Re: EUA x Irã
Enviado: Qua Jul 16, 2008 5:51 pm
Os Sauditas tem muito mais muito dinheiro para finaciar o que eles quiserem.
qual somali?cicloneprojekt escreveu:O negócio já está beirando o desespero, com os Sauditas querendo financiar a Rússia...Tigershark escreveu:Só esqueceram de perguntar quanto os iranianos pagam aos russos para manter este suporte.....
Acho que o ataque Israelense já está ´´e com data marcada. depois da eleição dos EUA.
Se o Maccain vencer então o ataque ficaria para sdepois do ano novo.
Se for o Somali o ataque será logo após as eleições.
http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... idCanal=11De acordo com o "The Guardian"
EUA planeiam abrir representação diplomática no Irão pela primeira vez desde 1979
17.07.2008 - 11h26 PÚBLICO
Os Estados Unidos planeiam estabelecer uma representação diplomática em Teerão pela primeira vez em 30 anos. A acontecer, este será um volte-face assinalável na política diplomática de George W. Bush no que toca a Teerão.
A notícia é hoje avançada pelo “The Guardian”, que sabe que este anúncio do estabelecimento de uma secção de interesses em Teerão será feito no próximo mês. Esta secção seria uma espécie de “primeiro passo” no caminho da implantação de uma embaixada.
Esta mudança de atitude em relação ao Irão acontece numa altura particularmente tensa entre os dois países, depois de o Presidente Mahmoud Ahmadinejad ter levado a cabo testes com mísseis de longo alcance, que colocaram Israel – um tradicional aliados norte-americano – à beira de uma crise de nervos.
Apesar disso, já ontem se podiam sentir alguns “ventos de mudança”, depois de ter sido anunciado que um responsável do departamento de Estado norte-americano, William Burns, seria enviado para a Suíça, para o encontro que decorre amanhã entre o chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, e o negociador iraniano responsável pelo “dossier” nuclear.
Burns vai sentar-se à mesa das negociações, apesar de Bush ter, até ontem, dito sempre que afastava negociações directas com o Irão enquanto o país não suspendesse o seu programa de enriquecimento de urânio.
O regresso de diplomatas ao Irão está dependente do acordo de Teerão, mas o Presidente Ahmadinejad já indicou, no início desta semana, não estar contra a abertura de uma missão norte-americana no país. O Irão consideraria favorável qualquer pedido que tenha como objectivo melhorar as relações entre os dois países, disse. Além do mais, Teerão não teria face para negar o estabelecimento de uma representação de interesses, uma vez que o Irão tem embaixada em Washington.
Presentemente, os interesses norte-americanos no Irão estão oficialmente sob a alçada da Suíça, mas o que se passa na prática é que existe uma pequena equipa de americanos a trabalhar independentemente a partir da embaixada suíça em Teerão.
A criação de uma secção de interesses significaria o regresso de diplomatas americanos a Teerão pela primeira vez desde a crise dos reféns que começou com centenas de estudantes – no quadro na revolução iraniana de 1979 que levou ao derrube da monarquia – a entrarem de rompante na embaixada americana, no ano da revolução, tendo apenas libertado os reféns em 1981.
EUA preparam reinício da diplomacia com o Irão
LUÍS NAVES
Golfo Pérsico. A Administração americana quer reabrir em Teerão uma representação diplomática e vai participar nas negociações sobre o programa nuclear iraniano. Mas este ainda não será o final no conflito criado pela invasão da Embaixada dos EUA, em 1979, e a tomada de 63 reféns durante 444 dias
Negociações sobre programa nuclear em fase crucial
Diplomatas americanos poderão regressar ao Irão, após três décadas de afastamento, se Teerão aceitar uma proposta dos EUA para reiniciar relações diplomáticas. A questão está a ser analisada pelos iranianos, soube-se ontem, confirmando o que escrevera The Guardian. Este diário britânico noticiou que Washington tem planos para instalar na capital iraniana uma secção de interesses diplomáticos, o primeiro passo para estabelecer uma futura embaixada.
O relançamento da diplomacia pode estar ligado ao momento crucial que atravessa o dossier do programa nuclear iraniano. Amanhã, em Genebra, o Irão vai responder a uma proposta europeia e na sala estará, pela primeira vez, um diplomata americano de alto nível.
O Irão já foi o principal aliado dos EUA na região, mas os dois países cortaram relações na sequência da revolução islâmica que derrubou o regime do Xá, no início de 1979. Em Novembro desse ano, estudantes iranianos tomaram de assalto a Embaixada americana em Teerão e fizeram 63 reféns. A crise durou 444 dias e incluiu uma tentativa de resgate militar que terminou em fiasco.
Durante 30 anos, sucessivas administrações americanas tentaram manter o regime iraniano mais ou menos isolado. O actual presidente, George W. Bush, reforçou a tendência, apesar da influência dos iranianos no vizinho Iraque. A retórica foi por vezes violenta e o vice-presidente Dick Cheney chegou a defender um ataque militar contra o Irão.
Agora, a seis meses de tomar posse nova administração, os EUA parecem mudar de política. Washington vai enviar este fim-de-semana o número três do Departamento de Estado, William Burns, para participar nas negociações de Genebra. Na mesa, estará uma proposta europeia que inclui apoios em troca da suspensão unilateral, pelos iranianos, do enriquecimento de urânio.
Há sinais de que a liderança iraniana está dividida sobre a resposta a dar aos europeus. O Presidente Mahmud Ahmadinejad, um conservador, recusa a suspensão do programa nuclear, mas Ali Velayati, um próximo do líder supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei (que detém o verdadeiro poder), afirmou numa entrevista que o Irão devia aceitar a proposta europeia. Até agora, a Administração Bush tratou o regime iraniano como parte do "eixo do mal" e recusou negociações directas enquanto Teerão tentasse enriquecer urânio.
2008/07/20
O impasse iraniano
Alexandre Reis Rodrigues
Crescem os rumores de que está próximo um “ataque cirúrgico” da Força Aérea israelita às instalações nucleares do Irão; o exercício realizado no início de Junho, envolvendo mais de 100 F-15 e F-16, com muito treino de reabastecimento em voo a sugerir o ensaio de um ataque a grande distância, estão na origem desses rumores. Tem também havido referências a outros exercícios aéreos de Israel no espaço aéreo da Jordânia e do Iraque com treinos de aterragem em bases americanas neste último país, o que o respectivo ministro da Defesa desmentiu de imediato. O jornal israelita Haaretz, na edição de oito de Julho, referia-se a altas entidades na Arábia Saudita como tendo dito que o seu país «não se importaria com um eventual ataque de Israel ao Irão».
Se de facto houver um ataque, será o terceiro da Força Aérea israelita com o mesmo objectivo: destruir instalações nucleares em países próximos que possam estar a tentar construir um arsenal nuclear. O primeiro foi em 1981, contra o Iraque (central nuclear de Osirak), o segundo, o ano passado, contra o reactor construído pela Síria, com a ajuda da Coreis do Norte. Com estes antecedentes, a possibilidade de um ataque ao reactor de Bushehr (cuja entrada em funcionamento continua nas mãos da Rússia, já com mais de quatro anos de sucessivos adiamentos e sem data marcada) e às instalações nucleares de Natanz (onde se faz o enriquecimento do urânio) torna-se de facto plausível.
O primeiro ataque, pelo que diz o registo das reacções diplomáticas que vieram a público, não teve a aprovação dos EUA; o segundo terá sido coordenado com a administração americana para escolha do momento mais oportuno, em função das negociações em curso com a Coreia do Norte. É difícil imaginar que um possível próximo ataque ao Irão possa ser levado a cabo sem o assentimento e colaboração americana, dada a enorme importância dos interesses directos dos EUA sobre a situação política na área e, em especial, a resolução do problema iraquiano.
Aliás, neste caso particular, os calendários, israelita e americano, não jogam entre si. Os israelitas podem ter identificado neste momento (ou proximamente, entre as eleições americanas e a posse do novo presidente) uma janela de oportunidade que pode não se repetir tão cedo pelos seguintes motivos políticos e militares: a possível eleição de Obama pode alterar o actual relacionamento dos EUA com o Irão; este terá mais dificuldade em manter a estratégia de “pintar” os EUA como o grande opressor e, se surgir um acordo ou se o actual clima de hostilidade se atenuar, Israel pode perder espaço para agir; em termos operacionais, um ataque, dentro de seis a oito meses, ainda poderá ser feito sem ter que enfrentar os mísseis SA-20, adquiridos à Rússia e que se prevê estarem operacionais no início de 2009.
Bush, não tendo conseguido qualquer progresso com a sua política de confrontação, pode estar a ver nos últimos desenvolvimentos da postura iraniana a possibilidade de dar um rumo mais diplomático ao actual relacionamento. Um ataque israelita, neste contexto, deitaria tudo a perder; porém, a guerra psicológica que a possibilidade de um ataque envolve serve bem os interesses americanos: diz a Teerão que se não há entendimento, então poderá haver luz verde para Israel avançar. Sob esta perspectiva, ao fazer soprar os ventos da guerra, Israel pode estar apenas a “ajudar” a estratégia americana. Mas há quem pense exactamente o contrário: Joschka Fischer mostra-se convicto de que Israel pode atacar em breve (artigo no jornal Público, 8 de Junho 2008).
Ninguém duvida que Teerão já ponderou cuidadosamente sobre o que fará na eventualidade de um ataque; obviamente, nunca será nada do que as declarações de Ali Khamenei anunciaram: que nesse caso será lançado fogo a Telavive e à Esquadra americana no Golfo Pérsico. A possibilidade que salta à vista de todos é a interdição do Estreito de Ormuz (por onde passa 2/5 da produção mundial de petróleo) através da minagem das linhas de navegação; operacionalmente, é uma linha de acção relativamente acessível ao Irão, não obstante o controlo que a Marinha americana mantém sobre a situação na área. Não é, no entanto, uma opção verosímil porque se o Estreito fica interdito não será apenas para uma das partes; ficará também interdito ao Irão. Uma pequena percentagem das suas exportações de petróleo (cerca de um sexto) poderiam ser redireccionadas por terra para a Arábia Saudita, por pipeline, mas não haveria alternativa para a saída do gás; o Irão deixaria de poder tirar partido económico dos seus recursos energéticos, por incapacidade de os exportar.
O Irão tem uma poderosa máquina militar; uma máquina que está desenhada para garantir a sua integridade territorial e preservar a estabilidade interna. Os meios de que dispõe (400000 efectivos militares e 120000 Guardas da Revolução) e a configuração topográfica do seu território (com vários maciços montanhosos) desencorajam qualquer tentativa de invasão e muito menos de ocupação. O seu arsenal de mísseis balísticos e de cruzeiro é um importante elemento de dissuasão regional contra qualquer tentativa de ataque ao seu território. Tem, em qualquer caso, uma vulnerabilidade a um ataque aéreo cirúrgico, não obstante os investimentos feitos em defesa aérea, incluindo a aquisição de mísseis SA-20 à Rússia, e diversas medidas de protecção das suas instalações nucleares (dispersas e “enterradas”).
Enquanto não dispõe de armas nucleares, Teerão talvez tenha concluído que para dissuasão de qualquer tentativa de agressão, lhe bastará, pelo menos para já, apostar no “terror” do Ocidente perante uma interrupção das suas exportações de petróleo e gás, o que agravaria a escalada já quase incomportável de preços, ou usar a sua capacidade de “projectar poder” no exterior, punindo os inimigos longe da sua fronteira, através das organizações terroristas que apoia (Hezbollah, Hamas, etc.) e que tanto têm dificultado a solução dos problemas eternos do Médio Oriente. Com estas duas “ferramentas” e procurando aproveitar a oportunidade de os EUA estarem, de algum modo, “com as mãos atadas” pelo envolvimento militar no Iraque e Afeganistão, Teerão parece pensar que tem a seu favor condições únicas para desafiar o mundo e disputar a influência, em declínio, dos EUA na região.
A evolução da situação, em especial a inexistência de soluções à vista para o Iraque e Afeganistão, parece estar a favorecer o Irão, mas em termos económicos, que são os que interessam a longo prazo, o panorama é desastroso; não foi cumprida qualquer das promessas sob as quais o Presidente Ahmadinejad (“campeão dos pobres”) foi eleito: distribuição mais justa da riqueza, mais emprego e menos inflação. Como isso não chegasse, a produção de petróleo decresceu cerca de 12% por falta de investimento nos métodos de extracção. Mais de metade das reservas de gás (a 2ª maior reserva do mundo) estão a ser sub-exploradas, também por falta de investimento na modernização das infraestruturas; o anacronismo vai ao ponto de Teerão já importar gás do Turquemenistão e proximamente do Azerbaijão, conforme recentes negociações. Os peritos consideram que o sector é muito mal gerido, mais uma das circunstâncias que afasta o investimento estrangeiro. A situação toca as raias da irracionalidade: os 10 biliões que se estima terem sido investidos no programa nuclear poderiam ter permitido construir 10 centrais convencionais, alimentadas pelo gás que é queimado nas explorações de petróleo por não estar disponível a tecnologia que já permite a sua recuperação.
A alta dos preços do petróleo tem permitido tornear estas dificuldades e assim pôr o tempo do lado do Irão, passando quase incólume por quatro Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sem dificuldades de maior e continuando a fazer progredir o enriquecimento de urânio (de 164 centrifugadores que tinha em funcionamento há três anos, vai neste momento a caminho dos 9000, incluindo os da nova geração que têm capacidade tripla de processamento). Teerão tem sido exímio a tirar partido do tempo; sempre que este começa a faltar ou a paciência ocidental parece esgotar-se logo vêm promessas de colaboração, maior transparência e, quando indispensável, algum progresso. Baradei, o presidente da Agência da Energia Atómica das Nações Unidas, e mesmo Solana já “embarcaram” neste jogo por várias vezes, acabando, afinal, por nada conseguirem de concreto.
Resta saber por quanto tempo mais pode o Irão manter esta situação, sem entrar em colapso económico. Muito depende da forma como funcionaram as sanções económicas, em especial, no que respeita à Alemanha e Itália, dois parceiros muito importantes; 3/4 das indústrias iranianas dependem de importações de material e de tecnologia alemã (1700 firmas a operar no Irão). Falta ver se os europeus, neste quadro, conseguem que as sanções sejam efectivas e se impedem que sejam boicotadas por terceiros, que é o que normalmente acontece,
Entretanto a União Europeia, pela voz de Solana tentou mais uma ronda de negociações (19 Julho), desta vez com a presença de um observador americano, o subsecretário de Estado, William Burns, o que constitui uma mudança importante da postura americana, aparentemente mais um sinal de interesse em conversações diplomáticas. A maioria dos observadores tem referido a existência de contactos secretos; este é o primeiro público para além das três rondas de negociação sobre o Iraque mas que têm excluído o tema nuclear. A esta circunstância junta-se a vontade já expressa dos EUA de abrir um posto diplomático em Teerão, colocando alguns diplomatas junto da Embaixada da Suíça (criando uma Secção de Interesses), iniciativa a que o Presidente Ahmadinejad deu apoio, acrescentando que o Irão estava aberto a conversações com os EUA, em vários campos.
As negociações em curso com a UE são sui-géneris: todas as partes as dão por bem-vindas mas nenhuma admite fazer cedências ou alterar políticas; bem pelo contrário. Khamenei fala mesmo em linhas vermelhas que o Irão nunca passará; já se sabe que a mais importante é a de parar as actividades de enriquecimento de urânio, o que para a UE é pré-condição de negociações. Nestes termos, não obstante o passo importante da junção dos EUA a este novo encontro, não se vê que a, curto prazo, se possa registar qualquer progresso (acabo de saber que foi decidido dar mais duas semanas para o Irão esclarecer o que pretende fazer em função das propostas feitas!).
Para encontrar um espaço de onde as duas partes principais (EUA e Irão) possam sair de forma airosa deste conflito, seria necessária uma estratégia nova para lidar com o problema. Bush acedeu, finalmente, a enviar um observador, no meio de um coro de protestos dos neoconservadores, que não se conformam com a cedência («a compete intellectual collapse», diz John Bolton); não é provável que possa ir mais longe no relativamente curto espaço de tempo que falta para concluir a sua presidência, embora possa ir abrindo caminho para uma solução pelo seu sucessor. A Europa continuará a não contar, porque apenas tem incentivos materiais a oferecer; só Solana é que parece não ter compreendido que não é nisso que Teerão está interessado. O que o Irão pretende é ver reconhecidas as suas preocupações de segurança, o que depende apenas dos EUA.
Se for possível acomodar os interesses das duas partes, então talvez possa haver alguma esperança. Mas os EUA parecem ser os primeiros a não acreditar nessa hipótese; se acreditassem não dariam a prioridade que estão a dar à instalação do escudo de protecção antimíssil na Europa, cuja razão de ser – segundo dizem – é protegê-los do Irão.
http://www.senate.gov/~foreign/testimon ... 070201.pdfIf the United States continues to be bogged down in a protracted bloody involvement in Iraq, the final destination on this downhill track is likely to be a head-on conflict with Iran and with much of the world of Islam at large. A plausible scenario for a military collision with Iran involves Iraqi failure to meet the benchmarks; followed by accusations of Iranian responsibility for the failure; then by some provocation in Iraq or a terrorist act in the U.S. blamed on Iran; culminating in a “defensive” U.S. military action against Iran that plunges a lonely America into a spreading and deepening quagmire eventually ranging across Iraq, Iran, Afghanistan, and Pakistan.
EUA - Frank DiGiacomo, colaborador da revista americana Vanity Fair, retratou o presidente dos Estados Unidos George W. Bush como o Coringa, vilão dos filmes do Batman. A imagem faz referência ao último vilão, vivido pelo ator Heath Ledger.
A legenda diz tudo: "No Joke" (Sem Brincadeira, numa tradução livre).