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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 11:57 am
por Slotrop
Será que o Brasil esta caindo na mesma armadilha das agencias de risco, se tornando cada vez mais dependente dos empréstimos com juro baixo que um bom rating propicia?

Ou será que a economia Brasileira tem um peso muito grande no mundo e nos fazer quebrar traria problemas grandes de mais?

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 12:23 pm
por irlan
Acabei de ler que as potências econômicas que surgiram com o final da Guerra fria, aumentaram o seu poderio bélico conforme tinham mais recursos econômicos.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 12:56 pm
por FoxTroop
soultrain escreveu:O outlook da divida Americana está sobre vigilância negativa desde ontem, pela S&P. Mas ainda se mantém AAA...enfim
Certo, mas para a Dagong, já desde o fim de 2010 que o rating dos USA é um simples A+ com vigilância negativa. Os chineses não se andam a desfazer de títulos americanos por desporto. Segundo a metodologia deles, apenas 7 nações tem o AAA e nem o seu próprio país tem esse rating.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 12:57 pm
por cabeça de martelo
Sim...e?

Havia uma guerra fria, Irlan. Apesar de nos manuais de história normalmente só se falar dos anos 50 como o começo da dita guerra, na verdade ainda não tinha acabado a 2.ª GM, já havia a contagem de espingardas. Basta ver os milhares de soldados aliados ocidentais que foram "libertados" pelo Exército Vermelho, acabando por ser enviados para as Gulags como reféns.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 1:24 pm
por Paisano
Mark Weisbrot: Quem manda no FMI é a Goldman Sachs

Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... sachs.html
IMF’s Rhetoric Still Far from Its Policies

By Mark Weisbrot, no jornal britânico Guardian (CLIQUE AQUI PARA LER O ARTIGO ORIGINAL -> http://www.cepr.net/index.php/op-eds-&- ... s-policies)


No momento em que o Fundo Monerário Internacional (FMI) e o Banco Mundial se reúnem em Washington para seus encontros anuais da primavera, surgem debates sobre quanto mudou o FMI. O diretor-gerente Dominique Strauss-Kahn citou John Maynard Keynes em seu discurso de quarta-feira na Brookings Institution:

As falhas mais aparentes da sociedade econômica em que vivemos são sua incapacidade de dar pleno emprego e sua distribuição arbitrária e desigual de riqueza e renda.

Em seu discurso inaugural nos encontros do outono do ano passado ele foi além, tratando do aumento da dívida pública em países de alta renda em termos que deveriam ser leitura obrigatória para os jornalistas econômicos dos Estados Unidos:

Não se enganem: este aumento de 35 pontos percentuais [na dívida pública dos países de alta renda] é devido a baixo crescimento, aos gastos ligados ao resgate do setor financeiro, à falta de arrecadação por causa da baixa atividade econômica. Apenas um décimo vem diretamente do estímulo [bancado pelo setor público]. Assim, a lição é clara: a maior ameaça à sustentabilidade fiscal é o baixo crescimento.

Naturalmente, houve algumas mudanças significativas no FMI em anos recentes, a maior parte na área de pesquisa, onde o Fundo admite que o controle da entrada de capitais é uma ferramenta legítima. Houve alguns empréstimos limitados, sem pré-condições. E embora o FMI tenha incluído condições “pró-cíclicas” — isto é, políticas macroeconômicas que aprofundaram a recessão — na maior parte de seus acordos durante a recessão mundial, sendo otimista é preciso considerar que o FMI mudou de linha em vários casos, depois da piora da situação econômica.

Mas infelizmente as práticas do FMI ainda não alcançam sua retórica ou, mesmo, o que diz o seu próprio departamento de pesquisa. Na Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal, Latvia e outros países, o Fundo ainda está envolvido na implementação de políticas “pró-cíclicas” que vão adiar a recuperação destes países por um longo tempo. Para a Grécia, Irlanda e Latvia, por exemplo, serão de 9 a 10 anos antes que eles atinjam um nível de PIB pré-crise.

Não há absolutamente desculpa para isso de um ponto-de-vista econômico. Qualquer política que exija um período tão extenso de desemprego e estagnação é por definição errada. Se isso é o que eles precisam para assegurar pagamento da dívida, então o país se dará melhor simplesmente deixando de pagar. A Argentina enfrentava uma dívida insustentável e declarou moratória no fim de 2001. A economia encolheu por um trimestre e então cresceu 63% nos próximos seis anos, recuperando-se ao nível pré-crise do PIB em apenas três anos.

Retórica de lado, as políticas do FMI ainda refletem o ponto-de-vista dos credores. E do ponto-de-vista dos credores, um país como a Grécia — que os próprios mercados financeiros reconhecem que em algum momento terá de reestruturar sua dívida — precisam primeiro ir ao inferno. As autoridades europeias e o FMI tem tanto dinheiro agora (U$ 750 bilhões do FMI, U$ 635 bilhões da Autoridade Europeia de Estabilização Financeira, U$ 87 bilhões do Fundo de Estabilização Financeira da Europa) que seria relativamente simples resgatar pequenas economias como a Grécia, Irlanda, Portugal ou Latvia — ou mesmo uma economia muito maior como a espanhola — de forma indolor. Em outras palavras, restaurar crescimento e emprego primeiro, e se preocupar com a dívida depois que a economia estivesse de volta aos trilhos.

Mas, do ponto-de-vista dos credores, isso seria recompensar “mau comportamento”. Assim, os povos destes países precisam sofrem anos de desemprego (20% na Espanha, 15% na Irlanda, 11% em Portugal, 14% na Grécia, 17% na Latvia).

Sem mencionar as privatizações e as reformas contra os sindicatos a que estes países são submetidos para que atendam às demandas do FMI e da União Europeia.

Para ser justo com Strauss-Kahn e com os economistas do departamento de pesquisa do FMI, que gostariam de adotar políticas mais iluminadas, eles não governam a instituição. A palavra final fica com o Comitê Executivo, que é governado primariamente pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos e por autoridades europeias (os últimos tem a palavra final na Europa, inclusive no Leste europeu).

E sobre o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos está a Goldman Sachs.

O FMI acaba de divulgar o “World Economic Outlook” (WEO) que pede “implementação de consolidação fiscal e reformas de direitos” em países de alta renda, dizendo que “a necessidade é particularmente urgente nos Estados Unidos” onde “medidas amplas de reforma da Previdência e do sistema tributário” serão essenciais. O fundo está certo sobre “reforma tributária”, já que os cortes de impostos de Bush para os mais ricos, que continuaram sob o governo Obama, são uma contribuição significativa para o problema do déficit de longo prazo. Mas a Previdência social não contribui para o déficit de agora, nem de longo prazo. A Social Securitypode pagar os benefícios prometidos pelos próximos 26 anos, e precisaria apenas de pequenos ajustes para manter sua solvência indefinidamente. Por contraste, é nosso sistema de saúde falido o responsável pelo déficit projetado a longo prazo.

O Fundo projeta crescimento anual de 2,5% para os países de alta renda nos próximos dois anos e 6,5% para os “países emergentes e de economias em desenvolvimento”. Ao pedir consolidação fiscal nos países ricos, o FMI parece acreditar que eles estão destinados a ter baixo crescimento e alto desemprego no futuro próximo; eles querem que os países em desenvolvimento, com a economia em crescimento, apreciem suas moedas e dêem um empurrão nos países ricos ao importar mais. Ao mesmo tempo o FMI está preocupado que os países em desenvolvimento estejam “superaquecendo” e diz que muitos precisam de “políticas de aperto macroeconômico”.

Mas as mudanças reais — aquelas que contribuiram para a recuperação do crescimento econômico em países de renda baixa e média ao longo da última década — foram resultado da perda da influência que o Fundo tinha há dez ou vinte anos. Isso é especialmente verdadeiro para os países de renda média — na Ásia, maior parte da América Latina, Rússia e outros, embora muitos países de baixa renda ainda sejam dependentes do Fundo e seus empréstimos. O valor dos empréstimos do Fundo despencou entre 2003 e 2007, e embora recentemente tenha voltado ao nível de 2003, o FMI não tem mais a influência que já teve em países de renda média. Assim, se espera que menos e menos países serão obrigados a escutar os conselhos do FMI — a não ser que queiram focalizar a retórica keynesiana de Strauss-Kahn.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 2:21 pm
por Vitor
FoxTroop escreveu:
Vitor escreveu:...... Vocês sobrevivem, a receita é simples, trabalhar duro, gasta só o necessário, poupar que tudo se resolve.
Salazar, voltaste?!!!!! :twisted:
Ah, faça feito os belgas tb, fiquem com um governo ke faça nada ou no máximo muito pouco.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 3:38 pm
por Sterrius
por sinal os belgas estão sem governo, logo melhor que isso pra quem quer caos não fica.

Por sinal é o sem governo +ordenado que ja vi ja que tudo ainda funciona. :mrgreen: :mrgreen:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 4:49 pm
por irlan
Governo liberal?

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 4:53 pm
por Vitor
Sterrius escreveu:por sinal os belgas estão sem governo, logo melhor que isso pra quem quer caos não fica.

Por sinal é o sem governo +ordenado que ja vi ja que tudo ainda funciona. :mrgreen: :mrgreen:
A sociedade não é caótica, pelo contrário, tem uma harmonia espontânea extremamente complexa e que se reinventa a cada momento, políticos e burocratas só fazem interferir com essa harmonia.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 8:09 pm
por LeandroGCard
Paisano escreveu:Retórica de lado, as políticas do FMI ainda refletem o ponto-de-vista dos credores.
Não entendo como ainda tem gente que escreve este tipo de comentário.

É óbvio que as políticas do FMI refletem o ponto de vista dos credores, é para isso que ele foi criado e existe. A função do FMI nunca foi auxiliar países com problemas econômicos ou financeiros, ele foi desde o princípio idealizado e implementado para dar estabilidade ao mercado financeiro internacional via GARANTIA DE RECEBIMENTO DOS EMPRÉSTIMOS ou seja, para proteger os credores. Se algum país estiver com problemas em pagar o que deve, o FMI assume e cobre a dívida, mas em troca força o país devedor a se encaixar em uma receita que garanta o pagamento dos vencimentos futuros. Se para isso o país e sua população tiverem que sofrer muito mais do que o realmente necessário não faz a menor diferença, o importante é que os devedores se sintam seguros para continuar emprestando (ou seja, que o mercado financeiro continue funcionando, um objetivo maior que o bem-estar da população de países específicos).

O que se pode criticar no FMI é que a busca pela garantia de pagamento dos empréstimos futuros não deveria significar necessariamente a implantação de políticas recessivas, é bem possível que estratégias visando disciplinar os gastos mas permitindo ainda assim o crescimento da economia (por exemplo, facilitando os investimentos colocando-os em uma rúbrica distinta nas contas públicas) fossem até mais eficientes que os cortes de gastos generalizados que o FMI exige. Esta é uma questão basicamente ideológica do fundo, pois embora muitos economistas digam o contrário na verdade não existem uma equação matemática que mostre sem sombra de dúvidas que a política econômica ortodoxa é a melhor para garantir a geração de caixa para o pagamento de dívidas. Mas o FMI de fato sempre tendeu a seguir as idéias dos economistas mais conservadores dos países centrais, idéias estas que estes próprios países já mostraram mais de uma vez não fazer nenhuma questão de aplicar em casa.

Por isso a política do FMI poderia mudar sim, adotando-se idéias mais pragmáticas e menos influenciada por doutrinas econômicas, buscando a máxima eficiência na busca pelo objetivo de sua criação que é a defesa da estabilidade do mercado de capitais. Mas isto não tem nada a ver com ele ser mais "bonzinho", ou se preocupar mais com o eventual sofrimento dos devedores, não é para isso que ele foi criado e nem é esta sua função.


Leandro G. Card

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 8:25 pm
por tflash
Mas no caso Português, o FMI está a apresentar condições que permitam que Portugal cresça economicamente e UE só está preocupada em cortar a direito.

Obviamente, que não é por filantropia, Eles percebem que um Portugal com uma economia mais forte paga o que deve enquanto que os parceiros da UE, se é que se lhes pode chamar isso, querem ver Portugal na lama, talvez para controlarem o que sobrar.

Faz lembrar um filme antigo com um tal de Woodrow Wilson, potências europeias e uma república de Weimar em 1919.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Abr 19, 2011 11:01 pm
por Vitor
tflash escreveu:Mas no caso Português, o FMI está a apresentar condições que permitam que Portugal cresça economicamente e UE só está preocupada em cortar a direito.

Obviamente, que não é por filantropia, Eles percebem que um Portugal com uma economia mais forte paga o que deve enquanto que os parceiros da UE, se é que se lhes pode chamar isso, querem ver Portugal na lama, talvez para controlarem o que sobrar.

Faz lembrar um filme antigo com um tal de Woodrow Wilson, potências europeias e uma república de Weimar em 1919.
Não perca tempo com "crescimento econômico", é hora de arrumar a casa.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Abr 20, 2011 12:00 am
por Sterrius
Não perca tempo com "crescimento econômico", é hora de arrumar a casa.


vou concordar aqui. Se portugual nao aproveitar a crise para fazer as mudanças que precisa no maior numero de areas possiveis, quando vcs se recuperarem não esperem tão cedo outra oportunidade dessas >/.

tem que se tentar tirar algo de bom mesmo das piores situações, leis mais eficientes serviriam ao menos de consolo.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Abr 20, 2011 1:00 am
por Vitor
Sterrius escreveu:
Não perca tempo com "crescimento econômico", é hora de arrumar a casa.


vou concordar aqui. Se portugual nao aproveitar a crise para fazer as mudanças que precisa no maior numero de areas possiveis, quando vcs se recuperarem não esperem tão cedo outra oportunidade dessas >/.

tem que se tentar tirar algo de bom mesmo das piores situações, leis mais eficientes serviriam ao menos de consolo.
Se deve ter cuidado com esse papo de "leis mais eficientes", criar mais burocracia alimenta a ilusão que se pode contrariar as leis da economias sem risco, já que há milhares de leis e regulamentação pra manter tudo sobre controle.

Acredite, o mundo era muito menos burocrático antigamente, nunca houve tantas leis e regras como hoje em dia.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Abr 20, 2011 5:15 am
por manuel.liste
FoxTroop escreveu:
soultrain escreveu:O outlook da divida Americana está sobre vigilância negativa desde ontem, pela S&P. Mas ainda se mantém AAA...enfim
Certo, mas para a Dagong, já desde o fim de 2010 que o rating dos USA é um simples A+ com vigilância negativa. Os chineses não se andam a desfazer de títulos americanos por desporto. Segundo a metodologia deles, apenas 7 nações tem o AAA e nem o seu próprio país tem esse rating.
Se deshacen de deuda norteamericana y compran deuda en euros, algo que hace subir al euro