NOTÍCIAS POLÍTICAS

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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23566 Mensagem por Túlio » Qua Mai 31, 2017 3:03 pm

Bolovo escreveu:
J.Ricardo escreveu:Bolovo, é meio doido. rsrsrs

Na verdade boa parte dessa confusão é culpa do TSE, se já tivessem cassado essa chapa como deveria ter sido, poderíamos estar em uma nova administração separada dessa confusão.
Por isso sou parlamentarista, nesse tipo de governo as crises são resolvidas mais rapidamente.
Mas cara, imagine que no parlamentarismo brasileiro, os parlamentares seriam os mesmos deputados de qualidade duvidosa que temos hoje. Imagine se a Dilma fosse no lugar de presidente, a primeira-ministra. Ela teria caído por muito menos, muito antes, e teriam colocado alguém mais maleável no lugar, o Temer do momento que tivesse. O que eu quero dizer é que se até o presidente não consegue fazer muita coisa, imagina um primeiro-ministro então num parlamento recheado de bandidos. Duvido muito, mas muito mesmo que desse certo.

A não ser, claro, que fosse uma monarquista parlamentarista com o Lula no cargo de Rei.
Pronto, agora o Bolovo véio fica FELIZÃO, joga fora o vinagre, abre uma CERVA e vai pra galera!!! :lol: :lol: :lol: :lol:

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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23567 Mensagem por Sávio Ricardo » Qua Mai 31, 2017 3:04 pm

Bolovo escreveu:A não ser, claro, que fosse uma monarquista parlamentarista com o Lula no cargo de Rei.
Vai que tem alguém com o astigmatismo elevado... :roll:
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23568 Mensagem por J.Ricardo » Qua Mai 31, 2017 3:20 pm

Bolovo escreveu:
J.Ricardo escreveu:Bolovo, é meio doido. rsrsrs

Na verdade boa parte dessa confusão é culpa do TSE, se já tivessem cassado essa chapa como deveria ter sido, poderíamos estar em uma nova administração separada dessa confusão.
Por isso sou parlamentarista, nesse tipo de governo as crises são resolvidas mais rapidamente.
Mas cara, imagine que no parlamentarismo brasileiro, os parlamentares seriam os mesmos deputados de qualidade duvidosa que temos hoje. Imagine se a Dilma fosse no lugar de presidente, a primeira-ministra. Ela teria caído por muito menos, muito antes, e teriam colocado alguém mais maleável no lugar, o Temer do momento que tivesse. O que eu quero dizer é que se até o presidente não consegue fazer muita coisa, imagina um primeiro-ministro então num parlamento recheado de bandidos. Duvido muito, mas muito mesmo que desse certo.

A não ser, claro, que fosse uma monarquista parlamentarista com o Lula no cargo de Rei.
Bolovo, o mal da população brasileira, é que ela espera um messias ainda, é muito sebastianista.
No parlamentarismo ela teria caído muito antes, seria convocada novas eleições legislativas e ela teria a oportunidade de voltar mais forte ainda ou ser defenestrada de vez, o parlamentarismo te dá essa oportunidade.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23569 Mensagem por J.Ricardo » Qua Mai 31, 2017 3:22 pm

Túlio escreveu:
Bolovo escreveu: Mas cara, imagine que no parlamentarismo brasileiro, os parlamentares seriam os mesmos deputados de qualidade duvidosa que temos hoje. Imagine se a Dilma fosse no lugar de presidente, a primeira-ministra. Ela teria caído por muito menos, muito antes, e teriam colocado alguém mais maleável no lugar, o Temer do momento que tivesse. O que eu quero dizer é que se até o presidente não consegue fazer muita coisa, imagina um primeiro-ministro então num parlamento recheado de bandidos. Duvido muito, mas muito mesmo que desse certo.

A não ser, claro, que fosse uma monarquista parlamentarista com o Lula no cargo de Rei.
Pronto, agora o Bolovo véio fica FELIZÃO, joga fora o vinagre, abre uma CERVA e vai pra galera!!! :lol: :lol: :lol: :lol:

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Não, não, monarquismo aqui só se for com os Orleans e Bragança!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23570 Mensagem por Bolovo » Qua Mai 31, 2017 3:37 pm

J.Ricardo escreveu:Bolovo, o mal da população brasileira, é que ela espera um messias ainda, é muito sebastianista.
No parlamentarismo ela teria caído muito antes, seria convocada novas eleições legislativas e ela teria a oportunidade de voltar mais forte ainda ou ser defenestrada de vez, o parlamentarismo te dá essa oportunidade.
Sei não.

Acho que podemos tentar umas 500 coisas antes de mudar o formato do sistema político brasileiro.

Por exemplo, não adianta nada parlamentarismo ou o sistema que for enquanto as coisas ainda funcionarem assim:

Apenas 36 dos deputados federais brasileiros eleitos em 2014 conseguiram os votos de urnas necessários para obter uma das 513 cadeiras da Câmara na atual legislatura. Isso quer dizer que só 7% dos parlamentares superaram o mínimo necessário de votos – o chamado quociente eleitoral – para garantir um espaço na Casa legislativa, o mesmo número da eleição de 2010. - El Pais


Penso que uma Reforma Política seja a coisa mais urgente nesse país, mas ninguém comenta isso.
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#23571 Mensagem por J.Ricardo » Qua Mai 31, 2017 3:39 pm

Tens razão, terão que ser feitas muitas mudanças, até porquê, parlamentarismo não se faz com partidos fracos.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23572 Mensagem por Bolovo » Qua Mai 31, 2017 4:12 pm

J.Ricardo escreveu:Tens razão, terão que ser feitas muitas mudanças, até porquê, parlamentarismo não se faz com partidos fracos.
Pois é, imagine um sistema parlamentarista com esses partidos nanicos e fisiológicos. O Brasil tem 35 partidos e há mais outros 28 em formação. [003]
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23573 Mensagem por Túlio » Qua Mai 31, 2017 4:34 pm

A meu ver, a plataforma REFORMA POLÍTICA vai eleger bastante gente para BSB ano que vem...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23574 Mensagem por J.Ricardo » Qua Mai 31, 2017 6:16 pm

Bolovo escreveu:
J.Ricardo escreveu:Tens razão, terão que ser feitas muitas mudanças, até porquê, parlamentarismo não se faz com partidos fracos.
Pois é, imagine um sistema parlamentarista com esses partidos nanicos e fisiológicos. O Brasil tem 35 partidos e há mais outros 28 em formação. [003]
Bolovo, não sei se você se lembra do plebicito de 1993, mas quando se aventou um Brasil parlamentarista vários partidos ensaiaram um fusão para se tornarem mais fortes, mas como ganhou o presidencialismo, ficou tudo igual.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23575 Mensagem por Túlio » Qua Mai 31, 2017 6:30 pm

Repito e agora com mais detalhes: REFORMA POLÍTICA! Sempre que fizeram plebiscito isso ocorreu sob a tutela da grôbo & cambada, e com base na politicagem tradicional. Em 2019 há uma bela chance de ter bastante gente nova e descompromissada com a PATIFARIA de sempre, vai que...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23576 Mensagem por cassiosemasas » Qua Mai 31, 2017 7:39 pm

E com vocês o novo ministro da "justiça"
Para Torquato Jardim, se doação eleitoral entrou legalmente, 'não interessa a origem'

Novo ministro da Justiça disse à TV Globo que não discute "se é caixa 1 ou caixa 10. Quero saber se entrou contabilizado'. Ex-ministro do TSE, ele tomou posse nesta quarta em cerimônia no Planalto.


Por Camila Bomfim, TV Globo, Brasília
31/05/2017 17h57 Atualizado há menos de 1 minuto


O novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou à TV Globo nesta quarta-feira (31) que, para ele, "não interessa a origem" de doações eleitorais, desde que os recursos tenham sido declarados legalmente no comitê dos candidatos e das campanhas.
Amigo de Michel Temer há mais de três décadas, Torquato foi empossado pelo presidentena tarde desta quarta em uma cerimônia no Palácio do Planalto.
Jurista e especialista em direito eleitoral, ele foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante oito anos. No governo, ocupava o cargo de ministro da Transparência, antes de ser transferido para a Justiça, em substituição a Osmar Serraglio.
Na entrevista à TV Globo, Torquato Jardim foi questionado sobre a discussão levantada pela Operação Lava Jato acerca das propinas – resultantes de corrupção – repassadas por empresas a políticos e partidos por meio de doações legais, registradas na Justiça Eleitoral.


[centralizar]""Eu não discuto essa questão da origem, se a origem é caixa 1 ou é caixa 10. Eu quero saber se entrou contabilizado no comitê do candidato, no comitê partidário de campanhas, se entrou conforme a lei.""[/centralizar]

Ao responder, o ministro afirmou que, na avaliação dele, esse é um debate acadêmico "sem fim".
Segundo ele, não importa se é "caixa 1 ou caixa 10", desde que tenha sido doado conforme prevê a legislação eleitoral.
"Eu não discuto essa questão da origem, se a origem é caixa 1 ou é caixa 10. Eu quero saber se entrou contabilizado no comitê do candidato, no comitê partidário de campanhas, se entrou conforme a lei", afirmou o novo titular da Justiça.
Em depoimentos em delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR), executivos do grupo Odebrecht e também da holding J&F afirmaram aos investigadores que políticos atuavam a favor das empresas em troca de doações.
Segundo os delatores, eles recebiam dinheiro para campanhas eleitorais em doações muitas vezes declaradas oficialmente junto à Justiça Eleitoral.

Em março, o Supremo Tribunal Federal aceitou denúncia e transformou em réu o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), acusado pelo Ministério Público de ter recebido propina de R$ 500 mil por meio de doação oficial. Os advogados do senador argumentaram que a doação eleitoral foi devidamente registrada junto à Justiça Eleitoral e não pode servir como prova do eventual recebimento de propina e de ocultação da origem do dinheiro.

Delação premiada

Na entrevista, o ministro afirmou que o instituto da delação premiada ainda é "incipiente" e comparou a prática a um jogador de futebol.
"Temos que praticá-lo mais para conhecermos mais. Ele está muito incipiente, ele é um garotinho bom de bola aos 9 anos de idade. Tem que ver como ele vai chegar aos 19 anos de idade. Messi era ótimo aos 9, continuou ótimo aos 19, aos 29. Então, temos que estudar, conhecer, explorar as possibilidades e expandir o uso da delação premiada, acordo de leniência, processo de responsabilização, todos esses mecanismos que fazem parte do aparato constitucional e legal de controle, prevenção e controle da corrupção", declarou.

PGR

O ministro defendeu que a escolha pelo presidente da República do procurador-geral da República que sucederá Rodrigo Janot, cujo mandato termina em setembro, não tem de ser feita necessariamente com base na lista tríplice enviada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Nos dois governos anteriores, de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o escolhido foi o primeiro da lista, elaborada a partir de uma votação entre os procuradores organizada pela ANPR.
"Eu acho que a escolha deve ser de mérito, e o primeiro lugar na lista não é necessariamente o de mais mérito. No processo democrático, é sempre pela maioria simples aritimétrica. Não quer dizer que o melhor seja sempre o primeiro lugar", afirmou. Mas ele ressalvou que a transição na PGR "será mais pacífica" se o nome escolhido sair da lista.








Fonte.
...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23577 Mensagem por Túlio » Qua Mai 31, 2017 7:54 pm

Esse cara devia se chamar "Pouca Vergonha da Silva". Nas buenas, não tem mais o que ele dizer para mostrar que quer acabar com a LAVA JATO, aproveitando o começo do fim, com corte das verbas e pessoal alocados. Com pleno endosso do PT, aliás.

Vai dançar, é aparecer na net que a LJ acabou/está na unha do capeta e toca o horror até nas ruas! Outro MANÉ que não se ligou que o VERDADEIRO horror toca em 2018, na eleição! Que se divirta enquanto pode...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23578 Mensagem por prp » Qua Mai 31, 2017 8:55 pm

J.Ricardo escreveu:
Bolovo escreveu: Mas cara, imagine que no parlamentarismo brasileiro, os parlamentares seriam os mesmos deputados de qualidade duvidosa que temos hoje. Imagine se a Dilma fosse no lugar de presidente, a primeira-ministra. Ela teria caído por muito menos, muito antes, e teriam colocado alguém mais maleável no lugar, o Temer do momento que tivesse. O que eu quero dizer é que se até o presidente não consegue fazer muita coisa, imagina um primeiro-ministro então num parlamento recheado de bandidos. Duvido muito, mas muito mesmo que desse certo.

A não ser, claro, que fosse uma monarquista parlamentarista com o Lula no cargo de Rei.
Bolovo, o mal da população brasileira, é que ela espera um messias ainda, é muito sebastianista.
No parlamentarismo ela teria caído muito antes, seria convocada novas eleições legislativas e ela teria a oportunidade de voltar mais forte ainda ou ser defenestrada de vez, o parlamentarismo te dá essa oportunidade.
No parlamentarismo europeu isso ocorreria, já que lá é basicamente uma monarquia onde o rei é escolhido pelo povo. O parlamentarismo proposto aqui é uma aberração, onde o parlamento tem total poder para colocar e tirar o primeiro ministro quando e quantas vezes quizer. E o presidente seria um presidente decorativo.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23579 Mensagem por cassiosemasas » Qua Mai 31, 2017 8:56 pm

Velha Política, Poder Econômico ou “Lava Jato”: Quem define o rumo do país?



Leonardo Sakamoto
31/05/2017 18:24




Três grupos influenciariam hoje o cenário político nacional: ''Jacobinos''*, incluindo parte do Ministério Público e do Judiciário, com uma sanha de ''limpar'' o país, questionando – de forma ampla – o relacionamento entre o público e o privado''; ''Poder Econômico'', reunindo o grande empresariado e o mercado financeiro, com o objetivo de reduzir o tamanho do Estado, abrir novas frentes de investimento com a previdência privada e desregulamentar as relações entre capital e trabalho; e a ''Velha Política'', reunindo grupos políticos que sempre estiveram no poder.

É o que analisa uma pessoa próxima a Lula, que deu entrevista ao blog sob condição de anonimato, para explicar a atual conjuntura de forças que influenciam o processo político. O relato foi depois conversado com interlocutores ligados a lideranças políticas e ao Ministério Público Federal.

Os três grupos, que possuem divisões e fissões internas, perceberam a existência de um momento ideal para tirar Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores do poder, por conta tanto da crise econômica, quanto dos casos de corrupção que envolveram o próprio partido e da falta de competência política da ex-presidente.

Os Jacobinos consideravam que ela e o PT representavam o ápice da corrupção no sistema; o Poder Econômico desejava acelerar as reformas para reduzir o Estado; e a Velha Política acreditava que entregar Dilma à opinião pública era única saída para sobreviver.

A mídia, nesse processo, segundo a análise do entrevistado, foi campo de jogo e árbitro da partida. Comprou o discurso dos jacobinos, fundamental para o sucesso da ação, e conta com uma relação de proximidade natural com o Poder Econômico e também com parte da Velha Política. Vale lembrar que há proprietários de veículos de comunicação que são eles mesmos políticos.

Temer promete, então, aos membros da Velha Política estancar a sangria, ao Poder Econômico, as grandes reformas, e aos Jacobinos, a continuidade da luta anticorrupção. Ele e seu grupo consideravam que seria possível conciliar propostas antagônicas e divergentes entre si. Mas não foi.

Não que todos os atores do Poder Econômico se preocupassem prioritariamente com a questão ética – vide que o grande empresariado e que diretores de suas representações de classe, como a Fiesp, foram envolvidos em escândalos de corrupção. Alcançar as reformas era mais importante.

Na opinião da pessoa ouvida por este blog, por ter estudado a Mãos Limpas, operação italiana que inspirou a Lava Jato, o juiz Sérgio Moro sabia que se não agisse para limitar seu impacto (no caso, ao PT), espraiaria as denúncias por toda a política e contaminaria a economia, podendo levar a uma paralisação do país.

O grupo de Curitiba, porém, não é o único que usa o holofote da mídia. Cada procurador da República, por exemplo, tem independência institucional, pode agir de forma divergente dos demais. E, como foi dito anteriormente, há Jacobinos e Jacobinos, fissões e diferenças dentro desses três grupos. Como, por exemplo, as que existem entre Brasília e Curitiba, que vão se tornando mais evidentes com os desdobramentos da Lava Jato.

De acordo com esse interlocutor, a delação da Odebrecht foi a primeira que, envolvendo uma grande quantidade de pessoas com foro privilegiado, incluindo parlamentares e governadores do PSDB, inclui a Procuradoria Geral da República como um dos focos.

Segundo essa análise, o poder dado a Policiais Federais e Procuradores da República para derrubar Dilma e o PT foi tão grande que, mesmo com reclamações da Velha Política e do Poder Econômico, de que a operação poderia ''inviabilizar o país'', foi impossível colocar ''o gênio novamente dentro da garrafa após realizado o desejo''. Quando começaram a escassear cabeças do PT, começaram a corta a dos outros.

Tanto que hoje, um ministro da Justiça não tem mais ''autoridade'' para trocar um diretor da PF. É mais provável, aliás, que ocorra o contrário.

O interlocutor deste blog faz uma analogia com a época da ditadura. Os militares mais moderados levaram cerca de sete anos, a partir de 1974, para controlar o pessoal com sangue nos olhos do aparelho repressivo. Segundo ele, uma vez colocado em marcha, um processo como esse não pode ser freado rapidamente. E nem tem sua extensão controlada.

Moro queria uma ação prioritariamente sobre um grupo e um prazo específico, mas isso escapou ao seu controle. E, provavelmente, ele nunca vai reconhecer isso.

Na opinião do interlocutor ouvido pelo blog, apesar do juiz federal responsável pela Lava Jato ser sempre citado como presidenciável, os Jacobinos ainda não contam com um projeto eleitoral para o país.

(Sobre isso, conversei também com um assessor da cúpula petista que lembrou que essas fissuras internas tornam os cenários mais complicados para análise e interpretação. A relação Sérgio Moro vs Demais juízes de primeira instância vs PGR vs O universo do MPF vs STF mostra que há abordagens diferentes entre os jacobinos. Diante de tanta fissura entre eles, não é nada descartável que alguns grupos busquem resolver essas diferenças através da via eleitoral. Afinal, o poder não deixa vácuo.)

Para estabilizar politicamente o impeachment, o país precisava de crescimento econômico – o que não vem de uma hora para outra, mesmo com as credibilidade de Henrique Meirelles, do Ministério da Fazenda, junto ao mercado. Ao mesmo tempo, a economia não deu à Velha Política estofo suficiente para avançar com as reformas, frustrando o Poder Econômico.

Lembrando que Temer e a Velha Política venderam ao grosso da população durante o processo que levou ao impeachment que, uma vez retirados Dilma e o PT, a corrupção acabaria e a economia melhoraria.

Mas, de repente, essa população, principalmente a mais pobre, é surpreendida com a informação que não só o desemprego continua grande e o poder de consumo segue baixo, como os novos governantes pretendem mexer em suas aposentadorias. Segundo o interlocutor, até bispo da igreja Universal pediu ao governo federal material para convencer os fiéis da importância Reforma da Previdência. ''Não dá para falar que a reforma é de Deus e a aposentadoria do jeito que tá é do diabo. O povo sabe que não.''

Parte da Velha Política e do Poder Econômico defende, agora, que derrubar Temer seria necessário para a sobrevivência do primeiro grupo e para conseguir as reformas do segundo. E parte, desconfiada, afirma que, dada à falta de opções, seria melhor esperar e ir deixando como está. Nesse sistema que se repete, o interlocutor deste blog diz que é muito baixa a possibilidade de qualquer pessoa eleita por voto direto ou indireto, de direita ou esquerda, ter força para alguma mudança nesse sistema (que gira sozinho, entre as três forças) até o final de 2018. Seja quem for.

Os Jacobinos podem reduzir sua ação através de duas formas: após chegarmos a um momento de terra arrasada na Velha Política (levando ao surgimento de um ''Salvador da Pátria'' autoritário) ou uma concertação que permita um fim controlado. O que passaria por uma concordância envolvendo os diferentes grupos Jacobinos, o Poder Econômico e a Velha Política, com a participação de determinados veículos de comunicação de massa.

Pois, segundo o analista, baseando-se no modelo italiano, a Lava Jato utilizou largamente a mídia, principalmente a maior empresa brasileiro do setor, a Globo, para tornar possível o seu alcance. Mas partes da mídia também usaram a Lava Jato, segundo ele, para seus interesses e precisariam aceitar ajudar a colocar um freio no processo. Algo complexo e nebuloso. Ele mesmo questiona se chegaria o dia em que haveria um embate entre Velha Política, Poder Econômico e mídia, de um lado, e milhares de procuradores de outro.

Dado o perfil variado dos Jacobinos, o avanço persecutório não está se dando apenas contra a Velha Política, mas também contra o Poder Econômico e sua relação com corrupção. O que mostra que, mais que não ter freio, ainda é cedo e pouco previsível vislumbrar onde eles podem chegar e o que podem após a terra arrasada. Um ex-ministro petista já dizia, no ano passado, que o Brasil vive uma queda de braço entre a plena ruptura institucional (provocada por Jacobinos) e o movimento de ''conciliação'', liderado pela Velha Política e Poder Econômico – quando esses perceberam que o ''remédio'' foi pesado demais para combater ''uma doença'' e passou a atacar outras ''doenças''.

A dificuldade para Temer é que suas ''promessas de campanha'' precisam ser entregues até o início do processo eleitoral de 2018. Ele até estava conseguindo entregar as encomendas do Poder Econômico e atuando para salvar o pescoço de alguns colegas políticos, até que veio, na esteira da delação da Odebrecht, a da JBS.

Segundo o interlocutor, o que pesou para a ação dura de Rodrigo Janot sobre Michel Temer foi o processo de escolha para Procurador Geral da República, que será feita em breve pela Presidência – cargo com possibilidade de frear ações contra a Velha Política.

Além das divisões internas desses três grupos, há aqueles que estão próximos de dois ao mesmo tempo. Segundo o interlocutor, é o exemplo de Gilmar Mendes, representante da Velha Politica no Judiciário. Que não conta com o mesmo prestígio público de antes por conta do ataque de Jacobinos contra ele e de uma cobertura intensa da mídia sobre suas tentativas de questionar ou frear o processo.

Nessa dinâmica, segundo o interlocutor, a esquerda não é um ator de peso hoje. É um espectro. Não tem capacidade de gerar mudanças reais e assiste aos enfrentamentos entre essas três forças, fazendo barulho e tentando mobilizar parcelas da sociedade.

Mas o espectro vai assustando cada vez mais membros dos outros três grupos à medida em que a crise econômica, política e institucional não se resolve. E lembra que Michel Temer, Jacobinos, Velha Política e Poder Econômico têm o prazo limite do início da campanha eleitoral do ano que vem para se acertarem ou inviabilizarem o principal representante do espectro, que para bem ou para mal, continua sendo Lula.


(*) Jacobinos eram a ala radical da Revolução Francesa que, com a radicalização do processo revolucionário, assumiram o governo em 1792, utilizando de uma política de terror para conseguir impor uma série de transformações sociais profundas e, ao mesmo tempo, expulsar a potências invasoras do país.






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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#23580 Mensagem por cassiosemasas » Qua Mai 31, 2017 9:03 pm

O Brasil em seu labirinto


Carlos Melo
29/05/2017 08:43

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'Saturno devorando a un hijo''. Francisco Goya, entre 1819-1823.


Em julho de 2015, escrevi que, na mais grave crise de sua história, o Brasil caminhava para o labirinto; o Blog ainda estava no Estadão. O labirinto se faz aos poucos, no errante ziguezaguear dos passos e dos dias; quando se vê, está posto, com seus caminhos intrincados e redundantes. Numa dinâmica de tentativa e erro, os atores não se entendem; cometem equívocos, sem correção. Entram por uma porta, atravessam uma outra e mais outra, retornam ao mesmo ponto; não se vê saída.

Passados quase dois anos, o país permanece no labirinto: ao preservar o sistema político que se esgotou, persevera nos mesmos métodos, quase sempre fisiológicos; repete o desgastado padrão mental de cooptação parlamentar; bate cabeça. No final dos anos 1990, FHC já reclamava desse tipo de prática, no funcionamento do Congresso; a primeira vez em que ouvi o termo “voracidade fisiológica” foi pela boca de Pedro Malan, que havia pouco deixara o governo. O processo não seria sustentável.

Lula, por meio do Mensalão, depois pela adesão do PMDB, não alterou a lógica e embrenhou-se ainda mais nesse charco redundante. Dilma, em sua concepção burocrática da política, chegou a crer o Congresso como dispensável; comprou a tese do marqueteiro, seria “gerente”. Miserável tese, pobre Dilma, tomada pela ilusão de si mesma: 39 ministérios, um país quebrado e a convicção de que a distribuição de cargos e a liberação de esquemas bastaria. Não bastou.

Veio o impeachment e a pretensão de que Michel Temer — por vir do ventre dessa baleia —controlasse o processo. Mas, quem, estando dentro do labirinto, pode de fato contorná-lo? Assumido filho do sistema, a presidência da República era questão de manutenção do status quo: mudar tudo, para mudar nada. As necessárias reformas econômicas — Previdência e Trabalhista — como os anéis que o sistema custava a entregar.

O presidente agora se agarra ao que pode, nega indícios e evidências, desqualifica o tumor que corrói o sistema; manobra por dentro, não sai do lugar. Faz sentido: para Temer, renunciar não é simples questão de voltar para casa; ficar significa a sobrevivência política e a liberdade — sua e de seu grupo. Trata-se, então, da permanência de uma lógica agonizante que grita por socorro, que não quer morrer. Mas, que morre aos poucos, perdida no labirinto de cada dia.

Lamentar o leite derramado do desenvolvimento perdido é improdutivo: entrando pelas mesmas portas, o labirinto vai dar no mesmo descaminho da ingovernabilidade. O que se esperava era a mágica das reformas econômicas sem o desembaraço do nó político; alçar um voo de galinha, sufocar os jacobinos do Ministério Público com a reversão de expectativas. Nova falha de diagnóstico: não será a economia que salvará a política, mas o contrário. Insistir nos erros é mais que teimosia.

Quando se insiste na solução interna comprometida com o jogo viciado, os erros se repetem. A Câmara, aflita para afastar o pavor da Lava Jato e o pesadelo da perda de mandatos, quer um dos seus. Mas, o Minotauro do fisiologismo não perdoa: mais parecido com Saturno, devora os próprios filhos; Rodrigo Maia será a próxima iguaria servida no banquete da voracidade? No que seu nome alteraria o traçado repetitivo do desencontro com a saída?

Mais inteligente será mudar a lógica: enfrentar o Minotauro, descartar o fisiologismo, punir a cada um de acordo com a gravidade de cada crime; comunicar-se com a população, estabelecer outro diálogo com o Congresso, num governo de União Nacional; reformar estruturas. Resgatar a Política que significa História, buscando alguém comprometido com a mudança e, assim, realizar a transição. Com os olhos postos no futuro, conquistar a libertação do labirinto.

Carlos Melo, cientista político. Professor do Insper.






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