GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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suntsé
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Re: GEOPOLÍTICA

#2341 Mensagem por suntsé » Seg Jun 21, 2010 9:25 pm

Eu acho que demorará muito, muito, para o conselho de segurança aceitar novos membros permanentes.




Carlos Mathias

Re: GEOPOLÍTICA

#2342 Mensagem por Carlos Mathias » Ter Jun 22, 2010 12:21 am

Quando sair em versão escrita melhor postar! Acabo de bater la no MP.Net a primeira versão
Procurei no site da GLOBONEWS e nada...
Será que vão abafar? :roll: :?




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Rock n Roll
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Re: GEOPOLÍTICA

#2343 Mensagem por Rock n Roll » Ter Jun 22, 2010 8:39 am

prp escreveu:
Carlos Mathias escreveu:O governo brasileiro desmentiu oficialmente que tenha desistido de mediar a questão do Irã.
Segundo a nora, um funcionário do governo dos EUA foi quem lançou essa estória na mídia.

Deu na GLOBONEWS ainda agora.
PQP, PQP, dá uma revolta danada, e tem gente que acha que devemos continuar a nos curvas feito moças. Eu quero que esse povo vai para PQP. [024] [024] [024] [024] [024] [024]

Olha companheiro, acabei de ler o "Diplomacy" do Kissinger e na mesma lingada o "Legado de Cinzas" do jornalista Tim Weiner. Considero o "Legado" um dos livros mais importantes que já li. Todo fundamentado em arquivos oficiais e depoimentos gravados. Se presenteie com uma obra que é o retrato mais fidedigno da realpolitik dos nossos "primos" do norte. Talvez o melhor livro do gênero nesta década.
Você provávelmente nunca mais cumprimentará um "funcionário" da diplomacia americana do mesmo jeito...

Debater é preciso.
[005] [005] [005]




Editado pela última vez por Rock n Roll em Ter Jun 22, 2010 2:14 pm, em um total de 2 vezes.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
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Marino
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Re: GEOPOLÍTICA

#2344 Mensagem por Marino » Ter Jun 22, 2010 9:23 am

Do Plano Brasil (não concordo com a conclusão):
SOBRE O FRACO E OS FORTES
22/06/2010

Imagem
Publicado no “O SUL” em 5 de maio de 2010

Autor: Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior

Sugestão: Do Próprio autor para o Plano Brasil

François Miterrand, Presidente da França, disse em 1989: -“O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia”. Experimentem trocar “O Brasil” por “A Índia” e digam se os cidadãos de turbante não iriam dar cambalhotas de desprezo pela empáfia daquele chefe de estado com assento no Conselho de Segurança da ONU. Por isso mesmo, é de se questionar, no caso do “patrão maior” decidir intervir em nome da salvação do planeta na nossa região norte, Sarkozy vai honrar seu compromisso com a OTAN ou irá priorizar o acordo restrito de venda de material bélico ao Sr Jobim?

John Major, Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha, declarou em 1992: -“Nações desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum a todos no mundo. As campanhas ecológicas internacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandista para dar início a uma fase operativa que pode, definitivamente, ensejar intervenções militares diretas sobre a região”. Decididamente, esta declaração jamais passaria pela cabeça de um chefe de executivo britânico se o “pulmão do mundo” estivesse encravado na poderosa Índia. Se ditas, entretanto, as risadas dos “lanceiros de bengala”, antigos vassalos de Sua Majestade, com certeza, iriam ecoar estridentes por entre seus orgulhosos elefantes.

Mikhail Gorbachev, Presidente da ex-URSS, também foi enfático em 1992: -“ O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes”. É de se imaginar, fosse feita a mesma troca nesta frase infeliz, como teria sido malcriada a resposta do paquiderme indiano a audácia do urso eslavo. A propósito, seria apenas mera coincidência as nacionalidades destes postulantes amazônicos pertencerem a países integrantes do CS/ONU? É no mínimo intrigante, também, o fato da China não ter emitido ainda sua opinião quanto a esta cobiça que empolga a comunidade internacional. Todavia, quando a “farra do boi” começar, quem garante que não sejamos a piranha da vez, como está acontecendo agora com o Irã?

General Patrick Hughes, Chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas dos USA, em 1998: -“Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente nos Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper esse processo imediatamente.” Uma simples troca de Brasil por Índia nesta assertiva truculenta e seria fácil prever a reação dos mais de um bilhão de indianos escudados em seu poder nuclear definitivo. E é justamente com este ator suspeito que acertamos acordo na área militar neste ano em curso, isto em meio a uma estruturação prematura de um Conselho de Defesa Sul-Americano que pretende, sem ter alcançado ainda as condicionantes mínimas para tanto, estabelecer um sistema defensivo para o subcontinente.

Tivéssemos feito o nosso dever de caso estratégico na década de 90 e não estaríamos engolindo sapos como agora. Tivéssemos não assinado tratados subservientes e disporíamos do poder de dissuasão que inibiria toda e qualquer ameaça a Amazônia e, agora, ao pré-sal, evitando a sangueira em um combate que vamos perder.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2345 Mensagem por Marino » Ter Jun 22, 2010 9:50 am

Laços de Mianmar e Coreia do Norte
Para preservar o regime e dotar-se de mísseis e até armas nucleares, junta militar birmanesa reata
com Pyongyang
*Aung Lynn Htut - O Estado de S.Paulo
THE INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE
Este é um momento delicado das relações entre os EUA e o regime mais corrupto do mundo: a
junta militar que vem saqueando Mianmar há décadas como se fosse seu feudo privado. O governo
Barack Obama tentou aplicar uma estratégia batizada de "engajamento pragmático". No momento em
que tenta repensar sua posição em meio à cacofonia atual de crises domésticas e estrangeiras, há o
risco de Washington dar pouca atenção a Mianmar e abrandar inadvertidamente sua posição com os
líderes militares do país.
Mas deve tomar o cuidado de não o fazer. E deve levar a sério as ambições da junta de possuir
armas nucleares. O regime de Mianmar tem uma história de ludibriar autoridades americanas. Isso eu
sei: antes de desertar para os EUA em 2005, eu era um funcionário de alto escalão da inteligência no
departamento de guerra em Mianmar. Era também o vice-chefe na embaixada de Mianmar em
Washington.
No outono de 2003, um membro de alto escalão do gabinete de um senador americano veio duas
vezes a nossa embaixada em Washington para encontrar-se com o embaixador U Lin Myaing e comigo.
Na mesma época, funcionários do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional dos
EUA também se reuniram em Nova York com U Tin Win, do escritório do primeiro-ministro de Mianmar, e
com o coronel Hla Min, porta-voz do governo.
Os funcionários americanos estavam checando relatórios de que Mianmar havia reatado laços
com a Coreia do Norte - um dos três pilares do "eixo do mal" de George W. Bush.
Mianmar havia rompido os laços com a Coreia do Norte em 1983, depois que agentes nortecoreanos
tentaram assassinar o então presidente da Coreia do Sul, Chun Doo-hwan, durante uma visita
a Rangum. Chun saiu ileso, mas 17 funcionários sul-coreanos de alto escalão - incluindo o vice-premiê e
os ministros de Relações Exteriores e do Comércio - foram mortos.
O chefe da junta de Mianmar, o general Than Shwe, instruiu-nos a mentir aos americanos.
Culpamos a oposição política de Mianmar pelos "rumores" de que Rangum havia reatado laços com
Pyongyang. Os americanos queriam provas. Shwe então ordenou ao chanceler U Win Aung que
enviasse uma carta negando os relatórios ao secretário de Estado Colin Powell. O governo britânico
conhecia a verdade. O embaixador de Londres em Rangum chamou corretamente U Win Aung de
mentiroso.
Interesses. Por que Mianmar reatou laços com a Coreia do Norte? Preservação do regime. Após
o levante nacional de 1988 em Mianmar, muitas joint ventures estrangeiras para a produção de armas
convencionais foram canceladas.
Than Shwe iniciou um reengajamento secreto com a Coreia do Norte em 1992, logo após
assumir o controle em Mianmar. Ele argumentou que o país enfrentava o risco de um ataque dos EUA e
da Índia, que na época era uma defensora do movimento pela democracia em Mianmar. Ele queria um
Exército maior, mais armas modernas. Queria até armas nucleares. Pouco lhe importava a pobreza do
povo de Mianmar.
Than Shwe fez contato secretamente com Pyongyang. Passando-se por empresários sulcoreanos,
especialistas em armas norte-coreanos começaram a chegar em Mianmar. Eles receberam
tratamento especial no aeroporto de Rangum. Com a enorme fortuna arrecadada com as vendas de gás
natural à Tailândia, Mianmar logo pôde pagar aos norte-coreanos em dinheiro por tecnologia de mísseis.
Os generais acharam que também poderiam obter ogivas nucleares e, quando essas ogivas
estivessem montadas nos mísseis, os EUA e outros países poderosos não ousariam atacar Mianmar e
teriam menos influência sobre a junta.
Than Shwe ocultou o mais que pôde do Japão e da Coreia do Sul esses laços com a Coreia do
Norte porque estava tentando atrair companhias japonesas e sul-coreanas para investir mais em
iniciativas para saquear os recursos naturais de Mianmar. Em 2006, os generais da junta sentiram-se ou
desesperados ou confiantes o suficiente para retomar publicamente as relações diplomáticas com a
Coreia do Norte. Mianmar trabalhou por quase uma década para expandir sua produção de mísseis e
ogivas químicas. O general Tin Aye - presidente da União de Holdings Econômicas de Mianmar, o braço
empresarial dos militares - é a principal ligação com a Coreia do Norte.
Segundo um relatório secreto que vazou no ano passado, o terceiro homem mais importante do
regime, general Shwe Mann, também fez uma visita secreta a Pyongyang em novembro de 2008. Ele
assinou um acordo de cooperação com a Coreia do Norte para a construção de túneis e cavernas para
ocultar mísseis, aviões, e até navios. O fato de essa informação ter vazado de oficiais militares de
Mianmar mostra tanto o grau de megalomania de Than Shwe quanto a existência de oposição no interior
do regime.
As palavras "engajamento pragmático" não deve se tornar sinônimo de qualquer
enfraquecimento da firme oposição de Washington aos governantes de Mianmar.
Os EUA e outras nações precisam continuar questionando a legitimidade de Than Shwe e do
regime. Eles não devem acreditar em suas promessas de realizar eleições livres e limpas neste ano. Só
a pressão coordenada de todo o mundo será eficaz para lidar com esse mestre do engano. /
TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
*É EX-FUNCIONÁRIO DE INTELIGÊNCIA DO MINISTÉRIO DA DEFESA DE MIANMAR




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Re: GEOPOLÍTICA

#2346 Mensagem por Marino » Ter Jun 22, 2010 11:13 am

ONGs e British Petroleum, o abraço de afogados
18 June, 2010 18:45 Nilder Costa

8/jun/10 (Alerta em Rede) – Na edição anterior, analisamos a estranha ausência de manifestações do Greenpeace sobre o catastrófico vazamento de petróleo da plataforma Deepwater Horizon, operada pela British Petroleum (BP) no Golfo do México (e que ainda não foi contido), em contraposição ao escândalo que os bravos “guerreiros do arco-íris” promoveram contra a Petrobras em decorrência do vazamento de petróleo (muitíssimo menor) ocorrido na Baía de Guanabara, em 2000.

Ocorre que o Greenpeace tem companhia – e das boas – em seu paradoxal e eloqüente silêncio sobre o “affair” ambiental que se desenrola no Golfo do México. Segundo matéria de capa publicada no renomado jornal estadunidense Washington Post, algumas das grandes ONGs ambientalistas que atuam no nos EUAs também silenciaram sobre o episódio por causa das suas ligaçõe$ com a BP. Em português não tão castiço, por têm o “rabo preso” com a petroleira britânica. [1]

Aos fatos.

•A The Nature Conservancy (TNC) – maior e mais rica ONG do mundo, lista a BP como um de seus parceiros. Mais que isso, a BP tem assento na direção do International Leadership Council – criado pela ONG -, e já recebeu mais de US$ 10 milhões da petroleira britânica, tanto em “cash” quanto em imóveis. É bom lembrar que a TNC atua fortemente no Brasil – onde faz acordos “verdes” com empresas do chamado agronegócio - e é freqüentadora habitual das páginas deste Alerta.
•A Conservation International ( ou Conservação Internacional por aqui), recebeu US$ 2 milhões em “doações” da BP e criou parcerias especiais com a petroleira em diversos projetos, incluindo um que tratava de métodos de extração de petróleo. Além disso, entre 2000 e 2006, John Browne, então diretor executivo da BP, integrou a diretoria da ONG.
•O Environmental Defense Fund (EDF), que também atua indiretamente por aqui, encontrou um jeitinho para burlar sua própria propaganda de não aceitar doações de empresas. Simplesmente criou uma entidade colateral, a Partnership Climate Action, em parceria com a BP, Shell e outras mega-empresas do mesmo calibre. No Brasil, como se recordam nossos leitores, Stephan Schwartzman, do EDF, teve participação seminal na decolagem do mito Chico Mendes, na organização do famoso Encontro de Altamira (onde a construção das hidrelétricas de Belo Monte e outras da região foram adiadas por décadas) e na fundação do Instituto Socioambiental (ISA), onde ainda integra a Assembléia de Sócios, órgão máximo de decisão com todos os poderes da ONG.
Outros monstros sagrados do ambientalismo estadunidense – os lendários Sierra Club e Audubon Society - igualmente se “amasiaram” com a BP para criar um outro colateral, o American Wind & Wildlife Institute.

Como bem assinala o Washington Post, o prestígio e a credibilidade que essas mega-ONGs estadunidenses ainda tinham na mídia e na opinião pública estão afundando junto com a BP nas águas profundas do Golfo do México. Um autêntico abraço de afogados.


Notas:

[1]Nature Conservancy faces potential backlash from ties with BP, Washington Post, 24/05/2010




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Re: GEOPOLÍTICA

#2347 Mensagem por Carlos Mathias » Ter Jun 22, 2010 11:47 am

Cada vez fica mais claro que a única maneira de argumentar com os 5 do CS, é através de armas nucleares. :?
Quanto mais tempo demorarmos, mais difícil será.
Tomara que tenham guardado e mantenham pronto o "brinquedo do Cachimbo". :x

É o único argumento forte o suficiente.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2348 Mensagem por marcelo l. » Ter Jun 22, 2010 1:02 pm

Do texto da Miriam leitão...vale apenas as primeiras linhas...que entendem-se algumas apostas...

A África vive a melhor década de sua história e não só por causa da bola. Entre 2000 e 2008, cresceu uma média de 5% ao ano, apesar de alguns países, como o Zimbábue, ter puxado para baixo. Isso foi maior do que o crescimento mundial. A África, que era considerada um continente sem esperança, durante esses anos mostrou força e capacidade de crescimento.

Várias boas histórias motivaram essa mudança. No caso de Angola, na guerra civil, por exemplo, ela não podia explorar dois grandes ativos, petróleo e diamante. Quando veio a paz, isso entrou na economia e os investidores foram para lá.

A Copa do Mundo, normalmente, produz crescimento nos anos preparatórios, mas o risco é depois ficar com um elefante branco, não se preparar para usar toda a estrutura. A Alemanha fez a conta e concluiu que ela cresceu 0,3% ao ano durante todos os anos de preparação.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA

#2349 Mensagem por rodrigo » Ter Jun 22, 2010 3:13 pm

Germany and Russia Move Closer

By George Friedman

German Foreign Minister Guido Westerwelle will brief French and Polish officials on a joint proposal for Russian-European “cooperation on security,” according to a statement from Westerwelle’s spokesman on Monday. The proposal emerged out of talks between German Chancellor Angela Merkel and Russian President Dmitri Medvedev earlier in June and is based on a draft Russia drew up in 2008. Russian Foreign Minister Sergei Lavrov will be present at the meeting. Peschke said, “We want to further elaborate and discuss it within the triangle [i.e., France, Germany and Poland] in the presence of the Russian foreign minister.”

On the surface, the proposal developed by Merkel and Medvedev appears primarily structural. It raises security discussions about specific trouble spots to the ministerial level rather than the ambassadorial level, with a committee being formed consisting of EU foreign policy chief Catherine Ashton and Russia’s foreign minister.

All of this seems rather mild until we consider three things. First, proposals for deepening the relationship between Russia and the European Union have been on the table for several years without much progress. Second, the Germans have taken this initiative at a time when German foreign policy is in a state of flux. And third, the decision to take this deal to France and Poland indicates that the Germans are extremely sensitive to the geopolitical issues involved, which are significant and complex.

Reconsidering Basic Strategy
The economic crisis in Europe has caused the Germans, among others, to reconsider their basic strategy. Ever since World War II, the Germans have pursued two national imperatives. The first was to maintain close relations with the French — along with the rest of Europe — to eliminate the threat of war. Germany had fought three wars with France since 1870, and its primary goal was not fighting another one. Its second goal was prosperity. Germany’s memory of the Great Depression plus its desire to avoid militarism made it obsessed with economic development and creating a society focused on prosperity. It saw the creation of an integrated economic structure in Europe as achieving both ends, tying Germany into an unbreakable relationship with France and at the same time creating a trading bloc that would ensure prosperity.

Events since the financial crisis of 2008 have shaken German confidence in the European Union as an instrument of prosperity, however. Until 2008, Europe had undergone an extraordinary period of prosperity, in which West Germany could simultaneously integrate with East Germany and maintain its long-term economic growth. The European Union appeared to be a miraculous machine that automatically generated prosperity and political stability alongside it.

After 2008, this perception changed, and the sense of insecurity accelerated with the current crisis in Greece and among the Mediterranean members of the European Union. The Germans found themselves underwriting what they regarded as Greek profligacy to protect the euro and the European economy. This not only generated significant opposition among the German public, it raised questions in the German government. The purpose of the European Union was to ensure German prosperity. If the future of Europe was Germany shoring up Europe — in other words, transferring wealth from Germany to Europe — then the rationale for European integration became problematic.

The Germans were certainly not prepared to abandon European integration, which had given Germany 65 years of peace. At the same time, the Germans were prepared to consider adjustments to the framework in which Europe was operating, particular from an economic standpoint. A Europe in which German prosperity is at risk from the budgeting practices of Greece needed adjustment.

The Pull of Russia
In looking at their real economic interests, the Germans were inevitably drawn to their relationship with Russia. Russia supplies Germany with nearly 40 percent of the natural gas Germany uses. Without Russian energy, Germany’s economy is in trouble. At the same time, Russia needs technology and expertise to develop its economy away from being simply an exporter of primary commodities. Moreover, the Germans already have thousands of enterprises that have invested in Russia. Finally, in the long run, Germany’s population is declining below the level needed to maintain its economy. It does not want to increase immigration into Germany because of fears of social instability. Russia’s population is also falling, but it still has surplus population relative to its economic needs and will continue to have one for quite a while. German investment in Russia allows Germany to get the labor it needs without resorting to immigration by moving production facilities east to Russia.

The Germans have been developing economic relations with Russia since before the Soviet collapse, but the Greek crisis forced them to reconsider their relationship with Russia. If the European Union was becoming a trap in which Germany was going to consistently subsidize the rest of Europe, and a self-contained economy is impossible, then another strategy would be needed. This consisted of two parts. The first was insisting on a restructuring of the European Union to protect Germany from the domestic policies of other countries. Second, if Europe was heading toward a long period of stagnation, then Germany, heavily dependent on exports and needing labor, needed to find an additional partner — if not a new one.

At the same time, a German-Russian alignment is a security issue as well as an economic issue. Between 1871 and 1941 there was a three-player game in continental Europe — France, Germany and Russia. The three shifted alliances with each other, with each shift increasing the chance of war. In 1871, Prussia was allied with Russia when it attacked France. In 1914, The French and Russians were allied against Germany. In 1940, Germany was allied with Russia when it attacked France. The three-player game played itself out in various ways with a constant outcome: war.

The last thing Berlin wants is to return to that dynamic. Instead, its hope is to integrate Russia into the European security system, or at least give it a sufficient stake in the European economic system that Russia does not seek to challenge the European security system. This immediately affects French relations with Russia. For Paris, partnership with Germany is the foundation of France’s security policy and economy. If Germany moves into a close security and economic relationship with Russia, France must calculate the effect this will have on France. There has never been a time when a tripartite alliance of France, Germany and Russia has worked because it has always left France as the junior partner. Therefore, it is vital for the Germans to present this not as a three-way relationship but as the inclusion of Russia into Europe, and to focus on security measures rather than economic measures. Nevertheless, the Germans have to be enormously careful in managing their relationship with France.

Even more delicate is the question of Poland. Poland is caught between Russia and Germany. Its history has been that of division between these two countries or conquest by one. This is a burning issue in the Polish psyche. A closer relationship between Germany and Russia inevitably will generate primordial fears of disaster in Poland.

Therefore, Wednesday’s meeting with the so-called triangular group is essential. Both the French and the Poles, and the Poles with great intensity, must understand what is happening. The issue is partly the extent to which this affects German commitments to the European Union, and the other part — crucial to Poland —is what this does to Germany’s NATO commitments.

The NATO Angle
It is noteworthy the Russians emphasized that what is happening poses no threat to NATO. Russia is trying to calm not only Poland, but also the United States. The problem, however, is this: If Germany and Europe have a security relationship that requires prior consultation and cooperation, then Russia inevitably has a hand in NATO. If the Russians oppose a NATO action, Germany and other European states will be faced with a choice between Russia and NATO.

To put it more bluntly, if Germany enters into a cooperative security arrangement with Russia (forgetting the rest of Europe for the moment), then how does it handle its relationship with the United States when the Russians and Americans are at loggerheads in countries like Georgia? The Germans and Russians both view the United States as constantly and inconveniently pressuring them both to take risks in areas where they feel they have no interest. NATO may not be functional in any real sense, but U.S. pressure is ever-present. The Germans and Russians acting together would be in a better position to deflect this pressure than standing alone.

Intriguingly, part of the German-Russian talks relate to a specific security matter — the issue of Moldova and Transdniestria. Moldova is a region between Romania and Ukraine (which adjoins Russia and has re-entered the Russian sphere of influence) that at various times has been part of both. It became independent after the collapse of communism, but Moldova’s eastern region, Transdniestria, broke away from Moldova under Russian sponsorship. Following a change in government in 2009, Moldova sees itself as pro-Western while Transdniestria is pro-Russian. The Russians have supported Transdniestria’s status as a breakaway area (and have troops stationed there), while Moldova has insisted on its return.

The memorandum between Merkel and Medvedev specifically pointed to the impact a joint security relationship might have on this dispute. The kind of solution that may be considered is unclear, but if the issue goes forward, the outcome will give the first indication of what a German-Russian security relationship will look like. The Poles will be particularly interested, as any effort in Moldova will automatically impact both Romania and Ukraine — two states key to determining Russian strength in the region. Whatever way the solution tilts will define the power relationship among the three.

It should be remembered that the Germans are proposing a Russian security relationship with Europe, not a Russian security relationship with Germany alone. At the same time, it should be remembered that it is the Germans taking the initiative to open the talks by unilaterally negotiating with the Russians and taking their agreements to other European countries. It is also important to note that they have not taken this to all the European countries but to France and Poland first — with French President Nicolas Sarkozy voicing his initial approval on June 19 — and equally important, that they have not publicly brought it to the United States. Nor is it clear what the Germans might do if the French and Poles reject the relationship, which is not inconceivable.

The Germans do not want to lose the European concept. At the same time, they are trying to redefine it more to their advantage. From the German point of view, bringing Russia into the relationship would help achieve this. But the Germans still have to explain what their relationship is with the rest of Europe, particularly their financial obligation to troubled economies in the eurozone. They also have to define their relationship to NATO, and more important, to the United States.

Like any country, Germany can have many things, but it can’t have everything. The idea that it will meld the European Union, NATO and Russia into one system of relationships without alienating at least some of their partners — some intensely — is naive. The Germans are not naive. They know that the Poles will be terrified and the French uneasy. The southern Europeans will feel increasingly abandoned as Germany focuses on the North European Plain. And the United States, watching Germany and Russia draw closer, will be seeing an alliance of enormous weight developing that might threaten its global interests.

With this proposal, the Germans are looking to change the game significantly. They are moving slowly and with plenty of room for retreat, but they are moving. It will be interesting to hear what the Poles and French say on Wednesday. Their public support should not be taken for anything more than not wanting to alienate the Germans or Russians until they have talked to the Americans. It will also be interesting to see what the Obama administration has to say about this.

"This report is republished with permission of STRATFOR"

http://www.stratfor.com/weekly/20100621 ... db4f257279




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Carlos Mathias

Re: GEOPOLÍTICA

#2350 Mensagem por Carlos Mathias » Ter Jun 22, 2010 3:48 pm

Esses movimentos de mudança de eixo estratégico, que noutro fórum chamam de "palhaçada sem sentido", pode ser uma das razões da França procurar em nós um outro parceiro fora da UE, equilibrando essa aproximação Alemanha X Rússia.

Não somos uma Rússia militarmente, mas economicamente já somos mais, bem mais que eles.
Um novo e promissor mercado, fonte alternativa e estável de energia, um país com pensamento ocidental arraigado, uma democracia sólida e estabilizada...

Estamos aqui falando (eu só piando, humilde e bem baixinho :mrgreen: ) que os pontos de geração de idéias e rumos estão mudando, mas tem gente que teima em não ver e manter-se ligado ao passado.

O mundo estaria cansado de bancar as aventuras do caubói ?




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Re: GEOPOLÍTICA

#2351 Mensagem por prp » Ter Jun 22, 2010 3:50 pm

Rogério Lima escreveu:
prp escreveu: PQP, PQP, dá uma revolta danada, e tem gente que acha que devemos continuar a nos curvas feito moças. Eu quero que esse povo vai para PQP. [024] [024] [024] [024] [024] [024]

Olha companheiro, acabei de ler o "Diplomacy" do Kissinger e na mesma lingada o "Legado de Cinzas" do jornalista Tim Weiner. Considero o "Legado" um dos livros mais importantes que já li. Todo fundamentado em arquivos oficiais e depoimentos gravados. Se presenteie com uma obra que é o retrato mais fidedigno da realpolitik dos nossos "primos" do norte. Talvez o melhor livro do gênero nesta década.
Você provávelmente nunca mais cumprimentará um "funcionário" da diplomacia americana do mesmo jeito...

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VALEU, tinha visto em uma livraria mas não comprei, acho que vou encomendar um esta semana, está em 55 reais no submarino




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Re: GEOPOLÍTICA

#2352 Mensagem por MAZ543 » Qua Jun 23, 2010 12:06 am

Vale apena ler....

Crise econômica grega ameaça Irlanda, Portugal, Espanha e toda a Eurozona

Por Luiz Alberto Moniz Bandeira

Irresponsabilidade fiscal, descontrole dos gastos públicos, elevados déficits orçamentários, déficit comercial, corrupção, inflação e estancamento econômico constituem alguns dos fatores fundamentais que levaram a Grécia à beira do default. Com uma dívida pública, como percentual do PIB, da ordem de 124,5%, a maior da União Européia, e um déficit fiscal de 11,3% projetado para 2010 (o segundo maior, atrás da Irlanda, com 12,4%), ela enfrentava e enfrenta enormes dificuldades, assim como, em menor grau, outros países da região, sobretudo Irlanda, Portugal e Espanha. Porém, as agências de classificação de risco (mais de cem, todas sob a influência de Wall Street) agravaram ainda mais a situação, rebaixando a classificação de solvabilidade da Grécia, com o que favoreceram, propositadamente, o ataque ao euro pelos que especulam com as moedas, nas bolsas de valores.

A erupção da crise econômica e financeira, que abala a Grécia e ameaça a Irlanda, Portugal, Espanha e toda a Eurozona (16 dos 27 Estados-membros da União Européia e outros 9 não-membros da UE que adotam o euro), constituiu um desdobramento, a terceira etapa da crise econômica e financeira deflagrada nos Estados Unidos, com a explosão do mercado imobiliário, no primeiro semestre de 2007, quando grandes corretoras, como Merrill Lynch e Lehman Brothers, suspenderam a venda de colaterais, e em julho do mesmo ano, bancos europeus registraram prejuízos com contratos baseados em hipotecas sub-prime.

A inadimplência de devedores hipotecários provocou a débâcle, afetando empréstimos de empresas, cartões de crédito etc. Em seguida, setembro de 2008, a crise atingiu o setor bancário, com a bancarrota e a dissolução do Lehman Brothers, o quarto banco de investimento dos Estados Unidos, após 158 anos de atividade. E, finalmente, comprometeu e envolveu os próprios Estados nacionais. Levou a Islândia, cujos bancos mantinham negócios num valor três vezes maior do que o PIB do país, a uma virtual bancarrota, com reflexo sobre o Reino Unido, seu principal credor. E, em fins de 2009, manifestou-se na Grécia, ameaçando a estabilidade de toda a Eurozona, dado que vários países não cumpriram as metas do Tratado de Maastricht para a unificação monetária, entre as quais controle do déficit orçamentário (até 3% do PIB),do endividamento público (até 60% do PIB).

A situação configura-se ainda mais grave, porquanto a eventual desestabilização da Eurozona poderia provocar uma crise sistêmica, devido à promiscuidade dos bancos alemães, franceses e também americanos com os Estados nacionais e outros bancos, mediante dívidas cruzadas. Se a Grécia e/ou Portugal deixassem de pagar aos bancos, a crise propagar-se-ia e cresceria como bola de neve. Por exemplo, de acordo com o Bank for International Settlements, os bancos portugueses devem 86 bilhões de dólares aos bancos espanhóis, que, por sua vez, devem 238 bilhões a instituições alemães, 200 bilhões aos bancos franceses e cerca de 200 bilhões aos bancos americanos.

A concessão de cerca de 1 trilhão de dólares à Grécia, prometida pela União Européia e o Fundo Monetário Internacional, não visou a ajudá-la, mas a salvar os bancos alemães, franceses e os investidores americanos, que provêem mais de 500 bilhões de dólares de empréstimos de curto prazo aos bancos europeus, sobretudo aos das nações mais débeis, para financiar diariamente suas operações.

Esse endividamento dos Estados com os bancos e dos bancos com outros bancos evidencia que, não obstante os fatores nacionais, domésticos, a crise que se agravou na Grécia e ameaça contagiar toda a Eurozona também é, em outra dimensão, uma conseqüência direta da crise dos Estados Unidos, dado que o sistema capitalista, entrançado pelo mercado mundial e a divisão internacional do trabalho, constitui um todo, interdependente, e não uma simples soma de economias nacionais.

A alta do preço do petróleo e do ouro, no mercado mundial, bem como a elevada valorização do euro refletiram a profunda crise que deteriorava e deteriora a economia americana. A valorização do euro, em decorrência da queda do dólar, afetou, porém, países como a Grécia, Irlanda e Portugal, que não possuem moeda própria e, conseqüentemente, não podem promover a desvalorização cambial, para reduzir os salários, compensar a perda da competitividade de suas exportações, ajustar as finanças e equilibrar a conta-corrente do balanço de pagamentos.

Apesar da enorme assimetria, a grave situação econômica e financeira da Grécia e alguns outros Estados na União Européia é muito similar à dos Estados Unidos, cuja dívida externa líquida, em 31 de dezembro de 2009, era da ordem de 13,76 trilhões de dólares, do mesmo tamanho que o seu PIB, calculado em 14,26 trilhões em 2009, calculado conforme a capacidade de seus poder de compra. A dívida pública dos Estados Unidos, em maio de 2010, era de cerca de 12, 9 trilhões, dos quais 8,41 trilhões em poder do público e 4,49 trilhões com os governos estrangeiros. Esse montante (12,9 trilhões de dólares) corresponde a cerca de 94% do PIB dos Estados Unidos, enquanto o da Eurozona é de 84%.
O problema fiscal nos Estados Unidos é extremamente grave. O antigo presidente do Federal Reserve (FED), Alan Greenspan, em outubro de 2009, declarou que não estava muito preocupado com a fraqueza do dólar, mas com os custos de longo prazo dos Estados Unidos, associado com a crescente elevação da dívida nacional, cuja relação se tornava progressivamente explosiva, como uma espiral, na qual o crescente pagamento dos juros aumentaria o déficit e a dívida, gerando novo aumento e assim por diante. O déficit do ano fiscal de 2009, terminado em 30 de setembro, mais do que triplicou o do ano anterior, atingindo montante recorde de 1,4 trilhão de dólares.

O presidente Barack Obama apresentou para o ano fiscal de 2010 um orçamento, com despesas de aproximadamente 3,5 trilhões e um déficit federal de 1,75 trilhão, o que significa que o governo americano terá de tomar empréstimos, aumentando a dívida pública, ou emitir mais dólares, uma vez que a poupança interna é insuficiente para atender aos seus gastos. Esse déficit fiscal se entrelaça com o crescente déficit comercial, que em 2009 representou mais de 40% (1,04 bilhão) do total do seu intercâmbio com outros países. E, nos primeiros três meses de 2010, continuou a crescer. Em março, o Departamento de Comércio anunciou um déficit de 40,4 bilhões, contra 39,4 bilhões em fevereiro.

A sustentabilidade dos déficits fiscal e comercial - denominados "déficits-gêmeos", não porque sejam iguais, mas porque se inter-relacionam - depende de contínuo influxo de capitais estrangeiros, oriundos, sobretudo das inversões da China, comprando bônus do Tesouro dos Estados Unidos.

Efetivamente são os bancos centrais de outros países que financiam o déficit na conta-corrente dos Estados Unidos, da ordem de 380,1 bilhões de dólares em 2009, mais de 6% do PIB, déficit este que, no primeiro trimestre de 2010, saltou para 115,6 bilhões de dólares, contra 102.3 bilhões de dólares, no mesmo período de 2009, e recresce cerca de 2,35 bilhões de dólares por dia. Se o influxo de capitais do exterior cessar, o Tesouro dos Estados Unidos não terá recursos, no correr de 2010, para refinanciar 2 trilhões de sua dívida de curto prazo, da qual 44% estão em poder de países estrangeiros.

Os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar na lista dos países com a maior dívida externa líquida do mundo (13,7 trilhões de dólares), seguido pela Grã-Bretanha (9,6 trilhões), Alemanha (5,2 trilhões), França (5 trilhões) e Países Baixos (2,4 trilhões). Trata-se, portanto, de uma superpotência devedora, virtualmente em bancarrota. Somente não chegou à beira da insolvência porque pode emitir o dólar, que é a moeda internacional de reserva.

Mas a tendência do dólar é de declínio, tanto que, após desvalorizar-se 40% entre 2002 e 2008 e fortalecer-se 20% em relação ao euro, entre março e dezembro de 2008, durante a crise financeira, voltou a cair 20%, entre março e dezembro de 2009, devido à preocupação no mercado com a dívida externa dos Estados Unidos. Sua revalorização, como conseqüência da crise na Grécia e do enfraquecimento econômico da Eurozona, é conjuntural. O dólar está estruturalmente debilitado pelos déficits fiscal e cambial e pela elevada dívida externa líquida dos Estados Unidos. A perspectiva é de que, mais dias menos dias, deixe a condição de única moeda internacional de reserva, apesar da China e de serem os Estados Unidos o centro do sistema capitalista mundial. E, quando isto ocorrer, os Estados Unidos terão enormes dificuldades de pagar suas contas, por meio de empréstimos de outros países.

Em agosto de 2007, David M. Walker, chefe do Government Accountability Office (GAO), órgão do Congresso americano encarregado da auditoria dos gastos do governo, advertiu que o país estava sobre uma “plataforma abrasante” (burning platform) de políticas e práticas insustentáveis, escassez crônica de recursos para a saúde, problemas de imigração e compromissos militares externos, que ameaçavam eclodir se medidas não fossem em breve adotadas. Previu aumentos “dramáticos” nos impostos, redução nos serviços do governo e a rejeição em larga escala dos bônus do Tesouro americano como instrumento de reserva pelos países estrangeiros. E apontou “notáveis semelhanças” entre os fatores que resultaram na queda do Império Romano e a situação dos Estados Unidos, devido ao declínio dos valores morais e da civilidade política, à confiança e à excessiva dispersão das Forças Armadas no exterior, bem como à irresponsabilidade fiscal do governo americano.

Menos de um ano depois, Paul Craig Roberts, ex-secretário-assistente do Departamento do Tesouro, no governo de Ronald Reagan (1981-1989), afirmou, em artigo intitulado “The Collapse of American Power” e publicado no Wall Street Journal, que a superpotência - os Estados Unidos - não estava em condições de financiar suas próprias operações domésticas, muito menos suas “injustificáveis” guerras, se não fosse a bondade dos estrangeiros, que lhe emprestam dinheiro sem perspectiva de receber o pagamento. De fato, os Estados unidos só podem manter as guerras no Iraque e no Afeganistão, duas guerras perdidas, com o financiamento de outros países, principalmente China e Japão, que continuam a comprar bônus do Tesouro americano. Joseph E. Stiglitz (Premio Nobel de Economia) estimou que o total dos custos dessas duas guerras estende-se de 2,7 trilhões de dólares, em termos estritamente orçamentários, a um total de custos econômicos da ordem de5 trilhões de dólares. Não sem razão, The Economist, na edição de 27 de março 2008, publicou um artigo intitulado “Waiting for Armageddon”, no qual ressaltou que o aumento das corporações em bancarrota podia ser o sinal de que muito pior estava ainda por ocorrer. O pior que se pode esperar é default do próprio governo dos Estados Unidos, cujo sistema financeiro a China, com reservas em dólares de mais de 2,4 trilhões de dólares, tem condições de comprar.
Em tais circunstâncias, o default da Grécia, se ocorresse, não só abalaria toda a Eurozona. Também afetaria a estrutura econômica e financeira dos Estados Unidos, cuja política fiscal a longo-termo é insustentável. Mas o problema não decorre principalmente dos gastos com os serviços sociais e de saúde, como os conservadores republicanos e mesmo alguns democratas acusam. O câncer que corrói a economia americana é o militarismo, alimentado pelos profundos interesses do complexo industrial-militar, nos grandes negócios em que as grandes corporações e militares se associam, fomentando um clima de supostas ameaças, um ambiente de medo, com o propósito de compelir o Congresso a aprovar vultosos recursos para o Pentágono e outros órgãos vinculados à defesa.

A indústria bélica, com toda a cadeia produtiva, constitui outra bolha que, mais cedo ou mais tarde, vai explodir. O governo dos Estados Unidos, seja com o presidente Barack Obama ou seja quem o suceder, não terá recursos para subsidiá-la, eternamente, com a encomenda de armamentos pelo Pentágono, nem manter centenas de bases militares e milhares de tropas, em todas as regiões do mundo. Decerto, cortar esses gastos é muito difícil. Afetaria a economia de vários Estados americanos, localizadas, sobretudo, no sunbelt (Texas, Missouri, Florida, Maryland e Virginia), onde funcionam as indústrias de armamentos que empregam tecnologia intensiva de capital. Em tais circunstâncias, em meio a propinas, suborno, pagamento de comissões aos que propiciam as encomendas, e contribuições para a campanha eleitoral dos partidos políticos, o complexo industrial-militar, com enorme peso econômico e político, exerce forte influência sobre o Congresso americano e sobre toda a mídia, principalmente nas redes de televisão. Porém, o incomparável poderio militar dos Estados Unidos tem limites econômicos. Irresponsabilidade fiscal, descontrole dos gastos públicos, altos déficits orçamentários, contínuo déficit na balança comercial, elevado endividamento externo, corrupção inerente ao conluio entre indústria bélica e o Pentágono, representado pelo complexo industrial-militar, recessão - fatores similares aos que produziram a crise da Grécia – representam a maior ameaça e podem derrotar a superpotência. E essa extrema vulnerabilidade de sua economia, com possibilidade de insolvência, as agências de classificação de risco não apontam.

http://www.cartacapital.com.br/app/mate ... 2=9&i=7089




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Re: GEOPOLÍTICA

#2353 Mensagem por FOXTROT » Qui Jun 24, 2010 9:10 am

terra.com.br

Líder sírio visita o Brasil em 1ª viagem à América Latina
24 de junho de 2010

O presidente sírio, Bashar al-Assad, parte amanhã de Damasco para uma visita oficial à América Latina, a primeira à região e que inclui no roteiro Venezuela, Cuba, Brasil e Argentina, informaram nesta quinta fontes oficiais.

As fontes disseram que o presidente sírio, que estará acompanhado de sua mulher, Asma, e de vários ministros, chegará sábado à Venezuela, e permanecerá em Caracas dois dias.

Não há definição ainda com relação à permanência do governante em Cuba, Brasil e Argentina.

Segundo a agência oficial síria Sana, durante a viagem, Assad assinará acordos de cooperação com os Governos dos países visitados, para reforçar os vínculos diplomáticos.

As fontes oficiais que informaram sobre a visita disseram que, em suas conversas com os líderes latino-americanos, Assad revisará a situação no Oriente Médio, incluindo o conflito entre palestinos e israelenses e o programa nuclear iraniano.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2354 Mensagem por Marino » Sex Jun 25, 2010 9:37 am

Canadenses encontram reserva de ouro em Serra Pelada

TORONTO



A mineradora canadense Colossus Minerals encontrou dois depósitos inesperados com alta concentração de ouro e platina no seu projeto de Serra Pelada, no Pará, aumentando as expectativas de que existam mais reservas minerais ainda não descobertas na região.

A Colossus informou que os depósitos foram encontrados 150 metros ao norte e 50 metros a oeste da zona central de Serra Pelada. A empresa espera escavar mais profundamente a região onde os depósitos foram encontrados para expandir a exploração, de acordo com a porta-voz da Colossus, Kristen LeBlanc. "Nós seríamos loucos se não explorássemos para verificar o que mais existe lá embaixo. Nossa intenção é avançar e encontrar isso."

Um analista disse que a descoberta de ouro longe da região central de Serra Pelada é uma surpresa. "Nós não esperávamos que houvesse mais reservas por ali. Isso acrescenta tonelagem ao que já havia sido estabelecido. Também é um depósito de um grau muito alto", comentou o analista, que preferiu não se identificar. A empresa já planejava construir uma mina na área. Entretanto, a descoberta torna a mineração nessa região um projeto mais lucrativo, disse o analista.

Parceria. Em julho de 2007, a Colossus fez uma parceria com a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) para explorar 100 hectares de terra em Serra Pelada, onde os novos depósitos foram encontrados.

Em março deste ano, a Colossus também adquiriu mais de 770 hectares de novos terrenos próximos à região de Serra Pelada, que ainda não foram explorados.

Na década de 1980, Serra Pelada foi palco da maior corrida do ouro da história da América Latina. / DOW JONES NEWSWIRES




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Re: GEOPOLÍTICA

#2355 Mensagem por Marino » Sex Jun 25, 2010 1:37 pm

Estratégia de aproximação com a África é consistente, diz Samuel Pinheiro
24/06/2010

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O Brasil, desde o início do governo Lula, adotou uma estratégia de aproximação com a África muito consistente, sem condicionalidades, e a quantidade de acordos de cooperação técnica com o continente atesta a eficiência da política externa brasileira, disse ontem o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, durante palestra no Seminário Internacional “Brasil e China na África”.

No evento, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) no auditório da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o ministro da SAE disse que o esforço de cooperação entre Brasil e África é estratégico para promover o desenvolvimento e reduzir a pobreza e a desigualdade social tanto do País quanto do continente africano.

Segundo ele, o apoio dos países africanos nas negociações internacionais também é extremamente importante para o Brasil. “A vaga pleiteada pelo País no Conselho de Segurança da ONU é exemplo disso”, afirmou.

Para Samuel Pinheiro, a política de aproximação tem fundamentos, além de políticos e econômicos, sociais. “Estimativas apontam que no Brasil há 90 milhões de negros. Isso significa que somos a segunda maior população de origem africana do mundo, perdendo apenas para a Nigéria”.

A questão da localização também foi apontada pelo ministro como motivadora da parceria. “O continente africano está em frente à costa oriental do Brasil. A questão da segurança do Atlântico-Sul interessa a ambos os lados”, explicou.

De acordo com Samuel Pinheiro, do ponto de vista da cooperação técnica, o Brasil desenvolve uma série de programas com a África. O escritório da Embrapa em Gana, a fábrica de antiretrovirais genéricos da Fiocruz em Moçambique, e os cinco centros de formação e qualificação de mão-de-obra do Senai em vários países africanos são alguns exemplos.

O ministro também destacou o programa brasileiro na formação de oficiais da Marinha da Namíbia e o apoio do Brasil no desenvolvimento da tecnologia do etanol. As 29 embaixadas de países africanos em Brasília e três vôos semanais de Cabo Verde para Fortaleza mostram ainda o grande interesse da África pelo País.

Fonte: SAE




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