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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Jun 08, 2010 9:32 am
por Marino
Amorim opta por não ir à reunião de Lima
Itamaraty alega problemas de agenda e evita primeiro encontro direto com Hillary desde polêmico acordo com Irã
Rafael Moraes Moura - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA
Ao contrário da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, decidiu não comparecer à 40.ª Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). O Itamaraty alegou ontem que Amorim não viajou para Lima, no Peru, por questões de agenda.
Iniciado no domingo, o encontro reúne chanceleres dos países-membros da entidade. O representante nacional, além do embaixador do Brasil na OEA, Ruy Casaes, é o número 2 do Itamaraty, Antonio Patriota.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a ausência de Amorim foi uma "decisão administrativa" provocada por uma agenda "apertada". Ontem, o ministro participou de reunião interna pela manhã e à noite seria entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, em São Paulo.
Além da passagem por Lima, o roteiro da secretária de Estado americana inclui paradas em Equador, Colômbia - onde se reuniria com os dois candidatos classificados para o segundo turno da eleição presidencial do dia 20 ? e Barbados.
Na semana passada, chegou-se a cogitar da possibilidade de Hillary incluir o Brasil em sua agenda de visitas, para que reiterasse ao governo brasileiro a necessidade de evitar que o Irã ganhe mais tempo em seu programa nuclear e aprovar sanções contra Teerã no menor prazo possível.
Mas, um dia depois de ter anunciado que "a agenda da secretária" não estava "totalmente fechada", o subsecretário para Assuntos Hemisféricos do Departamento de Estado, Arturo Valenzuela, descartou a possibilidade de a chefa da diplomacia americana fazer uma escala no Brasil. Valenzuela também deixou transparecer, na sexta-feira, que dificilmente Hillary manteria uma reunião bilateral com Amorim ao longo do encontro de Lima.
Irã. A viagem de Hillary Clinton à região tem como pano de fundo um cenário de críticas trocadas entre os governos brasileiro e americano por causa da intenção dos EUA e seus aliados no Conselho de Segurança de aprovar sanções contra o Irã.
O acordo firmado entre Brasil, Turquia e Irã ? segundo o qual os iranianos entregariam 1.200 toneladas de urânio enriquecido a 3,5% em troca 120 kg do produto enriquecido a 20% ? não agradou ao governo de Barack Obama. Em nível de 20%, o Irã teria como fazer funcionar um reator de pesquisas científica, O regime dos aiatolás, porém, afirmou que o acordo não paralisaria o programa de enriquecimento em território iraniano.
Segundo a secretária de Estado, Brasil e EUA possuem "divergências muito sérias" em como lidar com a questão. A Casa Branca defende sanções contra o regime de Mahmoud Ahmadinejad, posição contrária à da diplomacia brasileira.
Em audiência na semana passada no Senado, Amorim rebateu os comentários e lembrou uma carta enviada por Obama a Lula, na qual o líder americano encorajava o brasileiro a obter o acordo de troca de urânio com o Irã. Para Amorim, a posição da secretária foi do tipo "não li , não gostei". Hillary chegou a dizer que Brasil e Turquia tinham sido "enganados" pelo Irã.
O encontro em Lima seria a primeira ocasião em que Amorim se encontraria com Hillary desde o acordo.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Jun 08, 2010 9:32 am
por Marino
Para EUA, o B dos Brics tem menos importância
Patrícia Campos Mello - O Estado de S.Paulo
Na semana passada, o presidente Barack Obama anunciou que visitará a Índia em novembro. A Rússia e a China ganharam visitas oficiais de Obama no ano passado. Ou seja, dos chamados Brics, ele só não visitou o Brasil. E não há previsão para isso.
Na realidade, o Brasil nem é parte dos Brics, para o governo americano. Uma leitura cuidadosa da Estratégia de Segurança Nacional americana, divulgada há dez dias, mostra que os EUA sempre agrupam Rússia, Índia e China, os "centros-chave de influência", enquanto o Brasil aparece ao lado de Indonésia e África do Sul , "países de influência crescente". "Algumas relações bilaterais ? como as dos EUA com China, Índia e Rússia ? serão críticas para construir cooperação mais ampla em áreas de interesse mútuo", diz a estratégia, sem mencionar o B dos Brics. Enquanto o Brasil é "parceiro
importante", a Índia tem "parceria estratégica", e a relação com a China "é essencial para abordar os grandes desafios do século 21".
A diferença no discurso da Casa Branca para a Índia e para o Brasil mostra como os canais de comunicação entre Washington e Brasília estão entupidos. Índia ganhou o primeiro jantar oficial da Casa Branca dos Obamas, em novembro. Na semana passada, realizou-se uma reunião do diálogo estratégico Índia-EUA. Na ocasião, Obama disse que "as relações com a Índia são uma das maiores prioridades" de seu governo, "a parceria que define o século 21", Hillary Clinton é "uma grande admiradora da Índia", segundo Obama. E para ela, a relação com a Índia "é um assunto do coração, não apenas da cabeça".
Bem menos carinho Hillary reservou para o Brasil há duas semanas. Chamou o Brasil de "parceiro responsável e eficiente em vários assuntos", mas não deixou de destacar "as sérias divergências" em relação ao Irã. Foram muitos os desacordos nos últimos tempos ? bases americanas na Colômbia, golpe em Honduras, mas o Irã certamente é o mais irritante.
Os dois países apressam-se em dizer que são "parceiros" e a relação "envolve muitos outros aspectos". Mas ninguém ainda levantou a bandeira branca. Hillary, aliás, aproveitou para alfinetar o Brasil em seu primeiro dia de giro pela região. Após se reunir com o presidente peruano, Alan García, ela voltou a tocar no ponto nevrálgico das sanções contra Teerã. "Irã vai tentar de novo dar algum golpe" para adiar as sanções", disse Hillary. Para a secretária, o acordo de troca de combustível obtido por Brasil e Turquia foi apenas um "golpe do Irã" para evitar as sanções, e o governo brasileiro foi usado.
PONTOS DE ATRITO
TNP
EUA esperam que Brasil assine o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação nuclear. Brasília rejeita até que países nucleares cumpram seus compromissos
Cuba
Brasil diz que embargo não tem mais sentido. Para levantar a medida, EUA insistem que a ilha deve mostrar progressos em direitos humanos e democracia
Honduras
EUA condenaram o golpe, mas aceitaram a eleição de Porfírio Lobo como presidente. Brasil não reconheceu o novo governo e abrigou o deposto Manuel Zelaya em sua embaixada
Irã
Brasil opõe-se às sanções contra o Irã por considerar que são ineficazes e podem piorar o entendimento sobre o programa nuclear iraniano. EUA tentam aprovar a medida na ONU

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Jun 08, 2010 9:36 am
por FOXTROT
Marino escreveu:Para EUA, o B dos Brics tem menos importância
Patrícia Campos Mello - O Estado de S.Paulo
Na semana passada, o presidente Barack Obama anunciou que visitará a Índia em novembro. A Rússia e a China ganharam visitas oficiais de Obama no ano passado. Ou seja, dos chamados Brics, ele só não visitou o Brasil. E não há previsão para isso.
Na realidade, o Brasil nem é parte dos Brics, para o governo americano. Uma leitura cuidadosa da Estratégia de Segurança Nacional americana, divulgada há dez dias, mostra que os EUA sempre agrupam Rússia, Índia e China, os "centros-chave de influência", enquanto o Brasil aparece ao lado de Indonésia e África do Sul , "países de influência crescente". "Algumas relações bilaterais ? como as dos EUA com China, Índia e Rússia ? serão críticas para construir cooperação mais ampla em áreas de interesse mútuo", diz a estratégia, sem mencionar o B dos Brics. Enquanto o Brasil é "parceiro
importante", a Índia tem "parceria estratégica", e a relação com a China "é essencial para abordar os grandes desafios do século 21".
A diferença no discurso da Casa Branca para a Índia e para o Brasil mostra como os canais de comunicação entre Washington e Brasília estão entupidos. Índia ganhou o primeiro jantar oficial da Casa Branca dos Obamas, em novembro. Na semana passada, realizou-se uma reunião do diálogo estratégico Índia-EUA. Na ocasião, Obama disse que "as relações com a Índia são uma das maiores prioridades" de seu governo, "a parceria que define o século 21", Hillary Clinton é "uma grande admiradora da Índia", segundo Obama. E para ela, a relação com a Índia "é um assunto do coração, não apenas da cabeça".
Bem menos carinho Hillary reservou para o Brasil há duas semanas. Chamou o Brasil de "parceiro responsável e eficiente em vários assuntos", mas não deixou de destacar "as sérias divergências" em relação ao Irã. Foram muitos os desacordos nos últimos tempos ? bases americanas na Colômbia, golpe em Honduras, mas o Irã certamente é o mais irritante.
Os dois países apressam-se em dizer que são "parceiros" e a relação "envolve muitos outros aspectos". Mas ninguém ainda levantou a bandeira branca. Hillary, aliás, aproveitou para alfinetar o Brasil em seu primeiro dia de giro pela região. Após se reunir com o presidente peruano, Alan García, ela voltou a tocar no ponto nevrálgico das sanções contra Teerã. "Irã vai tentar de novo dar algum golpe" para adiar as sanções", disse Hillary. Para a secretária, o acordo de troca de combustível obtido por Brasil e Turquia foi apenas um "golpe do Irã" para evitar as sanções, e o governo brasileiro foi usado.
PONTOS DE ATRITO
TNP
EUA esperam que Brasil assine o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação nuclear. Brasília rejeita até que países nucleares cumpram seus compromissos
Cuba
Brasil diz que embargo não tem mais sentido. Para levantar a medida, EUA insistem que a ilha deve mostrar progressos em direitos humanos e democracia
Honduras
EUA condenaram o golpe, mas aceitaram a eleição de Porfírio Lobo como presidente. Brasil não reconheceu o novo governo e abrigou o deposto Manuel Zelaya em sua embaixada
Irã
Brasil opõe-se às sanções contra o Irã por considerar que são ineficazes e podem piorar o entendimento sobre o programa nuclear iraniano. EUA tentam aprovar a medida na ONU

Essa é a diferença entre quem tem e quem não tem a bomba!

Saudações

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Jun 08, 2010 11:23 am
por Francoorp
Falou tudo FOX !!!

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Jun 08, 2010 3:45 pm
por marcelo l.
http://mideast.foreignpolicy.com/

One year ago today, President Obama delivered a much anticipated speech in Cairo, Egypt in which he pledged "a new beginning between the United States and Muslims around the world, one based on mutual interest and mutual respect." That new beginning seemed a long time ago this week, as Muslims expressed outrage over America's seeming support for Israel's naval commando attack on an aid convoy headed towards Gaza. It is no accident that the anniversary of Obama's speech has gone virtually unremarked in the Arab media this week, except for a few comments about unmet promises and some juxtaposition of that glorious moment with America's anemic response to Gaza.

The President's spokesman, Robert Gibbs, told a press conference that he did not believe that the American position would have a great impact on Obama's relations with the Muslim communities of the world. Nothing could be further from the truth. If the Obama administration does not change its cautious approach quickly and forcefully address the blockade of Gaza which is the real heart of this week's scandal, it will confirm the crystallizing narrative of a President which either can not deliver on its promises or did not mean what he said. This would be a sad epitaph for the President's carefully nurtured outreach to the Muslim world.

From the administration's earliest days, it emphasized the need to repair America's relations with the more than one billion Muslims of the world who, while extremely diverse, also share a common religious bond and came widely to believe that America was at war with Islam. President Obama discarded the language of a "war on terror" in order to deny violent extremists like al-Qaeda the opportunity to define America's relations with the world's Muslims. It viewed this not as a luxury, but as an urgent strategic necessity for winning the war against al-Qaeda and restoring America's standing across the world.

Nothing demonstrated the priority placed on America's outreach to Muslims as powerfully as President Obama's "New Beginning" speech in Cairo. The speech addressed directly the issues of greatest contention: the Israeli-Palestinian conflict, Iran, violent extremism, women's rights, and democracy and human rights. Obama recognized the necessity of engaging directly with these contentious political issues if he was to get a hearing on new forms of cooperation around issues of common interest. The president shrewdly gambled that respectful but direct engagement on such political issues would open the door to positive engagement in areas upon which a long-lasting durable relationship could be built--especially the reinforcing confluence of education, economic development, and science and technology.

The president's speech was received warmly by Muslims around the world who were eager for a fresh start after the Bush administration, about which their negative opinions were long since fixed. Gallup polls show that approving views of the job performance of the leadership of the United States jumped 22 percent in Mauritania, 13 percent in the Palestinian territories, and 12 percent in Egypt between February and March of 2009 and the months immediately following the Cairo speech.

But the high expectations raised by Obama's Cairo speech led to a backlash when few concrete programs immediately materialized. Within months, grumbling began about America's failure to match words with deeds. To the frustration of the White House, Muslims focused more upon America's failure to compel Israel to freeze settlement construction in the West Bank and East Jerusalem than on the call for a broad new relationship between the United States and the Muslim communities of the world. This should not have been a surprise: as Obama himself clearly recognized when he decided to prioritize it in Cairo, the Israeli-Palestinian conflict has for decades been the litmus test by which Muslims and Arabs judge American credibility and intentions. If the White House believes its outreach efforts can proceed as if the Gaza flotilla debacle had not happened, then it has learned nothing from its struggles last summer.

While little noticed, the administration has in fact eventually begun to deliver on the promises made in Cairo. It created a new corps of American businesses to partner with counterparts in Muslim majority countries, and hosted 250 Muslim entrepreneurs from around the world at a Summit of Entrepreneurship as part of an effort to promote new economic opportunities. It named science envoys to Muslim majority countries, and planned to launch centers of scientific excellence around the world. Its withdrawal from Iraq remains on track, it has renounced torture, and it has dropped the rhetoric of a "war on terror." And it has used social media to build networks based on common interests--especially among the Muslim world's massive, discontented youth population.

But those efforts have struggled to gain traction with Muslim publics still more inclined to focus on "big ticket" political issues, in part because of the limited media attention to such initiatives. The inability to make progress on a Middle East peace agreement, the lack of progress on closing Guantanamo, and the widely reported use of drone strikes in Muslim countries such as Pakistan and Yemen have fueled a narrative that Obama has in fact changed little despite his more appealing rhetoric. For months there has been a palpable sense that the Obama bubble has burst. Gallup tracking polls show that between February and April of this year approval figures dropped 9 percent in Mauritania, 4 percent in the Palestinian territories, and 18 percent in Egypt.

The Gaza flotilla crisis therefore threatens the President's ambitions far more than his administration appears to recognize. The initial U.S. response, perceived as reflexively supporting Israel against near-universal international criticism over the blockade of Gaza and its attack on the aid convoy, has sparked a torrent of outrage. The new networks based on common interests, so central to the administration's vision, will likely disintegrate in the face of sharp disagreements over policy. If Obama genuinely believes in the urgent strategic imperative of rebuilding relations with the world's Muslim communities, he must quickly--and personally--address the ongoing blockade of Gaza and use the crisis as an opportunity to underscore the need for a peace process and the delivery of humanitarian aid to Palestinians. If he tries to ignore the issue or simply defend Israel's actions, then the first anniversary of the Cairo speech will also be its epitaph.

Kristin M. Lord is vice president and director of studies at the Center for a New American Security, and Marc Lynch is the Director of the Institute for Middle East Studies at George Washington University and co-editor of the Middle East Channel. They recently published the CNAS report America's Extended Hand: Assessing the Obama Administration's Global Engagement Strategy.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Jun 09, 2010 12:45 am
por Luiz Bastos
Galera.

Estou muito preocupado porque o Obama não vem ao Brasil. acho que não vou nem conseguir dormir esta noite. :mrgreen:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Jun 09, 2010 7:08 pm
por Bender
FOXTROT escreveu:
Marino escreveu:Para EUA, o B dos Brics tem menos importância
Patrícia Campos Mello - O Estado de S.Paulo
Na semana passada, o presidente Barack Obama anunciou que visitará a Índia em novembro. A Rússia e a China ganharam visitas oficiais de Obama no ano passado. Ou seja, dos chamados Brics, ele só não visitou o Brasil. E não há previsão para isso.
Na realidade, o Brasil nem é parte dos Brics, para o governo americano. Uma leitura cuidadosa da Estratégia de Segurança Nacional americana, divulgada há dez dias, mostra que os EUA sempre agrupam Rússia, Índia e China, os "centros-chave de influência", enquanto o Brasil aparece ao lado de Indonésia e África do Sul , "países de influência crescente". "Algumas relações bilaterais ? como as dos EUA com China, Índia e Rússia ? serão críticas para construir cooperação mais ampla em áreas de interesse mútuo", diz a estratégia, sem mencionar o B dos Brics. Enquanto o Brasil é "parceiro
importante", a Índia tem "parceria estratégica", e a relação com a China "é essencial para abordar os grandes desafios do século 21".
A diferença no discurso da Casa Branca para a Índia e para o Brasil mostra como os canais de comunicação entre Washington e Brasília estão entupidos. Índia ganhou o primeiro jantar oficial da Casa Branca dos Obamas, em novembro. Na semana passada, realizou-se uma reunião do diálogo estratégico Índia-EUA. Na ocasião, Obama disse que "as relações com a Índia são uma das maiores prioridades" de seu governo, "a parceria que define o século 21", Hillary Clinton é "uma grande admiradora da Índia", segundo Obama. E para ela, a relação com a Índia "é um assunto do coração, não apenas da cabeça".
Bem menos carinho Hillary reservou para o Brasil há duas semanas. Chamou o Brasil de "parceiro responsável e eficiente em vários assuntos", mas não deixou de destacar "as sérias divergências" em relação ao Irã. Foram muitos os desacordos nos últimos tempos ? bases americanas na Colômbia, golpe em Honduras, mas o Irã certamente é o mais irritante.
Os dois países apressam-se em dizer que são "parceiros" e a relação "envolve muitos outros aspectos". Mas ninguém ainda levantou a bandeira branca. Hillary, aliás, aproveitou para alfinetar o Brasil em seu primeiro dia de giro pela região. Após se reunir com o presidente peruano, Alan García, ela voltou a tocar no ponto nevrálgico das sanções contra Teerã. "Irã vai tentar de novo dar algum golpe" para adiar as sanções", disse Hillary. Para a secretária, o acordo de troca de combustível obtido por Brasil e Turquia foi apenas um "golpe do Irã" para evitar as sanções, e o governo brasileiro foi usado.
PONTOS DE ATRITO
TNP
EUA esperam que Brasil assine o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação nuclear. Brasília rejeita até que países nucleares cumpram seus compromissos
Cuba
Brasil diz que embargo não tem mais sentido. Para levantar a medida, EUA insistem que a ilha deve mostrar progressos em direitos humanos e democracia
Honduras
EUA condenaram o golpe, mas aceitaram a eleição de Porfírio Lobo como presidente. Brasil não reconheceu o novo governo e abrigou o deposto Manuel Zelaya em sua embaixada
Irã
Brasil opõe-se às sanções contra o Irã por considerar que são ineficazes e podem piorar o entendimento sobre o programa nuclear iraniano. EUA tentam aprovar a medida na ONU

Essa é a diferença entre quem tem e quem não tem a bomba!

Saudações
:mrgreen: :mrgreen: pode crer, :mrgreen: mas o caso da India é especial,mesmo não tendo poder de veto no CS,os EUA historicamente nunca deram a importância devida a India,"aquele bilhão de pobres desdentados"(como nós,(milhões)por acaso...) diriam,e a conta dessa negligência foi a aproximação gradual das relações entre India e Russia,de uns tempos para cá, os EUA correm atrás do prejuizo,e tentam fazer da India seu ponto de inflexão no Oriente em meio a Russia e China,mas esquecem que Indianos não são dados a subserviência e rapa-pés,são concientes e orgulhosos da importância e força de seu país,nem mais vinte jantares de gala na Casa Branca mudarão isto.

Sds.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 10, 2010 9:17 am
por Anton
Xenofobia! A Holanda pode criar alguma confusão na União Europeia...
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Victoria por la mínima de la derecha liberal en las elecciones holandesas
Consiguen 31 escaños, frente a los 30 de la socialdemocracia.- Espectacular crecimiento de la derecha populista, que pasa de 9 a 24 escaños

La derecha liberal, al mando de Mark Rutte (31 escaños), se ha impuesto por un solo escaño a los socialdemócratas, dirigidos por el ex alcalde de Ámsterdam, Job Cohen (30 escaños, prácticamente con todos los votos escrutados), en las elecciones holandesas del miércoles, que quedaron empañadas por dos sucesos opuestos. Geert Wilders, líder de la derecha xenófoba, se ha convertido en la tercera fuerza nacional. Ha pasado de 9 a 24 escaños. "Nadie podrá ya ningunearnos. Holanda ha votado por la integración; por menos Islam, menos inmigración y más seguridad. Lo sabíamos y el votante también. Es un día fantástico para nuestro Partido por la Libertad, y glorioso para Holanda", dijo, cerca de la medianoche, cubierto por una lluvia de confetis.

A la misma hora, Jan Peter Balkenende, primer ministro democristiano saliente, reunía a los suyos con un mensaje bien distinto, tras perder su partido 20 escaños: de 41 pasa a 21. "En democracia se gana o se pierde. Yo asumo mi responsabilidad y me voy. Dejo la política activa. No deseo ser diputado y, claro, tampoco seré jefe de Gobierno. Gracias a todos", anunció, con voz entrecortada.

Tan fuerte ha sido el golpe recibido, que ni siquiera quiso participar en el tradicional debate poselectoral que reúne a medianoche a todos los cabeza de lista ante las cámaras de la televisión pública. Curiosamente, Rutte y Cohen tampoco acudieron. El resto de los partidos de izquierda que podrían formar una coalición prefirieron asimismo esperar a los resultados definitivos. No querían aventurar pactos solo con un 15% de los votos escrutados a esa hora. Los resultados definitivos llegaron bien entrada la madrugada, porque el recuento se hizo a mano.

De confirmarse estos datos, en las próximas semanas podría formarse un Gabinete multicolor de tinte progresista. En la jerga política holandesa este tipo de coaliciones se llaman "púrpura". Es el color resultante del azul, el rojo y el verde de las banderas de sus posibles miembros: liberales de derecha, socialdemócratas, liberales de izquierda (pasan de 3 a 10 escaños) y Verdes (suben de 7 a 10). Entre los cuatro superarían la barrera de los 76 escaños necesarios para alcanzar la mayoría en un Parlamento de 150 asientos.

Los dos últimos grupos no ocultaron su entusiasmo por su posible ascenso al poder. "Estamos encantados", dijeron los liberales de derecha. "Es fantástico y un gran golpe" haber logrado tantos votos, añadieron los Verdes.

La crisis económica ha dominado de tal modo estas elecciones que escoger un primer ministro será arduo. Rutte y Cohen se llevan bien a título personal, pero sus propuestas de recorte de gastos parecen irreconciliables. Por ahora, al menos. Rutte no quiere reducir la deducción fiscal de las hipotecas; los socialdemócratas sí. Su ahorro en sanidad, subsidios infantiles o libros escolares, que son ahora gratuitos, tampoco gusta a los socialdemócratas.

Ante la duda de quién será primer ministro, los sondeos brindaron de nuevo su ayuda. Si se trata de la confianza del ciudadano, el que sale mejor parado es Job Cohen, con un 26% de los votos. Mark Rutte se lleva un 24%. En cuanto a Geert Wilders, un 7% escaso del electorado querría verle al frente del Gobierno.

http://www.elpais.com/articulo/internac ... int_17/Tes

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 10, 2010 5:09 pm
por Marino
EUA veem Brasil como promessa do petróleo

País aparece ao lado de Cazaquistão e Rússia entre os maiores produtores até 2035



O Brasil é uma das grandes promessas para o futuro da produção de petróleo no mundo, segundo avaliação da agência americana de planejamento energético, a EIA (Departamento de Informação de Energia). Estudo mostra que Brasil, Cazaquistão e Rússia devem liderar a produção isolada até 2035.

Este grupo deve se destacar fora da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) produzindo cerca de 6 milhões de barris por dia pelos próximos 25 anos. O número representa 4 milhões de barris de petróleo por dia sobre a produção atual.

Esse volume é o equivalente, por exemplo, do adicional proveniente da Arábia Saudita (5 milhões de barris por dia), cuja produção passará de cerca de 10 milhões para cerca de 15 milhões de barris por dia no mesmo período.

Nesta quinta, a AIE (Agência Internacional de Energia), com sede na Europa, aumentou a previsão de demanda mundial de petróleo para 2010. A estimativa é de que o mundo consuma 86,4 milhões de barris diários – 60 mil por dia a mais do que a previsão anterior.

Em 2009, por causa da crise financeira mundial, a demanda se contraiu 1,5% em relação a 2008. Para este ano, a entidade não descarta uma nova queda, mas afirmou que a melhora no cenário mundial ajudou a projetar este aumento.



Fontes renováveis

A projeção foi apresentada nesta quarta-feira (9) pelo diretor-geral da EIA, Richard Newell, durante evento de economia e política de energia realizado no Rio de Janeiro.

Os biocombustíveis e a geração de energia a partir de fontes limpas também ganhou destaque no relatório da agência americana. Newell apontou o etanol e o biodiesel como responsáveis por levar o país a um patamar de destaque no cenário energético mundial.

Para o pesquisador do Grupo de Economia de Energia do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Helder Queiroz, o evento ocorreu em um momento em que o setor de energia está em evidência, com casos que repercutem em todo o mundo, como o vazamento no golfo do México.

Segundo os organizadores, a conferência teve como objetivo avançar na aplicação da economia na área de energia e no conhecimento das propostas mundiais.

A conferência reuniu desde segunda-feira (7) mais de 500 especialistas de 49 países nos segmentos de economia e política de energia para debater soluções e os desafios na geração de energia.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 10, 2010 5:35 pm
por Marino
Pressão contra o Brasil
A Coalizão Contra Munições de Fragmentação (CMC), reunida em Santiago, pediu ao Brasil que
siga o exemplo de diversos países sul-americanos e firme a convenção para a erradicação deste tipo de
armamento do planeta, que entrará em vigor em agosto. A Convenção sobre Munições de Fragmentação
foi firmada por 106 países em Oslo, em 2008, mas para entrar em vigor requeria a ratificação dos
Congressos de 30 Estados. No momento, 37 nações já ratificaram o documento, o que permite sua
vigência a partir de agosto. As bombas de fragmentação liberam submunições menores que se
dispersam por grandes áreas, afetando civis, inclusive anos após o fim do conflito.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Jun 10, 2010 5:37 pm
por DELTA22
Do DW:
=============
Brasil | 10.06.2010
Brasil não irá se isolar por ser contra sanções ao Irã, dizem especialistas

País, que votou contra os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, poderá exercer papel importante em negociações futuras com o Irã e até mesmo obter vantagens a longo prazo devido à sua posição independente.

O Brasil não vai ficar isolado no cenário internacional por ter votado contra novas sanções ao Irã na reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York nesta quarta-feira (09/06), afirmaram especialistas na questão iraniana ouvidos pela Deutsche Welle.

A nova resolução foi aprovada por 12 dos 15 membros, incluindo os votos dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, da Rússia e da China, que são os cinco membros permanentes do conselho. Apenas o Brasil e a Turquia, que são membros temporários, votaram contra. O Líbano se absteve.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, qualificou a decisão de equívoco e disse que ela foi tomada apenas por "birra". "Às vezes, me dá a impressão daquele pai duro que é obrigado a dar umas palmadas no filho, mesmo que ele não mereça. Acho que o Conselho de Segurança jogou fora uma oportunidade histórica de negociar tranquilamente o programa nuclear iraniano", disse.

Em maio último, Brasil e Turquia mediaram um acordo de troca de urânio enriquecido com o Irã, com o qual esperavam evitar novas sanções à República Islâmica.

Vantagens a médio prazo

Para Konstantin Kosten, da Sociedade Alemã para Política Externa, a decisão foi um golpe para os esforços do Brasil, mas não isola o país internacionalmente. "Não creio que a posição brasileira na questão nuclear com o Irã leve a um completo isolamento do Brasil", declarou.

Na avaliação dele, principalmente os europeus entendem que o Brasil teve uma postura construtiva. "Não deu certo agora, mas posso imaginar que virão novas conferências e negociações nas quais o Brasil também desempenhará um papel."

Já Henner Fürtig, do Instituto Alemão para Assuntos Globais e Regionais (Giga), diz que a posição brasileira poderá até trazer vantagens para o país a médio prazo. "Através de posições independentes como essa, países como o Brasil reforçam seu papel de liderança regional."

"Posso imaginar que alguns países considerem a posição brasileira – de se opor a um ditado dos cinco membros com poder de veto – corajosa e consequente", afirmou. "A curto prazo, é possível que, especialmente na relação com o Ocidente, tenha-se que aguentar algumas perdas, mas isso não deve ser superestimado."

Reforma do Conselho de Segurança

Após a votação das sanções, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, a situação atual é "escandalosa" porque os membros permanentes são "potências nucleares". O Conselho de Segurança se mantém inalterado desde a sua criação, em 1945.

Para Kosten, a posição contrária do Brasil às sanções não influenciará os esforços brasileiros por um assento permanente no Conselho de Segurança. "A reforma do Conselho de Segurança e da ONU em geral é um tema muito mais amplo, que deve ser separado da questão nuclear com o Irã."

Segundo ele, a reforma proposta por Brasil, Alemanha e outros países "imergiu no esquecimento". Para as pretensões brasileiras, nada muda. "Eu diria que continua tão difícil quanto antes", conclui o especialista da Sociedade Alemã para Política Externa.

Autor: Alexandre Schossler
Revisão: Roselaine Wandscheer

http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5672802,00.html

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Jun 12, 2010 10:58 pm
por Hezekiah
Marino escreveu:Pressão contra o Brasil
A Coalizão Contra Munições de Fragmentação (CMC), reunida em Santiago, pediu ao Brasil que
siga o exemplo de diversos países sul-americanos e firme a convenção para a erradicação deste tipo de
armamento do planeta, que entrará em vigor em agosto. A Convenção sobre Munições de Fragmentação
foi firmada por 106 países em Oslo, em 2008, mas para entrar em vigor requeria a ratificação dos
Congressos de 30 Estados. No momento, 37 nações já ratificaram o documento, o que permite sua
vigência a partir de agosto. As bombas de fragmentação liberam submunições menores que se
dispersam por grandes áreas, afetando civis, inclusive anos após o fim do conflito.

Os Top 5 assinaram? Qdo tds asinarem podemos pensar no caso.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Jun 13, 2010 9:16 am
por Marino
''Brasil e Turquia abrem nova era na diplomacia''

Patrícia Campos Mello



O acordo de troca de combustível mediado pelo Brasil e pela Turquia no Irã era ingênuo e não resolvia a questão nuclear. Mas a iniciativa brasileira e a oposição dos dois países às sanções contra o Irã inauguram uma nova era nas relações internacionais, um "plano B" ou "segundo trilho" na diplomacia global. Essa é a opinião de David Rothkopf, analista do Carnegie Endowment for International Peace e colunista da revista Foreign Policy. "O Brasil entrou no palco das grandes potências e esse foi o primeiro exercício do País em uma questão central", diz Rothkopf. "Eu não concordo com a política brasileira para o Irã, mas acho que os EUA precisam se acostumar a ter grandes potências que não assinam embaixo de todas as iniciativas de Washington ou da Otan." Abaixo, trechos da entrevista que ele concedeu ao Estado.

Qual é o impacto do voto do Brasil contra as sanções ao Irã para as relações bilaterais com os EUA?

A tentação é exagerar a importância do voto negativo. Certamente alguns no governo americano estão dizendo que é um problema sério, mas a realidade é que os EUA e o Brasil têm uma relação estratégica que vai continuar sendo importante, mesmo quando há divergências. Na realidade, acho que o voto traz até benefícios para o Brasil e a Turquia, porque envia um recado que os dois não vão concordar sempre com os EUA, que eles têm visões independentes e, se suas posições não forem ouvidas, isso vai enfraquecer a posição internacional em qualquer questão.



O sr. concorda com a interpretação de que o Brasil e a Turquia ficaram isolados?

De jeito nenhum. Em primeiro lugar, se olharmos para as sanções que foram aprovadas, todas as coisas que seriam realmente difíceis para Rússia e China foram cortadas. Portanto, há dois tipos de resistência. Há a resistência aberta da Turquia e Brasil, que apresentaram um plano alternativo às sanções. E há a resistência de bastidores de Rússia e China, que diluíram as sanções e depois anunciaram iniciativas conjuntas com o Irã, dando a entender que continuam mantendo uma relação com os iranianos. As sanções não foram uma vitória para os EUA.



E se os EUA e a Europa adotarem agora sanções unilaterais, mais duras?

Na economia em que vivemos hoje, isso não faz muita diferença. Pois os iranianos podem simplesmente burlar as sanções, muitas grandes economias podem continuar fazendo negócios com eles. Muitas empresas operam em diferentes países.



Se as sanções da ONU não fizerem efeito, as sanções unilaterais dos EUA e da UE também não, o que vem depois?

Provavelmente esforços diplomáticos, dos russos, turcos, brasileiros, e algumas ameaças. Mas a aposta é que entre 12 e 18 meses os iranianos testam uma arma nuclear ou anunciam que já têm ogivas. Todo mundo vai ficar muito preocupado e os EUA afirmarão que, caso os iranianos usem as armas, eles atacarão.



Então parte-se para dissuasão?

Sim, só que não se sabe se dissuasão funciona nesse caso. A dissuasão (deterrence) foi criada para um conflito entre dois Estados, EUA e União Soviética, e a perspectiva de destruição mútua detinha os dois porque eram atores racionais. Já com os iranianos, há grande chance de uma ogiva cair nas mãos de um grupo terrorista. Dissuasão nuclear não funciona com terroristas.

Voltando à questão geopolítica, o fato de Brasil e Turquia terem se descolado dos EUA na questão iraniana aponta para uma nova ordem?

De um lado, pode-se questionar o valor do acordo que a Turquia e o Brasil intermediaram com o Irã. Não foi significativo para resolver o problema iraniano. Mas em outro nível, podemos dizer que esse acordo indica um segundo trilho na diplomacia global. Em vez de ter de estar com os EUA, Europa ou Japão, a tradicional aliança, pode-se lidar com os Brics (acrônimo para Brasil, Rússia, Índia e China) ou poderes emergentes. Entramos em uma dinâmica de equilíbrio de poder em que há quatro ou cinco poderes no mundo. O Brasil entrou no palco das grandes potências. E esse foi o primeiro exercício do País em uma questão central. Provavelmente, não foi muito bem-sucedido. Eu não concordo com a política brasileira para o Irã, mas eu acho que os EUA precisam se acostumar a ter grandes potências emergentes desempenhando um papel que não é de simplesmente assinar embaixo de todas as iniciativas dos EUA ou da Otan.



E qual é essa nova ordem que está surgindo?

Nós tivemos por muito tempo um mundo bipolar, EUA e União Soviética, comigo ou contra mim, Guerra Fria. A União Soviética caiu e houve muita discussão sobre o novo mundo unipolar, unilateral, com os EUA como a única superpotência. Isso culminou com a invasão do Iraque, e o mundo não gostou, era preciso ter um contraponto aos EUA. Mas o problema é que os contrapontos tradicionais, Europa, Japão e Rússia, estavam muito fracos. Ent"o vemos surgindo novas potências, China, Índia e Brasil como as principais. É um mundo menos G-8 e mais G-20.

Isso apesar de o acordo não ter sido aceito?

O acordo mediado pelo Brasil e pela Turquia era ingênuo e não era eficiente. Os iranianos usaram os brasileiros e turcos para ganhar tempo, mas a quantidade de urânio que permaneceria no Irã era suficiente para fazer armas nucleares. Agora, isso é o começo de alguma coisa. Nós vamos ver cada vez mais essa diplomacia "plano B".



Os EUA vão se acostumar a essa diplomacia "segundo trilho"?

Vai demorar muito. Os EUA são grandes, poderoso e arrogantes. Mas estamos entrando em uma era em que a diplomacia americana vai ser muito mais difícil, não apenas por causa da emergência dessas potências, mas porque os EUA vão ter menos dinheiro e mais preocupações em casa. Os EUA vão poder fazer menos e, portanto, terão de deixar outras nações liderarem também.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Jun 13, 2010 9:25 am
por Marino
Bolívia, problema real

A seu modo, José Serra apontou para um problema real ao declarar que o governo da Bolívia faz "corpo mole" no combate ao tráfico de cocaína.

Sergio Fausto

Dados do United Nations Office on Drugs and Crimes, para a Bolívia, mostram que a área plantada com folhas de coca tem aumentado sistematicamente desde 2001, passando de 21 mil hectares naquele ano para 30 mil hectares em 2008, um crescimento de 43%. Para o ano de 2009, a Drug Enforcement Administration (DEA), órgão do governo americano, informa que a área plantada teria alcançado 35 mil hectares. Trata-se de área muito superior aos 12 mil hectares permitidos por uma lei de 1988, mesmo quando acrescida dos 3.200 hectares adicionais autorizados para a região do Chapare, no Departamento de Cochabamba, em 2004. O mesmo órgão das Nações Unidas estima que a capacidade de produção de folha de coca, assim como de cocaína, elevou-se em quase 100%, ou seja, praticamente dobrou entre 2001 e 2008. A tendência antecede a posse de Evo Morales, mas se acelerou depois dela, apesar da erradicação anual de 6 mil hectares de plantações de coca, segundo dados da Fuerza Especial de Lucha contra el Narcotráfico, órgão do governo boliviano.

O país vizinho responde por cerca de 30% das quase 100 mil toneladas da droga que ingressam no Brasil anualmente.

"Coca, sim; cocaína, não" é o lema da política de Evo Morales em relação ao tema. Se a cocaína merece combate, o cultivo da folha de coca para usos lícitos recebe apoio do governo boliviano. Para tanto se invoca a sua importância cultural (trata-se de tradição dos povos do altiplano, considerada pela nova Constituição um patrimônio cultural da Bolívia) e social (é cultivada por pequenos agricultores). A questão tem também dimensão política. Não apenas por serem os "cocaleros" berço político e base de apoio de Morales, até hoje presidente honorário da federação dos plantadores de coca da região do Chapare, mas também porque a folha funciona como símbolo poderoso. Ela faz o elo entre a tradição anterior à conquista espanhola e o projeto contemporâneo de obtenção da verdadeira independência. É elemento essencial de um discurso político que busca no passado pré-colombiano as origens étnicas que permitiriam a refundação da Bolívia como Estado pluriétnico de maioria indígena. O antagonismo principal não é mais com a Coroa espanhola, mas com os EUA, identificados com a criminalização da folha de coca, no plano internacional, e com as ações de erradicação do seu cultivo nos anos 1990, foco de tensões políticas e sociais em meio às quais Morales se projetou da cena sindical para a cena nacional com liderança política.

Em termos práticos, Morales substituiu a política de erradicação - que reduziu drasticamente a área plantada, sem, contudo, estruturar alternativas economicamente viáveis ao cultivo da folha de coca - por uma política de negociação com associações de "cocaleros", que se revelou permissiva em relação à expansão da área plantada. Ao mesmo tempo, seu governo e seu partido, majoritário agora nas duas Casas do Congresso, movimentam-se para ampliar o limite legal para o cultivo de coca. No final de 2008, alegando que os EUA fomentavam movimentos "separatistas" nos Departamentos com governos de oposição, Morales determinou a expulsão dos agentes da DEA, que colaborava com serviços de inteligência no combate ao narcotráfico. À colaboração preferiu, por razões políticas, o confronto.

O crescimento da área plantada encontra justificativa num pretendido aumento futuro da utilização lícita da folha de coca para produção de manufaturados (licores, chás, sabões, remédios, etc.), não apenas para consumo interno, mas também para exportação (de manufaturados e da folha in natura). Daí a solicitação do governo boliviano para que a ONU distinga claramente a cocaína da folha de coca e seus derivados lícitos. De qualquer forma, a viabilidade da industrialização em larga escala da folha de coca é vista com ceticismo por analistas independentes.

Simpatias políticas à parte, a pergunta que se coloca é se é possível combater o tráfico de cocaína com complacência quanto ao aumento do cultivo da folha de coca em volumes muito superiores à sua absorção para fins lícitos e sem a colaboração da DEA, para a qual a União Europeia, mais bem vista que os EUA na Bolívia, não oferece substituto à altura. A resposta deve considerar a lucratividade do tráfico de drogas e o poder do crime organizado, fatores bem mais reais e concretos do que os desejos de industrializar a Bolívia manufaturando produtos à base de coca.

Trata-se de um problema a que o Brasil não pode ficar indiferente, em vista da facilidade de ingresso da cocaína pela imensa fronteira seca que temos com a Bolívia e dos danos que a cocaína e o crack produzem na sociedade brasileira. Acerta o governo ao firmar acordo que facilita cooperação entre a Polícia Federal e as autoridades bolivianas. Medida importante, mas tímida diante do problema. Decisivo seria dar prioridade ao controle de fronteiras, com a extensão do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), que não cobre a fronteira com a Bolívia. Sem dúvida, mais importante para a segurança do País do que ter aviões-caça de última geração. Por fim, cabe à diplomacia brasileira, em nome do interesse nacional, por meios e modos adequados às relações entre países amigos, pôr em questão a política de Evo Morales para um tema que transcende em muito as fronteiras da Bolívia.

Se a declaração de Serra foi "irresponsável", como buscaram caracterizá-la membros do governo e sua candidata, o que dizer da visita do presidente brasileiro à região do Chapare, em novembro de 2009, às vésperas das eleições gerais bolivianas, quando Lula subiu em palanque de Evo Morales ostentando um colar com folhas de coca?

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Jun 14, 2010 11:12 am
por Jin Jones
Uma visão da TV Israelense sobre a conduta do BR ( Lula ) na negociação com o Irá



E eles estão errados ?
Respeito é uma via de mão dupla.