no Rio de Janeiro na Cimeira da Terra, são abordados problemas do planeta com a participação de vários actores globais (Estados, ONU, ONG, etc).

10. Absolutamente irresolúveis à escala do Estado-Nação não respeitando quaisquer fronteiras – aquecimento global; chuvas ácidas; poluição; fenómenos meteorológicos causadores de seca extrema ou inundações, etc.

11. Dollfus, Olivier, A globalização, p. 101.

12. Será que hoje prevalece sobre a cultura (elemento agregador do todo social da nação) o conceito de democracia? Interrogação proferida pelo Coronel Luís Fraga na Mesa Redonda sobre “O Iraque, que futuro?”.

13. Essa ameaça tem diferentes interpretações consoante o lado do Atlântico. Os EUA distinguem entre Estados Pária (rogue states), enquanto a Europa coloca a ênfase nos Estados Falhados.

14. Num estudo do Fundo para a Paz, sobre os Estados Falhados, é referido que cerca de 2 mil milhões de pessoas vivem em países em perigo de colapso. Foreign Policy & the Fund for Peace, the Failed States Index.

15. Giandomenico Picco caracteriza a Al-Qaeda como uma organização terrorista estratégica em oposição ao terrorismo táctico do Hezbollah, ETA ou IRA. Conclui que a Al-Qaeda, ao contrário de outros grupos terroristas tácticos, não consegue viver sem inimigos, sendo por isso inviável alcançar os seus objectivos através da formação de um partido político. Picco, G, “Al-Qaeda e os muçulmanos”. Uma classificação semelhante avança Charles Dick, ao separar o terrorismo em tradicional e novo, recorrendo aos fins e meios utilizados. Define o terrorismo tradicional como uma utilização sistemática da intimidação com fins políticos. Por esse facto afirma que não é indiscriminado ou gratuito, sendo balanceadas as decisões dos seus ataques, tendo em conta potenciais consequências. Já o novo terrorismo apenas tem um sentido negativo de punição, tentando maximizar as baixas civis, não existindo alvos proibidos. Para esses terroristas, as ADM são armas de escolha. Dick, Charles, Conflict in a changing world: looking forward two decades, p. 14-15.

16. De acordo com a ONU são elas: conflitos internacionais; conflitos internos (incluindo guerra civil, genocídio e violações maciças de direitos humanos); terrorismo; ADM (nucleares, químicas, biológicas); ameaças sociais e económicas (pobreza, doenças infecciosas e degradação ambiental); e crime transnacional organizado. United Nations Report of the High-level Panel on Threats, Challenges and Change, A more secure world: Our shared responsibility, p. 22.

17. As armas biológicas actuais, resultantes de manipulação genética, quando comparadas com a facilidade de desenvolvimento e utilização, têm um potencial destrutivo muito superior às temidas armas nucleares da Guerra-Fria.

18. Dick, Charles, op. cit., p. 18.

19. O CoG (“Center of Gravity”) é segundo Clausewitz o “centro de todo o poder e movimento, de onde tudo depende”. Clausewitz, Carl, On War, Book VIII, Chapter IV. De acordo com o AAP-6, constitui uma característica, capacidade ou local de onde uma nação, aliança, força militar ou grupo deriva a sua liberdade de acção, capacidade física, ou vontade de combater. É por isso um elemento de poder e não uma fraqueza como muitas vezes nos fazem acreditar. Os CoG´s existem em todos os níveis da guerra: estratégicos, operacionais e tácticos. Um CoG como fonte de poder que é, tem capacidades críticas (o que é que faz?); tem requisitos críticos (o que é que ele necessita para ser efectivo?); e tem vulnerabilidades críticas (através das quais o CoG pode ser atacado). AAP-6, NATO Glossary of terms and definitions.

20. Essa luta contra o terrorismo terá de ser forçosamente multilateral, fazendo uso de instrumentos diplomáticos, policiais e sobretudo ideológicos. Colombani, Jean-Marie, “Vivre avec le terrorisme”. O combate a esse flagelo, é segundo Ângelo Correia, “mais da questão das artes sociais do que acções militares”. A coligação terá de englobar o Ocidente e os moderados islâmicos para que a mudança provenha de dentro, ao invés de ser imposta.

21. Nye, Joseph, O paradoxo do poder americano, op. cit., p. 58.

22. A nomenclatura existente sobre a distribuição de poder varia de acordo com os autores: desde os defensores do mundo unipolar, multipolar ou uni-multipolar, com uma única potência global envolvida em jogos de contenção múltipla com potências regionais. A presença de actores internacionalmente relevantes impede, por agora, a gestão unipolar do mundo por parte dos EUA. Tomé, Luís, Novo recorte geopolítico mundial, p. 30. No entanto, e segundo Luís Moita, o domínio avassalador dos EUA reconfigura um novo tipo de império, onde estão presentes os atributos de coacção política, projecção militar e mais valia económica. Moita, Luís, “A propósito do conceito de império”, p. 21.

23. Huntzinger, Jacques, Introdução às Relações Internacionais, p. 232-233. Observe-se o que aconteceu com as mudanças sociais no ex-bloco de leste e as consequências para a estabilidade mundial. Veja-se o movimento terrorista cuja dinâmica social se sobrepõe à força económica e militar do Ocidente.

24. Moita, Luís, “Evolução do sistema internacional”.

25. Cit. portal “Defence and the national interest”.

26. Alberts, David, Information Age Transformation: getting to a 21st century military, p. 39.

27. Gray, Colin, “How has war changed since the end of the Cold War?” Uma descrição detalhada, do mesmo autor, sobre essa temática pode ser encontrada em Gray, Colin, Modern strategy. Sugere-se também a consulta da obra coordenada por KNOX, Mac Gregor; Murray, Williamson, The dynamics of military revolution, 1300-2050.

28. Gray, Colin, “RMA’s and the dimensions of strategy”.

29. Murray, Williamson, “Thinking about Revolutions in Military Affairs”, p. 76.

30. Tomé, Luís, “Iraque: uma nova forma de guerra?”

31. Em apenas 44 dias, as forças alemãs conquistaram a França, Bélgica e Holanda com 27.000 baixas, utilizando o padrão de excelência operacional denominado blitzkrieg. Os EUA e Inglaterra demoraram 26 dias para conquistar o Iraque (80% do tamanho da França), contabilizando apenas 161 baixas. BOOT, Max, “The new american way of war”.

32. Telo, António, “Reflexões sobre a Revolução Militar em Curso”, p. 213.

33. Cohen, Eliot, “Change and Transformation in Military Affairs”.

34. Comando, Controlo, Comunicações, Computadores, Informações/Inteligência, Vigilância e Reconhecimento.

35. Toffler, Alvin; Toffler, Heidi, op. cit., p. 64.

36. Owens, William, “an interview”.

37. Toffler, Alvin; Toffler, Heidi, op. cit., p. 31.

38. Mazarr, Michael, The Revolution in Military Affairs: a framework for defense planning.

39. Owens, William, “The emerging system of systems”.

40. Mazarr, Michael, op. cit..

41. Defende Luttwak que essa aparente imunidade se ficou a dever a uma intervenção aérea severamente condicionada, no sentido de restringir baixas da coligação, impedindo no entanto a consecução dos objectivos de protecção humanitária. Entre essas precauções de operação destaca os bombardeamentos a alta altitude; o número reduzido de missões aéreas efectuadas nas primeiras semanas do conflito; os ataques aos sistemas de defesa aérea; não utilização de meios aéreos de baixa altitude, como os helicópteros Apache os aviões A-10. Em suma, privilegiar a guerra segura. Luttwak, Edward, “Give war a chance”.

42. As tecnologias de informação desenvolvidas para utilização civil estão disponíveis e são adaptadas para utilização militar. A teoria da Guerra Centrada em Rede deriva das práticas de empresas comerciais e foi transposta para o meio militar.

43. Por exemplo o desenvolvimento, por parte de institutos civis, de modelos de computador para prever o clima, aproveitando os estudos militares sobre explosões nucleares. Também a disponibilização de sistemas via satélite fornece uma capacidade a qualquer indivíduo, organização ou Estado, de obtenção de informação do espaço de batalha. Muitas companhias aplicam o seu conhecimento adquirido no desenvolvimento de tecnologia militar para inovações em áreas civis. Toffler, Alvin; Toffler, Heidi, op. cit., p. 184.

44. Freire, Fernando; Guimarães, Fernando, “10 anos de guerras americanas”.

45. Owens, William, “an interview”, op. cit..

46. Ibidem.

47. Apesar das diversas interpretações acerca dos motivos desses conflitos e das consequências pós-guerra, é possível avançar um relativo consenso acerca do seu sucesso militar. O’Hanlon, Michael, “A flawed masterpiece”.

48. Wolfowitz, Paul, “Thinking about the imperatives of Defense Transformation”.

49. Washington Technology, “Survival guide: Loren Thompson, COO of the Lexington Institute”.

50. Cohen, Eliot, “A revolution in warfare”, p. 44.

51. Metz, Steven, “The next twist of the RMA”.

52. Estado que é alcançado quando uma vantagem competitiva é derivada da capacidade de explorar uma posição superior de informação. Alberts, David; Garstka, John; Stein, Frederick, Network Centric Warfare, p. 34.

53. Capacidade das forças militares treinarem, exercitarem e operarem efectivamente em conjunto na execução das missões e tarefas atribuídas. AAP-6, op. cit..

54. Este termo intimamente ligado com adaptabilidade, procura capturar a componente dinâmica do combate futuro. A adaptabilidade refere uma capacidade de uma entidade encetar uma mudança para melhor gerir ou se ajustar a novas circunstâncias. A agilidade qualifica a rapidez e facilidade com que essas mudanças são efectuadas. No contexto militar, ambos os conceitos estão conotados com a flexibilidade necessária às forças futuras. Warne, Leoni [et al.], The network centric warrior: the human dimension of Network Centric Warfare, p. 22. A agilidade é uma propriedade de uma força ou de um processo de Comando e Controlo (C2), traduzindo a capacidade de ser efectivo em ambientes complexos e imprevisíveis. Relacionando-a com o C2, possui seis elementos fundamentais: robustez; resiliência; adaptabilidade; resposta; flexibilidade e inovação. Alberts, David; Hayes, Richard, Power to the edge.

55. Moller, Bjørn, The Revolution in Military Affairs: myth or reality?

56. Cit. Evans, Michael, Seeking the knowledge edge: Australia and the Revolution in Military Affairs.

57. Santos, Diana, “Prisma global”, p. 3-4.

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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Ago 01, 2010 9:43 pm
por marcelo l.
Francoorp escreveu::shock: Parece que pro Obama o mundo vai realmente acabar em 2012...
A aposta é essa... por sinal, Robert Gates se aposenta próximo ano.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Ago 02, 2010 1:31 am
por gil eanes
GustavoB escreveu:Gostaria de acreditar que fomos mais além, mas nem o reator de Aramar foi testado.
Creio que se tivéssemos mesmo algum avanço secreto, seria nesta vida que eu veria. :?
Realmente não fomos mais além. Faltou sempre o componente financeiro. Aramar teve parado até o ano passado pra ter idéia. Em breve (daqui mais uns 3 ou 5 anos, se tudo continuar azul) poderemos testar o reator, lá em Aramar.

Agora, o que foi dito abaixo é um verdadeiro absurdo: !!!!!!
Carlos Mathias escreveu: A bomba que arrasou Hiroshima foi usada sem testes.
Ooooaaaaahhhhhh!

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